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Asma e DPOC Síndromes Brônquicas: ❖ Bronquites ❖ Enfisema Pulmonar ❖ Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ❖ Asma ❖ Bronquiectasia -São causadas pelo acometimento brônquico, culminando em: ❖ Redução do calibre brônquico → dispneia ❖ Dilatação → dor torácica difusa. ❖ Hipersecreção brônquica → sibilância e tosse seca ou produtiva. ❖ Edema da mucosa brônquica e aumento do tônus broncomotor → redução do calibre brônquico. Asma Brônquica: -Conceito: Doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por hiperreatividade brônquica, reversível espontaneamente ou com tratamento ou irreversível. -Etiologia: -É uma síndrome clínica de etiologia desconhecida, caracterizada por: ❖ Episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas que regridem espontaneamente ou como resultado do tratamento. ❖ Resposta broncoconstritora exagerada a estímulo (hiperresponsividade das vias aéreas). ❖ Inflamação das vias aéreas. -Epidemiologia: -Mais comum em meninos e após a puberdade acomete mais o sexo feminino. -Ocorre geralmente antes dos 25 anos, mas pode se desenvolver em qualquer idade da vida. -Ocorre mais em países industrializados. -Genética: 60% de hereditariedade; influência de fatores genéticos e ambientais e mutação nos genes da asma ADAM 33 (cromossomo 20) e PhF 11 (cromossomo 13). -Patologia: -Asma Leve: edema e hiperemia de mucosa. Mucosa infiltrada por linfócitos, mastócitos e eosinófilos que produzem interleucinas 3, 4 e 5. -Tais IL promovem a síntese de IgE. -As células epiteliais e inflamatórias produzem eotaxina e IL-8 que perpetuam e amplificam os eventos inflamatórios nas vias aéreas. -Mediadores da Resposta Asmática Aguda: -Acetilcolina (liberada pelos nervos motores intrapulmonares), o que culmina em constrição dos músculos lisos das vias aéreas por estímulo dos receptores muscarínicos subtipo M3. -Histamina: potente agente endógeno broncoativo, é liberada pelos mastócitos das vias aéreas. -Leucotrienos e Lipoxinas: mastócitos, eosinófilos e macrófagos produzem cisteinil leucotrieno. Leucócitos PMN produz um tipo de leucotrieno que é antagonista contrátil das vias aéreas. Leucotrienos são importantes como mediadores da resposta asmática e as Lipoxinas são infra- reguladoras exógenas da resposta inflamatória. -Neuropeptídeos: causam a constrição da musculatura lisa das vias aéreas e extravasamento broncovascular. São encontrados nos nervos pulmonares. -Óxido Nítrico: produzido pelas células epiteliais das vias aéreas e células inflamatórias do pulmão asmático. Em níveis altos atua como molécula pró-inflamatória. -Fator Ativador de Plaquetas (FAP): produzido por células inflamatórias, incluindo mastócitos e eosinófilos. Indutor da hiperresponsividade e inflamação das vias aéreas. Portadores de gene disfuncional com níveis maiores de FAP apresentam asma grave. -Asma Crônica Grave: hiperemia e hiperplasia das glândulas e células secretoras das vias aéreas e hiperplasia da musculatura lisa. -Espessamento da parede. -Muco e células epiteliais descamadas causam oclusão focal das vias aéreas. -O estreitamento das vias aéreas ocorre por constrição da musculatura lisa das vias aéreas (por influência de mediadores broncoativos), por espessamento do epitélio ou por presença de líquido na luz das vias aéreas. -Fisiopatologia: -Inflamação: interações de mediadores químicos liberados por várias células. -Hiperreatividade Brônquica: vários estímulos, como alérgenos inaláveis, irritantes, condições climáticas, infecções, exercícios físicos e fármacos. -Edema, hiperemia mucosa e infiltração da mucosa com linfócitos TH2, mastócitos e eosinófilos, que produzem IL e criam ambiente para a produção de IgE. Quimiocinas produzidas por células epiteliais e inflamatórias amplificam o efeito inflamatório dentro das vias aéreas. -Esses mecanismos e a deformação do epitélio pela constrição da musculatura lisa das vias aéreas, fazem com que se forme um depósito de colágeno tipo III e V abaixo da membrana basal da parede. -Alterações Fisiológicas da Asma: -A constrição da musculatura lisa, espessamento do epitélio ou presença de líquido livre dentro da luz das vias aéreas, leva à obstrução e consequente aumento da resistência ao fluxo aéreo e na resistência, reduzindo assim, a velocidade de fluxo em toda a capacidade vital. -Taquipneia desencadeada pela estimulação dos receptores intrapulmonares menor que a perfusão pulmonar, levando à hipoxemia arterial. -Manifestações Clínicas: Anamnese: -Dispnéia, tosse, sibilo e ansiedade. -Dispneia induzida pelo exercício, uso de AAS, exposição a agente específico (asma extrínseca) ou sem razão (intrínseca). -Tosse, rouquidão ou dificuldade para dormir pode ser o único sintoma. -O importante é identificar o fator desencadeante (mudança de temperatura) e se é do tipo asma ocupacional, exposição no ambiente de trabalho. Sinais e Sintomas: -Episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, sensação de opressão torácica (ansiedade) e tosse. -Crise asmática severa: fácies de angústia, posição ortopnéica, presença de cianose, tiragem, abolição do som vesicular ou expiração prolongada com roncos e sibilos. Exame Físico: -Sinais Vitais: ❖ FR alta: 25 a 40 incursões/min; ❖ Taquicardia ❖ Pulso paradoxal (queda na pressão sistólica) ❖ Saturação de oxigênio 90% -Sibilos, roncos e/ou estertores grossos. -Aumento da FR, diminuição da expansibilidade (hiperinsuflação). -Hipersonoridade, diminuição do FTV e MV bilateralmente. Inspeção: retração dos espaços intercostais. Percussão: hiperressonância. Ausculta: sibilos. Roncos (secreção livre na luz das vias aéreas). Estertores: infecção localizada ou IC. OBS: ausência de MV indica obstrução grave ao fluxo aéreo. -Diagnóstico: Prova de Função Pulmonar: -PFE (pico de fluxo expiratório), VEF (volume expiratório forçado) diminuídos. -CPT (capacidade pulmonar total) e VR (volume residual) alterados. Gasometria Arterial: não realizada na asma leve. -Hipoxemia e hipocarbia. -FR > = diminuição de PO2 e PCO2 e consumo de HCO3 → alcalose respiratória. -Com a resolução do quadro, o rim expele HCO3→ levando à acidose metabólica. Outros Achados no Sangue: eosinofilia. -Nível elevado de IgE (RAST), DHL e outros exames podem estar alterados. Raios-X de Tórax: hiperinsuflação. Complicações: pneumomediastino ou pneumo- tórax. ECG: taquicardia sinusal. Pode haver bloqueio de ramo D. Achados no Escarro: se houver suspeita de infecção, faz-se o exame pela coloração de Gram e Wright. -Diagnóstico Diferencial: -Comuns: bronquiolite aguda (infecciosa, química), aspiração de corpo estranho, estenose brônquica, IC, bronquite crônica, fibrose cística e pneumonia eosinofílica. -Incomuns: tumores torácicos, câncer de pulmão, câncer de mama metastático, síndrome carcinóide e embolia pulmonar. -Classificação da Gravidade da Asma: Intermitente Leve: função pulmonar normal, sintomas infrequentes. Asma Persistente Leve: função pulmonar normal, sintomas diários, dificuldade para dormir, usam medicamento de resgate da asma frequentemente. Asma Persistente Moderada ou Grave: função pulmonar anormal, sintomas mais de uma vez por dia, dificuldade para dormir e necessitam múltiplas medicações. -Prognóstico: -Transtorno recorrente crônico. -Desde pacientes que não apresentam perda da função pulmonar até os que apresentam perda irreversível significativa. DPOC: -Conceito: -É uma doença caracterizada por limitações ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. -A limitação é progressiva e secundária a uma resposta inflamatória do pulmão a partículas de gases nocivos. -Definição: -É a obstrução lenta e progressiva das vias aéreas, geralmente associada ao tabagismo, não reversível e não é secundária a outra causa específica (asma). -Epidemiologia: -História de tabagismo de 20 anos/maço; a maior parte com 40 anos/maço. -A interrupção do hábito de fumar, altera a perda de função pulmonar na mesma taxa observada nos não-fumantes.-A DPOC progride, mesmo interrompendo o hábito de fumar. -Patogênese: -A DPOC tem graus variados de 3 processos patológicos associados ao tabagismo: ❖ Bronquite Crônica. ❖ Obstrução das Pequenas Vias Aéreas. ❖ Enfisema. Bro����te C�ôni��: -Diagnóstico clínico é definido como a presença de tosse e produção de escarro crônico por pelo menos 3 meses/ano consecutivos sem outra doença. -Há hipertrofia e hiperplasia das glândulas secretoras de muco no epitélio das vias aéreas maiores. -As células vão aumentando de tamanho e são mais encontradas nas vias aéreas menores dos fumantes. -A expansão de tais células se acompanha de inflamação neutrofílica de baixo grau e aumento dos músculos das vias aéreas. -Tem tendência a desenvolver episódios repetitivos de bronquite aguda, que contribui para a progressão da obstrução das vias aéreas. Bronquites: comprometimento inflamatório dos brônquios; se subdivide em aguda ou crônica. Bronquite Aguda: -Sintomas: tosse seca, tosse produtiva (mucosa purulenta), desconforto retroesternal, cefaléia, febre, dor de garganta, rouquidão e coriza. -Há liberação de mediadores inflamatórios por agentes infecciosos, o que leva à broncoconstrição e edema. -Bronquite aguda geralmente causada por vírus que compromete as vias respiratórias desde a faringe. Bronquite Crônica: -Conceito: tosse persistente ou recorrente durante pelo menos 3 meses por ano, por 2 anos consecutivos afastadas outras causas de tosse crônica como bronquiectasias e tuberculose. -Ao longo do tempo pode haver metaplasia e fibrose das células caliciformes -História de resfriados frequentes e pela manhã tosse eliminando secreção mucopurulenta. -Causas: tabagismo, infecções e poluição atmosférica. -Faixa etária: acima de 50 anos. Sinais e Sintomas: -Inspeção, palpação e percussão = no início normal, com evolução da doença aparece cianose labial, de leito ungueal, diminuição da expansibilidade, do FTV e da percussão, dispnéia. -Ausculta: estertores grossos disseminados, roncos e sibilos difusos em ambos pulmões. -Manifestações tardias decorrentes de hipóxia alveolar, hipoxemia, hipertensão pulmonar e policitemia secundária. Sinais de ICD. -Presença de estertores grossos disseminados em todo tórax; roncos e sibilos e diminuição da expansibilidade, do FTV e do MV (enfisema) e hipersonoridade. Ob��rução d�� P��u�n�� Vi�� Aére��: -Na DPOC há um aumento na resistência ao fluxo aéreo nas vias aéreas periféricas ou nos bronquíolos. -Fumantes apresentam musculatura lisa bronquiolar aumentada, inflamação e fibrose, que diminui a luz das vias aéreas e espessa as paredes. Enfi�e��: -Conceito: alteração anatômica caracterizada pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, em razão da destruição e deformação das paredes alveolares. -Patogênese: -Centrolobular: envolve os bronquíolos respiratórios com alvéolos distais frequentemente normais, que na doença grave se tornam danificados. Fumantes e lobos pulmonares superiores. -Panacinar: envolve toda unidade pulmonar distal, distorcendo e destruindo alvéolos e bronquíolos respiratórios. Pode ocorrer em todo pulmão envolvendo principalmente os lobos inferiores. -Algumas famílias desenvolvem enfisema panacinar por déficit de alfa 1-antitripsina (AAT). Alteração da relação elastase/antielastase AAT secretada pelo fígado que se liga à elastase dos neutrófilos e a neutraliza. No tabagismo, existe um processo inflamatório que faz com que os neutrófilos sejam ativados e migrem para o interior do pulmão liberando a elastase que digere o tecido pulmonar na ausência do AAT. -Existem vários alelos anormais do gene AAT – Z é o mais comum. Paciente ZZ tem nível sérico de AAT baixo e desenvolve enfisema panacinar cedo se for tabagista; AZ é mais comum com nível de AAT intermediário. -Manifestações Clínicas: Função Pulmonar: Redução do VEF1 ( Volume expiratório forçado)/ CEF (capacidade expiratória forçada) < 70% indica obstrução das vias aéreas. Hiperinsuflação dos pulmões, limitação do fluxo expiratório. Capacidade de difusão do CO (monóxido de carbono) diminuída. Hipoxemia arterial com retenção de CO2 ( dióxido de carbono). Dispneia: Dificuldade à inspiração: alteração dos músculos respiratórios. Expiração inadequada levando à hiperinsuflação. Sinais e Sintomas: -Dispnéia progressiva aos esforços → dispnéia em repouso e não altera com decúbito / emagrecimento / tosse variável. -Fácies de sofrimento / atitude ortopnéica / tórax em tonel / posição “ponto de ancoragem”/ Expiração prolongada ou redução do murmúrio vesicular. -Estertores finos, ocasionalmente, roncos, sibilos e estertores grossos. -Diagnóstico: Anamnese: -Quadro insidioso. -Dispnéia. VEF1 < 50% do normal. -Aparece durante episódios de bronquite aguda até se tornar consistente. -10 a 15 anos: esforço extremo com qualquer esforço até que apareça no repouso. -Presença de sibilos, tosse e produção de escarro que varia do branco até apresentar raias de sangue -Exacerbações geralmente no inverno. -Pode haver infecção bacteriana associada. -Perda de peso, de massa muscular especialmente no enfisema grave. Exame Físico: -Na DPOC leve e moderada pode ser normal. -FR > 20 ir/min no repouso em pacientes com hipóxia e/ou retenção de CO2. -Tórax em tonel, diafragma rebaixado e bulhas cardíacas hipofonéticas. -DPOC grave os músculos infra-hióideos durante a inspiração, são solicitados. -Bulhas cardíacas hipofonéticas. -Roncos e sibilos presentes. -Cianose nos hipoxêmicos. -Pode ocorrer ICC direita (cor pulmonale) com 2ª B pulmonar hiperfonética, distensão da veia jugular, congestão hepática e edema de tornozelo. Diagnóstico: -Espirometria: VEF1/CVF < 70% em pessoas com pelo menos 20 maços/ano de exposição ao tabaco faz com que o diagnóstico de DPOC seja aventado. -Exames Radiológicos: -Raios-X de tórax com hiperinsuflação, diafragma retificado, coração vertical, aparentemente pequeno. -Bolhas de paredes finas podem ser visualizadas. -TC de tórax avalia a distribuição e extensão do enfisema. -Espaços enfisematosos são visualizados como “orifícios”. -Diagnóstico Diferencial: -Asma - importante: anamnese; asma começa cedo com episódio de dispneia e sibilos. Asmáticos podem desenvolver obstrução crônica das vias aéreas tornando o diagnóstico difícil. -Fibrose cística, bronquiectasia (idade mais precoce); Doença genética; Bronquiolite obliterante. -Prognóstico: -Fatores importantes no curso da DPOC: idade e gravidade da obstrução das vias aéreas. -Outros fatores incluem a perda de peso e a má qualidade de vida.
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