Buscar

SP3- UNIDADE XI- RELATORIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE MEDICINA 
UNIDADE XI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 3: “Gravidez não é doença! (mas às vezes parece...)” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINEIROS - GO 
2021 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS 
CURSO DE MEDICINA 
UNIDADE XI 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Clara Chiavoloni 
Ana Gabriela Almeida Ribeiro Neto 
Bruna Triacca Frizon 
Eugenya da Costa Guimarães 
Geovanna Oliveira Silva 
Giullia Vitória Forte 
Isabela de Almeida Silva Borges 
José Venâncio Vilela Guimarães Queiroz 
Lara Mamede Almeida 
Lays Ribeiro Rangel 
Letícia Fernandes dos Santos 
Matheus Fleury Alves 
Mydian Gabriela dos Santos Fernandes 
 
Sabrina Martins Calegari 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINEIROS - GO 
2021 
SUMÁRIO 
Sumário 
SUMÁRIO.......................................................................................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3 
2. DISCUSSÃO............................................................................................................................... 4 
2.1 Descrever as adaptações fisiológicas e manifestações clínicas da gravidez. 
2.2 Caracterizar as modificações psicológicas maternas durante este período. 
2.3 Descrever o pré-natal de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, sua 
importância e periodicidade. 
2.4 Descrever a consulta de pré-natal, considerando os exames clínicos e exames subsidiários e 
principais orientações. 
2.5 Relacionar as medidas obstétricas realizadas clinicamente com a avaliação do crescimento 
e vitalidade fetal. 
2.6 Discutir a relação do médico com a paciente grávida, frente à sua labilidade emocional. 
2.7 Descrever a gravidez tubária e sua evolução. 
2.8 Entender os fatores hormonais na gravidez. 
2.9 Descrever as formas de diagnósticos de uma gravidez. 
3. CONCLUSÃO ...........................................................................................................................23 
4. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................24 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente relatório tem por objetivo geral descrever a fisiologia da gravidez e as 
principais modificações gravídicas locais e gerais do organismo materno. 
Além disso, objetiva-se a descrição das adaptações fisiológicas e manifestações clínicas 
da gravidez, caracterizando as principais modificações psicológicas maternas durante este 
período tão importante na vida da mulher. 
Ademais, discutira-se sobre a importância e periodicidade do pré-natal de acordo com 
as orientações do Ministério da Saúde, discutindo também, a consulta pré-natal, bem como, os 
exames clínicos e exames subsidiários e as principais orientações para a gestante. 
Também será abordado as medidas obstétricas realizadas clinicamente com a avaliação 
do crescimento e vitalidade fetal e, ainda, abordar a relação do médico com a paciente grávida, 
frente à sua labilidade emocional. 
Por fim, discutiremos sobre as alterações hormonais que ocorrem durante a gestação, 
bem como os principais exames realizados para dar o diagnóstico de gravidez para a mulher. 
4 
2. DISCUSSÃO 
 
 
OBJETIVO GERAL 
 
Descrever a fisiologia da gravidez e as principais modificações gravídicas locais e gerais 
do organismo materno. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
2.1 Descrever as adaptações fisiológicas e manifestações clínicas da gravidez 
 
As adaptações fisiológicas que acontecem no organismo feminino durante o pré-natal, 
necessitam ser compreendidas. Nesse sentido, no primeiro trimestre começam a acontecer 
modificações no útero, as quais continuam durante toda a gestação, como a parede uterina que 
sofre afinamento progressivo. (REZENDE, 2014) 
Primeiramente, há um aumento dos níveis de prostaciclina, estrógenos e progestógenos, 
fator que leva ao aumento da vasodilatação e angiogênese. Nesse viés, há alterações em todo o 
sistema circulatório e endócrino metabólico, podendo ter repercussões em outros sistemas do 
corpo. Como por exemplo, no sistema circulatório acontece a hipervolemia devido ao aumento 
plasmático, aumento da produção de hemácias e à diminuição da viscosidade sanguínea, junto a 
leucocitose. (REZENDE, 2014) 
No sistema endócrino há alterações das atividades hormonais da hipófise, tireoide, 
paratireoide, adrenal e ovários maternos. Isso acontece pela interferência de hormônios 
placentários no equilíbrio entre hipotálamo, hipófise, ovários e tireoide. Nesse contexto, há 
aumento de hormônios como prolactina, triiodotironina (T3), tiroxina total (T4), calcitonina, 
aldosterona, cortisol, hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), androgênios, estrógenos, 
progesterona. Outros já diminuem, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio 
luteinizante (LH). (REZENDE, 2014) 
No sistema cardiovascular, há tanto aumento da frequência cardíaca e do débito, quanto 
diminuição do trabalho cardíaco e da resistência vascular periférica. Ademais, acontecem 
mudanças no sistema digestório, o qual se dá pelo relaxamento do esfíncter esofagiano, 
resultando no aumento do refluxo; relaxamento da vesícula biliar, podendo acarretar elevação na 
formação de cálculo, diminuição da peristalse e redução de secreções ácidas. Outro sistema é o 
pulmonar, no qual ocorre hiperventilação devido ao aumento da caixa torácica, expiração e 
volume corrente. Por último, o sistema urinário durante a fase de gravidez, é acometido pelo 
aumento da filtração glomerular com diminuição de creatina e ureia; há glicosúria, hidronefrose 
5 
e polaciúria fisiológica. (REZENDE, 2014) 
As mamas aumentam de volume e tornam-se dolorosas e túrgidas, causando mastalgia. 
Observam-se o surgimento da rede de Haller, hiperpigmentação da aréola primária, o 
aparecimento da aréola secundária (sinal de Hunter) e a hipertrofia das glândulas sebáceas 
periareolares (tubérculos de Montgomery). (REZENDE, 2014) 
Dessa forma, as principais manifestações clínicas são: Enjôo matinal; Fadiga; 
Alterações do apetite; Polaciúria; Aumento do volume e hipersensibilidade nas mamas. 
(REZENDE, 2014) 
 
2.2 Caracterizar as modificações psicológicas maternas durante este período. 
 
A maternidade é um evento único na vida da mulher, repleto de expectativas e 
sentimentos, vivenciado de modo diferente que varia de pessoa para pessoa (ZANATTA, 2017). 
O desejo de ter um filho constitui-se em um processo que tem início antes da gestação, 
por meio das primeiras relações e identificações da mulher, passando pela infância e 
adolescência, até constituir-se na gestação propriamente dita (ZANATTA, 2017). 
Nesse sentido, a gestação é um marco significativo do desenvolvimento da mulher, um 
fato importante da vida de todos os envolvidos que pode reavivar lembranças e experiências 
passadas. Além disso, intensos sentimentos podem ser vivenciados pela mulher, entre eles: 
alegria, tristeza, satisfação e insatisfação. Nesse momento, ela deixa de ser somente filha e 
esposa para assumir também o papel de mãe, o que demanda adequar seus relacionamentos e 
estilo de vida às necessidades do bebê (ZANATTA, 2017). 
A gestação marca um período de intensas mudanças na psique e no corpo da mulher. 
Dessa forma, é comum a presença do sentimento de ambiguidade: se por um lado a mulher 
sente-se feliz em ser mãe, por outro lado surgem preocupações e dúvidas sobre sua capacidade 
de exercer a maternidade (ZANATTA, 2017). 
Além das modificações sentidas no corpo, a maternidade pode proporcionar 
modificações no contexto familiar oriundas da chegada de um bebê. Não raro, os genitores 
precisam encontrar recursos para lidar com essa situação nova. Esses recursos geralmente são 
buscados na rede de apoio social, que se configura na disponibilidade de pessoas significativaspara proporcionarem suporte e ajuda no enfrentamento das diversas situações que possam 
desencadear estresse ao longo dos processos de transição do desenvolvimento humano. Diversas 
são as pessoas que podem exercer esse papel, contribuindo para a qualidade de vida dos 
envolvidos: a família extensa, os amigos, colegas de trabalho, serviços de saúde, pessoas da 
6 
comunidade da qual o indivíduo faz parte, entre outras. Nesse sentido, as principais formas de 
apoio social podem ser classificadas em apoio instrumental, relacionado à ajuda financeira, 
ajuda na divisão das responsabilidades e prestação de orientações em geral e apoio emocional, 
referindo-se ao cuidado e a preocupação com o outro (ZANATTA, 2017). 
Diante do exposto, percebe-se que a maternidade pode se configurar em um 
acontecimento intenso na vida familiar e, em especial na vida da mulher, envolvendo mudanças 
em diversos âmbitos. Sendo assim, torna-se importante o acolhimento e humanização da 
gestante, durante toda sua gestação e parto por equipe multidisciplinar e por sua família. 
(ZANATTA, 2017). 
 
2.3 Descrever o pré-natal de acordo com as orientações do Ministério da 
Saúde, sua importância e periodicidade. 
 
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, 
permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive 
abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. A unidade básica de 
saúde (UBS) deve ser a porta de entrada preferencial da gestante no sistema de saúde. (SAÚDE, 
2012) 
Entende-se por avaliação pré-concepcional a consulta que o casal faz antes de uma 
gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução 
normal de uma futura gestação. Constitui, assim, instrumento importante na melhoria dos 
índices de morbidade e mortalidade materna e infantil. As atividades desenvolvidas na avaliação 
pré-concepcional devem incluir anamnese e exame físico, com exame ginecológico, além de 
alguns exames laboratoriais. (SAÚDE, 2012) 
A investigação dos problemas de saúde atuais e prévios e a história obstétrica são 
importantes para a avaliação do risco gestacional. A história clínica objetiva identificar 
situações de saúde que podem complicar a gravidez, como diabetes pré-gestacional, a 
hipertensão, as cardiopatias, os distúrbios da tireóide e os processos infecciosos, incluindo as 
infecções sexualmente transmissíveis (IST). O uso de medicamentos, o hábito de fumar e o uso 
de álcool e drogas ilícitas precisam ser verificados, e a futura gestante deve ser orientada quanto 
aos efeitos adversos associados. (SAÚDE, 2012) 
Na história familiar, destaca-se a avaliação de doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, 
hipertensão e diabetes. Na história obstétrica, é importante registrar o número de gestações 
anteriores e de partos pré-termo, o intervalo entre os partos, o tipo de parto, o peso ao 
7 
nascimento e as complicações das gestações anteriores, como abortamento, perdas fetais e 
hemorragias e malformações congênitas. (SAÚDE, 2012) 
No exame geral, cabe verificar especialmente a pressão arterial (PA), o peso e a altura 
da mulher. Podem ser instituídas ações específicas quanto aos hábitos e ao estilo de vida: 
(SAÚDE, 2012) 
- Orientação nutricional visando à promoção do estado nutricional adequado tanto da 
mãe como do recém-nascido, além da adoção de práticas alimentares saudáveis; 
- Orientações sobre os riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e 
outras drogas; 
- Orientações quanto ao uso de medicamentos e, se necessário mantê-los, realização da 
substituição para drogas com menores efeitos sobre o feto; 
- Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de 
exposição a tóxicos ambientais; 
- Administração preventiva de ácido fólico desde o período pré-gestacional, para a 
prevenção de anormalidades congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com 
antecedentes desse tipo de malformações (5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes da 
concepção); 
- Orientação para registro sistemático das datas das menstruações e estímulo para que o 
intervalo entre as gestações seja de, no mínimo, 2 (dois) anos. 
Os Estados e municípios necessitam dispor de uma rede de serviços organizada para a 
atenção obstétrica e neonatal, com mecanismos estabelecidos de referência e contrarreferência, 
garantindo-se os seguintes elementos: (SAÚDE, 2012) 
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até́ a 12ª semana de 
gestação (captação precoce. 
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à 
atenção pré-natal. 
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em 
termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 
4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus (suas) acompanhantes, 
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado 
biológico: “rodas de gestantes”. 
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-
natal, quando necessário. 
6° PASSO: É direito do (a) parceiro (a) ser cuidado (realização de consultas, exames e 
8 
ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: “pré-natal do (a) parceiro (a) ”. 
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja 
necessário. 
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a 
elaboração do “Plano de Parto”. 
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de 
saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no 
período gravídico-puerperal. 
Além disso para que a assistência pré-natal seja efetiva deve-se obedecer algumas 
condições básicas como: (SAÚDE, 2012) 
- Realização de anamnese, exame físico e exames complementares indicados; 
- Classificação do risco gestacional (em toda consulta) e encaminhamento, quando 
necessário, ao pré-natal de alto risco ou à urgência/emergência obstétrica; 
- Oferta de medicamentos necessários (inclusive sulfato ferroso, para tratamento e 
profilaxia de anemia, e ácido fólico, com uso recomendado desde o período pré-concepcional e 
durante o primeiro trimestre de gestação); 
- Medicamentos básicos e vacinas (contra tétano e hepatite B); 
- Realização de testes rápidos na unidade básica de saúde, assim como apoio 
laboratorial, garantindo a realização dos exames de rotina: 
As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas 
domiciliares, em situações especiais. (SAÚDE, 2012) 
O calendário de atendimento pré-natal deve ser programado em função dos períodos 
gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. Deve ser iniciado precocemente 
(1º trimestre) e ser regular e completo, garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam 
realizadas e preenchendo-se o cartão da gestante e a ficha de acompanhamento pré-natal. 
(SAÚDE, 2012) 
O número mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde para todas as gestantes é de 
seis consultas, com início o mais precocemente possível, sendo assim distribuídas: uma no 1º 
trimestre (até a 12ª semana), duas no 2º trimestre e três no 3º trimestre; A gestante deverá ser 
atendida sempre que houver uma intercorrência, independente do calendário estabelecido. Para 
as gestantes de alto risco, a definição do cronograma de consultas deve ser adequada a cada caso 
e depende diretamente do agravo em questão; além dessas seis consultas consideradas como o 
mínimo adequado, a mulher deve ter ao menos um retorno puerperal. (SAÚDE, 2012) 
9 
Na primeira consulta, deve-sepesquisar os aspectos sócio epidemiológicos, os 
antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da 
situação da gravidez atual. Os principais componentes são: data precisa da última menstruação; 
regularidade dos ciclos; uso de anticoncepcionais; paridade; intercorrências clinicas, obstétricas 
e cirúrgicas; detalhes de gestações previas; hospitalizações anteriores; uso de medicações; 
história previa de DST; exposição ambiental ou ocupacional de risco; reações alérgicas; história 
pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações; atividade sexual; uso de tabaco, 
álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; história infecciosa prévia; vacinações prévias; história 
de violências. (SAÚDE, 2012) 
São indispensáveis os seguintes procedimentos: avaliação nutricional (peso e cálculo 
do IMC), medida da pressão arterial, palpação abdominal e percepção dinâmica, medida da 
altura uterina, ausculta dos batimentos cardiofetais, registro dos movimentos fetais, realização 
do teste de estimulo sonoro simplificado, verificação da presença de edema, exame ginecológico 
e coleta de material para colpocitologia oncótica, exame clínico das mamas e toque vaginal de 
acordo com as necessidades de cada mulher e com a idade gestacional. (SAÚDE, 2012) 
 
2.4 Descrever a consulta de pré-natal, considerando os exames clínicos e 
exames subsidiários e principais orientações. 
 
As consultas de pré-natal seguem um calendário, que preferencialmente deve ser 
iniciado no primeiro trimestre, a fim de garantir avaliações adequadas; o esquema é dividido 
em, no mínimo, seis consultas realizadas alternadamente pelo médico e o enfermeiro, sendo 
semanalmente até 28ª semana, quinzenal até a 36ª semana e após isto retorna a ser 
semanalmente até a 41ª semana, supondo que haja o parto, caso a gravidez supere este período 
de 41 semanas, faz-se necessário direcionar a gestante à avaliação de bem-estar fetal (com 
monitoramento cardíaco e avaliação do líquido amiótico) (BRASIL, 2013; SBIBAE, 2019). 
As consultas no pré-natal devem ser amplas e integrais, a fim de conhecer e estratificar 
a realidade da gestante, tanto sobre a saúde, quanto na esfera social. Assim abrangem avaliação 
clínica, exames complementares, identificação e investigação de fatores de risco, tais processos 
são de atenção contínua e contam com a equipe multidisciplinar para elaboração do plano de 
cuidados. Cabe salientar nesta perspectiva de cuidado ampliado, o direito da gestante de levar 
um acompanhante de sua escolha nas consultas (BRASIL, 2013). 
A primeira consulta é mais longa por se tratar de um contato inicial e por haver 
avaliações e ponderações importantes para o desenvolvimento do plano de cuidado, bem como o 
10 
preenchimento da Ficha Clínica de Pré-Natal e do Cartão da Gestante, as demais consultas são 
mais direcionadas (avaliação clínica obstétrica, monitoramento, vigilância e 
identificação/diagnóstico precoce) (SBIBAE, 2019). 
Assim, a primeira consulta é composta pela identificação da gestante, pesquisa dos 
aspectos socioepidemiológicos, dos antecedentes familiares, dos antecedentes pessoais 
(fisiológicos, patológicos, cirúrgicos e vacinação), medicamentos em uso, antecedentes 
ginecológicos e obstétricos (menarca, sexarca, regularidade dos ciclos menstruais, uso de 
métodos contraceptivos, intercorrências prévias, consideração de gravidezes anteriores e 
doenças sexualmente transmissíveis); além da situação da gravidez atual (sintomas relacionados, 
aceitação, nível de estresse, percepção sobre a gestação, apoio familiar, data da última 
menstruação, índice de massa corporal, hábitos alimentares, idade gestacional e data provável de 
parto) (BRASIL, 2013; SBIBAE, 2019). 
Há ainda os exames físicos, realizados em todas as consultas: 
• Geral - peso, altura, sinais vitais, ganho ponderal/estado nutricional, ausculta 
cardiopulmonar; palpação da tireoide, exame do abdômen e avaliação dos membros inferiores 
(pesquisa de edema e varizes) (BRASIL, 2013). 
• Específico gineco-obstétrico - exame clínico das mamas (inspeção estática e 
dinâmica, considerar alterações fisiológicas da gravidez – pigmentação do mamilo, rede venosa 
de Haller, volume e aréola secundária), inspeção genital e perineal, medição e avaliação da 
altura uterina, exame com espéculo vaginal, exame citopatológico (se necessário), ausculta dos 
batimentos cardíacos fetais e registro dos movimentos fetais, teste de estímulo sonoro 
simplificado (Tess) (BRASIL, 2013; SBIBAE, 2019). 
 
Os exames complementares são requeridos ao longo dos trimestres: 
• Na primeira consulta/ 1º trimestre – hemograma, tipagem sanguínea e fator Rh, 
Coombs indireto (se for Rh negativo), glicemia de jejum, teste rápido de triagem para sífilis e/ou 
VDRL/RPR, teste rápido diagnóstico anti-HIV, anti-HIV, Toxoplasmose IgM e IgG, sorologia 
para hepatite B (HbsAg), exame de urina e urocultura, ultrassonografia obstétrica, 
citopatológico de colo de útero (se necessário), exame da secreção vaginal (se houver indicação 
clínica), parasitológico de fezes (se houver indicação clínica), eletroforese de hemoglobina (se 
antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica) 
(BRASIL, 2013; SBIBAE, 2019). 
11 
• 2º trimestre – hemograma, teste de tolerância para glicose (glicemia de jejum, 
uma e duas horas após 75g de dextrosol) preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana, Coombs 
indireto (se for Rh negativo), toxoplasmose IgM e IgG (se IgG não reagente) e ultrassonografia 
obstétrica (SBIBAE, 2019). 
• 3º trimestre – hemograma, glicemia em jejum, Coombs indireto (se for 
Rh negativo), VDRL, anti-HIV, sorologia para hepatite B (HbsAg), toxoplasmose IgM e 
IgG (se o IgG não for reagente), urocultura e urina tipo I (sumário de urina – SU), e 
bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de gestação) (BRASIL, 
2013). 
 
2.5 Relacionar as medidas obstétricas realizadas clinicamente com a 
avaliação do crescimento e vitalidade fetal. 
 
A medida da altura uterina é uma importante avaliação para o crescimento normal do 
feto, é possível, nesse tipo de avaliação, comparar o crescimento fetal com a idade gestacional. 
É importante ressaltar que as curvas da altura uterina sofrem influência de características 
étnicas, socioeconômicas e nutricionais nas diferentes populações (MARTINS-COSTA et al., 
2017). 
Para mensurar a altura uterina, tem que se ter em mente o quanto o útero tem que 
crescer em cada semana e qual a sua localização em relação as estruturas abdominais. Dessa 
forma, até a 6ª semana o útero não sofre modificações em seu tamanho; na 8ª semana o útero 
dobrou de tamanho; na 10ª semana o útero triplicou o seu tamanho em relação ao útero normal; 
na 12ª semana ele começa a ocupar toda a região pélvica, podendo ser sentido na sínfise púbica; 
na 16ª semana o útero já está entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; na 20ª semana o útero 
vai alcançar a cicatriz umbilical; acima da 20ª semana não é tão eficiente mensurar a altura 
uterina, sendo que quanto mais próxima do termino da gestação mais difícil será a mensuração 
(MARTINS-COSTA et al., 2017). 
Sabendo disso, é importante mencionar a técnica adequada para executar esse exame. 
Para isso, é necessário utilizar uma fita métrica que é colocada na borda superior da sínfise 
púbica até onde o fundo uterino se encontra com a paciente em posição litotômica (MARTINS-
COSTA et al., 2017). 
Além disso, existem as manobras de Leopold-Zweifel, feita a partir do segundo 
trimestre, que consiste na palpação do útero pelo examinador com o intuito de mensurar a altura 
12 
uterina e a posição do feto, sendo realizada em 4 tempos (MARTINS-COSTA et al., 2017): 
• 1º tempo: o examinador, com as mãos encurvadas delimita o fundo do 
útero, observado qual polo fetal se encontra naquela localização (MARTINS-COSTA et 
al., 2017); 
• 2º tempo: oexaminador vai palpando o feto para identificar sua real 
posição, sendo que vai do fundo do útero a direção da pelve. Nesse tempo, vai conseguir 
observar qual a região do dorso e dos membros do feto, sendo importante para a ausculta 
cardíaca (MARTINS-COSTA et al., 2017); 
• 3º tempo: nesse tempo o examinador precisa identificar o quanto o feto 
está encaixado na bacia. Isso é feito com o polegar, dedo indicador e médio através da 
força exercida para lateralizar o feto (identificar o quanto o feto de move), e também é 
preciso comparar esses movimentos por meio da palpação do fundo uterino (MARTINS-
COSTA et al., 2017); 
• 4º tempo: o examinador fica atrás da paciente e coloca as mãos sobre as 
fossas ilíacas, palpando em direção ao hipogastro e com 10 cm de distância de uma mão 
à outra. Esse tempo se verifica o grau de penetração do concepto no estreito superior da 
bacia (MARTINS-COSTA et al., 2017). 
 
Figura 1 – Manobras de palpação de Leopold-Zweifel 
13 
 
Fonte: MARTINS-COSTA et al., 2017 (p. 131). 
Existe uma curva que faz relação com a altura uterina e idade gestacional, em que foi 
padronizada e apresentada por Oppermann e colaboradores. Nessa curvatura, a cada vez que for 
mensurada a altura uterina, é necessário anotar e observar se está situada entre os percentis 10 e 
90. Em casos de queda ou elevação brusca da curva, é preciso investigar possíveis distúrbios do 
crescimento fetal através da ultrassonografia (MARTINS-COSTA et al., 2017). 
 
Figura 2: Distribuição da altura uterina de acordo com a idade gestacional. 
14 
 
Fonte: MARTINS-COSTA et al., 2017 (p. 129). 
 
Das medidas obstétricas para avaliar o crescimento do feto, a ausculta dos batimentos 
cardíacos fetais se faz importante. Dessa forma, pode ser utilizado o estetoscópio de Pinard em 
gestantes de 20 a 22 semanas ou o sonar Doppler em gestantes de 10 a 12 semanas. Assim, 
através das manobras de Leopold-Zweifel, o examinador consegue localizar o quadrante que se 
encontra o dorso e a cabeça do feto, onde é o local usado para a ausculta cardíaca. Durante 60 
segundo tem que se observar e quantificar os batimentos que devem estar entre 110 e 160 bpm 
que é considerado a normalidade. É importante destacar que acelerações transitórias em pelo 
menos 15 minutos, é normal e pode significar que o feto está fazendo movimentação 
(MARTINS-COSTA et al., 2017). 
 
2.6 Discutir a relação do médico com a paciente grávida, frente à sua 
labilidade emocional. 
 
Ao ser mãe, muitas são as mudanças que se apresentam à mulher em termos físicos, 
psicológicos, familiares e sociais. Tudo isto passa a estar associado a inúmeros sentimentos que 
povoam o mundo psíquico das gestantes. Por isso, é de suma importância a compreensão da 
15 
necessidade de uma boa relação médico-paciente ao longo do acompanhamento à gestante, o 
que influencia não somente no psicológico da grávida, mas também na sua adesão ao pré-natal e 
facilita sua passagem por esse momento de tanta instabilidade emocional (PICCININI et al.; 
2018). 
Neste contexto, um bom atendimento médico durante a assistência pré-natal tem um 
papel importante, não somente para os cuidados com a saúde das gestantes e seus bebês, mas 
também para as demandas emocionais, tanto da gestante como do pai do bebê. Ela pode servir 
para a redução de estresse e alívio das tensões e para aumentar os sentimentos de segurança da 
gestante (PICCININI et al.; 2018). 
Dessa forma, os sentimentos das mães em relação à gestação e ao seu bebê são 
influenciados não só pelo tipo de assistência pré-natal recebida, mas pela sua qualidade e 
também por procedimentos específicos que são utilizados neste processo. Por exemplo, a 
realização da ultrassonografia tem um impacto não só na saúde física da mãe e do bebê, mas 
também em termos emocionais, ao apresentar para a mãe o seu filho. Assim, é importante 
considerar que as questões de saúde física e emocional são aspectos inseparáveis durante esse 
processo de transição para a maternidade e de assistência pré-natal (PICCININI et al.; 2018). 
Portanto, quando o profissional da saúde não estabelece um vínculo com a paciente e 
não passa uma segurança emocional para ela, gera-se sofrimento, levando a um impacto 
emocional negativo. Então, fica clara a necessidade de apoio emocional durante a gravidez, por 
ser um período de intensas mudanças tanto na questão hormonal quanto em todos os aspectos da 
vida da mulher e de sua rede de apoio (PICCININI et al.; 2018). 
 
2.7 Descrever a gravidez tubária e sua evolução. 
 
A gravidez tubária é a gestação ectópica mais comum, que consiste em fatores que 
interrompem o caminho do concepto até o endométrio para a nidação, e acaba desenvolvendo-se 
nas tubas uterinas. (VIANA FILHO et al., 2020) 
A gravidez tubária é diagnosticada com ultrassonografia mais o exame de beta-HCG 
sérico. Os achados da ultrassonografia são, geralmente, uma massa extra-ovariana, ou um anel 
tubário. A porção ampular da tuba uterina é a porção mais acometida das gestações tubárias. 
(VIANA FILHO et al., 2020) 
Há a gravidez tubária cornual, tubária (istmo) e a tubária ampular. Os sangramentos 
provindos dessa gravidez, na maioria das vezes são extraluminal, mas pode ser também 
intraluminal que extravasa pela extremidade fimbriada. Na maioria das vezes a hemoperitônio – 
16 
presença de sangue na cavidade peritoneal – exceto em caso de ruptura tubária (expulsão pela 
extremidade fimbriada) que consiste no aborto tubário. A involução do concepto ou ruptura 
ocorre por volta da oitava semana de gestação. (BEREK, 2014) 
 
2.8 Entender os fatores hormonais na gravidez. 
 
A unidade decíduofetoplacentária é responsável por produzir uma quantidade 
extraordinária de hormônios esteroides, proteicos e neuropeptídio para auxiliar na fase 
gravídica da mulher. 
O fluxo funciona de forma unidirecional de nutrientes da mãe para o concepto, isso 
acarreta em ambiente favorável para o desenvolvimento no útero, o crescimento celular e o 
amadurecimento, além de sinalizarem o momento em que o produto está pronto para a vida 
extrauterina. 
 
 A endocrinologia da gravidez é dividido em duas fases: 
Ovariana: corresponde às primeiras 8 a 9 semanas da gravidez, quando o corpo lúteo, 
estimulado pela gonadotrofina coriônica humana (hCG), é o principal responsável pela secreção 
de esteroides. 
 
Placentária: a partir de 8 a 9 semanas, o qual corresponde ao evento em que a placenta 
se incumbe da produção de esteroides em quantidades crescentes. 
 
 
 O ovário é responsável por produz a relaxina, peptídeo cuja principal função é, 
juntamente com a progesterona, inibir a contratilidade espontânea do útero, o que é útil para a 
manutenção inicial da gravidez. (CARLOS, 2019). 
 
 A placenta humana produz grande quantidade de esteroides, como o progesterona e o 
estrogênio. A sua atuação detém de falta de 17α-hidroxilase e, assim, não ocorre a conversão 
de esteroides C21 (pregnenolona e progesterona) nos produtos C19 (androgênios), que são 
precursores dos estrogênios. Dessa forma, ao contrário das gônadas e das suprarrenais, a 
placenta é um órgão incompleto no que diz respeito à elaboração dos esteroides. 
17 
Para a formação dos estrogênios, ela necessita, fundamentalmente, de precursores fetais 
para a síntese de progesterona. Nesse viés, conceitua-se unidade maternofetoplacentária. 
(CARLOS, 2019). 
 
Hormônios esteroides: 
• Progesterona 
O colesterol-LDL materno é ligado a um receptor específico no sinciciotrofoblasto, 
transportado por endocitose e hidrolisado em colesterol livre dentro da unidade dos lisossomos. 
No sinciciotrofoblasto, o colesterol é, então, convertido em pregnenolona pela enzima 
mitocondrial (20,22, desmolase). 
A pregnenolona é posteriormente transformada em progesterona pela enzima 3- β-
hidroxiesteroide-deidrogenase. Nesse sentido, cerca de 90% é secretada na circulação materna, eo restante (10%), na circulação fetal. (CARLOS,2019). 
 
É fato que, apesar da placenta começar a sintetizar progesterona bem no início da 
gestação, antes de 8 a 9 semanas, a progesterona produzida pelo corpo amarelo gravídico é 
indispensável para o êxito da implantação e da placentação e, portanto, para a manutenção da 
gravidez. Após essa época, a progesterona placentária é suficiente para manter a gravidez, 
mesmo na ausência do ovário (transferência luteoplacentária). (CARLOS,2019). 
 
A progesterona produzida pelo trofoblasto é fundamental para a quiescência do 
miométrio ao reduzir o número de junções comunicantes existentes entre as células miometriais, 
indispensáveis para o sincronismo da contratilidade uterina, assim como para inibir a síntese de 
prostaglandinas. 
A produção de progesterona aumenta progressivamente com a evolução da gravidez, 
alcançado o seu máximo (300 mg/dia) poucas semanas antes do parto. (CARLOS, 2019). 
 
Estrogênios: 
 
A produção de estrogênios aumenta muito durante a gravidez (1.000 vezes), 
alcançando níveis de 80 mg/dia próximo ao termo. A maior quantidade de estrogênio produzida 
pela placenta é de estriol (E3), um esteroide encontrado na mulher não grávida como metabólito 
hepático do estradiol. 
18 
Como a placenta não tem a enzima 17α-hidroxilase, ela não pode sintetizar os 
esteroides C19 a partir dos precursores C21, pregnenolona e progesterona. Por isso, a zona fetal 
da suprarrenal do concepto, a partir do colesterol-LDL, sintetiza a pregnenolona e, por fim, o 
esteroide C19 sulfato de deidroepiandrosterona (DHEAS) pela ação da enzima 17α-hidroxilase. 
O DHEAS, uma vez na placenta, sofre a ação da sulfatase, transformando-se em 
androstenediona e, a seguir, em estrona, após a ação da enzima aromatase. (CARLOS, 2019). 
 
O DHEAS é secretado em grande quantidade pela suprarrenal fetal e convertido em 
sulfato de 16α-hidroxideidroepiandrosterona (16α-OHDHEAS) no fígado do concepto. Esses 
esteroides, DHEAS e 16α-OHDHEAS, são convertidos na placenta nos estrogênios, 
respectivamente, 17β-estradiol (E2) e estriol (E3), também sob a ação da aromatase. Perto do 
termo, metade do E2 é derivada do DHEAS proveniente da suprarrenal fetal e metade do 
DHEAS materno. Por outro lado, 90% do E3 na placenta origina-se do 16α-OHDHEAS fetal, e 
apenas 10% de outras fontes. Como os estrogênios, particularmente o estriol, originam-se, 
fundamentalmente, de precursor do concepto, esse hormônio foi usado no passado como teste de 
bem-estar fetal. 
Os estrogênios desempenham papel relevante na implantação da placenta ao induzirem 
uma vasodilatação do leito vascular uterino materno. Desse modo, atuam promovendo o 
crescimento uterino e o aumento do fluxo sanguíneo uteroplacentário. 
Os estrogênios da gravidez determinam a proliferação do sistema ductal mamário e, em 
conjunto com a progesterona, promovem o desenvolvimento do tecido glandular. Após o parto, 
a súbita cessação do estímulo estrogênio-progesterona possibilita o estabelecimento da lactação. 
(CARLOS, 2019). 
 
 
Gonadotrofina coriônica humana: 
 
O hCG é uma glicoproteína produzida pela placenta e formada por duas subunidades, α 
e β, ligadas por forças iônicas e hidrofóbicas. 
A subunidade α é idêntica as subunidades α dos hormônios glicoproteicos hipofisários: 
hormônio foliculestimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH) e hormônio tireoide-
estimulante (TSH). ( CARLOS, 2019). 
 
19 
As subunidades β dos hormônios glicoproteicos são únicas e conferem a eles as suas 
propriedades biológicas e imunológicas. 
Os níveis circulantes do hCG aumentam rapidamente 4 semanas após a implantação, 
dobram seus valores após 2 a 3 dias, atingem um pico por volta de 10 semanas e, depois da 
queda, se nivelam até o termo. 
O hCG refere-se, na verdade, a 4 moléculas independentes produzidas por células 
distintas e cada uma delas com função própria. O hCG (regular) é produzido pelo 
sinciciotrofoblasto, o hCG-hiperglicosilado (hCG-H) pelo citotrofoblasto, o hCG-β-livre por 
múltiplos tumores malignos não trofoblásticos e o hCG hipofisário pelas células gonadotróficas 
da hipófise anterior. ( CARLOS,2019). 
O hCG tem inúmeras funções, mas a principal é promover a produção de progesterona 
pelo corpo lúteo gravídico, até 3 a 4 semanas após a implantação. Depois desse prazo as células 
do sinciciotrofoblasto na placenta passam a assumir a produção de progesterona, até então 
realizada pelo corpo lúteo gravídico (transferência lúteoplacentária). 
O hCG-H promove a implantação normal pelo citotrofoblasto e o crescimento e a 
invasão das células do coriocarcinoma. 
A detecção de hCG-β-livre elevado é considerado sinal de mau prognóstico, vale dizer, 
de crescimento tumoral não trofoblástico. (CARLOS, 2019). 
 
2.9 Descrever as formas de diagnósticos de uma gravidez. 
 
O diagnóstico precoce da gestação é fundamental para uma assistência pré-natal de 
qualidade. Como também, facilita a identificação correta da idade gestacional (IG), o que é 
decisivo para o acompanhamento correto da gestação. O diagnóstico de gestação é feito com 
base em dados clínicos (história e exame físico) e testes subsidiários. (MARTINS-COSTA, 
2017) 
A história típica é a de uma mulher na menacme, com vida sexual ativa, sem uso de 
método contraceptivo, referindo atraso menstrual ou amenorreia secundária. (MARTINS-
COSTA, 2017) 
 Sintomas de presunção: Náuseas e vômitos no primeiro trimestre; Aumento do 
volume e da sensibilidade nas mamas; Polaciúria e nictúria; Percepção de movimentos fetais 
pela paciente; Mudanças no apetite (desejos alimentares); Fadiga, tontura, sialorreia, distensão 
20 
abdominal e constipação, dispneia, congestão nasal, cãibras, lombalgia. (MARTINS-COSTA, 
2017) 
 Sinais de presunção: Atraso menstrual de 10 a 14 dias ou amenorreia 
secundária; Congestão mamária e mastalgia, pigmentação das aréolas e surgimento dos 
tubérculos de Montgomery, aparecimento de colostro, rede venosa visível; Alterações na vulva 
e na vagina (coloração violácea vaginal, cervical e vulvar); Alterações no muco cervical (maior 
quantidade de muco e ausência de cristalização com padrão arboriforme); Alterações cutâneas 
(estrias, hiperpigmentação da face – cloasma e linha nigra). (MARTINS-COSTA, 2017) 
 Sinais de probabilidade: Alterações em formato e consistência do útero (flexão 
do corpo sobre o colo uterino no toque bimanual – sinal de Hegar) e sinal de Nobile-Budin 
(preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero percebido ao toque vaginal); Consistência 
cervical amolecida; Aumento do volume abdominal. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 Sinais de certeza: Ausculta de batimentos cardiofetais (BCFs) (pela 
ultrassonografia [US] transvaginal a partir da 6 a semana; pelo sonar Doppler a partir da 10 a 
semana de gestação; e pelo estetoscópio de Pinard a partir da 18 a à 20 a semana); Sinal de 
Puzos (rechaço fetal intrauterino ao toque); Percepção de movimentos e partes fetais pelo 
examinador (a partir de 18-20 semanas). (MARTINS-COSTA, 2017) 
 Batimentos cardíacos fetais: Batimentos cardíacos fetais (BCF) são detectáveis 
por Doppler manual (após 10 semanas de gestação) ou por fetoscópio (após 18 a 20 semanas de 
gestação). O batimento cardíaco normal é 110 a 160 batidas por minuto, com uma frequência 
cardíaca fetal mais alta observada no início da gravidez. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 
 Tamanho uterino/ Palpação fetal: O tamanho uterino pode ser usado para 
diagnosticar a gravidez secundária ao aumento uterino. Com o avanço da gestação, o feto pode 
ser apalpado através da parede abdominal materna (após 22 semanas) e a posição pode ser 
determinada pelas manobras de Leopold. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 
 
21 
 
Diagnóstico ultrassonográfico de gestação 
O diagnóstico de gestação também pode ser confirmado por meio de US. O saco 
gestacional é visível precocemente (4-5 semanas de atraso menstrual). A partir de 6 semanas, 
deveser possível detectar BCFs pela US. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 A atividade cardíaca é discernível com 5 a 6 semanas via transvaginal, o broto 
dos membros com 7 a 8 semanas e os movimentos dos dedos e dos membros com 9 a 10 
semanas. No final do período embrionário (10 semanas pela DUM) o embrião tem uma 
aparência humana. A idade gestacional pode ser determinada pelo comprimento craniocaudal 
entre a sexta e a 13ª semana gestacional, com uma margem de erro de aproximadamente 8, ou 3 
a 5 dias. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 
 Diagnóstico laboratorial de gestação 
O diagnóstico laboratorial de gestação é feito com base na detecção da fração β da 
gonadotrofina coriônica humana urinária ou sérica. Ambas têm alta sensibilidade, porém, os 
testes urinários são menos sensíveis do que os séricos (bHCG). (MARTINS-COSTA, 2017) 
Aβ-hCG é produzida pelo trofoblasto e aparece na circulação materna pouco após a 
implantação trofoblástica, tornando-se detectável no plasma ou na urina em 8 a 9 dias após a 
ovulação. Níveis plasmáticos menores do que 5 mUI/mL são considerados negativos, e maiores 
do que 25 mUI/mL são considerados positivos. (MARTINS-COSTA, 2017) 
A β-hCG é produzida pelo trofoblasto e aparece na circulação materna pouco após a 
implantação trofoblástica, tornando-se detectável no plasma ou na urina em 8 a 9 dias após a 
ovulação. Níveis plasmáticos menores do que 5 mUI/mL são considerados negativos, e maiores 
do que 25 mUI/mL são considerados positivos. Os níveis de β-hCG crescem exponencialmente 
nas primeiras semanas, atingindo um pico de até 150.000 mUI/mL em torno de 8 a 10 semanas. 
22 
Entre a 10 a e a 20 a semana, os níveis tendem a cair e mantêm-se estáveis a partir da 20 a 
semana. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 
 Teste de gravidez de urina 
Uma amostra de anticorpo reconhecendo a subunidade de β -hCG é o teste laboratorial 
inicial feito no consultório para diagnosticar a gravidez. O teste é confiável, rápido (1 a 5 
minutos) e barato, com um limiar de teste positivo entre 5 e 50 mlU/ml. caracterizado por uma 
mudança de cor. Este método é comum para confirmar a gravidez. (MARTINS-COSTA, 2017) 
 
Apesar de informações de fabricantes divulgarem precisão de até 99% desse exame, 
alguns estudos têm demonstrado sensibilidade de apenas 75% ou menos quando utilizados em 
situações reais, pelas próprias pacientes(MARTINS-COSTA, 2017) 
 
Teste de gravidez do soro: O β -hCG pode ser detectado dentro de sete dias após a 
concepção ou a uma idade menstrual de 21 dias de gestação. O limiar para um teste positivo 
pode ser tio baixo quanto 2 a 4 mJU/mL. Testes quantitativos em serie de β -hCG são usados 
para avaliar ameaça de aborto, gravidez ectópica ou uma gravidez molar. (MARTINS-COSTA, 
2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
3. CONCLUSÃO 
 
 
Diante de todo o exposto, foi possível discutir e compreender como ocorre todas as 
adaptações e modificações gravídicas, sendo elas fisiológicas e psicológicas, enfatizando como 
o médico deve atuar em tais alterações. 
Além disso, foi discutido o pré-natal segundo as orientações do Ministério da Saúde, 
destacando sua importância e considerando os exames clínicos e subsidiários e as principais 
orientações que devem repassadas à gestante. 
Por fim, relacionou-se as medidas obstétricas realizadas clinicamente com a avaliação 
do crescimento e vitalidade fetal, bem como a relação do médico com a paciente grávida. Além 
das principais alterações hormonais e exemes para diagnóstico da gravidez.
24 
4. REFERÊNCIAS 
 
• BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 1. ed. rev. – 
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: < 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf >. 
Acesso em 05 de out. 2021. 
• Berek e Novak : tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek ; tradução 
Claudia Lúcia Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte. - 15. ed. - Rio de Janeiro : 
Guanabara Koogan, 2014. 
 
• Carlos Antônio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho. Rezende: 
obstetrícia fundamental – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019 
• MARTINS-COSTA, S. et al. Rotinas em Obstetrícia. 7 ed. Artmed, 
2017. 
• Piccinini, C. A. et al. Percepções e Sentimentos de Gestantes sobre o Pré-
natal. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 28, n. 1, pp. 27-33. Rio Grande do Sul, 2018. 
Disponível em: < 
https://www.scielo.br/j/ptp/a/DGwW4ZHVkPkSjVNyhX7G54Q/?lang=pt&format=pdf
>. Acesso em: 04 out 2021. 
• REZENDE, Jorge. Obstetrícia fundamental, 13 ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. 
• SAÚDE, Ministério da. Cadernos de Atenção Básica: atenção ao pré-
natal de baixo risco. Brasília: Secretaria de Atenção À Saúde Departamento de Atenção 
Básica, 2012. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf. 
Acesso em: 04 out. 2021. 
• SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT 
EINSTEIN. Nota Técnica para Organização da Rede de Atenção à Saúde com Foco 
na Atenção Primária à Saúde e na Atenção Ambulatorial Especializada – SAÚDE 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf
https://www.scielo.br/j/ptp/a/DGwW4ZHVkPkSjVNyhX7G54Q/?lang=pt&format=pdf
https://www.scielo.br/j/ptp/a/DGwW4ZHVkPkSjVNyhX7G54Q/?lang=pt&format=pdf
25 
DA MULHER NA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO. São Paulo: Hospital 
Israelita Albert Einstein: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: < 
https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202001/03091259-nt-gestante-
planificasus.pdf >. Acesso em 05 de out. 2021. 
• VIANA FILHO, Carlos Henrique França et al. ACHADOS 
ULTRASSONOGRÁFICOS NOS DIFERENTES TIPOS DE GRAVIDEZ 
ECTÓPICA. 2020. Disponível em: https://sbus.org.br/congresso/2020/wp-
content/themes/congresso-sbus/assets/img/trabalho-Congresso-2020-
15968376875f2dcf37c82ce.pdf. Acesso em: 05 out. 2021. 
• ZANATTA, Edinara; PEREIRA, Caroline Rubin Rossato; ALVES, 
Amanda Pansard. A experiência da maternidade pela primeira vez: as mudanças 
vivenciadas no tornar-se mãe. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei , v. 
12, n. 3, p. 1-16, dez. 2017 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
89082017000300005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 out. 2021. 
 
 
https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202001/03091259-nt-gestante-planificasus.pdf
https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202001/03091259-nt-gestante-planificasus.pdf
file:///C:/Users/Oceanpact/AppData/Roaming/Microsoft/Word/%3chttp:/pepsic.bvsalud.org/scielo.php%3fscript=sci_arttext&pid=S1809-89082017000300005&lng=pt&nrm=iso%3e
file:///C:/Users/Oceanpact/AppData/Roaming/Microsoft/Word/%3chttp:/pepsic.bvsalud.org/scielo.php%3fscript=sci_arttext&pid=S1809-89082017000300005&lng=pt&nrm=iso%3e

Continue navegando