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Apostila Compilada - Direito Empresarial - Versão - 2021.1

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Direito Empresarial 
Prof. Ricardo Xavier 
 
rsxsantos@uneb.br 
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Página | 1 
UNEB 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
EMPRESARIAL 
 
 
 
 
PROF. RICARDO XAVIER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021.1 
 
Direito Empresarial 
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UNEB 
Universidade do Estado da Bahia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
EMPRESARIAL 
 
 
 
 
PROF. RICARDO XAVIER1 
 
 
 
 
 
2021.1 
 
1 Advogado. Fundador do escritório Ricardo Xavier Sociedade de Advogados. Mestre e 
Doutorando em Políticas Sociais e Cidadania pela Universidade Católica do Salvador - 
UCSal, especialista em Direito do Estado pelo Jus Podivm / Unnyahna e em Direito 
Tributário pelo IBET - Instituto Brasileiro de Estudos Tributários. Professor Assistente da 
Universidade do Estado da Bahia - UNEB, da Universidade Católica do Salvador - UCSal, da 
Escola Superior da Advocacia - ESA - Seccional da OAB/BA e do Centro de Estudos 
Jurídicos José Aras - CEJAS. Pesquisador do Núcleo de Estudos em Tributação e Finanças 
Públicas - NEF da Universidade Católica do Salvador - UCSal. 
 
Direito Empresarial 
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Página | 3 
Aula 01 - Origem e Evolução do Direito Empresarial 
 
1. O Direito Empresarial e as Corporações de Ofício 
 
-Idade Média: renascimento mercantil e ressurgimento das cidades; 
 
-Monopólio da jurisdição mercantil a cargo das Corporações de Ofício; 
 
-“Codificação privada” do direito comercial; normas “pseudo-sistematizadas” 
 
-Caráter subjetivista: mercantilidade da relação jurídica definida pelos seus 
sujeitos; 
 
-O direito comercial como o direito dos comerciantes. 
 
2. A Codificação Napoleônica e a Teoria dos Atos do Comércio 
 
Idade Moderna: formação dos Estados Nacionais monárquicos; 
 
-Monopólio da Jurisdição a cargo do Estado; 
 
-Codificação Napoleônica; 
 
-Bipartição do direito privado; 
 
-A Teoria dos atos do comércio como critério delimitador do âmbito de incidência 
do regime jurídico-comercial; 
 
-Objetivação do direito comercial: mercantilidade da relação jurídica definida pelo 
seu objeto. 
 
3. O Codice Civile italiano de 1942 e a Teoria da Empresa 
 
-Código Civil Italiano de 1942; 
 
-A unificação formal do direito privado; 
 
-A teoria da empresa como critério delimitador do âmbito de incidência do regime 
jurídico-empresarial; 
 
-A empresa vista como atividade econômica organizada. 
 
4. O Código Comercial de 1850 e a filiação ao sistema francês 
 
•Adoção da Teoria Francesa dos Atos do Comércio: 
 O Ccom/1850 definiu comerciante como aquele que exercia a mercancia 
de forma habitual, como a sua profissão. 
 
•A falta de definição de mercancia e a edição do Regulamento nº 737/1850: 
 
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Página | 4 
 
“Art. 19. Considera-se mercancia: 
 
§ 1° a compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes, 
para os vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou 
manufaturados, ou para alugar o seu uso; 
§ 2° as operações de câmbio, banco e corretagem; 
§ 3° as empresas de fábricas, de comissões, de depósito, de 
expedição, consignação e transporte de mercadorias, de 
espetáculos públicos; 
§ 4° os seguros, fretamentos, riscos, e quaisquer contratos 
relativos ao comércio marítimo; 
§ 5° a armação e expedição de navios.” 
 
4.1. Sistema de classificação dos Atos do Comércio – a adotada por 
Carvalho de Mendonça2 
 
 
 
2 Quadro sinótico extraído de: Negrão, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume 1 / Ricardo 
Negrão. – 6ª Ed. ver. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2008, p. 31-32 
 
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5. O C.C. de 2002 e o Direito de Empresa 
 
•Transição da teoria dos atos do comércio para a Teoria da Empresa; 
 
•Tentativa de unificação do Direito Privado; 
 
•Definição de empresário como aquele que exerce atividade econômica 
organizada. 
 
6. Direito Comercial ou Direito Empresarial? 
 
Direito Empresarial 
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Página | 6 
Aula 02 - Fontes e Princípios do Direito Empresarial 
 
 
1. Fontes do Direito 
 
•Materiais; 
 
•Formais. 
 
Fontes Formais 
 
•Primárias: 
 - Código Comercial; 
 - Código Civil (Direito de Empresa); 
 - Leis, tratados internacionais e regulamentos. 
 
•Secundárias: 
 - Código Civil; 
 - Usos e costume; 
 - Jurisprudência; 
 - Analogia e princípios gerais de direito. 
 
2. Princípios do Direito Empresarial 
 
 É necessário advertir que concordamos com a classificação realizada pelo 
Prof. André Luiz Santa Cruz Ramos em sua obra. Deveras, diversos princípios 
elencados pelo Prof. Fábio Ulhoa Coelho são, em verdade, princípios especiais de 
sub-ramos do Direito Empresarial, tais como o Direito Societário, Direito 
Cambiário, Direito Contratual e Direito Falimentar. 
 Contudo, por ser sempre de bom alvitre conferir as opiniões do Prof. 
Ulhoa, esquematiza-se aqui a classificação dos princípios utilizada por ele. 
 
2.1. A classificação de André Luis Santa Cruz Ramos 
 
2.1.1. Liberdade de Iniciativa 
 
 - 
 
2.1.2. Liberdade de Concorrência 
 
 - 
 
2.1.3 Garantia e defesa da propriedade privada 
 
 - 
 
2.1.4 Princípio da preservação da empresa 
 
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Aula 03 – O Direito Empresarial 
 
1. Conceito 
 
 “O Direito Comercial é o ramo do direito privado que tem por objeto a 
regulação da atividade destinada à circulação e criação da riqueza mobiliária, 
seus instrumentos e a qualificação dos sujeitos dessa relação. É perante o direito 
civil, ramo autônomo que se apresenta como um direito especial, especialização 
esta decorrente das necessidades específicas das relações comerciais.” (MELLO 
FRANCO, Vera Helena. Manual de direito comercial. 2. ed. São Paulo: RT, 2004. 
p. 15. v. 1) 
 
2. Elementos 
 
•Mediação; 
 
•Habitualidade; 
 
•Fim lucrativo 
 
3. Características 
 
•Cosmopolitismos; 
 
•Onerosidade; 
 
•Informalismo; 
 
•Fragmentarismo. 
 
•Articulação dos fatores de produção, que no sistema capitalista são: 
 
 - capital; 
 
 - mão-de-obra; 
 
 - insumo; e 
 
 - tecnologia. 
 
4. Teoria da Empresa e Teoria dos Atos do Comércio 
 
Teoria da Empresa 
 
X 
 
Teoria dos Atos do Comércio 
 
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5. Empresa 
 
•Definição: 
 
 É a atividade econômica organizada para a produção de bens e serviços 
para o mercado, visando o lucro. 
 
6. Aspectos 
 
•Subjetivos: sinônimo de empresário; 
 
•Funcional: atividade econômica organizada; 
 
•Objetivo: “Azienda” ou estabelecimento; 
 
•Coorporativo ou institucional: organização de pessoas (incluindo empresário e 
seus auxiliares). 
 
Em face dos aspectos, pode-se observar um tripé empresarial: 
pessoa,bens e atividade, conforme ilustrado abaixo3: 
 
 
 
 
7. Empresário 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
 
•Profissionalismo: 
 
3 Quadro gráfico extraído da Obra: Negrão, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume I. 6 ed. rev. 
e atual. – São Paulo : Saraiva, 2008, p. 43. 
 
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 - habitualidade; 
 - pessoalidade; 
 - monopólio das informações. 
•Atividade: 
 - empresa. 
•Econômica: 
 - gerar lucro. 
•Organizada: 
 - empregando capital; mão-de-obra; insumos e tecnologia. 
 
7.1. Do benefício de ordem da execução do patrimônio do Empresário Individual 
 
 Conferir o Enunciado nº 5 do CJF: 
 
5. Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o 
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil 
responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de 
sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil. 
 
8. Inscrição do Empresário 
 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início 
de sua atividade. 
 
•Pessoa física que exerce o comércio sozinho (antiga firma individual) 
 
8.1. Forma de Inscrição 
 
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante 
requerimento que contenha: 
 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, 
o regime de bens; 
 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
 
III - o capital; 
 
IV - o objeto e a sede da empresa. 
 
* A OAB e o tema: 
 
(QUESTÃO 04 – OAB/2011.1) Diogo exerce o comércio de equipamentos eletrônicos, por 
meio de estabelecimento instalado no Centro do Rio de Janeiro. Observe-se que Diogo 
não se registrou como empresário perante a Junta Comercial. Com base nesse cenário, 
responda: 
a) São válidos os negócios jurídicos de compra e venda realizados por Diogo no curso de 
sua atividade? (Valor: 0,65) 
 
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b) Quais os principais efeitos da ausência de registro de Diogo como empresário? (Valor: 
0,6) 
 
 
9. Capacidade para ser Empresário 
 
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que 
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos. 
 
10. Do prosseguimento da empresa pelo Incapaz: 
 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou 
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada 
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do 
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por 
terceiros. 
 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o 
incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde 
que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do 
alvará que conceder a autorização. 
 
•Art. 1.011, § 1º do CC: 
 
§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas 
por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que 
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime 
falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, 
peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema 
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, 
contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, 
enquanto perdurarem os efeitos da condenação. 
 
•Havendo o impedimento é possível ser sócio de sociedade empresária? 
 
11. Outros impedimentos legais 
 
11.1. Recursos Minerais: Art. 176, § 1º, CF/88: 
 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento 
dos potenciais a que se refere o “caput” deste artigo somente 
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da 
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa 
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e 
administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as 
 
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condições específicas quando essas atividades se desenvolverem 
em faixa de fronteira ou terras indígenas. 
 
11.2. Propriedade de Empresa Jornalística: 
 
art. 222 da CF/88: 
 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão 
sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou 
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 
 
12. Responsabilidade daquele que atua indevidamente: 
 
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade 
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações 
contraídas. 
 
* A OAB e o tema: 
 
(XIII Exame Unificado da OAB - 2014.1) 
Questão 52. Olímpio Noronha é servidor público militar ativo e, 
concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem 
ter sua firma inscrita na Junta Comercial. 
 
Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa 
correta. 
 
A) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas 
a essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente. 
B) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser 
empresário concomitantemente com o serviço público militar. 
C) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais 
Olímpio Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas. 
D) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas 
Olímpio Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis 
 
Resposta: "A" 
 
Comentário: A assertiva correta é a letra "A" em virtude do quanto estabelece o art. 
973 do Código Civil que estabelece que "a pessoa legalmente impedida de exercer 
atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas". 
 Ademais, lembra-se que o ato de inscrição do empresário é meramente 
declaratório, e o empresário individual responde ilimitadamente pelas suas obrigações. 
 
13. A situação dos cônjuges 
 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou 
com terceiros, desde que não tenham casado no regime da 
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
 
14. O empresário casado 
 
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Alienação de bens da empresa: 
 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis 
que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 
 
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, 
no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e 
declarações antenupciais do empresário, o título de doação, 
herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou 
inalienabilidade. 
 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação 
judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser 
opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
 Fixando entendimento sobre o tema, conferir o Enunciado nº 6 da Jornada 
de Direito Comercial do CJF: 
 
6. O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário 
da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou 
gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que 
exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no 
Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do 
instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a 
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no 
Registro Público de Empresas Mercantis 
 
15. Daqueles que não são empresários 
 
Art. 966 do CC, p.ú: 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda com o concurso de auxiliares oucolaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa 
 
15.1. Profissionais intelectuais; 
 
 “Enquanto o profissional intelectual está numa fase embrionária de 
atuação (é um profissional que atua sozinho, faz uso apenas de seus esforço, da 
sua capacidade intelectual), ele não é considerado empresário, não se 
submetendo , pois ao regime empresarial.” (André Luiz Santa Cruz Ramos) 
 
15.2. O Empresário Rural: 
 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal 
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 
 
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968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de 
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário 
sujeito a registro. 
 
15.3. Sociedade cooperativa: 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa 
 
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Aula 05 - Do Registro de Empresa 
 
1. Registro da Empresa 
 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início 
de sua atividade. 
 
2. Inscrição 
 
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante 
requerimento que contenha: 
 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, 
o regime de bens; 
 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
 
III - o capital; 
 
IV - o objeto e a sede da empresa. 
 
3. Das Filiais, Agências e Sucursais 
 
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em 
lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas 
Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da 
inscrição originária. 
 
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do 
estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. 
 
 Sobre a diferença entre o conceito de Filial, Sucursal e Agência, 
interessante é a lição do professor Luiz Tzirulnik4, que diz: 
 
“Filial é definida como sociedade empresarial que, embora atue 
sob a direção e a administração de outra, a matriz, mantém a sua 
personalidade jurídica e o seu patrimônio, porém preservando a 
sua autonomia diante da lei e do público, motivo pelo qual não há 
de ser confundida com sucursal nem com agência. Agência, em 
essência, refere-se à empresa especializada em prestação de 
serviços, cuja função é eminentemente a de intermediária. 
Sucursal, por sua vez, refere-se a estabelecimento empresarial 
acessório e distinto do estabelecimento principal, cuja atividade 
engloba tratar dos negócios do estabelecimento principal, a cuja 
administração está ligada, sem contudo, constituir nem filial nem 
agência.” 
 
4 Empresas & empresários – no novo Código Civil – Lei 10.406, de 10.01.2002. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2003. p. 27. 
 
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4. Do Registro Público de Empresas Mercantis 
 
4.1. Lei nº 8.934/1994 
 
 Entendimento do STJ sobre a disciplina legal: 
 
REGISTRO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. DOCUMENTOS 
EXIGIDOS. 
É ilegal a exigência de certidão de regularidade fiscal estadual para 
o registro de alteração contratual perante a Junta Comercial por 
não estar prevista na lei de regência (Lei n. 8.934/1994) nem no 
decreto federal que a regulamentou (Dec. n. 1.800/1996), mas em 
decreto estadual que sequer possui lei estadual correspondente. É 
que o parágrafo único do art. 37 da lei supradita dispõe 
claramente que, além dos documentos alistados nesse artigo, 
nenhum outro documento será exigido das firmas individuais e 
sociedades referidas nas alíneas a, b e d do inciso II do art. 32. E 
o decreto que a regulamentou esclarece, em seu art. 34, parágrafo 
único, que outros documentos só podem ser exigidos se houver 
expressa determinação legal. Assim, é ilegítima a exigência de 
apresentação de documento prevista apenas em decreto estadual. 
REsp 724.015-PE, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado 
em 15/5/2012. 
 
 Ainda, confira também a notícia: 
 
Junta não pode condicionar registro a regra de decreto 
 
As Juntas Comeciais não podem condicionar registros de atos de 
empresas a exigências previstas apenas em decreto estadual. Esse 
foi o entendimento da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça 
que serviu de base para rejeição a Recurso Especial interposto pela 
Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe). O presidente da 
autarquia havia recusado o arquivamento de contrato social de 
uma empresa baseado numa exigência instituída em decreto 
estadual. 
 
Para o relator do caso, ministro Antonio Carlos Ferreira, já que a 
exigência da certidão de regularidade fiscal estadual está prevista 
em decreto estadual, que não possui lei estadual correspondente, 
“não há dúvida de que se trata de imposição ilegal”. 
 
Ele explicou que o artigo 37 da Lei 8.934 lista os documentos 
necessários aos pedidos de arquivamento de atos constitutivos das 
empresas mercantis e suas respectivas alterações: instrumento 
original de constituição, modificação ou extinção; declaração do 
titular de não estar impedido de exercer o comércio ou a 
administração de sociedade empresarial; ficha cadastral; 
comprovantes de pagamento dos serviços correspondentes; prova 
de identidade dos titulares e dos administradores. 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp+724015
 
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Além disso, o artigo 34, parágrafo único, do Decreto 1.800/96 
(que regulamentou a Lei 8.934) dispõe que outros documentos só 
podem ser exigidos se houver expressa determinação legal. 
 
O caso 
 
O caso começou na primeira instância com Mandado de Segurança 
contra o presidente da Jucepe. Na decisão, o juízo de primeiro 
grau entendeu que o ato do presidente da autarquia havia sido 
ilegal. 
 
A Jucepe apelou ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-
5), que negou provimento ao recurso, com o fundamento de que 
“cabe à União, privativamente, definir os documentos cuja exibição 
condiciona o arquivamento dos atos relativos a empresas 
mercantis na competente junta comercial”. 
 
No STJ, o relator do recurso decicidiu manter a decisão. “Em tais 
condições, as decisões das instâncias ordinárias não merecem 
reparo”, disse Ferreira, ao rejeitar o recurso da Jucepe. Com 
informações da Assessoria de Imprensa do STJ. 
 
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 28 de junho de 2012 
 
4.2. Finalidade: 
 
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia 
aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro 
na forma desta lei; 
 
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em 
funcionamento no País e manter atualizadas as informações 
pertinentes; 
 
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem 
como ao seu cancelamento. 
 
4.3. As Juntas Comerciais 
 
 São responsáveis pela execução e administração dos atos de registro. 
 
Art . 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, 
com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial 
respectiva. 
 
4.4. Atos de Registro 
 
Matrícula: 
 
dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e 
administradores de armazéns-gerais;Direito Empresarial 
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Autenticação: 
 
dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e 
dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
 
Arquivamento: 
 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de 
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
 
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade; 
 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a 
funcionar no Brasil; 
 
d) das declarações de microempresa; 
 
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que 
possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; 
 
5. A publicidade do Registro de Empresa 
 
Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, 
poderá consultar os assentamentos existentes nas juntas 
comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço 
devido. 
 
6. Da competência para julgar atos referentes ao Registro de Empresa 
 
 Interessante é a questão da competência para julgamento de conflitos 
referentes ao Registro da Empresa. 
 Decerto, conforme já dito acima, o registro do comércio é regido pela Lei 
nº 8.934/1994, ou seja, através de lei federal. Desta forma, compete a Justiça 
Federal (e não a Estadual) o julgamento de conflitos referentes ao Registro 
Empresarial, ainda que as Juntas Comerciais sejam autarquias estaduais. 
 Cumpre lembrar que os conflitos referentes aos atos administrativos das 
Juntas Comerciais que não digam respeito ao registro do comercio, tais como 
licitações e contratos, servidores públicos, concursos, etc, devem ser julgados 
perante a justiça estadual (vara da fazenda pública). 
 
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Aula 06 - Nome Empresarial 
 
1. Conceito 
 
 Art. 1ª da IN/DNRC nº 116/2011: 
 
Art. 1º Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário, a 
empresa individual de responsabilidade limitada e a sociedade 
empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas 
pertinentes. 
 
Parágrafo único. O nome empresarial compreende a firma e a 
denominação. 
 
2. Funções do nome empresarial: 
 
 - ordem objetiva: 
individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente da atividade 
empresarial; 
 
 - ordem subjetiva: 
 garantir fama, renome, reputação, etc. 
 
3. Espécies de Nomes Empresariais 
 
•Art. 1155 do CC: 
 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a 
denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o 
exercício de empresa. 
 
•Firma: individual ou social. 
 
 É espécie de nome empresarial formada por um nome civil – do próprio 
empresário, no caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de 
firma social. 
 
•Denominação social: 
 
 só pode ser social – pode ser formada por qualquer expressão lingüística, 
e a indicação do objeto social é obrigatória. 
 
•IN/DNRC nº 116/2011: 
 
“Art. 2º Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela 
sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de 
forma facultativa, pela sociedade limitada e pela empresa 
individual de responsabilidade limitada.” 
.......... 
 
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“Art. 3º Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima 
e cooperativa e, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em 
comandita por ações e pela empresa individual de responsabilidade 
limitada” 
 
4. As sociedades empresárias e o nome empresarial 
 
 O nome empresarial variará de acordo com o tipo societário: 
 
 - Sociedade Limitada: firma ou denominação; 
 
 - EIRELI: firma ou denominação; 
 
 - Sociedade anônima: denominação social; 
 
 - Sociedades de responsabilidade ilimitada: firma; 
 
 - sociedade em comandita por ações: denominação; 
 
 - Sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. 
 
4.1. Sociedade Limitada 
 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou 
denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua 
abreviatura. 
 
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, 
desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. 
 
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo 
permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. 
 
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade 
solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a 
firma ou a denominação da sociedade. 
 
*A OAB e o tema 
 
 Sobre o tema, confira questão cobrada na 2ª fase do XIII Exame da OAB: 
 
(XIII Exame da OAB Unificado - 2014.1) 
 
Banzaê Ltda. EPP é uma sociedade empresária do tipo limitada, cujo objeto é a extração 
e beneficiamento de dendê para produção de azeite. Antônio Gonçalves, único 
administrador da sociedade, utiliza o nome empresarial “Banzaê Ltda. EPP. O sócio Lauro 
de Freitas pretende, com fundamento no Código Civil, responsabilizar ilimitadamente o 
administrador pelo uso da denominação em desacordo com o princípio da veracidade, 
que, a seu ver, obriga a presença do objeto no nome empresarial da sociedade. 
 
 
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Sendo certo que a sociedade em todos os seus atos que pratica não indica seu objeto, 
pergunta-se: 
 
A denominação social está sendo empregada corretamente por Antônio Gonçalves? 
(Valor: 1,25) 
 
4.2. EIRELI 
 
 A regra da EIRELI confere-se no § 1º do art. 980-A do CC: 
 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da 
empresa individual de responsabilidade limitada. 
 
4.3. Sociedade Anônima 
 
Regra do Código Civil: 
 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação 
designativa do objeto social, integrada pelas expressões 
"sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou 
abreviadamente. 
 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do 
fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom 
êxito da formação da empresa. 
 
•Regra da Lei nº 6.404/1976: 
 
Art. 3º A sociedade será designada por denominação 
acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade 
anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada 
a utilização da primeira ao final. 
 
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer 
outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá 
figurar na denominação. 
 
§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia 
já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a 
modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e 
demandar as perdas e danos resultantes. 
 
4.4. Sociedade Ilimitada 
 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade 
ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles 
poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um 
deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. 
 
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis 
pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por 
 
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seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este 
artigo. 
 
4.5. Sociedade Cooperativa 
 
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação 
integrada pelo vocábulo "cooperativa". 
 
4.6. Sociedade em Comandita por Ações 
 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar 
de firma,adotar denominação designativa do objeto social, aditada 
da expressão "comandita por ações". 
 
4.7. Sociedade em Conta de Participação 
 
Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter 
firma ou denominação. 
 
4.8. Quadro Sinótico 
 
 
 
 
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5. Princípios Informadores 
 
 São princípios informadores os da Veracidade e da Novidade. 
 
 Código Civil: 
 
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer 
outro já inscrito no mesmo registro. 
 
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros 
já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. 
 
 Art. 4º da IN/DNRC nº 116/2011: 
 
Art. 4º O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade 
e da novidade e identificará, quando assim exigir a lei, o tipo 
jurídico da empresa individual de responsabilidade limitada ou da 
sociedade. 
 
 
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Parágrafo único. O nome empresarial não poderá conter palavras 
ou expressões que sejam atentatórias à moral e aos bons 
costumes. 
 
 Ver também as regras do arts. 5º e 6º da mesma Instrução Normativa: 
 
Art. 5º Observado o princípio da veracidade: 
 
I - o empresário e o titular da empresa individual de 
responsabilidade limitada só poderão adotar como firma o seu 
próprio nome, aditando, se quiser ou quando já existir nome 
empresarial idêntico ou semelhante, designação mais precisa de 
sua pessoa ou de sua atividade, devendo o titular acrescer a sigla 
EIRELLI; 
 
II - a firma: 
a) da sociedade em nome coletivo, se não individualizar todos os 
sócios, deverá conter o nome de pelo menos um deles, acrescido 
do aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado; 
b) da sociedade em comandita simples deverá conter o nome de 
pelo menos um dos sócios comanditados, com o aditivo “e 
companhia”, por extenso ou abreviado; 
c) da sociedade em comandita por ações só poderá conter o nome 
de um ou mais sócios diretores ou gerentes, com o aditivo “e 
companhia”, por extenso ou abreviado, acrescida da expressão 
“comandita por ações”, por extenso ou abreviada; 
d) da sociedade limitada, se não individualizar todos os sócios, 
deverá conter o nome de pelo menos um deles, acrescido do 
aditivo “e companhia” e da palavra “limitada”, por extenso ou 
abreviados; 
 
III - a denominação é formada com palavras de uso comum ou 
vulgar na língua nacional ou estrangeira e ou com expressões de 
fantasia, com a indicação do objeto da sociedade ou empresa 
individual de responsabilidade limitada, sendo que: 
a) na sociedade limitada, deverá ser seguida da palavra “limitada”, 
por extenso ou abreviada; 
b) na sociedade anônima, deverá ser acompanhada da expressão 
“companhia” ou “sociedade 
anônima”, por extenso ou abreviada, vedada a utilização da 
primeira ao final; 
c) na sociedade em comandita por ações, deverá ser seguida da 
expressão “em comandita por ações”, por extenso ou abreviada; 
d) na empresa individual de responsabilidade limitada deverá ser 
seguida da expressão “EIRELI”; 
e) para a empresa individual de responsabilidade limitada e para 
as sociedades limitadas enquadradas como microempresa ou 
empresa de pequeno porte, inclusive quando o enquadramento se 
der juntamente com a constituição, é facultativa a inclusão do 
objeto; 
f) ocorrendo o desenquadramento da empresa individual de 
responsabilidade limitada ou da sociedade da condição de 
 
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microempresa ou empresa de pequeno porte, é obrigatória a 
inclusão do objeto 
respectivo no nome empresarial, mediante arquivamento da 
correspondente alteração do ato constitutivo ou alteração 
contratual. 
 
§ 1º Na firma, observar-se-á, ainda: 
a) o nome do empresário ou do titular da empresa individual de 
responsabilidade limitada deverá figurar de forma completa, 
podendo ser abreviados os prenomes; 
b) os nomes dos sócios poderão figurar de forma completa ou 
abreviada, admitida a supressão de prenomes; 
c) o aditivo “e companhia” ou “& Cia.” poderá ser substituído por 
expressão equivalente, tal como “e filhos” ou “e irmãos”, dentre 
outras. 
 
§ 2º O nome empresarial não poderá conter palavras ou 
expressões que denotem atividade não prevista no objeto da 
sociedade ou empresa individual de responsabilidade limitada 
 
Art. 6º Observado o princípio da novidade, não poderão 
coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais 
idênticos ou semelhantes. 
 
§ 1º Se a firma ou denominação for idêntica ou semelhante à de 
outra empresa já registrada, deverá ser modificada ou acrescida 
de designação que a distinga. 
 
§ 2º Será admitido o uso da expressão de fantasia incomum, 
desde que expressamente autorizada pelos sócios da sociedade ou 
pelo titular de empresa individual de responsabilidade limitada 
anteriormente registrada. 
 
6. Nome de fantasia ou título de estabelecimento 
 
 Nome empresarial, marca e nome fantasia não possuem o mesmo 
conceito. 
 Conforme já observado, nome empresarial identifica o empresário, 
enquanto sujeito exercente da atividade empresarial. Já o nome fantasia 
identifica apenas o local do exercício da atividade empresarial. 
 De acordo com Tomazette5, citando Giuseppe Valeri, “o nome fantasia ou 
título do estabelecimento identifica ‘o local no qual é exercida e vem a contato 
com o público a atividade do empresário’. Este conceito não se confunde com o 
nome empresarial na medida em que não identifica a pessoa, mas apenas o local 
do exercício da atividade. Se houver vários locais para o exercício da atividade 
pelo mesmo empresário, podem ser adotados nomes fantasias distintos, mas o 
nome empresarial será sempre o mesmo.” 
 
7. Marcas X Nome empresarial 
 
5 Tomazette, Marlon. Curso de direito empresarial : teoria geral e direito societário, volume 1 / Marlon Tomazette, - 
2. Ed. – São Paulo : Atlas, 2009, p. 139. 
 
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 Visto que o nome empresarial identifica a própria pessoa do empresário, 
há que se observar que a marca identifica produto ou serviço. De acordo com 
Tomazette6, citando Vera Helena de Mello Franco, marca “é o sinal aposto a um 
produto, uma mercadoria, ou o indicativo de um serviço, destinado a diferenciá-
lo dos demais.” 
 
 - Conferir o Enunciado nº 1 e nº 2 do Conselho da Justiça Federal - CJF: 
 
1. Decisão judicial que considera ser o nome empresarial violador 
do direito de marca não implica a anulação do respectivo registro 
no órgão próprio nem lhe retira os efeitos, preservado o direito de 
o empresário alterá-lo. 
 
2. A vedação de registro de marca que reproduza ou imite 
elemento característico ou diferenciador de nome empresarial de 
terceiros, suscetível de causar confusão ou associação (art. 124, V, 
da Lei n. 9.279/1996), deve ser interpretada restritivamente e em 
consonância com o art. 1.166 do Código Civil. 
 
 Sobre o tema, interessante conferir o posicionamento do STJ publicado no 
Informativo nº 548: 
 
DIREITO EMPRESARIAL. DIREITO DE USO EXCLUSIVO DE MARCA 
REGISTRADA. 
O uso, por quem presta serviço de ensino regular, da mesma marca 
anteriormente registrada, na classe dos serviços de educação, por quem 
presta, no mesmo Município, serviços de orientação e reeducação 
pedagógica a alunos com dificuldades escolares viola o direito de uso 
exclusivo de marca. O registro da marca, embora garanta proteção 
nacional à exploração exclusiva por parte do titular, encontra limite no 
princípio da especialidade, que restringe a exclusividade de utilização do 
signo a um mesmo nicho de produtos e serviços. Assim, umamesma 
marca pode ser utilizada por titulares distintos se não houver qualquer 
possibilidade de se confundir o consumidor. Para se verificar a 
possibilidade de confusão na utilização da mesma marca por diferentes 
fornecedores de produtos e serviços, deve ser observada, inicialmente, a 
Classificação Internacional de Produtos e de Serviços, utilizada pelo INPI 
como parâmetro para concessão ou não do registro de uma marca. É 
verdade que a tabela de classes não deve ser utilizada de forma 
absoluta para fins de aplicação do princípio da especialidade, servindo 
apenas como parâmetro inicial na análise de possibilidade de confusão. 
Porém, na hipótese, embora os serviços oferecidos sejam distintos, eles 
são complementares, pois têm finalidades idênticas, além de ocuparem 
os mesmos canais de comercialização. REsp 1.309.665-SP, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/9/2014. 
 
 
8. O STJ e a proteção do nome empresarial 
 
 
6 Op. Cit., p. 140. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp+1309665
 
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•Caso 01: 
Best Way Importação e Exportação Ltda. 
X 
The Best Way Informática Ltda 
 
•Caso 02: 
Odebrecht S.A. 
X 
Odebrecht Comércio e Industria de Café Ltda 
 
 Ainda, confira-se decisão do STJ sobre a matéria: 
 
STJ admite uso de nome de rio por empresas concorrentes 
 
O uso de nome de rio com o objetivo de exploração comercial não 
garante exclusividade na utilização da marca, exceto se ficar 
evidente a concorrência desleal. A decisão é da 4ª Turma do 
Superior Tribunal de Justiça, ao julgar recurso em que a empresa 
Rio Sucuri Ecoturismo Ltda. pediu que a concorrente Barra do 
Sucuri mudasse de denominação. 
 
Para o relator do caso, o ministro Luis Felipe Salomão, a 
titularidade para registro de indicação geográfica é, em regra, 
coletiva, não cabendo direito de exclusividade a quem, 
primeiramente, o obtém. A ressalva só existe se constatada 
concorrência desleal, ou seja, quando o uso da expressão visa 
confundir o consumidor. 
 
Com o argumento de que o consumidor não poderia distinguir com 
clareza o serviço que estava contratando, a Rio Sucuri Ecoturismo 
buscava impedir que a Barra do Sucuri utilizasse tal denominação. 
Ambas atuam na exploração do turismo, mas o registro da 
primeira é de 1997 e o da segunda, de 2001. 
 
No entanto, como na visão do STJ não ficou comprovado que a Rio 
Sucuri Ecoturismo teve prejuízo com o surgimento da Barra do 
Sucuri, e tampouco entendeu que há confusão por parte do 
público, a anulação do registro não se justifica. Afinal, nessas 
condições, a jurisprudência do STJ admite a possibilidade de 
coexistência de duas marcas semelhantes, mesmo que 
compartilhem o mesmo ramo de serviços. 
 
O Rio Sucuri corta o município de Bonito (MS). O artigo 124 da Lei 
9.279/98 é o que elenca os casos em que o Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial (INPI) pode recusar o registro da marca. 
Com informações da Assessoria de Imprensa do Superior Tribunal 
de Justiça. 
 
Recurso Especial 1092679. 
 
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 5 de junho de 2012 
 
 
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Aula 7 - Estabelecimento 
 
1. Conceito 
 
 É o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o 
instrumento utilizado pelo Empresário para a exploração da Empresa 
 
•O Código Civil: 
 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária. 
 
1.1. Elementos do Estabelecimento Empresarial7 
 
 
2. Natureza Jurídica 
 
-O Estabelecimento como Universalidade de Direito; 
 
-O Estabelecimento como Universalidade de Fato. 
 
3. O Estabelecimento Virtual 
 
•O acesso por transmissões eletrônicas de dados; 
 
•A interatividade; 
 
•Acesso a produtos ou serviços e informações relativas aos mesmos 
(navegabilidade) 
 
 O nome de domínio é endereço de acesso a pagina virtual na internet e 
será melhor estudado m8ais a frente, quando falarmos dos Contratos Eletrônicos. 
Contudo, o nome de domínio tornou-se peça importante no estabelecimento do 
empresário. Nesse sentido, conferir o Enunciado nº 7 da 1ª Jornada de Direito 
Comercial do Conselho da Justiça Federal: 
 
7. O nome de domínio integra o estabelecimento empresarial como 
bem incorpóreo para todos os fins de direito. 
 
Obs.¹: O prof. André Luiz Santa Cruz Ramos, manifestando-se sobre o tema 
entende que: 
 
 
7 Quadro sinótico extraído de: Negrão, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume 1 / Ricardo 
Negrão. – 6ª Ed. ver. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2008, p. 73 
8 Ramos, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado - 2 ed. rev. atual. e ampl. - Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: Método, 2012, p. 113-114. 
 
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"Em suma: o site de determinado empresário individual ou sociedade 
empresária é o seu ponto empresarial virtual ou ponto de negócio 
virtual" 
 
4. Estabelecimento X Empresa 
 
5. Estabelecimento X Empresário 
 
6. Contrato de Trespasse 
 
6.1. Comercialização do estabelecimento: 
 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e 
de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza. 
 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto 
ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos 
quanto a terceiros depois de averbado à margem da 
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no 
Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na 
imprensa oficial. 
 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para 
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento 
depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento 
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua 
notificação. 
 
*A OAB e o tema: 
 
(XIII Exame da OAB Unificado - 2014.1) 
Questão 50. Ananias Targino consulta sua advogada para saber as providências 
que deve tomar para publicizar o trespasse do estabelecimento da Empresa 
Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) por ele constituída e 
enquadrada como microempresa, cuja firma é Ananias Targino EIRELI ME. 
 
A advogada corretamente respondeu que 
 
A) é dispensável qualquer publicização ou arquivamento do contrato de trespasse do 
estabelecimento por ser a EIRELI enquadrada como microempresa. 
B) é dispensável o arquivamento do contrato de trespasse no Registro Público de 
Empresas Mercantis, mas ele deverá ser publicado na imprensa oficial. 
C) é dispensável o arquivamento do contrato de trespasse no Registro Público de 
Empresas Mercantis, mas ele deverá ser publicado na imprensa oficial e em jornal de 
grande circulação. 
D) é dispensável a publicação do contrato de trespasse na imprensa oficial, mas ele 
deverá ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 
Resposta: "D" 
 
 
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Comentário: A regra geral do trespasse (alienação do estabelecimento) encontra-se 
insculpida nos artigos 1.143 a 1.146 do Código Civil - CC. 
 De acordo com art. 1.144 do CC "o contrato que tenha por objeto a 
alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade 
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa 
oficial". 
 No que tange a EIRELI (Empresa individual de responsabilidade limitada), 
prevista noart. 980-A do CC, aplica-se, no que couber, as regras previstas para as 
sociedades limitadas (art. 980-A, § 6º, CC). 
 Ora, o detalhe da questão é que a EIRELI do caso concreto se enquadrou 
como Microempresa, e na forma do art. 71 da LC nº 123/2006 (Estatuto da 
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), "os empresários e as sociedades de que 
trata esta Lei Complementar, nos termos da legislação civil, ficam dispensados da 
publicação de qualquer ato societário". 
 Pois bem, juntando o art. 1.144 do CC com o art. 71 da LC nº 123/2006, 
percebe-se que para o caso em tela a EIRELI enquadrada como ME necessita de arquivar 
o ato de trespasse no Registro Público de Empresas Mercantis, mas dispensa-se que faça 
a publicação do ato na imprensa oficial. 
 Desta forma, correta a alínea "D". 
 
6.2. A alienação do estabelecimento e sucessão empresarial 
 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto 
aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data 
do vencimento. 
 
OBS¹: Esse sistema, sobretudo os seus efeitos obrigacionais só se aplica “quando 
o conjunto de bens transferidos importar a transmissão da funcionalidade do 
estabelecimento empresarial” (enunciado nº 233 do CJF) 
 
OBS²: O regime de sucessão obrigacional previsto no art. 1.146 do CC só se 
aplica a relações travadas em conseqüência do exercício da empresa. 
 
 Dívidas trabalhistas (art. 448 da CLT) e dívidas Tributária (art. 133 do 
CTN) possuem regimes próprios: 
 
 Art. 448 da CLT: 
 
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da 
empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos 
empregados. 
 
 Art. 133 do CTN: 
 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que 
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
 
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respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob 
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, 
indústria ou atividade; 
 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na 
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da 
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão. 
(...) 
 
6.3. O trespasse no processo de Falência 
 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive 
da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das 
modalidades de que trata este artigo: 
 
(...) 
 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não 
haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, 
inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do 
trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. 
 
6.4. O nome empresarial no trespasse 
 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre 
vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, 
precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
 
 De acordo com Gladston Mamede, a transferência do título do 
estabelecimento ou de uma marca registrada em nada se confunde com a 
transferência do nome empresarial, uma vez que o art. 1.164 do CC veda, 
expressamente, a possibilidade de sua alienação. 
 Decerto, mantém-se uma coerência do nome da pessoa jurídica com 
expressão de um direito de personalidade (ou personalíssimo), subsumindo-se à 
regra geral de intransmissibilidade, tal como se encontra disposta no art. 11 do 
CC. 
 Contudo, há que se observar que o parágrafo único do art. 1.164, 
em virtude dos princípios da veracidade, permite a informação da existência do 
trespasse, e a sucessão empresarial. 
 
6.5. O trespasse e a sub-rogação do adquirente nos direitos do alienante 
 
 Conferir o Enunciado nº 8 da 1ª Jornada de Direito Comercial do Conselho 
da Justiça Federal: 
 
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8. A sub-rogação do adquirente nos contratos de exploração 
atinentes ao estabelecimento adquirido, desde que não possuam 
caráter pessoal, é a regra geral, incluindo o contrato de locação. 
 
7. A cláusula de não-concorrência 
 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência. 
 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do 
estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá 
durante o prazo do contrato. 
 
 Sobre o tema, o STJ, em seu Informativo nº 544, assim se pronunciou: 
 
DIREITO EMPRESARIAL. ABUSIVIDADE DA VIGÊNCIA POR 
PRAZO INDETERMINADO DE CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA. 
É abusiva a vigência, por prazo indeterminado, da cláusula de 
“não restabelecimento” (art. 1.147 do CC), também denominada 
“cláusula de não concorrência”. O art. 1.147 do CC estabelece que 
“não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não 
pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à 
transferência”. Relativamente ao referido artigo, foi aprovado o 
Enunciado 490 do CJF, segundo o qual “A ampliação do prazo de 5 
(cinco) anos de proibição de concorrência pelo alienante ao adquirente 
do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da autonomia 
da vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva”. Posto isso, cabe 
registrar que se mostra abusiva a vigência por prazo indeterminado da 
cláusula de “não restabelecimento”, pois o ordenamento jurídico pátrio, 
salvo expressas exceções, não se coaduna com a ausência de limitações 
temporais em cláusulas restritivas ou de vedação do exercício de 
direitos. Assim, deve-se afastar a limitação por tempo indeterminado, 
fixando-se o limite temporal de vigência por cinco anos contados da 
data do contrato, critério razoável adotado no art. 1.147 do 
CC/2002. REsp 680.815-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 
20/3/2014, DJe 3/2/2015. 
 
7.1. O leading case (STF, 1914) 
 
Companhia de Tecidos da Juta 
X 
Conde Alvares Penteado e Companhia Paulista de Aniagem 
 
7.2. Qual a limitação geográfica para o antigo proprietário não mais atuar? 
 
 A questão da Boa-fé! 
 
8. A avaliação do estabelecimento empresarial a due dilligence 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%20680815
 
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 - Due dilligence: procedimento de análise dos documentos, da 
contabilidade, dos contratos, das informações, etc, de um determinado 
empresário ou sociedade empresária, geralmente com o intuito de aferir o valor 
da empresa. 
 
 - Método: o método do fluxo de caixa descontado. 
 
9. Outras normas sobre estabelecimento empresarial no Código Civil 
 
 - Arts. 1.148 e 1.149 do Código Civil: 
 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa 
a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para 
exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, 
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar 
da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, 
neste caso, a responsabilidade do alienante. 
 
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento 
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, 
desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor 
ficaráexonerado se de boa-fé pagar ao cedente. 
 
10. Proteção ao Ponto de Negócio: 
 
10.1. Locação Empresarial 
 
 Proteção ao ponto de negócio (locação empresarial) 
 
 - Ponto – também chamado de propriedade comercial 
 
 é o local onde o empresário se estabelece. É um dos fatores decisivos para 
o sucesso do seu empreendimento. 
 
Art. 51 da Lei de Locação (nº 8.245/91) 
 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o 
locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, 
desde que, cumulativamente: 
 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com 
prazo determinado; 
 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos 
ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, 
pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
 
 Sobre o prazo para a renovação, confira a notícia de decisão do STJ 
publicado pelo informativo SINTESE: 
 
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STJ - Terceira Turma define prazo de cinco anos para renovação de 
aluguel comercial 
Publicado em 5 de Dezembro de 2013 às 09h22 
 
Se por um lado deve ser considerado todo o patrimônio imaterial 
agregado a imóvel comercial pela atividade exercida pelo locatário, por 
outro é necessário resguardar o direito de propriedade do locador, 
evitando contratos que eternizem o uso do imóvel. Portanto, de acordo 
com decisão da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o 
prazo de cinco anos é razoável para renovação de contratos do gênero. 
 
O entendimento foi firmado pela Turma ao analisar a aplicação, em ação 
renovatória de contrato de locação comercial, da acessio temporis - 
quando a soma de períodos ininterruptos de locação é utilizada para 
alcançar o período mínimo de cinco anos para o pedido de renovação. 
 
Em seu voto, a ministra Nancy Andrighi, relatora, reconheceu a 
importância desse instituto jurídico, porém ressaltou que é fundamental 
respeitar a natureza bilateral e consensual do contrato locatício. 
Considerando a vontade de renovação de um lado e a de não renovação 
do outro, a ministra afirmou que o prazo de cinco anos mostra-se 
razoável para a renovação, que pode ser requerida novamente pelo 
locatário no final do contrato. 
 
Cinco anos 
 
Segundo Nancy Andrighi, permitir a renovação por prazos maiores - de 
dez, 15 ou 20 anos - contraria a própria finalidade do instituto, uma vez 
que possíveis mudanças econômicas e outros fatores podem influenciar 
na decisão das partes em renovar, ou não, o contrato. 
 
Para a relatora, quando a Lei 8.245/91 estabelece o direito à renovação 
por igual prazo, está se referindo ao prazo mínimo exigido, ou seja, 
cinco anos, e não o prazo estipulado pelo último contrato celebrado 
entre as partes. 
 
“A renovação do contrato de locação não residencial, nas hipóteses de 
acessio temporis, dar-se-á pelo prazo de cinco anos, 
independentemente do prazo do último contrato que completou o 
quinquênio necessário ao ajuizamento da ação. O prazo máximo da 
renovação também será de cinco anos, mesmo que a vigência da 
avença locatícia, considerada em sua totalidade, supere esse período”, 
explicou a ministra. 
 
N° do Processo: REsp 1323410 
 
Fonte: Superior Tribunal de Justiça 
 
Obs: Extensão da proteção ao ponto ao Cessionário ou sucessor da locação 
 
 - Art. 51, § 1º, LL: 
 
 
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§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos 
cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total 
do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo 
sublocatário. 
 
 - STF 482: 
 
O locatário, que não for sucessor ou cessionário do que o precedeu 
na locação, não pode somar os prazos concedidos a este, para 
pedir a renovação do contrato, nos termos do Dec. nº 24.150. 
 
10.2. Exceção de Retomada 
 
A questão do Direito de Propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88) 
 
“XXII - é garantido o direito de propriedade;” 
 
 A Lei nº8.245/1991: 
 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel 
obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer 
modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou 
da propriedade; 
 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para 
transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, 
sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, 
ascendente ou descendente. 
 
.......... 
 
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que 
possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
 
(...) 
 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do 
imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por 
aquele ao ponto ou lugar; 
 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições 
melhores; 
 
10.3. Da ação renovatório 
 
 - Decadência: art. 51, § 5º: 
 
“Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no 
interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, 
anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor”. 
 
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 - Requisitos: art. 71 da LL; 
 
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código 
de Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser 
instruída com: 
 
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do 
art. 51; 
 
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; 
 
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o 
imóvel e cujo pagamento lhe incumbia; 
 
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a 
renovação da locação; 
 
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, 
quando não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação 
completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, 
endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o 
estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, 
comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do 
fiador, a atual idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei nº 
12.112, de 2009) 
 
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na 
renovação aceita os encargos da fiança, autorizado por seu 
cônjuge, se casado for; 
 
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em 
virtude de título oponível ao proprietário. 
 
Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de 
parte dele, serão citados o sublocador e o locador, como 
litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária ou 
renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita renovar a 
sublocação; na primeira hipótese, procedente a ação, o 
proprietário ficará diretamente obrigado à renovação. 
 
 - Contestação do Locador: art. 72 da LL 
 
 Obs: as modificações introduzidas no inc. V. 
 
10.3.1. Notícia do TJPB sobre o direito de renovação 
 
TJPB - Segunda Câmara Cível decide que locatário não pode 
renovar contrato verbal em imóvel comercial 
Publicado em 1 de Junho de 2011 às 13h51 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm#art282
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm#art282
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2
 
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Na manhã de ontem, terça-feira (31), a Segunda Câmara Cível do 
Tribunal de Justiça, por unanimidade,decidiu que o locatário não 
terá direito à renovação do contrato de locação de imóvel 
comercial que havia sido renovado de forma “verbal”. Entenderam 
os membros da Corte que a pretensão da apelante, Luciana 
Andrade Lira, não se enquadra nos requisitos exigidos na Lei do 
Inquilinato (Lei 8.245/91). O colegiado manteve a sentença do 
Juízo da 11ª Vara Cível da comarca da Capital. O relator do 
processo foi o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 
na Apelação Cível nº 200.2010.012.108-2/001. 
 
De acordo com o relatório, Luciana Lira alegou que pretendia 
renovar o contrato principal ( prazo de validade com início e fim 
estabelecidos), com a proprietária Violeta de Lourdes Costa 
Aranha, por meio de medida judicial. Aduz ainda que, se não 
obtiver a renovação, pretende buscar seus direitos através de 
indenização por perdas e danos. 
 
Em seu voto, o desembargador Marcos Cavalcanti ressaltou que a 
Lei do Inquilinato, ao se referir à renovação, diz que o contrato 
tem que ser escrito e com prazo determinado, o que não foi 
observado, visto que, a partir do ano de 2006 até 2010, o acordo 
foi renovado verbalmente, passando a vigorar por tempo 
indeterminado. “Desta forma é fácil concluir, que o atual contrato 
em vigor entre a apelante e apelada não obedece o disposto no 
inciso I, do art. 51 da Lei 8.245/91”, disse o relator. Ele observou, 
ainda, que o único contrato escrito no processo, possui apenas um 
ano de duração (2005/2006). 
 
Com relação a indenização pleiteada, o desembargador Marcos 
Cavalcanti observou que a apelante não possui direito, “pois a 
referida indenização está vinculada ao direito de renovação do 
contrato de locação”. 
 
Fonte: Tribunal de Justiça da Paraíba 
 
10.3.2. Legitimados ao exercício do direito de renovação9 
 
 
 
 
 
 
 
10.3.3. Locação Comercial e o Contrato de Trespasse – A posição do STJ 
 
LOCAÇÃO COMERCIAL. TREPASSE. 
“Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento cumulada 
com ação de cobrança dos aluguéis; o primitivo locador realizou a 
 
9 Quadro sinótico extraído de: Negrão, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume 1 / Ricardo 
Negrão. – 6ª Ed. ver. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2008, p. 100-101 
 
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cessão do fundo de comércio a terceiros (trepasse), o que, a seu 
ver, exonerá-lo-ia da responsabilidade por ulteriores débitos 
locatícios em razão da inaplicabilidade do art. 13 da Lei n. 
8.245/1991 aos contratos de locação comercial. Apesar da 
relevância do trepasse para o fomento e facilitação dos processos 
produtivos e como instrumento para a realização do jus abutendi 
(o poder de dispor do estabelecimento comercial), ele está adstrito 
a certos limites. O contrato locatício, por natureza, reveste-se de 
pessoalidade, pois são sopesadas as características individuais do 
futuro inquilino ou fiador (capacidade financeira e idoneidade 
moral), razão pela qual a alteração deles não pode dar-se sem o 
consentimento do proprietário do imóvel. Assim, não há como 
entender que o referido artigo da Lei do Inquilinato não possa ser 
aplicado às locações comerciais, visto que, ao prevalecer o 
entendimento contrário, tal qual pretendido pelo recorrido, o 
proprietário do imóvel estaria à mercê do inquilino, que, por sua 
conveniência, imporia ao locador honrar o contrato com pessoa 
diversa daquela constante do instrumento, que pode não ser apta 
a cumprir o avençado por não possuir as qualidades exigidas pelo 
proprietário. Assim, a modificação, de per si, de um dos polos do 
contrato de aluguel motivada pela cessão do fundo do comércio 
fere o direito de propriedade do locador e a própria liberdade de 
contratar, quanto mais não sendo permitido o fomento econômico 
à custa do direito de propriedade alheio. Dessarte, o juiz deve 
reapreciar a inicial ao considerar aplicável o disposto no art. 13 da 
Lei n. 8.245/1991 ao contrato de locação comercial. REsp 
1.202.077-MS, Rel. Min. Vasco Della Giustina 
(Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 
1º/3/2011. 
 
10.4. Indenização do Ponto 
 
•Pressupostos: 
 
 a)caracterização da locação como empresarial, com atendimento aos 
requisitos formal, material e temporal; 
 
 b) ajuizamento da ação renovatória no prazo; 
 
 c) acolhimento da exceção de retomada. 
 
•Hipóteses de cabimento: Art. 52, § 3º da LL 
 
a) se a exceção de retomada foi a existência de proposta melhor de 
terceiro; 
 
b) se o locador demorou mais de 03 meses, contados da entrega do 
imóvel, para dar-lhe o destino alegado na exceção de retomada; 
 
http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201202077
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 c) exploração, no imóvel, da mesma atividade do locatário; 
 
 d) insinceridade da exceção de retomada. 
 
-Obs¹: A locação-gerência e a perda do direito à indenização. 
 
10.5. O Shopping Center 
 
 Contrato de Locação revestido de cláusulas especiais com vistas ao 
atendimento das características próprias do shopping. (Fábio Ulhoa 
Coelho, V. 1, 12ª ed.) 
 
 No que se refere a renovação nos contratos de locação em shopping 
center, confirir o art. 52, § 2º, da LL: 
 
2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não 
poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso 
II deste artigo. 
 
 Ademais, o Art. 54 da LL: 
 
Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping 
center, prevalecerão as condições livremente pactuadas nos 
contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais 
previstas nesta lei. 
 
 Despesas que não são cobradas do Locatário: art. 54, § 1º 
 
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura 
integral do imóvel; 
 
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, 
bem como das esquadrias externas; 
 
c) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de 
empregados, ocorridas em data anterior ao início da locação; 
 
d) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que 
impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do 
habite - se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. 
 
 Ainda, há que observar a questão do art. 54-A da Lei nº 
8.245/1991: 
 
Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o 
locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, 
 
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por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo 
pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo 
determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas no 
contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) 
 
§ 1o Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor 
dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação. 
(Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) 
 
§ 2o Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, 
compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não 
excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o 
termo final da locação. (Incluído pela Lei nº 12.744, de 2012) 
 
11. Aviamento, Clientela e Freguesia 
 
11.1. Aviamento 
 
 É expressão que significa, em síntese, a aptidão que um 
determinado estabelecimento possui para gerar lucros ao exercente da 
empresa. 
 
11.1.1. Divisão 
 
Aviamento subjetivo (ou pessoal) 
 Ligado a figura do empresário 
 
 
Aviamento Objetivo (ou real) 
 Ligado as condições objetivas, comoo local, o ponto, etc. 
 
 Valor do Aviamento reconhecido pelo Código Civil: 
 
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão 
observados os critérios de avaliação a seguir determinados: 
 
(...) 
 
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser 
determinado com base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; 
os não cotados e as participações não acionárias serão 
considerados pelo seu valor de aquisição; 
 
11.2. Clientela 
 
•Conjunto de pessoas que mantém com o empresário ou sociedade empresária 
relações jurídicas constantes. 
 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12744.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12744.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12744.htm#art3
 
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 Manifestação externa do aviamento. 
 
11.3. Freguesia 
 
 Não confundir Clientela com Freguesia: 
 
É um critério geográfico, sem vínculo de lealdade, representado por aquele 
núcleo transeunte, passageiro, que somente adquire produtos de determinado 
estabelecimento por razões particulares, pessoais, de ordem subjetiva, como a 
localização, a vizinhança, a comodidade ou o fato de por acaso te passado pelo 
estabelecimento. 
 
•Da Cessão de Clientela: 
 
 - Não significa literalmente que se esteja cedendo a clientela; 
 
 - Contrato que implica a transferência de bens, que constituem 
fatores determinantes para a clientela. 
 
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Aula 08 - Auxiliares em colaboração com o Empresário 
 
1. Auxiliares e Colaboradores do Empresário 
 
•Preposto; 
 
•Contabilista; 
 
•Gerente. 
 
2. Preposto 
 
2.1. Impossibilidade de delegação de poderes 
 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se 
substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder 
pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele 
contraídas. 
 
2.2. Proibição de Concorrência 
 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode 
negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora 
indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi 
cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem 
retidos pelo preponente os lucros da operação. 
 
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou 
valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu 
sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. 
 
2.3. Da Responsabilidade 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de 
quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e 
relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por 
escrito. 
 
2.4. Da responsabilidade perante Terceiro: p.ú. Do art. 1.177: 
 
 No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente 
responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos 
dolosos. 
 
3. Contabilista 
 
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração 
ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, 
salvo se nenhum houver na localidade. 
 
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Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do 
preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua 
escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os 
mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
4. Gerente 
 
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no 
exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou 
agência. 
 
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se 
o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao 
exercício dos poderes que lhe foram outorgados. 
 
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para 
serem opostas a terceiros, dependem do arquivamento e 
averbação do instrumento no Registro Público de Empresas 
Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa que 
tratou com o gerente. 
 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, 
deve a modificação ou revogação do mandato ser arquivada e 
averbada no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que 
este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele. 
 
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do 
preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da sua 
função. 
 
 
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Aula 09 - Escrituração do Empresário 
 
1. Da Escrituração 
 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados 
a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com 
base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência 
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o 
balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
1.1. Da penalidade: Art. 178 da Lei nº 11.101/2005 
 
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou 
depois da sentença que decretar a falência, conceder a 
recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios: 
 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
 
2. Responsabilidade do Contabilista: 
 
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração 
ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, 
salvo se nenhum houver na localidade. 
 
3. Livro Obrigatório: 
 
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios 
e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser 
autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja 
inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá 
fazer autenticar livros não obrigatórios. 
 
3.1. Do Livro Diário: 
 
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e 
caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita 
direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da 
empresa. 
 
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que 
não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas 
operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do 
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares 
regularmente autenticados, para registro individualizado, e 
conservados os documentos que permitam a sua perfeita 
verificação. 
 
 
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§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em 
Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou 
sociedade empresária. 
 
 
 
 
3.2. A situação dos Microempresários e Emp. de Peq. Porte 
 
•Art. 1.179, § 2º: 
 
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno 
empresário a que se refere o art. 970. 
 
•LC nº 123/2006: Pequeno Empresário: 
 
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de 
aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário individual 
caracterizado como microempresa na forma desta Lei 
Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto 
no § 1o do art. 18-A. 
.......... 
 
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar 
pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos

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