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7º SEMESTRE G.O 1 Sangramento da primeira metade da gestação Caso Clínico - BCS, 27 anos, casada, maquiadora. - Atraso menstrual de 7 semanas. Teste de farmácia positivo. - Sangramento vaginal há 1 hora com cólica em hipogástrio. - Sem comorbidades. Hipóteses: - Abortamento - Gravidez ectópica - Doença trofoblástica gestacional Exame físico: - BEG, corada, hidratada, afebril, eupneica - PA=105x65mmHg FC=78bpm - Abdome flácido, indolor, ruídos hidroaéreos presentes - Especular: pequena quantidade de sangue coletado, sem sangramento ativo pelo orifício externo do colo - Toque vaginal: colo amolecido, impérvio, indolor; útero de tamanho compatível com atraso menstrual, anexos livres. Exames Complementares: Beta – HCG +/USG – TV - Saco gestacional regular - Idade gestacional compatível com 7 semanas - BCF regular = 124bpm - Área de descolamento ovular < 40% do diâmetro do saco gestacional HD: ameaça de abortamento Abortamento (AB) OMS à Interrupção da gravidez antes de atingida a viabilidade: o < 20 semanas o < 500g ou < 16,5cm Complicação mais frequente da gravidez o 1 em cada 4 mulheres terá 1 Ab espontâneo na vida 4º causa de mortalidade materna no Brasil (≠ países desenvolvidos) Complicação de Ab = 3º causa de ocupação de leitos obstétricos no Brasil Classificação Quanto à cronologia - Precoce (80%) o ≤ 12 semanas - Tardio o 13a – 20a semana Quanto à intenção - Espontâneo o Sem intervenção externa o Doenças da mãe ou anormalidades do embrião / feto 7º SEMESTRE G.O 2 - Provocado o Intervenção externa e intencional - Seguro x Inseguro Abortamento espontâneo Clinicamente reconhecido na população geral: 10-15% Alta sensibilidade do beta-HCG - aumento magnitude da perda gestacional após implantação (atraso seguido de “menstruação” aumento) o 60 - 75% dos ovos fertilizados são abortados FATORES DE RISCO o Idade materna (> 35 anos) o Número de Ab anteriores CAUSAS: o Anormalidades cromossômicas (50- 80%) o Doenças maternas Abortamento provocado - 1 milhão / ano no Brasil o Maioria de forma insegura o Custo: 30 milhões de reais / ano (SUS) - 22% brasileiras de 35-39 anos residentes em áreas urbanas já provocaram aborto o < Nível de escolaridade o Independente de religião - Questão de saúde pública - ausência de julgamentos Formas clínicas do abortamento - Ab evitável ou ameaça de Ab - Ab inevitável - Ab completo - Ab incompleto - Ab retido - Ab infectado - Ab habitual - Quadros diferentes, condutas diferentes. Ameaça de abortamento - Existem perspectivas quanto à evolução da gravidez - Clínica: o Sangramento (pequeno) + dor (cólicas leves) o Sangue coletado ou pequeno sangramento ativo o Colo impérvio o Útero compatível com o atraso USG-TV: o saco gestacional regular o BCF regular > 100bpm o área de descolamento ovular (< 40-50% do Ø do saco gestacional) Conduta: expectante - sintomáticos, orientações o não requer internação o repouso relativo e abstinência sexual durante a perda sanguínea o retornar se aumento sangramento (metade acaba evoluindo para Ab) 7º SEMESTRE G.O 3 Bradicardia fetal <100bpm e hematomas subcoriônicos grandes estão associados a maior risco de perda fetal, mas não podem ser usados como critérios para diagnósticos definitivos – repetir em 7- 10d. Abortamento inevitável Não compatível com prosseguimento da gestação o Sangramento (mais abundante, de cor viva) + dilatação cervical o Sangramento profuso que compromete a hemodinâmica da paciente (mesmo se colo impérvio) o Colo pérvio Útero compatível com IG Conduta: - Precoce: o Expectante o Esvaziamento uterino - Tardio: o misoprostol para esvaziamento uterino + CTG (curetagem uterina) Abortamento incompleto Eliminação parcial do ovo Forma clínica mais frequente Clínica: o Sangramento (principal sintoma) o Dor em cólica (expulsão do conteúdo refratário) o Colo pérvio o + frequente a partir 8º semana o Útero < esperado para IG USG-TV: eco endometrial espessado, heterogêneo *eco endometrial Conduta: esvaziamento uterino (farmacológico ou mecânico) Abortamento completo Eliminação integral do ovo Evolução natural do Ab incompleto Clínica: o Diminuição ou parada do sangramento o Diminuição ou parada das cólicas USG-TV: útero vazio 7º SEMESTRE G.O 4 Conduta: o monitorizar sangramento o orientações Abortamento retido - Concepto permanece na cavidade uterina sem vitalidade - Regressão de sinais gravídicos - Útero menor do esperado para a IG - Colo impérvio - USG-TV: confirma o diagnóstico (repetir em 7 a 10 dias) o Ausência de BCF em embrião ≥ 7mm o Ausência de embrião com Ø (diâmetro) médio do saco gestacional ≥ 25mm o Gestação anembrionada (ovo cego) Conduta - Ab retido tardio - misoprostol (expulsão do feto) + CTG - Ab retido precoce (1º trim) o Conduta expectante ▪ Maioria evolui com expulsão em 3 semanas o Esvaziamento uterino ▪ AMIU (aspiração manual intrauterina) ▪ CTG uterina ▪ Misoprostol - Caso opte por esvaziamento mecânico: misoprostol 400mcg via vaginal 3-6h antes para amolecimento do colo - Retenção > 4 semanas – coagulograma - Explicar vantagens e desvantagens, riscos, complicações de cada método Abortamento infectado Clínica depende do grau de evolução o Sangramento em geral não é profuso - aguado, escuro, lavado de carne, com odor fétido o Endométrio e miométrio ▪ Sintomas de Ab incompleto ▪ BEG, febre discreta ▪ Dor moderada à mobilização do colo e palpação abdominal o Peritônio pélvico ▪ Comprometimento do estado geral, febre mais elevada ▪ Dor mais intensa à defesa, peritonite (difícil palpar útero) ▪ Colo pérvio, doloroso à mobilização ▪ saída de conteúdo purulento o Sepse - Morbi-mortalidade materna - Quase sempre resulta de Ab inseguro - Agentes: flora dos sistemas genital e gastrointestinal (maioria polimicrobiana) 7º SEMESTRE G.O 5 o E. Coli o Enterococcus ssp, Peptoestreptococcus ssp o Estreptococos beta-hemolíticos o Clostridium perfringens Conduta: - antibioticoterapia + remoção do foco infeccioso - Associações comuns: o Penicilina (ou ampicilina) + gentamicina + metronidazol o Clindamicina + gentamicina o Clindamicina + ceftriaxone Abortamento habitual ≥ 3 perdas espontâneas consecutivas < 20 semanas (excluindo-se gestação molar e ectópica) o American Society of Reproductive Medicine (2013): ≥ 2 perdas gestacionais. Fatores de risco o idade materna avançada o número de Ab anteriores Causas principais: o Genéticas o Auto-imunes o Doenças endócrinas o Insuficência cervical - Incidência de 2 perdas: 5% casais tentando conceber - 3 ou mais perdas: 1%. Conduta nos abortamentos Orientação o Ameaça de Ab o Ab completo Esvaziamento uterino (farmacológica e / ou mecânica) o Ab inevitável o Ab incompleto o Ab retido o Ab infectado Conduta expectante: geralmente 1o T – estável, sem sinais de infecção, bem orientada e com seguimento garantido Conduta no Ab precoce Tratamento cirúrgico (esvaziamento uterino) o Hemorragia, instabilidade hemodinâmica, infecção, anemia, coagulopatia, doença cardiovascular o Aspiração intrauterina é preferível à curetagem (CTG) o Dilatação ou preparo cervical com misoprostol prévio Conduta Expectante o Ab retido e incompleto 1º T o Sucesso em até 80% casos 7º SEMESTRE G.O 6 o Orientações rigorosas Tratamento Médico (misoprostol) o encurtar tempo de expulsão o Orientar quanto é sangramento e cólicas o Pode ser necessária complementação cirúrgica Conduta no Ab tardio - Ovo desenvolvido - Cavidade uterina volumosa e paredes finas e amolecidas- Presença de partes ósseas fetais à risco de perfuração no esvaziamento cirúrgico - Misoprostol (ou ocitocina) para eliminação do feto - Esvaziamento uterino (curetagem) se expulsão não completa Esvaziamento uterino Vantagens: o Custo o ausência de risco de perfuração e sinéquia o diminuição sequela de dilatação o elimina risco anestésico Desvantagens: o tempo de resolução o efeitos colaterais (cólica, sangramento, náusea, calafrio) o necessidade de complementação cirúrgica o ansiedade pela espera o Brasil: uso hospitalar Mifepristona: ainda não disponível no brasil. Misoprostol Ab retido precoce o 2 a 3 doses de 800mcg de misoprostol via vaginal o Intervalo mínimo de 12 horas Ab retido tardio / inevitável tardio o Presença de ossos fetais o Misoprostol + CTG o 200mcg vaginal a cada 4 ou 6 horas Ab incompleto o 400-800mcg vaginal dose única o 400-600mcg oral ou sublingual Cicatriz uterina anterior: o máximo 200mcg 6-6h o Risco de rotura = 0,28% Preparação cervical para Ab mecânico: 400mcg vaginal 3 h antes 7º SEMESTRE G.O 7 Esvaziamento mecânico - Aspiração intrauterina o Manual (AMIU) o Elétrica - Curetagem uterina - AMIU – 1º escolha no 1º T – se colo impérvio, preparo do colo com misoprostol - CTG - Ab incompleto 2º T e Ab retido 2º T após misoprostol para eliminação fetal (No 1ºT, apenas se AMIU não disponível) AMIU Vantagens: o Segura o Efetiva o Simples Contra-indicações: o Volume uterino > 12 semanas o Dilatação cervical > 12mm o Perfuração uterina diagnosticada Curetagem uterina - Dilatação cervical com velas de Hegar - Acidentes - perfuração uterina Orientações - Mulheres Rh /-/ com CI /-/ à Imunoglobulina anti Rh-D - Planejamento reprodutivo o Oportunidade o Fecundidade restabelecida em 15 dias (antes da próxima menstruação) - iniciar anticoncepção no 1o ao 5o dia após Ab Na ausência de complicações, não há restrição de método anticoncepcional: o DIU o Contraceptivos hormonais o Preservativos Esterilização cirurgica somente > 42 dias do Ab e obedecendo pressupostos legais (MS) Caso clínico 2 - BCS, 27 anos, casada, maquiadora. - Atraso menstrual de 7 semanas. - Sangramento vaginal há 1 hora com cólica em hipogástrio. - Sem comorbidades. 7º SEMESTRE G.O 8 Exame físico - BEG, corada, hidratada, afebril, eupneica - PA=105x65mmHg FC=78bpm - Abdome flácido, indolor, ruídos hidroaéreos presentes - Especular: pequena quantidade de sangue coletado, sem sangramento ativo pelo orifício externo do colo - Toque vaginal: colo amolecido, impérvio, indolor; útero de tamanho compatível com idade gestacional. Caso clínico 3 - MAP, 32 anos, casada, publicitária. - Atraso menstrual (DUM há 6-7 semanas) - Sangramento vaginal - Dor abdominal lancinante, de início há 1 hora - Náuseas - Dor escapular Exame físico - REG, descorada +/4+, fácies de dor - PA=90x55mmHg FC=110bpm - Abdome doloroso, com sinais de peritonite e diminuição dos ruídos - Especular: pequena quantidade de sangue coletado, sem sangramento ativo pelo orifício externo do colo - Toque vaginal: colo amolecido, impérvio, doloroso; dor importante ao toque bimanual impossibilitando avaliação de útero e anexos. Dor intensa a palpação de fundo de saco posterior. Beta-HCG + Gestação ectópica Implantação e desenvolvimento do ovo ocorrendo fora da sede normal (cavidade uterina). Ektopos (grego) – fora de lugar - Principal causa de mortalidade materna no 1º T - 6-13% óbitos durante o ciclo gravídico puerperal - Aumento incidência (DIPA, reprodução assistida, tabaco) - 1-2% países industrializados - Recorrência: 15% após 1 episódio; > 25% após 2 ou mais episódios Localização - Tuba (95% casos) - Ovário (3%) - Cavidade abdominal 7º SEMESTRE G.O 9 - Porção instersticial da tuba (cornual) - Colo uterino - Cicatriz de cesariana Gestação tubária - Diagnóstico precoce (pré-ruptura) - β- HCG e USG-TV o Tríade clássica: dor abdominal + sangramento genital + atraso menstrual o Exame clínico pouco elucidativo o Diminuição risco de ruptura e melhora o sucesso de condutas conservadoras Ruptura o Principal sintoma: dor (lancinante) o Hemoperitônio ▪ Náuseas / vômitos ▪ Irritação peritoneal ▪ Irritação diafragmática à dor escapular o Hipovolemia - aumento FC, diminuição PA, palidez o Útero pouco aumentado e amolecido o Grito de Douglas (sinal de Proust) - dor à palpação do fundo de saco posterior o Tumoração anexial palpável (50% casos) USG – TV - Cavidade uterina o Gestação tópica ? (SG > 5 semanas) o Restos ovulares? - Ovários - Massa anexial - Líquido livre? Punção do fundo do saco posterior (culdocentese) Sangue escuro sem propensão a coagular (consumo) = hemoperitônio 7º SEMESTRE G.O 10 Tratamento - Cirurgia: padrão - Clínico - metotrexate (MTX) - Expectante Integridade x ruptura o estabilidade hemodinâmica o tamanho da massa o curva de beta-HCG o presença de embrião vivo - Cirúrgico Radical x conservador - Medicamentoso MTX (metotrexate) Quimioterápico: Antagonista do ácido fólico - inativa síntese de purinas e pirimidinas - inativa a síntese do DNA celular - impede a multiplicação celular Risco de persistência de tecido trofoblástico - monitoramento rigoroso dos níveis de beta-HCG 7º SEMESTRE G.O 11 - Conduta expectante > segurança para conduta expectante, sem riscos de QT: o QC estável o com desejo reprodutivo o baixos títulos iniciais de beta-HCG (< 2mil) o declínio dos mesmos em 48h Contra-indicações: o Instabilidade o Recidiva na mesma tuba o Impossibilidade de seguimento Muitas ectópicas evoluem para Ab tubário e reabsorção, sem sangramento importante e sem ruptura Gestação ectópica ovariana - Diagnóstico geralmente no intra- operatório - Ruptura frequente Gestação ectópica abdominal Geralmente não progride Se progride: o Placenta se implanta em qualquer lugar o Suboclusão o Dor abdominal excessiva aos MF o Superficialidade do feto à palpação USG: útero vazio e comprimido por feto / placenta Gestação ectópica cervical Colo aumentado e congesto, com tumoração dolorosa (em tonel) Útero em formato de ampulheta: cavidade uterina vazia, colo com massa heterogênea. Gestação ectópica em cicatriz de cesárea Rara - aumento incidência (1/1800 a 1/2216 gestações) Risco de ruptura uterina USG: cavidade uterina e canal cervical vazios, visualização do SG embebido na cicatriz 7º SEMESTRE G.O 12 Gestação Ectópica Intersticial (cornual) - 4,7% ectópicas - Elevada morbidade o Cirurgias mutiladoras - risco de ruptura uterina em próxima gestação o 2.2% mortalidade materna Tratamento das ectópicas de localização atípica - Cornual - cicatriz de cesária - cervical Tratamento: o Emergência - histerectomia (cornual: ressecção cornual) o Feto vivo - MTX local o Feto morto - MTX sistêmico Gestação heterotópica - Intra-uterina + ectópica - 1 / 30 mil gestações espontâneas - Após aumento FIV / indução: até 1 / 500 gestações - 1% casos de ectópica pós-FIV Orientações pós-ectópica - Futuro reprodutivo o Tratamento clínico não afeta a permeabilidade tubária 7º SEMESTRE G.O 13 o Altos níveis de beta-HCG tratados clinicamente à maior risco de obstrução tubária o MTX não afeta a reserva ovariana o Orientar quanto a possibilidade de recorrência Se Rh negativo, CI negativo - Imunoglobulina anti-Rh/D Caso clínico 4 - DS, 42 anos, casada, advogada. - Atraso menstrual de 12 semanas. - Sangramento vaginal há 8 dias, intermitente, com piora há 1 hora, com cólicaem hipogastrio. - Sem comorbidades. Náuseas e vômitos há 4 semanas. Exame físico - BEG, corada, desidratada +/4+, afebril, eupneica - PA=140 x 90mmHg FC=78bpm - Abdome flácido, indolor, ruídos hidroaéreos presentes, útero palpável. - Especular: pequena quantidade de sangue coletado, sem sangramento ativo pelo orifício externo do colo - Toque vaginal: colo amolecido, impérvio, indolor; útero entre sínfise púbica e cicatriz umbilical (compatível com 16 semanas), anexos aumentados bilateralmente. Exames complementares Beta-HCG + USG-TV: útero aumentado de tamanho, eco endometrial hiperecoico, com imagens hipo / anecogências, irregulares (vesículas); ausência de embrião. Cistos tecaluteínicos bilaterais. HD: mola hidatiforme ou gestação molar Doença trofoblástica gestacional - Espectro de condições caracterizadas por anomalia proliferativa do tecido trofoblástico. - Relacionado com fertilização aberrante. - Formas clínicas distintas, geralmente evolutivas (Ewing, 1910): o mola hidatiforme o mola invasora o coriocarcinoma - Marcador tumoral: β-HCG (quanto mais tecido trofoblástcico, mais b-HCG) - Países desenvolvidos: 1 a cada 1000 – 1500 gestações - América Latina /Ásia: 1 / 12 – 1 / 500 gestações - Brasil: 1 a cada 200 - 400 gestações Estágios histológicos Formas benignas - podem evoluir para NTG (neoplasia trofoblástica gestacional) o Mola hidatiforme completa (MHC) o Mola hidatiforme parcial (MHP) Formas malignas (NTG) o Mola invasora (MI) o Coriocarcinoma o Tumor trofoblástico do sítio placentário o Tumor trofoblástico epitelióide ≠ estágios histológicos - ≠ propensões para regressão, invasão, metástase e recorrência. 7º SEMESTRE G.O 14 Mola hidatiforme completa (MHC) - Forma mais comum de DTG - Macro: vesículas - vilosidades coriais com intensa degeneração hidrópica de estroma vilositário - Feto, cordão e membranas sempre ausentes Mola Hidatiforme Parcial (MHP) - Presença focal de vesiculas na placenta + concepto e/ou membranas ovulares - Alta taxa de óbito intra-uterino - Menor propensão a progressão para NTG Manifestações clínicas Beta-HCG e USG-TV - diagnóstico precoce (antes do surgimento dos sintomas - Atraso menstrual - Sangramento vaginal o de repetição o intensidades variáveis - Útero > esperado para a IG - Cistos tecaluteínico - Hiperemese - Hipertireoidismo - pré-eclâmpsia < 20º semana - Eliminação de vesículas hidrópicas pela vagina Sangramento vaginal - 80 – 90% dos casos - Geralmente indolor - Entre os episódios: secreção serosa clara de odor desagradável (liquefação dos coágulos) - Menos frequente: hemorragia, com choque hemorrágico Aumento uterino - > 4 cm acima do esperado para a idade gestacional - Fator de risco o Maior chance de evolução maligna (NTG) o Maior risco de perfuração no esvaziamento Cistos tecaluteínicos - Efeito LH – like do β-HCG - hiperestimulação ovariana - Bilaterais, multiloculados - Remissão espontânea: semanas a meses após negativação do β-HCG o Conduta expectante, exceto se torção ou ruptura hemorrágica 7º SEMESTRE G.O 15 Hiperemese - Um dos sintomas mais frequentes da MH - 36% com emagrecimento e desidratação - Gonadotrofina coriônica humana Pré-eclâmpsia precoce - < 20a semana - 10 % pacientes com mola hidatiforme - Fator de risco para NTG Hipertireoidismo - hCG tem efeito TSH-like (subunidade alfa) - Normalização espontânea com cura o terapia anti-tireoidiana e bloqueio dos sintomas periféricos até a remissão definitiva - Sintomático (5% casos): Taquicardia, hipertensão, tremores finos, intolerância ao calor, fraqueza muscular, sudorese, perda de peso, ansiedade Tratamento MHC e MHP: doenças distintas, mas com tratamento similar - MHC x MHP: o > Beta-HCG o > aumento Volume uterino o aumento Complicações (Pré- eclâmpsia, hipertireoidismo, anemia, hiperemese) o aumento Sequelas malignas Mola hidatiforme Esvaziamento uterino + seguimento pós- molar Esvaziamento uterino - aspiração intra- uterina (vácuo) = técnica de escolha o < risco de perfuração uterina e infecção o < risco de permanência de restos molares Seguimento pós-molar: beta-HCG Rh negativo - Ig anti-Rh após esvaziamento (trofoblasto expressa Ag Rh) > 40 anos, prole constituída à considerar histerectomia o NTG pós-molar em 53% pacientes com 40-49 anos o Principalmente se beta-HCG inicial >175mil MUI/mL o HTA elimina risco de invasão local, mas não previne metástase - necessário seguimento pós-molar Seguimento pós molar - β-HCG semanal até normalização por 3 semanas consecutivas - Mensal por 6 meses, após Contracepção o Logo após esvaziamento, durante todo o seguimento o Anticoncepcional hormonal oral: seguro e não aumenta risco de NTG 7º SEMESTRE G.O 16 Na alta do seguimento, se deseja gestação: o Ácido fólico o USG 8º – 10º semana o β-HCG 6 semanas após término de qualquer tipo de gravidez Curva de regressão anormal do beta-HCG - NTG o Platô por 3 semanas consecutivas (D1, D7, D14 e D21) o Ascensão: aumento beta-HCG em ≥ 10% por 2 semanas consecutivas (D1, D7 e D14) - Exame clínico completo - USG-TV - RX tórax - Se metástase pulmonar ou se coriocarcinoma à RNM cérebro e abdome Neoplasia trofobástica gestacional Evolução das formas benignas Mola invasora (MI) - Invasão do miométrio – confinada ao útero - Raramente alcançam locais extra- uterinos Coriocarcinoma - Após Gestação normal = 25% casos o 1/150 mil gestações - Após MHC = 50% casos o 1/40 MHC - Após Ab / ectópica = 25% casos o 1/ 15 mil Ab/ectópicas Forma de NTG mais agressiva - invasão vascular precoce e metátases generalizadas 7º SEMESTRE G.O 17 Futuro reprodutivo - Remissão espontânea da MH - 98-99% chance de gravidez normal subsequente - 1-2% chance de nova DTG (risco pequeno, mas 4-50x> população geral) - Recomedação: aguardar 6 meses* para nova gestação (1 ano) Referencias da aula Rezende, Obstetricia 13ed. Febrasgo, tratado de obstetrícia Zugaib, Obstetrícia.
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