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Contrato de trabalho
PARTE II
Modalidades de contrato de trabalho
Modalidades do contrato de trabalho
lei 9601/98
Contrato determinado previsto na Lei 9.601/98 
Autoriza contratação desvinculada das hipóteses previstas na CLT
Em qualquer atividade exercida pela empresa (objeto)
Inclusive por tempo superior a 2 (dois) anos (duração)
Número ilimitado de prorrogações
Necessidade de autorização expressa prevista em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, respeitando os percentuais descritos no artigo 3º da referida lei. 
Art. 3º O número de empregados contratados nos termos do art. 1º desta Lei observará o limite estabelecido no instrumento decorrente da negociação coletiva, não podendo ultrapassar os seguintes percentuais, que serão aplicados cumulativamente:
I - cinquenta por cento do número de trabalhadores, para a parcela inferior a cinquenta empregados;
II - trinta e cinco por cento do número de trabalhadores, para a parcela entre cinquenta e cento e noventa e nove empregados; e
III - vinte por cento do número de trabalhadores, para a parcela acima de duzentos empregados. 
Parágrafo único. As parcelas referidas nos incisos deste artigo serão calculadas sobre a média aritmética mensal do número de empregados contratados por prazo indeterminado do estabelecimento, nos seis meses imediatamente anteriores ao da data de publicação desta Lei.
Não se aplica porque os sindicatos defendem a contratação por prazo indeterminado.
Ademais, os benefícios fiscais e tributários indicados no artigo 2º da Lei só perduraram por 60 meses se findando em 2003. 
Modalidades do contrato de trabalho
lei 6019/1974
Contrato por tempo determinado da Lei 6.019/1974 (trab. temporário)
Regulamenta o trabalho temporário dos empregadores urbanos e rurais (acrescentado pela Lei 13.429-2017) em duas hipóteses (situações transitórias): 
para atender necessidade transitória de substituição de trabalhador efetivo e
para demanda complementar de serviços. 
OBS: Proibida a contratação de trabalhador temporário para substituição de trabalhadores em greve (ART. 2º , § 1º DA LEI 6019/1974, salvo nos casos previstos em lei – substituir pessoal em greves consideradas abusivas ou em atividades essenciais quando não se garante o percentual mínimo traçado na lei.)
Características principais do trabalho temporário: 
1. EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO. A contratação ocorrerá por intermédio de uma empresa de trabalho temporário, empresa esta que poderá ser pessoa jurídica com registro obrigatório no MINIST. DO TRAB. (hoje: Secretaria Especial de Previdência e Trabalho no Min. da Economia).
2. O VÍNCULO DE EMPREGO. O trabalhador temporário não é empregado da tomadora de serviços, mas sim da empresa de trabalho temporário, cabendo, inclusive, à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre eles. 
Modalidades do contrato de trabalho
lei 6019/1974
Características principais do trabalho temporário: 
3. FORMA e DURAÇÃO: Obrigatoriamente por escrito, não podendo ultrapassar 180 dias (prorrogáveis por mais 90 dias se mantidas as condições da contratação), com relação a um mesmo trabalhador. 
4. QUARENTENA: O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado ACIMA (até180 + até 90) somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior.
IMPORTANTE!!! A contratação anterior ao prazo DE 90 DIAS caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.
5. ANOTAÇÃO DA CTPS. Contrato temporário deverá ser anotada na CTPS do trabalhador. Obs: IAC 5639-31.2013.5.12.0051 (Pleno do TST) – estabilidade da gestante não se estende ao trabalho temporário - ligado a situações transitórias
Modalidades do contrato de trabalho
lei 6019/1974
Características principais do trabalho temporário: 
6. POSSIBILIDADE DE JUSTA CAUSA. ATIPICIDADE. Passível de justa causa para com seu empregador direto, como também com o tomador de serviços, já que receberá ordens diretas de seus representantes, uma vez que trabalhará dentro das instalações da tomadora (ART. 13. Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do Trabalho, ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando serviço). 
7. CONTRATO TEMPORÁRIO E CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de experiência.
*Durante a vigência do liame temporário, a empresa contratante já pode aquilatar as condições pessoais e profissionais do trabalhador.
8. CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E HIGIENE. Contratante (tomadora) garantirá condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores (atividade realizada em local convencionado ou em suas dependências).
Poderá estender ao trabalhador temporário igual atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados.
Contratos afins ao contrato de trabalho
I - INTRODUÇÃO
Elemento principal de inúmeros contratos tem como objeto a prestação de serviços de uma pessoa natural à outra.
São chamados de contratos de atividades. 
Pontos em comum: o sujeito pessoa física e o objeto. 
Diferenciação baseada em análise detalhada. 
Contratos afins ao contrato de trabalho
1.1. Contrato empregatício e contrato de prestação de serviços. 
Prestação de serviços - contrato em que uma ou mais pessoas se compromete (m) a realizar uma atividade para outrem, sob direção do próprio prestador mediante uma retribuição material.
Origem: antiga locatio conductio operarum romana.
Autonomia é requisito (mesmo que prestador não seja especialista).
Prestação de serviços pode ser contratada com ou sem pessoalidade quanto a figura do trabalhador. 
O trabalhador no contrato de prestação de serviços é fungível.
Nos contratos de prestação de serviços não se exige subordinação, mas sim autonomia. 
Trabalhador possui direção sobre sua prestação se serviços.
Tomador sempre terá um mínimo de direção na prestação efetuada.
Contratos afins ao contrato de trabalho
1.2. Contrato empregatício e contrato de empreitada. 
Conceito de empreitada - Contrato cujo objeto é realizar ou mandar realizar uma obra certa e especificada para outrem, sob a imediata direção do próprio prestador, mediante retribuição material predeterminada ou proporcional aos serviços concretizados. 
Objeto do pacto: obra contratada 
Nos contratos empregatícios a prestação laboral em si que será o objeto (energia em favor do empregador).
A retribuição material ao empreiteiro - critério de concentração da unidade de obra e não pelo critério de unidade de tempo.
Principais diferenças em relação ao vínculo empregatício
Objeto do contrato –raros contratos empregatícios estão vinculados à realização de uma obra específica. 
Pessoalidade- não é obrigatória na empreitada. Na relação de emprego há infungibilidade do empregado
Excepcionalmente, no contrato de empreitada poderá haver cláusula exigindo a pessoalidade do obreiro.
 Direção do serviço concentrada no trabalhador (empreitada).
Um caso para análise: A Pequena Empreitada (art. 652, a, III CLT).
Pequenas obras, cujo montante não seja economicamente significativo 
Realização se faça com o simples concurso do trabalhador empreiteiro. 
Competência da justiça do trabalho
Contratos afins ao contrato de trabalho
1.3. Contrato empregatício e contrato de mandato. 
Mandato - negócio jurídico por meio do qual uma pessoa recebe de outrem poderes, para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Através da procuração tais poderes se exteriorizam.
No mandato, o mandatário tem atuação limitada pelo instrumento de mandato, posto que sua atividade não pode ultrapassar os poderes outorgados por este. O elemento onerosidade poderá aparecer no contrato de mandato.
Principais distinções:
Enquanto que o mandatário realiza atos jurídicos, o empregado pratica atos materiais. 
No contrato de trabalho há subordinação entre as partes, enquantoque no contrato de mandato não é obrigatória. 
A representação é a substancia do mandato, enquanto que no contrato empregatício ela é um simples elemento circunstancial.
Onerosidade é essencial ao contrato de trabalho. Não é obrigatória no contrato de mandato.
No contrato de mandato a relação jurídica é tríplice - envolve mandante, mandatário e terceira pessoa a qual o mandato é dirigido. 
Na relação de contrato trabalhista a relação jurídica é dúplice, ou seja, envolve somente o obreiro e o tomador de serviços (empregador).
O contrato de trabalho caracteriza-se por uma relação não eventual (regra do princípio de continuidade). Já o mandato poderá ser revogado a qualquer tempo e geralmente está vinculado a um objeto.
Contratos afins ao contrato de trabalho
1.4. Emprego e contrato de parceria rural e urbana (salão-Lei 13.352, de 2016). 
Parceria rural - contrato através do qual uma ou mais pessoas assumem o compromisso de realizar ou mandar realizar uma ou mais tarefas agrícolas ou pecuárias, em área rural ou prédio rústico, para um empregador de serviços rural, sob a imediata direção do próprio prestador e mediante uma retribuição especificada. 
Remuneração na parceira agrícola -trabalhador recebe do empregador imóvel rural para ser cultivado por aquele ou sob sua ordem, sendo que os resultados obtidos por tal cultivo serão divididos entre as partes na proporção ajustada. 
Uma parte entra com o trabalho enquanto outra entra com o imóvel. 
 A remuneração não será, necessariamente, periódica para o parceiro trabalhador, que receberá sua retribuição calculada sobre o resultado final da colheita, podendo sofrer consequências quanto a eventuais problemas da safra.
Jurisprudência tem exigido a aferição do efetivo contrato civil/agrário de parceria.
Contrato de parceria rural não exige pessoalidade e subordinação. 
Não é proibido haver a pessoalidade da figura do prestador de serviços.
Se o tomador rural emitir ordens no contexto da execução da parceria, estará caracterizada a relação de emprego entre os sujeitos envolvidos.
Parceria urbana (salão): Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador. Contrato escrito. Autoriza pejotização. Homologação pelo sindicato ou órgão de fiscalização trabalhista. 
Contratos afins ao contrato de trabalho
1.5. Contrato empregatício e contrato de representação comercial. 
 Contrato de representação mercantil - pacto pelo qual uma pessoa física ou jurídica se obriga a desempenhar, em caráter oneroso, não eventual e autônomo, em nome de uma ou mais pessoas, a mediação para realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos para os transmitir aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Autonomia do representante frente o representado.
Não há pessoalidade do representante, podendo realizar a atividade de representação, até mesmo, por prepostos. 
A subordinação será caracterizada quando alguns traços marcantes dessa figura forem claramente identificados (torna-se vendedor viajante). 
	- reporte cotidiano do trabalhador ao tomador de serviços, descrevendo o roteiro e tarefas desempenhadas; 
	- controle cotidiano, pelo tomador, das atividades desenvolvidas pelo obreiro; 
	- exigência estrita de cumprimento de horário de trabalho; 
	- existência de sanções disciplinares. 
 Remuneração – através de comissões. As comissões serão calculadas tendo por base o montante dos negócios realizados.
            As comissões não serão retribuições ao trabalho prestado, mas sim, como contraprestação resultante da utilidade decorrente da mediação feita.     
CONTRATOS ESPECIAIS DE TRABALHO
Contrato de estágio
Regulação - Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008  
Conceito e seus elementos 
Procedimento formativo, de cunho didático-pedagógico e articulado segundo projeto de planejamento institucional, que visa permitir ao estudante complementar a sua formação e compreender na prática os ensinamentos teóricos recebidos em sua vida escolar. 
Princípios da relação de estágio 
Princípio da vinculação pedagógica
	- prioritariamente ato pedagógico (preparo e qualificação) – previsão de estágio curricular ou estágio correlacionado com a proposta pedagógica da escola. Requisitos não são de ordem econômica.
	- desvio de finalidade ou descumprimento de qualquer das obrigações previstas no termo de compromisso: vínculo empregatício 
 Princípio da adequação (à formação do educando)
		- dotar o estudante das competências pertinentes à atividade profissional
		- correlação entre práticas e saberes (saber fazer e para que fazer) 
Princípio do rendimento 
	- consequência dos princípios anteriores
	- êxito no processo educativo
	- êxito na formação prática do educando (planejamento, projeto didático-pedagógico, seleção, acompanhamento, execução e avaliação do estágio)
Contrato de estágio
Características: 
Solene (escrito e termo de compromisso, relatórios de atividade) 
Tripartite (estudante, instituição de ensino e organização concedente). Pacto bilateral implica vínculo de emprego.
*Situação excepcional: art. 9º, parágrafo 1º do EOAB (Lei 8906/1994) – bacharel em direito após conclusão para se preparar para ingresso na ordem.
“§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.”
Tendencialmente oneroso (arts. 12 e 13 da Lei de Estágio) – seguros, descanso anual remunerado, previsão de bolsa.
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. 
§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.
(...)
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. 
§ 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.
§ 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano.
Contrato de estágio
Características (continuação): 
De trato sucessivo (regularidade temporal, frequência escolar e impossibilidade de o estágio começar antes da frequência às aulas na instituição de ensino) 
Subordinativo 
De atividade 
Finalidade da relação de estágio
Contrato de formação educativa. 
“Art. 1º, § 2o  O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.”
Natureza Jurídica do Contrato de Estágio 
Contrato laboral formativo (educativo), voltado à integração 
Contrato de aprendizagem
Conceito (art. 428/CLT). Contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (dezoito) anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação. 
Idade: 14 a 24 anos, salvo aprendiz PCD (art. 428, § 5º). Gera vínculo de emprego.
§ 5o A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes portadores de deficiência
Duração do contrato: prazo máximo de 2 anos, salvo em relação ao PCD. 
Encerra-se, independentemente do prazo, quando o aprendiz faz 24 anos. 
Continuidade do contrato, após o fim da aprendizagem, gera convolação em contrato por prazoindeterminado.
Exceção: “art. 428  § 3o  O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.”
Percentual mínimo. 5% a 15% dos trabalhadores de cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional (exceto microempresas, EPPs e entidades sem fim lucrativo que tenham por objetivo a educação profissional).
Parâmetro é o CBO.
Contrato de aprendizagem
Análise de caso. Aprendizagem e vigilância
Decreto nº 5.598/2005, em seu art. 10, dispõe que as funções que demandam formação profissional são aquelas previstas na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE: 
“Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego”.
Por outro lado, as funções excetuadas encontram-se previstas no § 1º do art. 10: 
“Ficam excluídas da definição do caput deste artigo as funções que demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II e do parágrafo único do art. 62 e do § 2o do art. 224 da CLT”. 
A contratação de aprendizes para atividades segurança privada (vigilância patrimonial, segurança de pessoas físicas e transporte de valores e cargas) está limitada aos jovens entre 21 e 24 anos de idade, pois o art. art. 16, II, da Lei 7.102/83, estabelece a idade mínima de 21 anos para o exercício da função de vigilante.
TRABALHO INTERMITENTE
TRABALHO INTERMITENTE
ORIGEM E CONCEITO
TRABALHO INTERMITENTE (ART. 443, § 3º CLT)
Origem:
Origem remota: Contrato “Zero Hora”: inspiração britânica para o contrato intermitente e Arbeit Auf Abruf (contrato de plantão), criado por meio da “Lei de Promoção do Emprego” em 2003 (Alemanha).
Disciplinado pelo art. 27-A do Employment Rights Act da Inglaterra
Origem próxima: Revisão do Código do Trabalho português (2009).
Prevê a alínea 1 do art. 157, que: “Em empresa que exerça atividade com descontinuidade ou intensidade variável, as partes podem acordar que a prestação de trabalho seja intercalada por um ou mais períodos de inatividade”.
Foco na atividade do empregador, a caracterizar a intermitência laboral do empregado. V.g. Atividades sazonais.
Conceito
Prestação de serviços, com subordinação, não contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador
TRABALHO INTERMITENTE
características E FORMALIDADES
Características:
imprevisibilidade da demanda;
não asseguram um número fixo de horas de trabalho;
funcionário trabalha por demanda, pelo sistema “stand-by time” ou “on-call time”;
 alternância de períodos de trabalho e de inatividade. 
Formalidades ( caput do art. 452-A):
Forma escrita 
Observância do Sal. Min. hora ou PISO hora e indicação expressa do valor da hora de trabalho: contrato deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
TRABALHO INTERMITENTE
CONVOCAÇÃO PRÉVIA E FORFETARIEDADE
Convocação prévia(§1º do art. 452-A).
Pelo empregador - três dias corridos de antecedência. Não há definição legal da forma da convocação.
Empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa (§ 2º). Poderá recusar (§3º).
Caberá a punição da recusa imotivada e/ou silenciosa?
Forfetariedade e a multa do §4º do art. 452-A da CLT
 “Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo”.
E o risco do empreendimento passou a correr para o empregado?
TRABALHO INTERMITENTE
PERÍODOS DE INATIVIDADE
PREVISÃO SOBRE INATIVIDADE - art. 452-A §5º CLT
Inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador
Trabalhador poderá prestar serviços a outros contratantes.
Difere do correlato do art. 160 do Código do Trabalho português: 
durante inatividade, o trabalhador tem direito a uma compensação retributiva em valor estabelecido em instrumento coletivo, ou ausente este, na proporção de 20% da retribuição base
trabalhador, no período de inatividade, pode exercer outra atividade. 
TRABALHO INTERMITENTE
DIREITOS GARANTIDOS
Direitos garantidos (§ 6º) 
Remuneração
Férias com acréscimo de um terço (§ 9º) – “a cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador”
Décimo terceiro salário proporcional; 
Repouso semanal remunerado; 
Adicionais legais, mediante recibo discriminado dos valores pagos (§7º).
FGTS (§ 8º) com base nos valores pagos no período mensal.
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
(parte 1)
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAIS
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO – USO INDISTINTO EM LINGUAGEM COLOQUIAL
FÓRMULA LEGAL: ART. 457 CLT: “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.” 
SALÁRIO É CONTRAPRESTACIONAL – PAGO DIRETAMENTE PELO EMPREGADOR COMO DECORRÊNCIA DO CONTRATO
REMUNERAÇÃO (sentido estrito) – ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS QUE NÃO SE CONFIGURAM CONTRAPRESTAÇÕES AJUSTADAS NEM POR AJUSTE EXPRESSO TAMPOUCO POR AJUSTE TÁCITO
REMUNERAÇÃO= SALÁRIO + GORJETA (VISÃO CLÁSSICA)
REMUNERAÇÃO= SALÁRIO + PRESTAÇÕES NÃO AJUSTADAS SEQUER TACITAMENTE (VISÃO MODERNA)
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAIS
TEORIAS DA TRIPARTIÇÃO E DA BIPARTIÇÃO DAS ESPÉCIES DE RETRIBUIÇÃO DO TRABALHO
TRIPARTIÇÃO (DOUTRINA): 
SALÁRIO, REMUNERAÇÃO E INDENIZAÇÃO (PAGA EM RAZÃO DE DESPESAS REALIZADAS PELO TRABALHADOR EM RAZÃO DO LABOR OU PELA CONDIÇÃO DE TRABALHO DESCONFORTÁVEL OU ARRISCADA )
FORÇA ATRATIVA DO SALÁRIO e TEORIA CIRCULAR
 	Força atrativa do salário – habitualidade – mitigada com a reforma trabalhista (detalhada adiante)
	Efeito expansivo circular do salário - aptidão de produzir repercussões sobre outras parcelas de cunho trabalhista e, até mesmo de outra natureza
V.g. adicional noturno pago habitualmente -integrará o valor da hora noturna - projeção no cálculo de outras verbas salariais, v,g, 13º salário, terço sobre as férias etc., também, no cálculo de determinadas parcelas não salariais (v.g. depósitos de FGTS) e, ainda, no cálculo das contribuições previdenciárias relativas ao respectivo contrato de trabalho. 
Tal efeito não ocorre nas parcelas de natureza não salarial. 
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAIS
TEORIAS DA TRIPARTIÇÃO E DA BIPARTIÇÃO DAS ESPÉCIES DE RETRIBUIÇÃO DO TRABALHO
BIPARTIÇÃO: 
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO (ADICIONAIS ESTARIAM AQUI CONTIDOS)
RESPALDO NA LEI (ART. 457 CLT)
PREFERIDA PELOS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS (SÚMULA 63 TST - A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.)
OBS: CARÁTER ALIMENTAR DO SALÁRIO NÃO SE ESTENDE NA MESMA INTENSIDADE ÀS DEMAIS PARCELAS (REMUNERATÓRIAS)
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAIS
SALÁRIO E A “VIS ATRATIVA”
PRESSUPOSTOS DO SALÁRIO: 
PAGAMENTO DIRETO PELO EMPREGADOR 
ORIGEM CONTRATUAL OU CONTRAPRESTACIONAL
HABITUALIDADE DE VERBA REMUNERATÓRIA: CONVERSÃO EM SALÁRIO (efeito expansionista circular) 
 CONSIDERA-SE QUE A CONVERSÃO SE DÁ POR “AJUSTE TÁCITO”
HABITUALIDADE É INDÍCIO DE CONTRATUALIDADE (TÁCITA). 
NADA IMPEDE QUE OUTROS INDÍCIOS PERMITAM A VERIFICAÇÃO DA NATUREZA SALARIAL DE UMA PARCELA
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAISO SALÁRIO MÍNIMO (ART. 7º, IV, CF/1988)
Art. 7º, IV cf/1988
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
Adi 1458-7-df (REL. celso de mello) – reconhecimento formal de inconstitucionalidade de lei que fixara aumento do salário mínimo e remessa ao poder correspondente – art. 103, par. 2º cf/1988 (§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.)
Súmula vinculante 4 e súmula 228 tst 
Sumula Vinculante n. 4 stf- Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
SUM. 228 TST – BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO  (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008. SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
RC 6266 – 0/DF – proposta pela CNI – responsável pela suspensão da súmula 228 tst.
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. NOÇÕES GERAIS
SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL. PISO SALARIAL
ART. 7º , V, CF/1988 – “V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho”; 
CRITÉRIOS: COMPLEXIDADE E EXTENSÃO DO TRABALHO
SOMENTE LEI OU NORMA COLETIVA?
ANTES DA CF/1988 – SÓ AUTORIZAVA PISO SALARIAL POR NORMA COLETIVA QUANDO A LEI AUTORIZASSE – HOJE É POSSÍVEL PISO FIXADO POR NORMA COLETIVA.
FIXADOS EM LEI. ALGUNS EXEMPLOS:
LEI 3999/1961 – MÉDICOS, DENTISTAS E AUXILIARES
LEI 4950-A/1966 – ENGENHEIROS, QUÍMICOS ETC.
OJ-SDI2-71 AÇÃO RESCISÓRIA. SALÁRIO PROFISSIONAL. FIXAÇÃO. MÚLTIPLO DE SALÁRIO MÍNIMO. ART. 7º, IV, DA CF/88. (Nova redação - DJ 22.11.04) A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido preceito constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo. 
SALÁRIO. CARACTERÍSTICAS
ALIMENTARIEDADE
Projeção de vida. Proteção contra credores do empregador/ contra abusos do empregador e contra credores/imprevidência do empregado
Característica mais relevante. Dela derivam as demais.
FORFETARIEDADE (não se vincula ao resultado obtido pela empresa)
Risco do empreendimento é irrelevante
Fluidez de mercado não alcança trabalhador
INDISPONIBILIDADE – insuscetível de renúncia ou transação prejudicial ao trabalhador
IRREDUTIBILIDADE (salvo negociação coletiva – art. 7º, VI CF). A MP 936.2020??!!!
PERIODICIDADE (trato sucessivo – art. 489 CLT – máximo de 1 mês)
SALÁRIO. CARACTERÍSTICAS
CONTINUIDADE
NATUREZA COMPOSTA (complexo salarial)
TENDÊNCIA À DETERMINAÇÃO HETERÔNOMA – influências externas (v.g. lei etc.)
PÓS-NUMERAÇÃO (CONTRAPRESTAÇÃO).
Exceção: utilidades – fornecidas ao longo do mês de referência.
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
MEIO DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Salário em espécie (dinheiro)
Salário em utilidade 
Salário em espécie (dinheiro)
A prestação do salário em espécie é paga obrigatoriamente em moeda corrente do país (art. 463 CLT), sob pena de ser considerado não pago (art. 463, par. único).
Se estipulado em moeda corrente estrangeira, pagamento será convertido pelo cambio do dia (entendimento jurisprudencial)
Proteção ao trabalhador - evitar a incerteza quanto à oscilação da taxa cambial.
Exceção: contratação de técnicos estrangeiros domiciliados ou residentes no exterior para execução de serviços no Brasil em caráter provisório (art. 1º DL 691/1969 – “Art 1º Os contratos de técnicos estrangeiros domiciliados ou residentes no exterior, para execução, no Brasil, de serviços especializados, em caráter provisório, com estipulação de salários em moeda estrangeira, serão, obrigatoriamente, celebrados por prazo determinado e prorrogáveis sempre a termo certo...”)
Mínimo de 30% - interpretação sistemática (previsão contida no art. 82, parágrafo único, CLT – “O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona”. )
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Salário em utilidade (salário in natura) – art. 458 e inc. I a VI da CLT
Pagamento salarial feito pelo empregador ao seu empregado mediante o fornecimento de bens de valor econômico.
Tais utilidades integram o salário do trabalhador, servindo de base de cálculo para horas extras, férias, 13º salário, FGTS, dentre outros títulos trabalhistas. 
Requisitos para haver salário in natura: 
Habitualidade: prestação fornecida com habitualidade, por força do contrato ou do costume. - art. 458 CLT. 
Gratuidade: a prestação fornecida é feita de forma gratuita ao empregado, não havendo qualquer tipo de cobrança (jurisprudência).
Finalidade retributiva (critério finalístico/teleológico): deve ser entregue pelo trabalho e não para o trabalho (requisito construído pela jurisprudência). 
OBS: caráter não nocivo e não configuração como medida substitutiva de serviço do Estado são outras características do salário utilidade.
SÚMULA Nº 367 - I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. 
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Salário em utilidade (salário in natura) – art. 458, I a VI CLT
Parcelas in natura integrantes do salário do empregado
Alimentação, habitação, vestuário ou outras que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. – art. 458, § 3º da CLT 
Habitação: até 25% do salário contratual (se habitação coletiva, fração ideal - art. 458, § 4º CLT )
Alimentação: até 20% do salário contratual
No setor rural: 25% de alimentação e 20% de moradia sobre o salário mínimo(art. 9º, Lei 5889/1973 – contratação expressa – par. 1º )
Doméstico (LC 150/2015): 
Art. 18.  É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. 
DESCONTOS AUTORIZADOS: 
§ 1o  É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% do salário. 
§ 2o  Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. 
§ 3o  As despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. 
§ 4o  O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na própria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza, não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia. 
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Utilidades fornecidas pelo empregador que não integram o salário (art.458, § 2ºCLT). Medidas que compensam deficiência de serviço público não são salário (incisos II a VI).
I – vestuários,equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço (vide finalidade retributiva)
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.  
Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.  
CIGARROS: Sum. 367 TST - II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
PASSAGENS EMPRESAS AÉREAS – SALÁRIO UTILIDADE
RECURSO DE REVISTA. [...] SALÁRIO IN NATURA. PASSAGENS AÉREAS. O TRT consignou que não foi comprovado nos autos o pagamento pela reclamante de 10% do valor das passagens concedidas. Assim, não há como se afastar a conclusão de que eram concedidas gratuitamente, como forma de remunerá-la de maneira diferenciada. Decisão contrária, nesse particular, demandaria o reexame de fatos e provas, o que é vedado pela Súmula nº 126 do TST. Recurso de revista de que não se conhece. [...]” (TST-RR-22400-08.2007.5.02.0058, 5ª Turma, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, DEJT de 16/03/2012).
EXECUTIVO – CARRO DE LUXO USADO PARA O TRABALHO– SÚMULA 367 – NÃO É SALÁRIO UTILIDADE
III - RECURSO DE REVISTA. INTEGRAÇÃO DA UTILIDADE. SALÁRIO IN NATURA. FORNECIMENTO DE VEÍCULO PARA O TRABALHO E USO PARTICULAR. Em relação ao salário in natura, o artigo 458 da CLT, com a interpretação adotada pela Súmula 367 do TST, diferencia o fornecimento da utilidade com a contraprestação pelo trabalho e para o trabalho. No presente caso, a situação amolda-se à segunda hipótese. Conforme se denota do quadro fático delineado pelo Tribunal Regional, o veículo fornecido pela empresa era imprescindível para o trabalho, não obstante pudesse também ser utilizado pelo empregado para fins particulares. Esse entendimento acerca da matéria já se encontra pacificado nesta Corte por meio da Súmula 367, I, do TST. Dessa forma, a decisão do e. Tribunal Regional contraria a Súmula 367 do TST. Recurso de revista conhecido por contrariedade à Súmula 367, do TST e provido. (TST, 3ª TURMA, RR - 11589-93.2014.5.15.0021, Rel. Min. Agra Belmonte)
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
Parte 2
PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO. COMISSÕES 
Dispõe o art. 457, § 1 º da CLT: “Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.”
 a) – COMISSÕES: retribuições financeiras pagas ao empregado sobre os negócios que efetua (sem interferência do lucro). V.g. comissão de R$ 10,00 por unidade vendida.
Pode ser em percentual ou valor fixo.
Tipos: 
Direta – resulta de transação realizada pelo empregado pessoalmente.
Indireta – quando o empregado apenas concorre mediata ou remotamente para a transação. V.g. Chefes de venda por transações de seus subordinados
OBS: se o parâmetro para percepção da verba for a avaliação do desempenho do empregado, não será comissão, mas PRÊMIO.
Possível a contratação de empregados de salário apenas comissão - empregador é obrigado a garantir o salário mínimo ou o piso salarial, conforme o caso, quando as comissões não atingirem esse valor.
PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO. COMISSÕES 
PAGAMENTO EXIGÍVEL APENAS QUANDO ULTIMADA A TRANSAÇÃO (ART. 466 CLT) 
Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.
§ 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.
§ 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo.
PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO. GRATIFICAÇÕES LEGAIS
b) – GRATIFICAÇÕES LEGAIS:
 Gratificações são liberalidades do empregador. Gesto de agradecimento. Em geral, por alguma atitude meritória.
Gratificações legais: aquelas disciplinadas na própria lei celetista, tais como gratificação de função (bancário – art. 224, § 2º; art. 62, II, par. único – encargo de gestão) decorrente de promoção e outros
Contradição do termo: não se paga por contrato ou imposição de lei – nesse caso, é salário.
A HABITUALIDADE: 
Súmula 207. STF. As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário. 
SÚMULA 152. TST. GRATIFICAÇÃO. AJUSTE TÁCITO. O fato de constar do recibo de pagamento de gratificação o caráter de liberalidade não basta, por si só, para excluir a existência de ajuste tácito
PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO. GRATIFICAÇÕES LEGAIS
b) – GRATIFICAÇÕES LEGAIS DE FUNÇÃO. UM PROBLEMA:
 Art. 468, § 2o CLT:  A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. 
Sendo a gratificação de função (legal) salário, é constitucional a alteração do art. 468 § 2o da CLT ?
Art. 7º CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
OU
Súmula nº 372 do TST. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES
I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. 
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. 
PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO. 
Art. 457, § 2o CLT -  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. 
(remuneração para fins previdenciários – daí não haver diferença – NESTE PONTO – salário e remuneração). ESTÍMULO PARA FIXAÇÃO SEM REFLEXOS NOS ENCARGOS SOCIAIS
AJUDA DE CUSTO (art. 470 CLT):
- Indenização de caráter reparatório 
Quantia que a empresa repassa ao seu funcionário com o objetivo de ressarcir os gastos causados por uma mudança do seu lugar/localidade de trabalho.
OBS: jurisprudência admite ajuda de custo para despesas com telefonia, combustível, ferramentas etc. COVID e ajudas de custo.
PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO. 
Art. 457, § 2o CLT -  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO:
Alimentação concedida por meio de tickets ou in natura deixa de ter natureza salarial, ainda que o empregador não tenha aderido ao PAT (programa de alimentação do trabalhador).
tíquete, vale ou cartão refeição/alimentação deixam de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária
Súmula nº 241 do TST (fadada ao cancelamento). SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO.O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.
Se pago em dinheiro, será salário. 
PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO. 
Art. 457, § 2o CLT -  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação,vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
DIÁRIA PARA VIAGEM:
Conceito. valor pago pelo empregador ao empregado para custeio de despesas decorrentes do exercício de atividades fora da sede da empresa, como deslocamento, alimentação e hospedagem, por exemplo.
PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO. 
Art. 457, § 2o CLT -  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
PRÊMIO (prêmio produção/desempenho):
Conceito. Art. 457, § 4o  Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.   
Prêmio assiduidade ou prêmio antiguidade (haveria redução salarial). Vide art. 7º, VI, CF/1988 – irredutibilidade salarial.
Assiduidade e antiguidade são condições que não possuem caráter variável (como o desempenho)
PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO. 
Art. 457, § 2o CLT -  As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
ABONO:
Expressão polissêmica.
O abono é uma verba paga ao empregado que decorre de um ato de liberalidade do empregador. 
Geralmente é pago em parcela única, sem que exista um motivo determinante específico para tal acréscimo.
Pode servir para compensar um reajuste salarial não concedido ou para complementá-lo, quando insuficiente (em negociação coletiva). Ou, ainda, pode funcionar como adiantamento.
O abono pecuniário de férias, resultante da conversão de 1/3 do período de gozo de férias em dinheiro, previsto pelo art. 143 da Consolidação das Leis do Trabalho, também não é considerado parcela de natureza salarial.
Da mesma forma, o abono do PIS (valor máximo de 1 (um) salário-mínimo vigente na data do respectivo pagamento), regulamentado pelo art. 9º da Lei nº 7.998/90, pago pelo governo federal com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. 
Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS há pelo menos cinco anos e que tenha trabalhado formalmente por pelo menos 30 dias no ano base, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos.
SALÁRIO BASE E COMPLEMENTOS SALARIAIS 
SALÁRIO BASE – parte essencial fixada por unidade de tempo ou obra (sempre fixo).
FINALIDADE: remunerar o trabalho em seu estado puro. Não se consideram aspectos extraordinários ou atípicos do trabalho
FUNCIONA COMO BASE DE CÁLCULO PARA PAGAMENTO DE CERTAS VERBAS:
	criadas por normas coletivas
	adicional de periculosidade - 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa (salário base).
COMPLEMENTOS SALARIAIS. CARACTERÍSTICAS:
	acessoriedade
	periodicidade específica
	plurinormatividade e multicausalidade
	condicionalidade
COMPLEMENTOS SALARIAIS 
ACESSORIEDADE
Devem sempre se somar ao salário base.
Jurisprudência admite que o salário mínimo/pisos salariais sejam tomados, levando em conta salário base e complementos salariais.
Súmula vinculante STF 16: “Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.”
OJ SDI-1 272 TST: Salário mínimo. Salário-base inferior. Diferenças. Indevidas. “A verificação do respeito ao direito ao salário-mínimo não se apura pelo confronto isolado do salário-base com o mínimo legal, mas deste com a soma de todas as parcelas de natureza salarial recebidas pelo empregado diretamente do empregador.”
ANÁLISE CRÍTICA DA JURISPRUDÊNCIA. 
COMPLEMENTOS SALARIAIS 
PERIODICIDADE DOS COMPLEMENTOS SALARIAIS
Comportam periodicidade diferente da mensal (pode ser diversa da periodicidade salarial)
V.g. Gratificação semestral, comissões trimestrais etc.
MULTICAUSALIDADE E PLURINORMATIVIDADE
Muitas causas para os complementos salariais (negócios efetuados etc.)
Direito do trabalho afastado do monismo estatal (previstos várias vezes em normas coletivas ou múltiplas normas heterônomas)
COMPLEMENTOS SALARIAIS 
CONDICIONALIDADE
Manutenção dos complementos está condicionada à continuação da ordem dos fatos, da causa que a gerou.
Interesses antagônicos: eliminar desconforto físico/risco versus desestímulo para empregador efetuar melhorias. 
Caráter condicional (exemplos): Súmulas 265 (adicional noturno), 291 (horas extras) e art. 191 CLT (neutralização e eliminação da insalubridade)
S. 265 TST (adicional noturno): A transferência para o período diurno de trabalho implica na perda do direito ao adicional noturno.
S. 291 TST (hora extra): A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.
ISONOMIA SALARIAL - EQUIPARAÇÃO SALARIAL
ORIGEM REMOTA: PRINCÍPIO DA IGUALDADE DE SALÁRIO (todo trabalho igual corresponderá um salário igual, sem qualquer distinção). Vertente omissiva: vedação à discriminação.
DENOMINAÇÕES:
EQUIPARANDO (empregado que quer equiparação)
PARADIGMA/MODELO OU ESPELHO (em face de quem se busca a equiparação)
PARAGONADOS OU EQUIPARADOS (ambos)
ISONOMIA SALARIAL - EQUIPARAÇÃO SALARIAL
REQUISITOS:
A ) Idêntica função
Identidade não depende da nomenclatura dos cargos (primazia da realidade)
Função= conjunto de tarefas + atribuições + poderes + atos materiais concretos
Súmula 6, item III: “A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação”.
B ) identidade de empregador
Responsabilidade dual dos integrantes do grupo econômico. Súmula 129 TST
Súmula nº 129 TST: “A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”.
ISONOMIA SALARIAL - EQUIPARAÇÃO SALARIAL
REQUISITOS:
C ) no mesmo estabelecimento empresarial (ANTES: Na mesma localidade)
Os empregados precisam trabalhar, necessariamente, no mesmo estabelecimento. 
Art. 1142 CC - estabelecimento é “todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. 
Estabelecimento visto como uma unidade absolutamente autônoma, dissociada da empresa da qual é mera manifestação física
Razões da mudança de critério: 
diferença de dimensões dos estabelecimentos, ou de movimentação financeira dos mesmos, ou de clientes atendidos ou maior ou menor rentabilidade pela posição geográfica que ocupe dentro da cidade.
A situação dos vendedores externos vinculados a um só estabelecimento
A base municipal. Um problema?
EQUIPARAÇÃO SALARIAL - REQUISITOS
D) SIMULTANEIDADE NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES (CONTEMPORANEIDADE)
VEDADA EQUIPARAÇÃO EM CASCATA (Art. 461. § 5o  A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtidoa vantagem em ação judicial própria.)
FATOS QUE MODIFICAM/IMPEDEM A EQUIPARAÇÃO
Art. 461 § 1o  Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, 
1. DIFERENÇA DE PRODUTIVIDADE
PRODUÇÃO (VALOR ABSOLUTO)
PRODUTIVIDADE: ÍNDICE DE INTENSIDADE LABORATIVA DO TRABALHADOR EM DETERMINADO TEMPO (VALOR RELATIVO)
2. DIFERENÇA DE PERFEIÇÃO TÉCNICA
CRITÉRIO QUALITATIVO DE AFERIÇÃO DO TRABALHO
FATOS QUE IMPEDEM A EQUIPARAÇÃO
Art. 461 § 1o  Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. 
3. Diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. 
4. Quadro de Carreira (art. 461, § 2o e § 3o ) ou plano de cargos e salários
  Não mais se exige o requisito formal administrativo (homologação no antigo MTE)
Promoções horizontais (dentro da mesma categoria ou classe) e verticais (deslocamento para categoria ou classe superior – ascensão funcional)
§ 2o  Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.                    
§ 3o  No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.     
FATOS QUE IMPEDEM A EQUIPARAÇÃO
Empregado readaptado não pode ser paradigma
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.  
A razão de ser da norma
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
Súmula 6 do TST - VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. 
Análise de casos práticos
EQUIPARAÇÃO COM ESTRANGEIRO
REGRA ESPECIAL
Art. 358 - Nenhuma empresa, ainda que não sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a brasileiro que exerça função análoga, a juízo do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao deste, excetuando-se os casos seguintes:
a) quando, nos estabelecimentos que não tenham quadros de empregados organizados em carreira, o brasileiro contar menos de 2 (dois) anos de serviço, e o estrangeiro mais de 2 (dois) anos;
b) quando, mediante aprovação do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, houver quadro organizado em carreira em que seja garantido o acesso por antiguidade;
c) quando o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente, e não o for o estrangeiro;
d) quando a remuneração resultar de maior produção, para os que trabalham à comissão ou por tarefa.
Parágrafo único - Nos casos de falta ou cessação de serviço, a dispensa do empregado estrangeiro deve preceder à de brasileiro que exerça função análoga.
EXCEÇÃO À REGRA: 
Art. 353 - Equiparam-se aos brasileiros, para os fins deste Capítulo, ressalvado o exercício de profissões reservadas aos brasileiros natos ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, residindo no País há mais de dez anos, tenham cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses.   
PROTEÇÃO DO SALÁRIO
CONTRA OS ABUSOS DO EMPREGADOR
PROTEÇÃO DO VALOR
SALÁRIO MÍNIMO (NACIONAL, PISO SALARIAL E SALÁRIO PROFISSIONAL)
PROPORCIONALIDADE: OJ 358 SDI 1: SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO 
I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.
II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
PAGAMENTO EM MOEDA CORRENTE (ART. 463 CLT) – VIÁVEL A INDEXAÇÃO EM MOEDA ESTRANGEIRA SE PAGAMENTO FOR EM MOEDA NACIONAL. EXCEÇÕES: EMPREGADOS EM CARÁTER TRANSITÓRIO NO PAÍS
IRREDUTIBILIDADE SALARIAL (ART. 462)
VEDADA A REDUÇÃO NOMINAL, SALVO NEGOCIAÇÃO COLETIVA (ART. 7º, VI CF/88)
REDUÇÕES INDIRETAS (DA JORNADA OU DO SERVIÇO COM REPERCUSSÃO SALARIAL) OU DIRETAS SÃO GERADORAS DE JUSTA CAUSA COMETIDA PELO EMPREGADOR
PROIBIÇÃO DO TRUCK SYSTEM (ART. 462, § 2)
§ 2º -   É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços.
SERVIDÃO POR DÍVIDAS E TRABALHO ESCRAVO
PROTEÇÃO DO SALÁRIO
CONTRA OS ABUSOS DO EMPREGADOR
PROTEÇÃO DA NATUREZA/FORMA DE PAGAMENTO – INALTERABILIDADE DA FORMA DE PAGAMENTO (ART. 468) – V.G. SALÁRIO FIXO POR VARIÁVEL ETC.
PROTEÇÃO DA ÉPOCA E LUGAR DO PAGAMENTO
PERIODICIDADE MÁXIMA – UM MÊS (ART. 459 CLT)
pagamento em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária (ART. 465 CLT)
PAGAMENTO INCONTROVERSO NA AUDIÊNCIA TRABALHISTA (EM CASO DE TERMINAÇÃO – ART. 467 CLT) – 50% parcela incontroversa
PAGAMENTO ATÉ O 5º DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQUENTE AO VENCIDO (ART. 459, § 1º )
PROTEÇÃO DA CERTEZA DO PAGAMENTO
PAGAMENTO CONTRA RECIBO 
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
 Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho. 
PROTEÇÃO DO SALÁRIO
CONTRA A IMPREVIDÊNCIA E OS CREDORES DO EMPREGADO 
PROIBIÇÃO DE CESSÃO DO CRÉDITO SALARIAL (PAGO DIRETAMENTE AO EMPREGADO – ART. 464 CLT) E ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
EXCEÇÃO: Descontos, empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil - Lei nº 10.820/03 
empregados regidos pela CLT podem autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folha de pagamento de valores referentes a pagamento de empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto no respectivo contrato.
A autorização determinada na lei encontra amparo no art. 462 da CLT, que, ao disciplinar sobre os descontos salariais, permite aqueles decorrentes de lei.
O art. 3º do Decreto nº 4.840/03 - a autorização para a efetivação dos descontos permitidos observará, para cada mutuário, os seguintes limites:
a) a soma destas prestações (descontos) não poderá exceder a 30% da remuneração disponível; e
b) o total das consignações voluntárias não poderá exceder a 40% da remuneração disponível.
PROTEÇÃO DO SALÁRIO
IMPENHORABILIDADE DO SALÁRIO
Art. 833 CPC. São impenhoráveis: IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações (...)
LIMITAÇÃO AOS DESCONTOS
Descontos e art. 462 CLT
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
PROTEÇÃO DO SALÁRIO
CONTRA OS CREDORES DO EMPREGADOR
PRIVILÉGIO GERAL DO CRÉDITO TRABALHISTA (ART. 449 CLT)
 Art. 449 - Osdireitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. 
Falência: art. 83, I, lei 11.101/2005
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; 
Concordata substituída por recuperação judicial e extrajudicial
Recuperação extrajudicial não afeta direitos trabalhistas e acidentários
Recuperação judicial pode afetar direitos trabalhistas (v.g. art. 50, VIII lei 11101/2005)
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; 
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
(parte 3)
GORJETA E GUELTAS
GORJETAS
CONCEITO. 
DOUTRINA - quantia paga por terceiros ao empregado como forma de agradecimento pela qualidade do serviço por ele prestado ou diante da exigência da empresa.
LEGAL - 457, § 3º, da CLT: Art. 457. § 3º. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados.
ESPÉCIES DE GORJETA
Direta e a indireta. 
Direta/não controlada - importância paga espontânea e diretamente pelo cliente ao empregado
Indireta/controlada - pagamento feito pelo cliente e constante da nota de serviços apresentada pela empresa, que depois é distribuída aos seus empregados.
GORJETA E GUELTAS
GORJETAS
NATUREZA JURÍDICA: REMUNERATÓRIA - possuem natureza contraprestativa e podem ser pagas com habitualidade. Porém, não são pagas pelo empregador, e sim pelo cliente do estabelecimento.
MUDANÇA DE PERSPECTIVA DA GORJETA PARA FINS DE REPERCUSSÃO EM OUTRAS PARCELAS
SÚMULA 290 (CANCELADA) VERSUS SÚMULA 354
TST. Súmula nº 290. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. AUSÊNCIA DE DISTINÇÃO QUANTO À FORMA DE RECEBIMENTO – CANCELADO. As gorjetas, sejam cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado.
TST. Súmula nº 354. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES – REVISÃO DO ENUNCIADO Nº 290 – RES. 23/1988, DJ 24.03.1988. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
REFLEXOS NO CONCEITO DE REMUNERAÇÃO. ALARGAMENTO DA DISTINÇÃO ENTRE SALÁRIO (CONTRATUAL PELO EMPREGADOR) E REMUNERAÇÃO = SALÁRIO + PRESTAÇÕES NÃO AJUSTADAS SEQUER TACITAMENTE (VISÃO MODERNA)
GORJETA E GUELTAS
GUELTAS
CONCEITO. São gratificações ou prêmios pagos com habitualidade por terceiro (normalmente um distribuidor ou fornecedor) aos empregados de uma empresa, com a anuência do empregador no exercício de sua atividade-fim. 
FINALIDADE: aumento das vendas de certos produtos e/ou serviços oferecidos pelo terceiro através de um incentivo financeiro concedido ao trabalhador.
Ex: valor pago pelas seguradoras aos vendedores de automóveis quando da indicação e negociação de seus serviços de seguro através do empregado da concessionária de veículos.
GORJETA E GUELTAS
GUELTAS
NATUREZA JURÍDICA: CONTROVERTIDA
1ª corrente - mera relação entre empregado e terceiro, inexistindo qualquer relação entre o empregador e o seu pagamento. 
2ª corrente - relação entre terceiro e empregador, sendo o empregado apenas o executor dentro do contrato de emprego. Aproximação com a gorjeta
POSIÇÃO PREDOMINANTE: Gueltas teriam natureza remuneratória como as gorjetas (art. 457 da CLT) e refletiriam na base de cálculo de algumas verbas salariais (13º salário, férias, FGTS), como dispõe de forma análoga a Súmula 354 do TST. Feição retributiva, ainda que pagas por terceiro. 
RECURSO DE REVISTA -GUELTAS. Esta Corte tem se posicionado no sentido de que, a parcela denominada gueltas equipara-se às gorjetas, uma vez que pagas por terceiros, e com habitualidade, como vantagem pecuniária a título de incentivo ao empregado, impondo-se a aplicação por analogia do entendimento exarado na Súmula nº 354 deste Tribunal Superior. Recurso de revista de que se conhece parcialmente e a que se dá provimento parcial. (TST – RR 0035900-87.2009.5.13.0012 – Sétima Turma; DEJT 25/05/2012, Rel. Min. Pedro Paulo Manus).
ADICIONAIS. NOÇÕES GERAIS
CONCEITO - parcela paga pelo empregador ao empregado quando a prestação do serviço ocorre em condição mais gravosa à sua saúde ou integridade física. 
FUNDAMENTO - evitar a prestação de serviços nestas condições, já que implicará pagamento maior pelo empregador; 
Dependem da habitualidade para a produção do efeito expansionista circular (S. 60, TST); 
S. 60 - ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO. I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. 
SALÁRIO CONDIÇÃO - S. 265 do TST - os adicionais compulsórios possuem caráter salarial mas não se incorporam ao salário dos empregados. Assim, podem ser suprimidos se desaparecerem as suas causas . 
Súmula nº 265 do TST. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO. A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.
INDENIZAÇÃO PELA SUPRESSÃO NO CASO DA HORA EXTRA: S. 291 do TST. 
Súmula nº 291 do TST. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO.  (nova redação em decorrência do julgamento do processo TST-IUJERR 10700-45.2007.5.22.0101). A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ADICIONAIS
Legais 
1. Abrangentes: atingem a qualquer tipo de empregado. São eles: Adicionais de insalubridade (art. 192, CLT), periculosidade (art. 193, CLT), penosidade (art. 7o, XXIII, CR/88), transferência (art. 469, CLT), serviço extraordinário (art. 7o, XVI, CR/88) e noturno (art. 73, CLT); 
2. Restritos: aplicáveis apenas a determinados trabalhadores como é o caso dos vendedores (Lei 3.207/57 – art. 8º ) e dos radialistas (Lei 6.615/78 – art. 4º, c/c art. 13); 
VENDEDOR - Art 8º (Lei 3207/57) Quando for prestado serviço de inspeção e fiscalização pelo empregado vendedor, ficará a empresa vendedora obrigada ao pagamento adicional de 1/10 (um décimo) da remuneração atribuída ao mesmo.
RADIALISTA - Art 4º - A profissão de Radialista compreende as seguintes atividades: 
I - Administração; 
II - Produção; 
III - Técnica. 
§ 1º - As atividades de administração compreendem somente as especializadas, peculiares às empresas de radiodifusão. 
§ 2º - As atividades de produção se subdividem nos seguintes setores: 
a) autoria; b) direção; c) produção; d) interpretação; e) dublagem; f) locução g) caracterização; h) cenografia. 
§ 3º - As atividades técnicas se subdividem nos seguintes setores: 
a) direção; b) tratamento e registros sonoros; c) tratamento e registros visuais; d) montagem e arquivamento; e) transmissão de sons e imagens; f) revelação e Copiagem de filmes; g) artes plásticas e animação de desenhos e objetos; h) manutenção técnica. 
 
Art 13 - Na hipótese de exercício de funções acumuladas dentro de um mesmo setor em que se desdobram as atividades mencionadas no art. 4º,será assegurado ao Radialista um adicional mínimo de: 
 I - 40% pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou superior a 10 (dez) quilowatts e, nas empresas equiparadas segundo o parágrafo único do art. 3º; 
 II - 20%, pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência inferior a 10 (dez) quilowatts e, superior a 1 (um) quilowatt; 
 III - 10%, pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou inferior a 1 (um) quilowatt. 
. Convencionais 
Derivam de ACT/CCT, regulamentos empresariais ou acordos individuais. 
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
I - Adicional de Insalubridade: 
a. Condição: exercício de atividade em condições insalubres, acima dos limites fixados pelo MTb* em Portarias publicadas no DOU (Art. 192, CLT). 
b. Reclassificação/descaracterização da atividade: faz com que o empregado perca o direito ao adicional (S. 248 do TST). 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO.A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial. 
c. Atividade intermitente: S. 47 do TST 
INSALUBRIDADE .O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
I - Adicional de Insalubridade: 
d. Equipamento de Proteção Individual: S. 80 e 289 do TST. 
80. INSALUBRIDADE .A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional.
289. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO . O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.
e. Graus: Mínimo (10%), Médio (20%) e Máximo (40%) 
f. Base de Cálculo: salário mínimo (192 da CLT), salvo negociação coletiva que disponha de forma diversa(s. 228 do TST) 
Súmula nº 228 do TST. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO . SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - . A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
I - Adicional de Insalubridade: 
g. Perícia: obrigatória (195 da CLT e OJ 165, TST). 
OJ-SDI1-165    PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT. O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.
h. Pedido: S. 293 do TST. 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL . A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
i. Caráter salarial: s. 139, TST.  
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE . Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
I - Adicional de Insalubridade: 
j. Cumulação: não pode ser cumulado com o adicional de periculosidade, paga-se ao empregado o financeiramente mais benéfico. (art. 193, parágrafo 2o da CLT).
Tema de recurso repetitivo 17:
Decisão: por maioria, fixar, para o Tema Repetitivo nº 17, tese jurídica (arts. 896-C da CLT, 927, III, do CPC e 3º, XXIII, da Instrução Normativa nº 39/2015 do TST), nos seguintes termos: O art. 193, § 2º, da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal e veda a cumulação dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, ainda que decorrentes de fatos geradores distintos e autônomos... 
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
I - Adicional de Insalubridade: 
k. Curiosidades: raios solares (OJ 173) e Lixo urbano (OJ 4) 
 OJ-SDI1-4    ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO. (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 170 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. 
OJ-SDI1-173    ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO. Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
II - Adicional de periculosidade: 
a. Condição: exercício de atividades em contato com inflamáveis e explosivos (193 da CLT), material radioativo ionizante (art. 200, VI da CLT e OJ 345, TST) e energia elétrica (Lei 7.369/85). Também incide aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
OJ-SDI1-345    ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA RADIOATIVA. DEVIDO. A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial (Portarias do Ministério do Trabalho nºs 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003),  ao reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação legislativa contida no art. 200, caput, e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria nº 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
II - Adicional de periculosidade: 
a. Condição:
Tema repetitivo 10 (TST)
Decisão: por maioria, com base no art. 896-C da CLT, fixar, para o Tema Repetitivo nº 10, teses jurídicas de observância obrigatória (art. 927 do CPC), nos seguintes termos: I - a Portaria MTE nº 595/2015 e sua nota explicativa não padecem de inconstitucionalidade ou ilegalidade. II - não é devido o adicional de periculosidade a trabalhador que, sem operar o equipamento móvel de Raios X, permaneça, habitual, intermitente ou eventualmente, nas áreas de seu uso. III - os efeitos da Portaria nº 595/2015 do Ministério do Trabalho alcançam as situações anteriores à data de sua publicação.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
II - Adicional de periculosidade: 
b. Intermitência: adicional integral (S. 364, TST). 
Súmula nº 364 do TST. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE . I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurançado trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT).
c. Eletricitários (s. 361 – intermitência) 
S. 361 do TST. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE . O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, porque a Lei nº 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma proporcionalidade em relação ao seu pagamento.
ADICIONAIS LEGAIS (ESPÉCIES)
II - Adicional de periculosidade: 
d. Perícia: obrigatória. (exceção: frentista de posto de gasolina – En. 39, TST).
Súmula nº 39 do TST. PERICULOSIDADE. Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade
e. Base de cálculo: salário base do empregado, exceto para eletricitários, cuja base de cálculo é o somatório das parcelas salariais (s. 191 do TST). 
S. nº 191. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO . 
I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais.
II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico.
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT. 
f. Percentual: 30%.

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