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ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” CONTEXTO: Sr. Luiz é tabagista inveterado de 20 anos/maço. Apresenta quadro de tosse produtiva com secreção brancacenta acompanhada de dispneia e sibilância por pelo menos 3 meses/ano por 2 anos consecutivos. Há 2 anos nasceu Pedrinho que, ao final do primeiro ano de vida, começou a apresentar tosse frequente, principalmente na madrugada e início da manhã e algumas crises de dispneia e chieira, necessitando de atendimento na UPA. ♥ Compreender a fisiopatologia da DPOC e Asma. ♥ Conhecer as manifestações clínicas da DPOC e Asma. ♥ Citar os fatores de risco para DPOC. ♥ Descrever os exames necessários para o diagnóstico da DPOC. A DPOC é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias inferiores e do parênquima pulmonar. A inflamação é sistêmica, persistente e causada pela inalação de fumaças tóxicas. A obstrução ao fluxo expiratório é o que caracteriza a DPOC. Os sintomas da DPOC são progressivos e determinantes para a inatividade física e a perda da qualidade de vida dos pacientes. As exacerbações da DPOC contribuem para a progressão da doença e para a piora da morbimortalidade dos pacientes, embora a DPOC seja prevenível e tratável. As duas principais doenças obstrutivas são: ♥ bronquite crônica ♥ enfisema pulmonar ♥ fibrose cística e bronquiectasia (menos comum) Na doença, a obstrução ao fluxo é em geral progressiva, embora parcialmente reversível, e pode acompanhar-se de hiper-reatividade das vias aéreas. Bronquite causa estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias aéreas. Enfisema é responsável por destruição de septos alveolares e perda do recolhimento elástico pulmonar. A consequência funcional em ambas as doenças é, pois, limitação ao fluxo aéreo. No Brasil, DPOC é a sexta principal causa de morte e a responsável por um quarto de todas as hospitalizações no setor público por problemas respiratórios. Asma e DPOC OBJETIVOS DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” É definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de 3 meses, por pelo menos 2 anos consecutivos. De forma característica, tosse e expectoração são mais intensas pela manhã e nos meses de inverno. Indivíduos com tosse produtiva sem sinais de obstrução ao fluxo aéreo têm bronquite crônica simples. Todavia, os fumantes desenvolvem obstrução crônica ao fluxo aéreo e têm evidências de enfisema, o que caracteriza a bronquite crônica obstrutiva. ETIOPATOGENIA: A doença é causada por exposição prolongada a agentes irritantes inalados, sobretudo produtos do tabaco (a grande maioria dos bronquíticos crônicos é fumante), além de poluentes atmosféricos. Inflamação das vias aéreas e do parênquima pulmonar secundária a esses agentes é a grande responsável pelas alterações estruturais, clínicas e funcionais encontradas na doença. Os principais elementos que caracterizam inflamação na bronquite crônica são: LINFÓCITOS: nas vias aéreas centrais, a limitação ao fluxo aéreo associa-se a aumento do número de linfócitos T na parede brônquica e de neutrófilos na luz das vias aéreas. Predominam linfócitos T CD8+ (supressores) sobre linfócitos T CD4+ (auxiliares). Há ainda aumento do número de células que expressam o receptor de IL-2 (marcador de ativação celular recente) e de células que expressam o antígeno de ativação tardia-1, ou AAT-1 (marcador de ativação celular crônica). Os linfócitos T CD8+ parecem estar implicados no recrutamento de neutrófilos e em lesão do parênquima pulmonar. MACRÓFAGOS: estão aumentados em número tanto nas vias aéreas (grandes e pequenas) como no parênquima pulmonar e localizam-se especialmente nos locais com destruição alveolar. Macrófagos atuam no processo inflamatório por meio da liberação de mediadores, como TNF, IL-8 e LTB4, que promovem quimiotaxia de neutrófilos. NEUTRÓFILOS: há aumento de IL-8, TNF, E-seletina e ICAM-1 (moléculas de adesão) no epitélio brônquico e nos vasos submucosos, que favorecem o acúmulo de neutrófilos na luz das vias aéreas; decréscimo de IL-10 (citocina anti-inflamatória). Em pacientes com DPOC, há aumento de neutrófilos nas glândulas submucosas. Elastase de neutrófilos é potente secretagogo, podendo contribuir para a hipersecreção brônquica. Células epiteliais: Células do revestimento brônquico também são fonte de mediadores inflamatórios na DPOC, incluindo eicosanoides, citocinas e moléculas de adesão, entre elas E-selectina, envolvida no recrutamento e na adesão de neutrófilos. Figura 1. Principais mediadores inflamatórios envolvidos na patogênese da doença pulmonar obstrutiva crônica. Fonte: (BOGLIOLO, 2021). Outros mediadores inflamatórios participam na patogênese da DPOC: ♥ proteína quimiotática para macrófagos (MCP-1) e proteína 1β inflamatória macrofágica (MIP-1β), envolvidas no recrutamento de macrófagos; ♥ fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF), citocina importante para aumentar a sobrevida neutrofílica; BRONQUITE CRÔNICA ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” ♥ TGF-β e EGF, envolvidos no remodelamento das vias aéreas. Lesão crônica do epitélio respiratório, com perda de células ciliadas e metaplasia mucosa e/ou escamosa, além de alterações reológicas do muco, comprometem os mecanismos de clearance ciliar, o que favorece infecções ASPECTOS MORFOLÓGICOS Há espessamento da parede da árvore brônquica e acúmulo de secreção esbranquiçada, por vezes com aspecto purulento. Histologicamente, as grandes vias aéreas apresentam: ♥ hipersecreção de muco ♥ hipertrofia das glândulas submucosas ♥ aumento do número de células caliciformes ♥ acúmulo de secreção Metaplasia escamosa é frequente nos casos mais graves, podendo-se encontrar também alterações displásicas do epitélio. Aumento de secreção brônquica deve-se à atividade de glândulas da submucosa brônquica e de células caliciformes. As glândulas submucosas representam cerca de 98% das células produtoras de muco e, portanto, são consideradas a principal fonte de hipersecreção. ÍNDICE DE REID Utilizado para avaliar a existência de hipertrofia glandular. Emprega-se o que representa a relação entre a espessura do componente glandular e a espessura da parede brônquica compreendida entre a membrana basal e a cartilagem em corte transversal da via aérea. Para não bronquíticos, o índice de Reid varia de 0,14 a 0,36 (média = 0,26); na bronquite crônica, de 0,41 a 0,79 (média = 0,59). Figura 2. Bronquite crônica. Brônquio de grande calibre apresentando acúmulo de secreção na luz (*). Notar ainda bolhas de enfisema. Em pulmões normais, as vias aéreas periféricas (diâmetro < 2 ou 3 mm) são responsáveis por 25% da resistência total das vias aéreas, enquanto na doença pulmonar obstrutiva induzida pelo fumo elas são as principais responsáveis pela limitação crônica ao fluxo aéreo. Em fumantes, as pequenas vias aéreas apresentam metaplasia mucosa (substituição de células ciliadaspor células mucosas), tampões mucosos, infiltrado inflamatório de mononucleares e fibrose da parede bronquiolar. Acúmulo de macrófagos pigmentados intra- alveolares associadas a alterações da parede bronquiolar caracterizam a bronquiolite respiratória do fumante. ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Figura 3. Bronquiolite respiratória do fumante. Fibrose discreta e tortuosidade da parede de bronquíolo e acúmulo de macrófagos pigmentados na luz. Notar ainda antracose e infiltrado inflamatório mononuclear na parede bronquiolar. ♥ Tabagismo ♥ Poluição indoor (principalmente a partir de combustíveis da biomassa) ♥ Alérgenos variados ♥ Agentes ocupacionais ♥ Estados pós-infecciosos ♥ Doenças genéticas (como deficiência de α1- antitripsina) ♥ Dieta e estados nutricionais (provável). Enfisema pulmonar é definido como aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado a destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. De acordo com a distribuição anatômica das lesões, o enfisema é classificado em quatro tipos: ♥ Centroacinar ♥ Centrolobular ♥ Panacinar ♥ Panlobular ♥ Parasseptal ♥ Irregular Figura 4. A. Representação de um ácino pulmonar. B. O conjunto de ácinos adjacentes forma um lóbulo pulmonar, que fica delimitado por septo de tecido conjuntivo. Fatores de risco ENFISEMA PULMONAR ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Enfisema centroacinar ou centrolobular Associado ao tabagismo e à bronquite crônica, a porção central do ácino pulmonar, junto ao bronquíolo respiratório, está acometida, poupando os alvéolos distais; as lesões usualmente contêm grande quantidade de pigmento antracótico. . Enfisema panacinar ou Panlobular Indivíduos com EPA têm alta complacência pulmonar e baixa pressão de recolhimento elástico em altos volumes. Está associado à deficiência da α1-antitriprisina, todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos alveolares. As lesões são mais graves nas bases pulmonares. Enfisema parasseptal ou acinar Acomete a porção distal do ácino, nas regiões adjacentes à pleura e ao longo dos septos interlobulares. Caracteristicamente, é mais comum nas regiões superiores do pulmão e surge em áreas adjacentes a fibrose, cicatrizes ou atelectasia. Este enfisema é causa frequente de pneumotórax espontâneo em indivíduos jovens. Enfisema irregular ou paracicatricial Envolve o ácino de forma irregular e associa-se a cicatrizes de inflamações antigas. Em um mesmo indivíduo, pode coexistir mais de um tipo anatômico de enfisema. ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” ETIOPATOGENIA O enfisema resulta de desbalanço entre proteases e antiproteases, com predomínio de proteases, o que causa destruição de septos alveolares. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos e macrófagos alveolares (PRESENTES EM > NÚMERO EM PULMÕES DE FUMANTES). ♥ Neutrófilos liberam -> serino-elastase no pulmão de fumantes. ♥ Macrófagos alveolares -> fonte de metaloelastases. ♥ Em fumantes, macrófagos alveolares acumulam- se nas regiões centroacinares, que são os locais preferenciais de lesão enfisematosa. ♥ No fluido que reveste o epitélio respiratório-> contém -> anti-leucoprotease, α1-macroglobulina e a antiprotease (α1-antitripsina/α1-AT) -> ausência-> causa-> enfisema. FATORES INDIVIDUAIS ♥ Predisposição genética (deficiência da enzima α1-AT) ♥ Asma e hiper-reatividade brônquica ♥ Prematuridade ♥ Infecções respiratórias recorrentes ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” EXPOSIÇÃO A PRODUTOS QUÍMICOS ♥ Tabagismo ativo ou passivo ♥ Exposição à fumaça decorrente de queima de biomassa (lenha, biocombustíveis) ♥ Exposição ocupacional ♥ Material particulado da poluição ambiental São os principais envolvidos na gênese do enfisema. No parênquima pulmonar de fumantes, encontra-se maior número de neutrófilos e macrófagos alveolares. Efeitos do tabagismo no sistema respiratório (1) Redução na motilidade ciliar. (2) Aumento do número de células caliciformes. (3) Hipertrofia das células mucosas. (4) Inflamação das paredes brônquicas. (5) Indução de broncoconstrição. (6) Redução na atividade macrofágica. (7) Favorecimento de infecções respiratórias. (8) Redução na produção de surfactante. (9) Inibição da atividade antiprotease. (10) Destruição das paredes alveolares. (11) Redução do calibre das pequenas vias respiratórias. O fumo estimula a liberação de elastase por neutrófilos e aumenta a atividade proteolítica de elastases de macrófagos. Além de agredirem diretamente os componentes da matriz extracelular, radicais livres de O2 reduzem a eficiência do sistema anti-protease, por inibirem a ação da α1-AT. Sem a atividade desta, enzimas proteolíticas liberadas por qualquer motivo não são inativadas e atuam sobre os tecidos, causando destruição parenquimatosa. O fumo, portanto, atua por aumentar as proteases e por reduzir a atividade de ant-iproteases. A obstrução das vias aéreas na DPOC relaciona-se com: ♥ Estreitamentos das pequenas vias aéreas por inflamação e fibrose (bronquiolite), que aumentam a resistência ao fluxo aéreo. ♥ Perda do ancoramento (suporte) alveolar (DESTRUIÇÃO DAS PAREDES ALVEOLARES) e da força de recolhimento elástico (enfisema), que causa fechamento precoce das pequenas vias aéreas durante a expiração. ♥ Acúmulo de muco. Figura 10. Principais fatores responsáveis pela limitação ao fluxo de ar na doença pulmonar obstrutiva crônica. ASPECTOS MORFOLÓLOGICOS Os pulmões são aumentados de volume e suas margens anteriores se aproximam. Nas margens e no ápice, podem existir bolhas, às vezes volumosas.O órgão é pálido (contém pouco sangue) e se torna quase completamente inelástico. ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Na superfície de corte, veem-se cavidades resultantes da dilatação dos espaços aéreos distais. De acordo com a localização das lesões nos ácinos pulmonares é que se faz a classificação do enfisema em centroacinar, panacinar, parasseptal e irregular. O tórax fica fixado em posição inspiratória, com aumento do diâmetro anteroposterior (tórax em tonel). As costelas acham-se levantadas, os espaços intercostais estão alargados e a cúpula diafragmática encontra-se abaixada, em posição inspiratória. Os achados microscópicos principais são: Destruição da parede de bronquíolos e alvéolos, que resulta em: (1) dilatação permanente de alvéolos, sacos e ductos alveolares, formando cavidades de 1 mm ou mais. (2) perda do componente elástico, que resulta em diminuição da expiraçãoe aumento do ar residual. (3) redução do leito capilar pulmonar Obstrução de bronquíolos (1) estenoses, deformações e tortuosidades de bronquíolos, por perda do ancoramento (suporte) alveolar na parede bronquiolar. (2) aumento de muco nos bronquíolos, que é pouco fluido, denso, consistente e forma tampões capazes de obstruir a luz. (3) bronquiolite e bronquite. FISIOPATOLOGIA Ocorre alterações da função respiratória e da circulação pulmonar. Insuficiência respiratória: Resulta de: (1) redução do fluxo aéreo, sobretudo na expiração, por causa da obstrução de bronquíolos e da diminuição da elasticidade pulmonar causada pela perda do componente elástico dos septos alveolares; (2) dificuldade de acesso do ar inspirado às paredes alveolares, pelo aumento do ar residual; (3) redução da superfície de trocas pela destruição dos septos alveolares. ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Hipertensão pulmonar: Resulta de: (1) vasoconstrição arteriolar decorrente de hipóxia e hipercapnia; (2) redução do leito capilar, por destruição septal; (3) compressão dos capilares septais por aumento do ar residual. SINAIS E SINTOMAS Os sintomas da DPOC são lentamente progressivos e, nos estágios iniciais da doença, quase imperceptíveis. ♥ tosse crônica matinal, seca ou com expectoração. (tipo PP, pinker puffer [magro]), a tosse é mais seca. Nos bronquíticos (tipo BB, blue bloater [gordo]) é produtiva. ♥ dispneia (aos esforços maiores, se agrava lenta e progressivamente). ♥ taquipneia As síndromes clínicas clássicas da DPOC são a síndrome pulmonar de hiperaeração e a síndrome brônquica obstrutiva. Porém, nos pacientes com DPOC leve e moderada, essas síndromes podem estar ausentes, e o exame clínico pode apresentar-se normal. Nos pacientes mais graves, pode-se encontrar, ao exame clínico: ♥ tórax em tonel ♥ hipersonoridade à percussão ♥ tempo expiratório prolongado ♥ frêmito toracovocal ♥ murmúrio vesicular diminuídos ♥ roncos ♥ sibilos ♥ estertores Os pacientes graves podem evoluir para: ♥ cor pulmonale com turgência jugular ♥ edema de membros inferiores ♥ hepatomegalia ♥ hiperfonese da 2ª bulha no foco pulmonar Os pacientes com DPOC são classificados em dois tipos: ♥ Enfisematoso (pink puffer ou soprador rosado). ♥ Bronquítico crônico (blue bloater [BB], pletórico cianótico). A maioria dos pacientes apresenta uma combinação desses dois tipos, mas seu reconhecimento ajuda no entendimento da fisiopatologia da doença e, por vezes, na terapêutica empregada. DIAGNÓSTICO ♥ Idade ≥ 40 anos ♥ Tabagismo atual ou passado ♥ Tabagismo passivo ou exposição a fumaças nocivas (p. ex., combustão de lenha) ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” ♥ Espirometria: VEF1 (VOLUME EXPIRATÓRIO FORÇADO N0 1º MINUTO) /CVF (CAPACIDADE VITAL FORÇADA) ≤ 0,70. ♥ Anamnese: Avaliar a existência de comorbidades é mandatório na DPOC; hipertensão arterial, dislipidemias, síndrome metabólica, depressão, catarata, osteoporose e câncer de pulmão são as mais frequentes. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em pacientes com DPOC EXAMES COMPLEMENTARES Compreendem avaliação funcional, exames de imagem, exames histopatológicos, avaliação de inflamação e de qualidade devida. ESPIROMETRIA (avaliação funcional): A espirometria é indispensável para o diagnóstico da DPOC. A obstrução ao fluxo respiratório é caracterizada pela relação VEF1/CVF abaixo de 0,70 ou do valor normal para idade e altura, após administração de broncodilatador. Indica a gravidade da obstrução ao fluxo respiratório de acordo com valores de VEF1. OXIMETRIA DE PULSO E GASOMETRIA: A oximetria de pulso avalia a saturação de oxigênio (SpO2) e deve ser realizada em todos os pacientes com DPOC. A gasometria arterial só é solicitada se a SpO2 for inferior a 92% ou naquelas pessoas com VEF1 inferior a 35% em relação ao previsto. TESTES DE EXERCÍCIO: Os testes de exercício, como o de caminhada de 6 minutos (TC6), são importantes para a orientação de atividades físicas e para realização de reabilitação pulmonar. POLISSONOGRAFIA: A investigação de apneia do sono com a polissonografia em pacientes com DPOC pode ser útil para o diagnóstico da síndrome de sobreposição das duas doenças. EXAMES DE IMAGEM: Radiografia simples do tórax, na DPOC, deve ser realizada tanto para fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças quanto para diagnosticar as doenças relacionadas. Nos estágios mais avançados, a radiografia de tórax deve ser em duas incidências: posteroanterior e lateral esquerda. Ela pode mostrar pobreza vascular e hiperinsuflação pulmonar, além de bolhas parenquimatosas. Tomografia computadorizada pode demonstrar a existência e o tipo de enfisema (panlobular, centrolobular, perilobular), além da eventual ocorrência de bronquiectasias, bolhas e perfusão em mosaico, indicando obstrução em pequenas vias respiratórias. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Objetivo: Reduzir número de exacerbações, melhorar sintomatologia e aumentar a qualidade de vida. BRONCODILATADORES: Atuam na musculatura lisa dos brônquios, melhorando o VEF1 e reduzindo a hiperinsuflação pulmonar: BETA 2-AGONISTA: Atuam nos receptores adrenérgicos provocando aumento do AMPc e relaxamento da musculatura lisa. Podem ser de curta, conhecidos por SABA (short-acting B2 agonist), ou de longa duração, LABA (long-acting B2 agonist). ANTI-MUSCARÍNICO: Atuam bloqueando o receptor muscarínico (M3) no músculo liso dos brônquios, impedindo o efeito broncoconstrictor desse receptor, sendo conhecidos por LAMA (long-acting muscarinic antagonist). METILXANTINAS: Provável efeito inibidor de fosfodiesterase (PD4), provocando broncodilatação. AGENTES ANTI-INFLAMATÓRIOS: Agentes anti-inflamatórios: Atuam evitando e/ou tratando exacerbações. CORTICOIDE INALATÓRIO (ICS): Atuam na resposta inflamatória local, reduzindo o número de exacerbações. Porém, alguns estudos correlacionam com maior risco de pneumonia. CORTICOIDE ORAL: O uso a longo prazo tem maior malefício que benefício, sendo reservado apenas para os períodos de exacerbação; ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” INIBIDORES PD4: Os inibidores de fosfodiesterase (romiflulaste) atuam na redução da degradação de AMPc, reduzindo as exacerbações, estando indicado principalmente para os casos graves com exacerbação e internação hospitalar prévia, visto ter muitos efeitos colaterais e serem pouco toleráveis; ANTIBIÓTICO: Os macrolídeos, principalmente azitromicina e eritromicina, têm efeito anti-inflamatório e estão associados a menor frequência de exacerbações. Porém, estão relacionados a um aumento na resistência bacteriana; MUCOLÍTICO E ANTIOXIDANTES: O uso de N- acetilcisteína em pacientes não usuários de corticoide inalatório foi associado a um menor número de exacerbações. Porém, os resultados não são consistentes e não há recomendação formal. A asma, antes considerada doença obstrutiva, foi separada como entidade própria na revisão de 2020 da Global Strategy for Prevention, Diagnosis and Management of COPD (GOLD, 2020). A doença é muito frequente, acometendo cercade 7% da população mundial; estima- se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo todo sejam afetadas pela doença. A asma é uma doença crônica das vias aéreas de condução, geralmente causada por uma reação imunológica, marcada por broncoconstrição episódica devido ao aumento da sensibilidade das vias aéreas a uma variedade de estímulos; inflamação das paredes brônquicas e aumento da secreção mucosa. Por outro lado, a asma é uma doença de sociedades industrializadas onde a maioria das pessoas vive nas cidades. A doença se manifesta por episódios recorrentes de sibilância, falta de ar, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Acomete principalmente crianças e adolescentes, embora possa comprometer também adultos. Fatores de risco e estímulos desencadeantes de asma Fatores endógenos Fatores ambientais Predisposição genética Atopia Hiper-reatividade das vias aéreas Sexo Etnia Obesidade Infecções virais nos primeiros anos de vida Alérgenos do ambiente doméstico Alérgenos do ambiente externo Sensibilizantes ocupacionais Tabagismo passivo Infecções respiratórias Poluição do ar (partículas de diesel, óxidos nitrogenados) Dieta Exposição a umidade e mofo Paracetamol Desencadeantes Alérgenos Infecções virais das vias aéreas superiores Exercício e hiperventilação Ar frio Dióxido de enxofre e gases irritantes Fármacos (β-bloqueadores, ácido acetilsalicílico) Estresse Irritantes (aerossóis de uso doméstico, vapores de tintas) ASMA FATORES DE RISCO ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” A doença é dividida em duas grandes categorias: ♥ Atópica (evidência de sensibilização a alérgenos e ativação imune, geralmente em pacientes com rinite alérgica ou eczema). ♥ Não atópica (asma induzida por medicamentos e asma ocupacional; sem evidência de sensibilização a alérgenos). ASMA ATÓPICA: é o tipo de asma mais comum, e é um exemplo clássico de reação hipersensibilidade mediada por lgE (tipo I). A doença geralmente começa da infância e é desencadeada por alérgenos ambientais, como poeira, pólen, escamas de baratas ou de outros animais, e alimentos, que mais frequentemente agem em sinergia com outros cofatores ambientais pró-inflamatórios, as infecções respiratórias virais. Uma história familiar positiva para asma é comum, e um teste cutâneo com o antígeno agressor nesses pacientes resulta em uma reação papuloeritematosa imediata. ASMA NÃO ATÓPICA: indivíduos com asma não atópica não apresentam evidências de sensibilização a alérgenos, e os resultados dos testes cutâneos geralmente são negativos. A história familiar positiva para asma é menos comum nesses pacientes. As infecções por vírus (p. ex., rinovírus, vírus parainfluenza e vírus sincicial respiratório) são desencadeadores comuns na asma não atópica. Poluentes inalados do ar, como fumaça, dióxido de enxofre, ozônio e dióxido de nitrogênio, também podem contribuir para a inflamação crônica e a hiper-reatividade das vias em alguns casos. ASMA INDUZIDA POR FÁRMACOS: a asma sensível à aspirina é um tipo incomum, ocorrendo em indivíduos com rinite recorrente e pólipos nasais. Esses indivíduos são intensamente sensíveis a pequenas doses de aspirina, assim como a outros anti-inflamatórios não esteroides, e apresentam não apenas crises asmáticas, mas também urticária. A aspirina (e outros agentes anti-inflamatórios não esteroides) desencadeia a asma nesses pacientes, inibindo a via da ciclo-oxigenase do metabolismo do ácido araquidônico, levando a uma rápida queda na prostaglandina E2. Normalmente, a prostaglandina E2 inibe as enzimas que geram os mediadores pró-inflamatórios como leucotrienos B4, C4, D4 e E4. ASMA OCUPACIONAL: pode ser desencadeada por vapores (resinas epóxi, plásticos), poeiras orgânicas e químicas (madeira, algodão, platina), gases (tolueno) e outros compostos químicos (formaldeído, produtos de penicilina). São necessárias apenas quantidades mínimas desses compostos químicos para induzir a crise, que geralmente ocorre após exposição repetida. A asma atópica é causada pela resposta de células TH2 e IgE aos alérgenos ambientais em indivíduos geneticamente pré-dispostos. Respostas do TH2, IgE e Inflamação: na asma ocorre uma resposta exagerada do TH2 aos antígenos ambientais normalmente inofensivos. CLASSIFICAÇÃO PATOGENIA ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” As células TH2 secretam citocinas que promovem uma inflamação e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos pelas células B. Essas citocinas incluem a IL-4, que estimula a produção de IgE; IL-5, ativa eosinófilos recrutados localmente; e IL-13, que estimula a secreção de muco pelas glândulas submucosas brônquicas e também promove a produção de IgE por células B. Essas células T e células epiteliais secretam quimiocinas que recrutam mais células T e eosinófilos, exacerbando a reação. A IgE se liga aos receptores Fc nos mastócitos submucosos, e a exposição repetida ao alérgeno faz com que os mastócitos liberem o conteúdo dos grânulos e produzam citocinas e outros mediadores, que coletivamente induzem a reação de fase inicial (hipersensibilidade imediata) e a reação de fase tardia. REAÇÃO INICIAL É dominada por broncoconstrição, aumento da produção de muco, graus variáveis de vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A broncoconstrição é desencadeada pelo estímulo direto de receptores vagais subepiteliais (parassimpáticos) através de reflexos centrais e locais desencadeados por mediadores produzidos por mastócitos e outras células na reação. REAÇÃO TARDIA É dominada pelo recrutamento de leucócitos, eosinófilos, neutrófilos e mais células T. As células TH17 (produtoras do IL-17), que recrutam neutrófilos. Muitos mediadores produzidos por leucócitos e células epiteliais foram implicados na resposta asmática. A longa lista de “suspeitos” na asma aguda pode ser ordenada com base na eficácia clínica da intervenção farmacológica com antagonistas de mediadores específicos. FIG. Muitas células e mediadores estão envolvidos na asma e produzem vários efeitos nas vias aéreas. HRVA, hiper-reatividade das vias aéreas; PAF, fator de ativação plaquetária. Grupo 1: ♥ Leucotrienos C4, D4 e E4 causam -> broncoconstrição prolongada e aumento da permeabilidade vascular e aumento da secreção de muco. ♥ Acetilcolina -> nervos parassimpáticos intrapulmonares -> causa a constrição da musculatura lisa das vias aéreas pelo estímulo direto aos receptores muscarínicos. Grupo 2: ♥ Histamina -> broncoconstritor. ♥ Prostaglandina D2 -> estimula-> broncoconstrição e vasodilatação. ♥ Fator ativador de plaquetas -> agregação plaquetária -> liberação de serotonina de seus grânulos. ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Grupo 3: ♥ Compreende os “suspeitos” para os quais antagonistas ou inibidores específicos não estão disponíveis ou ainda não foram suficientemente estudados. São as vias de transdução do sinal IL-13/IL-4, IL-1, TNF, IL-6, quimiocinas (p. ex., eotaxina, também conhecida como CCL11), neuropeptídios, óxido nítrico, bradicininae endotelinas. SUSCETIBILIDADE GENÉTICA ♥ Um locus de suscetibilidade à asma está localizado no cromossomo 5q, próximo ao grupo de genes que codificam as citocinas IL-3, IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13 e o receptor de IL-4. Entre os genes desse grupo, os polimorfismos no gene IL13 exibem as associações mais fortes e mais consistentes com a asma ou doenças alérgicas. ♥ Alelos do HLA classe II ->associados ->anticorpos IgE contra-> antígenos (como o pólen de tanaceto, erva-de-santiago). ♥ Polimorfismo nos genes decodificadores de ADAM33 (metaloproteinase) -> aumento da proliferação das células musculares lisas, brônquios e fibroblastos -> leva a hiper- reatividade brônquica e a fibrose subepitelial. ♥ Variantes dos genes dos receptores β2 - adrenérgicos-> diferenças da hiper- responsividade. ♥ O aumento dos níveis séricos e a expressão pulmonar de YKL-40 (uma glicoproteína semelhante à quitinase expressa e secretada por uma variedade de células) -> se correlaciona a gravidade da doença, remodelagem da via aérea e queda da função pulmonar. FATORES AMBIENTAIS ♥ Ambientes industrializados contêm muitos poluentes aerotransportados que podem servir como alérgenos para iniciar a resposta TH2. ♥ As infecções em si não são uma causa ou gatilho da asma, mas crianças jovens com sensibilização a alérgenos aéreos, que desenvolvem infecções virais do trato respiratório inferior (rinovírus tipo C, vírus sincicial respiratório), têm de 10 a 30 vezes mais risco de desenvolver asma persistente e/ou severa. Tanto infecções virais como bacterianas estão associadas a exacerbações agudas da doença. MORFOLOGIA O achado macroscópico mais notável é a oclusão de brônquios e bronquíolos por tampões mucosos espessos e pegajosos, que geralmente contêm epitélio descamado. Um achado característico no escarro ou no lavado broncoalveolar são as espirais de Curschmann, que podem resultar da extrusão de tampões mucosos dos ductos de glândulas mucosas subepiteliais ou bronquíolos.Também estão presentes muitos eosinófilos e cristais de Charcot-Leyden, compostos por uma proteína eosinofílica chamada galectina-10. Outros achados histológicos característicos da asma, chamados coletivamente de “remodelagem das vias aéreas”, incluem: ♥ Espessamento das paredes das vias aéreas. ♥ Fibrose abaixo da membrana basal (devido à deposição de colágeno tipos I e III). ♥ Aumento da vascularização ♥ Aumento do tamanho das glândulas submucosas e no número de células calciformes das vias aéreas. ♥ Hipertrofia e/ou hiperplasia do músculo da parede brônquica. FIG. Brônquio de um paciente asmático exibindo hiperplasia das células calciformes (cabeça da seta verde), fibrose da membrana sub-basal (cabeça da seta preta), inflamação eosinofílica (cabeça da seta amarela) e hipertrofia muscular (cabeça da seta azul). ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” Quadro clássico: ♥ Sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse, que variam de intensidade e ao longo do tempo. Os sintomas podem ser precipitados ou agravados por fatores como infecções virais, exposição ambiental a alergênios ou irritantes, variações climáticas, exercício e estresse. Quadro 2. Fenótipos da asma com base na resposta inflamatória. 0EXAME FÍSICO: Pode ser normal, mas os achados mais comuns são: ♥ sibilância (expiração forçada) ♥ tosse seca intermitente Durante as exacerbações da asma, pode haver: ♥ sibilância expiratória ♥ taquipneia ♥ hipóxia ♥ tempo expiratório prolongado ♥ diminuição do murmúrio vesicular em alguns campos pulmonares ♥ estertores crepitantes (ou subcrepitantes) ♥ roncos (ocorrem por excesso de muco e de exsudato inflamatório nas vias aéreas) Nas exacerbações graves há maior grau de obstrução das vias aéreas, gerando: ♥ sibilos inspiratórios e expiratórios ♥ aumento do tempo expiratório ♥ pouca entrada de ar ♥ retrações de fúrcula e intercostais ♥ batimento de asa de nariz e uso da musculatura acessória ♥ desaparecimento dos sibilos é um sinal de gravidade que pode ocorrer em situações extremas e indica a entrada de ar ruim nas vias aéreas, causada pela obstrução. ♥ pneumomediastino ♥ pneumotórax ♥ pneumopericárdio ♥ pneumonia ♥ rolhas de muco (impactação mucoide) ♥ atelectasia ♥ pneumonia ♥ aspergilose broncopulmonar alérgica (ABP) ♥ Síndrome de Churg-Strauss ♥ pneumonia eosinofílica O diagnóstico de asma é clínico, muitas vezes, um desafio. Os sinais e sintomas são inespecíficos e não há um exame complementar exclusivo. É fundamental que haja a combinação da história clínica, exame físico, reversibilidade da obstrução e variabilidade do fluxo de ar, assim como alguns marcadores como eosinofilia e IgE. ESPIROMETRIA: o objetivo é demonstrar a limitação ao fluxo aéreo e a reversibilidade por prova broncodilatadora, o que caracteriza a asma. Atenção! Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. Além disso, a prova broncodilatadora nem sempre será positiva, principalmente nos pacientes em uso de medicação. Alterações esperadas: ♥ Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) < 70%. SINAIS E SINTOMAS DIAGNÓSTICO COMPLICAÇÕES CLÍNICAS ITPAC-CZS Alícia Landazuri🦋🦋 APG-SOI 28.0322 S9P2 “Família que Chia” ♥ Volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) < 80%; ♥ Prova broncodilatadora positiva (aumento em 200 mL e 12% na VEF1 ou em 350 mL na CVF após broncodilatador - 400 microgramas de Salbutamol). PROVA BRONCODILATADORA: pode ser utilizada para aumentar a sensibilidade da espirometria, fazendo uso da Metacolina como broncoconstritor e observando a queda na VEF1 após sua administração. Se a queda for superior a 20%, a prova é positiva. No entanto, o teste é pouco específico, podendo ser positivo também na rinite alérgica, DPOC, bronquiectasia e fibrose cística (condições não asmáticas também caracterizadas por hiper-responsividade). MONITORIZAÇÃO DO PEAK FLOW: (PEF): indicado como alternativa no diagnóstico da asma, mas principalmente para monitorização terapêutica, podendo comparar evolutivamente a PEF e durante episódios de crise ou na presença de potenciais alérgenos. Representa a variabilidade do fluxo aéreo durante o dia, sendo compatível com asma uma variação > 20% durante o dia. HEMOGRAMA: embora não seja necessária para o diagnóstico, a presença de eosinofilia > 4% (300-400 cel/microlitro) corrobora o diagnóstico. RADIOGRAFIA DE TÓRAX: exame de imagem indicado para avaliação inicial de pacientes com suspeita de asma, podendo revelar complicações ou causas alternativas de sibilância. IMUNOGLOBULINA E: indicado para pacientes com diagnóstico de asma e necessidade de definição de fenótipo. Não é necessário para todos os pacientes, sendo indicado principalmente para os quadros graves. TESTE DE ALERGIA (PRICK TEST): útil para definir os possíveis alérgenos causadores da alergia e exacerbação da asma. Não é definidor para o diagnóstico de atopia, mas contribui para o diagnóstico. A correlação entre gatilho e crise deve ser mais pela história clínica do que pelo teste em si. TOMOGRAFIA DE TÓRAX: não está indicada para a avaliação diagnóstica inicial. Pode ser útil em pacientes com sintomas recorrentes e em suspeita de complicações, como bronquiectasias e aspergilose broncopulmonar alérgica. FRAÇÃO EXPIRADA DE ÓXIDO NÍTRICO (FeNO): mensura a quantidade de NO liberado. Reflete o metabolismo dos eosinofílicos. A presença de valores elevados sugere um tipo de resposta Th2. Não édefinidor de asma, mas auxilia na definição do fenótipo nos casos graves. PORTO, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019. 9788527734998. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852 7734998/. Acesso em: 13 mai. 2022. FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN 2021. 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852 7738378/. Acesso em: 13 mai. 2022. SANTAMARIA, Francesca; BORRELLI, Melissa; BARALDI, Eugênio. GINA 2021: as peças que faltavam no quebra- cabeça da asma infantil. The Lancet Respiratory Medicine, v. 9, n. 10, pág. e98, 2021. J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. Porto Alegre: Grupo A, 2019. 9788580556346. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978858 0556346/. Acesso em: 13 mai. 2022. UNICAMP. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Disponível em: https://anatpat.unicamp.br/lamresp10.html. Acesso em: 13 mai. 2022. REFERÊNCIAS https://anatpat.unicamp.br/lamresp10.html
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