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Aula Prática Parasitologia PROTOZOÁRIOS Profª Blima Fux Aluna: Luiza Drago Bonna Trypanosoma cruzi Leishmania sp. Toxoplasma gondii Isospora belli Cryptosporidium parvum Plasmodium falciparum Plasmodium vivax Trichomonas vaginalis Entamoeba histolytica Giardia lamblia Sumário Trypanosoma cruzi O Trypanosoma cruzi é o protozoário causador da Doença de Chagas. A transmissão da doença se dá após a picada do inseto triatomíneo (“barbeiro”) que libera suas fezes contendo os parasitos, daí o homem coça a picada propiciando a entrada desses parasitos em sua corrente sanguínea. Os sintomas da Doença de Chagas podem incluir febre, mal estar, edemas, hepatomegalia e esplenomegalia, podendo levar a morte. Medidas profiláticas contra a disseminação desse parasito incluem melhoria nas habitações rurais, combate ao barbeiro com práticas de higiene para evitar contaminação oral e controle dos doadores de sangue. Agente Etiológico: Trypanosoma cruzi Forma: Tripomastigota Sanguínea Forma de desenvolvimento intracelular. Na imagem há 8 ninhos de amastigotas no tecido cardíaco. Ciclo de vida T. cruzi O ciclo de vida do T. cruzi começa quando o barbeiro elimina suas fezes e urina enquanto se alimenta de um hospedeiro vertebrado, que pode conter tripanossomos. Os parasitas do tripanossoma penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, onde se transformam na forma amastigota. Quando as células estão cheias de parasitas, elas se transformam novamente em tripomastigotas. Por terem um grande número de parasitas, as células se dividem e os protozoários chegam à corrente sanguínea e chegam a outros órgãos. Nesse estágio, se o hospedeiro vertebrado for mordido por um barbeiro, o protozoário infectará os insetos. Nos intestinos do barbeiro, sua forma passa a ser o flagelo superior, onde se multiplicam e voltam a ser epimastigotas, forma que infecta vertebrados. Agente etiológico: T. cruzi. Observe a presença do núcleo, cinetoplasto e flagelo nos parasitos. Leishmania sp. Os parasitos do gênero Leishmania sp. causam a doença Leishmaniose, cuja transmissão é propiciada por meio da picada do mosquito Lutzomyia longipalpis, também conhecido como birigui ou mosquito-palha. Há 3 tipos de leishmaniose: visceral (ou calazar), cutânea (forma mais comum) e mucocutânea (que pode gerar desfiguração facial). Como medidas profiláticas eficazes, pode-se citar: uso de repelentes, uso de roupas mais cobertas, uso de telas e mosquiteiros sobre camas. Agente etiológico: Leishmania sp. Observe a presença do núcleo, cinetoplasto, flagelo nos promastigotas. Ciclo de vida Leishmania A leishmaniose é transmitida pela picada de flebotomíneas infectadas. Ao se alimentarem de sangue, as flebotomíneas injetam promastigotas metacíclicos (o estágio infeccioso) de sua probóscide.Os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos e outras células mononucleares fagocíticas. Nessas células, os promastigotas se transformam em amastigotas (o estágio tecidual). Os amastigotas se multiplicam por divisão simples e infectam outras células fagocíticas mononucleares. Ao se alimentarem do sangue de um hospedeiro infectado, as flebotomíneas são infectadas pela ingestão de macrófagos infectados por amastigotas. No intestino médio das flebotomíneas, os amastigotas se transformam em promastigotas. Aí, se multiplicam, se desenvolvem e migram para a probóscide. Parasito intracelular. Forma amastigota presente dentro dos macrófagos. Toxoplasma gondii O Toxoplasma gondii é o parasito causador da doença Toxoplasmose. Esse parasito pode ser encontrado nas fezes de gatos, e pode se hospedar em humanos. É um parasito oportunista da baixa imunidade, sendo muito comum em pessoas soropositivas. Se gestantes forem infectadas pode haver aborto ou a criança pode nascer com problemas neurológicos e de visão. A transmissão da doença ocorre pela ingestão de alimentos e água contaminados, congênita, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos. Parasito intracelular. Pode estar presente na corrente sanguínea ou tecido cerebral. Cistos contém bradizoítos. Ciclo de vida T. gondii Os únicos hospedeiros conhecidos definitivos para T. gondii são membros da família Felidae. Os oocistos são eliminados nas fezes dos gatos. Uma grande quantidade é eliminada, mas normalmente só durante 1–2 semanas. Os oocistos demoram 1 a 5 dias para esporular e se tornarem infectantes. Os gatos se reinfectam pela ingestão de oocistos esporulados. Terra, água, plantas, ou a areia do gato tornam-se infectados com oocistos. Os hospedeiros na natureza infectam-se após ingerirem materiais infectados. Os oocistos se desenvolvem em taquizoítas logo após a ingestão. Os taquizoítas se disseminam por todo o corpo e formam cistos teciduais no tecido neural, ocular e muscular. Os gatos se infectam após consumirem hospedeiros intermediários contendo cistos teciduais. Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de carne malcozida contendo cistos teciduais. Ciclo de vida T. gondii Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de alimentos ou água contaminada por fezes de gatos ou outros materiais contaminados por fezes, ou pelo contato com a areia do gato. Raramente, a infecção nos seres humanos é decorrente de hemotransfusão ou transplante de órgão. Raramente, ocorre transmissão transplacentária da mãe para o feto. No hospedeiro humano, os parasitas formam cistos teciduais, mais comumente no músculo esquelético, no miocárdio, no cérebro e nos olhos. Parasito intracelular. Observe a morfologia do complexo apical do taquizoíto. Isospora belli A Isospora belli é um protozoário coccídio causador de uma doença rara, a isosporíase. A infecção humana geralmente é assintomática, mas pode gerar dores abdominais, febre e diarreia. Como medidas profiláticas da doença podemos citar a higiene adequada pessoal e alimentar, evitar a contaminação do meio com fezes humanas, fervendo bem a água e cozinhando bem os alimentos. Parasito intracelular. Observe aos oocistos presentes nas fezes do hospedeiro. Ciclo de vida I. belli Os oocistos de Cystoisospora belli não são esporulados (ou seja, infecciosos) quando eliminados nas fezes. Assim, não há transmissão fecal-oral direta. Os oocistos imaturos são excretados nas fezes. Cada oocisto geralmente contém um esporoblasto. O esporoblasto se divide em dois e secreta uma parede de cisto, transformando-se em dois esporocistos. Os esporocistos se dividem e produzem esporozoítos. Os oocistos são ingeridos e excistam. Os esporozoítos são liberados e invadem as células epiteliais. No interior das células, eles se multiplicam de forma assexuada. Após pelo menos uma semana, gametócitos masculinos e femininos se desenvolvem. A fertilização resulta em oocistos, que são eliminados nas fezes. Cryptosporidium parvum Cryptosporidium é um dos protozoários intestinais mais comum que parasita hospedeiros humanos e animais. É um agente causador de diarreia e um contaminante ubiquitário da água, veículo excelente de transmissão. A infecção ocorre por via fecal-oral, por ingestão de alimentos ou de água contaminados por oocistos, pelo contacto entre pessoas ou entre animais e pessoas. Os sintomas mais comuns incluem diarreia aquosa, dores abdominais, vómitos e febre ligeira. Parasito intracelular. Forma do ciclo evolutivo de oocistos. Ciclo de vida C. parvum Cryptosporidium são transmitidas principalmente pelo contato com água contaminada e, ocasionalmente, por alimentos contaminados. Oocistos esporulados são excretados pelo hospedeiro infectado nas fezes e, possivelmente, por outras vias. Os oocistos são infectantes quando excretados; assim, a transmissão fecal-oral direta e imediata é possível. Os oocistos são ingeridos (ou possivelmente inalados) e liberados. Esporozoítos são liberados e parasitam as células epiteliais do trato GI ou de outros tecidos. Nessas células, os parasitas se transformam em trofozoítos e se multiplicam de forma assexuada, e a seguir sexuada,produzindo microgamontes (machos) e macrogamontes (fêmeas), que se acasalam e produzem oocistos. Os oocistos esporulam no hospedeiro infectado. Dois tipos de oocistos são produzidos: oocistos de parede espessa, que são comumente excretados pelo hospedeiro, e oocistos de parede fina, que estão envolvidos principalmente na autoinfecção. Plasmodium falciparum É um protozoário parasita, uma das espécies do género Plasmodium que causa a malária em humanos. É transmitida por mosquitos Anopheles. Podem-se observar diferentes fases evolutivas, no mosquito Anopheles (onde se reproduz o parasita), no interior dos hepatócitos e no interior dos glóbulos vermelhos do hospedeiro humano. P. falciparum transmite a forma mais perigosa de malária, com os índices mais altos de complicações e mortalidade, produtor de 80% de todas as infecções de malária e 90% das mortes pela enfermidade. Parasito intracelular. Forma do ciclo evolutivo de trofozoítos. Parasito intracelular. Forma do ciclo evolutivo de trofozoítos ou esquizontes. Ciclo de vida Plasmodium sp O ciclo de vida do parasita da malária envolve 2 hospedeiros. Ao se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito Anopheles infectada pelos plasmódios inocula os esporozoítos no hospedeiro humano. Os esporozoítos infectam as células do fígado. Lá, os esporozoítos amadurecem para esquizontes. Os esquizontes se rompem, liberando merozoítos. Essa replicação inicial no fígado é chamada de ciclo exoeritrocítico. Os merozoítos infectam os eritrócitos. Então, o parasita multiplica-se assexuadamente (o chamado ciclo eritrocítico). Os merozoítos se desenvolvem em trofozoítos em estágio de anel. Ciclo de vida Plasmodium sp Alguns, então, amadurecem para esquizontes. Os esquizontes se rompem, liberando merozoítos. Alguns trofozoítos se diferenciam em gametócitos. Ao se alimentar de sangue, um mosquito Anopheles ingere os gametócitos masculinos (microgametócitos) e femininos (macrogametócitos), dando início ao ciclo esporogônico. No estômago do mosquito, os microgametas penetram nos macrogametas, produzindo zigotos. Os zigotos tornam-se móveis e alongados, evoluindo para oocinetes. Os oocinetes invadem a parede do intestino médio do mosquito, onde se desenvolvem em oocistos. Os oocistos crescem, rompem-se e liberam esporozoítos, os quais se deslocam para as glândulas salivares do mosquito. A inoculação dos esporozoítos em um novo hospedeiro humano perpetua o ciclo de vida da malária. Plasmodium vivax O P. vivax, assim como o P. falciparum, é agente causador da malária, possuem o mesmo ciclo, uma diferença entre eles é que o Plasmodium falciparuminfecta qualquer célula do sangue, já o Plasmodium vivax infecta só os eritrócitos jovens, que são chamados de reticulócitos. Trichomonas vaginalis A vaginite por Trichomonas vaginalis costuma ser transmitida sexualmente. Ela pode causar um corrimento verde ou amarelo, que pode ser abundante, ter odor fétido e ser acompanhado de coceira ou irritação. Se os sintomas sugerirem uma infecção vaginal, o médico examina uma amostra do corrimento e/ou do líquido do colo do útero e a analisa quanto à presença de parasitos que causam infecção. Usar sempre um preservativo pode ajudar a prevenir essa infecção. Parasito intracelular. Forma do ciclo evolutivo de trofozoítos e estão presentes no trato geniturinário feminino e masculino Entamoeba coli É uma ameba comensal não patogênica, que vive no intestino grosso humano. Tanto os cistos quanto os trofozoítos podem ser encontrados nas fezes, sendo que os primeiros, conforme o grau de desenvolvimento, contêm de um a oito núcleos e, à medida que o número de núcleos aumenta, o diâmetro nuclear e a quantidade de cromatina do cisto reduzem . Devido à semelhança existente entre os cistos de E. histolytica e os de E. coli, é preciso fazer o diagnóstico diferencial através da morfologia e do número de núcleos do organismo, entretanto a diferenciação de cistos nem sempre é conclusiva. Parasito intracelular. Observa-se a forma de cisto do parasito. Entamoeba histolytica Esse parasito é patogênico, é um protozoário, 90% dos casos de amebíase são assintomáticos, entretanto o parasito pode ser tornar patogênico, provocando quadros disentéricos de gravidade variável. Pode causar amebíase intestinal ou amebíase retro-intestinal. Como medidas profiláticas para essa doença pode-se citar hábitos básicos de higiene, como lavar bem as mãos, lavar bem as frutas e verduras, consumir água filtrada ou fervida, e saneamento básico. Parasito intracelular. Observa-se a forma de cisto do parasito. Parasito intracelular. Observa-se a forma de trofozoítos do parasito. Ciclo de vida E. histolytica A E. histolytica eliminada nas fezes encontra-se na forma de cistos, que é muito resistente a meios hostis, podendo sobreviver no ambiente por vários meses. A ingestão de um único cisto do parasito é suficiente para contaminar o paciente. O cisto, após ser ingerido, passa incólume pela acidez do estômago, e muda para a forma trofozoíta ao chegar nos intestinos. Quando alcançam o cólon, os trofozoítas se aderem a sua parede e passam a colonizá-la. Na maioria dos casos a E. histolytica tem um comportamento comensal, isto é, vive em harmonia com o hospedeiro, alimentando-se do nossos alimentos e não produzindo sintomas. Os trofozoítas se multiplicam no cólon de forma binária e voltam a formar cistos, que são eliminados nas fezes. O paciente contaminado elimina a E. histolytica em forma de cistos e trofozoítas, mas apenas os primeiros são capazes de sobreviver no ambiente. Mesmo que outro indivíduo venha a ingerir a forma trofozoíta, esta não é capaz de provocar doença, pois é destruída pela acidez estomacal. Portanto, apenas os cistos de E. histolytica são capazes de provocar doença. Giardia lamblia A Giardia lamblia é o parasito causador da doença giardíase, que ocorre graças à ingestão dos cistos do parasito presente na água, em alimentos mal lavados, ou objetos contaminados. Seus sintomas comuns são diarreia, náuseas, fezes amareladas, dor e distensão abdominal. Suas medidas profiláticas são as mesmas da amebíase, ou seja, medidas básicas de higiene. Parasito intracelular. Observa-se a forma de trofozoítos do parasito. Parasito intracelular. Observa-se a forma de trofozoítos do parasito. Parasito intracelular. Observa-se a forma de cistos do parasito. Ciclo de vida G. lamblia Os cistos são as formas do parasito liberadas pelas fezes dos pacientes infectados, podendo sobreviver por muito tempo no ambiente se houver umidade. A transmissão da Giardia é fecal-oral, ou seja, ocorre pela ingestão dos cistos de Giardia que saem nas fezes de humanos ou outros mamíferos. Quanto piores forem as condições de saneamento de um local, maior o risco de epidemias de giardíase. Após a ingestão do cisto, a Giardia, no intestino delgado, se transforma na forma trofozoíta, tornando-se organismos flagelados que medem apenas 15 micrômetros. Os trofozoítas são a forma capaz de se reproduzir, multiplicando-se dentro do intestino delgado do paciente contaminado, aderindo a sua parede e alimentando-se da comida que passa. Quando o parasita chega ao intestino grosso, ele volta a forma de cisto, pois este é o único meio de sobreviver no meio ambiente após a sua eliminação nas fezes.
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