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Resumo - TDG

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1. Nutrição e Dietética
Conceito de Nutrição e dietética: é a sistematização e o estudo dos procedimentos para tornar possível a plena utilização dos alimentos, visando à preservação do valor nutritivo e à obtenção dos caracteres sensoriais desejados. Também fazem parte da Técnica Dietética as operações tecnológicas a que são submetidos os alimentos, as modificações ocorridas durante seu processamento até o consumo final e a apresentação sensorial dos alimentos.
Os objetivos da Técnica Dietética podem ser classificados em: dietético, digestivo, nutritivo, higiênico, sensorial, operacional e econômico.
· Dietético: consiste em adequar a quantidade, a qualidade e a forma de preparo dos alimentos da dieta às necessidades fisiopatológicas do indivíduo ou da população. 
· Digestivo: consiste em modificar os alimentos por meio de processos culinários, a fim de facilitar a digestão.
As técnicas utilizadas na preparação dos alimentos facilitam e antecipam as etapas digestivas. Alguns alimentos podem ser ingeridos crus (verduras), outros necessitam apenas da separação das partes não comestíveis ou de divisão em partes menores (frutas). Há também alimentos que necessitam de cocção para tornarem-se comestíveis e digeríveis (arroz e feijão).
· Nutritivo: consiste em selecionar os mais adequados métodos de preparo de alimentos para otimização e conservação máxima do seu valor nutritivo.
A preservação dos nutrientes deve ser observada em todas as etapas, desde a
seleção, compra e o armazenamento até o consumo. Durante o pré-preparo e o preparo do alimento até o consumo efetivo, também devem ser consideradas as possibilidades de preservar e melhorar seu valor nutritivo.
· Higiênico: Consiste em prevenir a contaminação e deterioração de alimentos através da operacionalização (recebimento, estocagem, manipulação e distribuição) de técnicas adequadas de higiene de alimentos.
· Sensorial: consiste em apresentar o alimento de forma que desperte todos os sentidos, não apenas o paladar, pois cada alimento possui suas próprias características sensoriais (aparência, cor, odor, sabor, consistência ou textura) que podem ser preservadas, ressaltadas ou modificadas por meio de técnicas culinárias adequadas. Além de nutritivos, higienicamente seguros e com boa digestibilidade, os alimentos precisam estar sensorialmente atraentes para que sejam bem aceitos e consumidos.
· Operacional: consiste em preparar e organizar espaços físicos, materiais, equipamentos e utensílios; planejar os cardápios e capacitar o pessoal selecionado para o trabalho.
· Econômico: consiste em escolher as técnicas a serem empregadas no preparo de alimentos, considerando os custos e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis.
O aspecto econômico envolve planejamento técnico dos cardápios e compras racionais, que levem em conta: safra e disponibilidade no mercado, avaliação periódica de quantidades per capita, armazenamento correto, pré-preparo sem desperdício e, finalmente, aplicação de técnicas culinárias que preservem o valor nutritivo e melhorem o paladar e a aceitabilidade do alimento. Também deve ser considerado o reaproveitamento seguro, quando existirem sobras alimentares limpas.
2. Pesos e Medidas
Para que uma preparação culinária seja realizada e reproduzida com sucesso,
vários fatores são importantes, tais como tipo de utensílio, temperatura e tempo de
preparo, além da qualidade e quantidade dos ingredientes.
A redação de uma receita deve conter informações claras e precisas, a fim de
possibilitar sua reprodutibilidade.
Quando se executa uma receita, é imprescindível que os ingredientes sejam medidos com precisão. Obter medidas exatas requer instrumentos com capacidade de medidas padronizadas, como balança, proveta, becker, litros ou recipientes graduados que facilitem a medição dos ingredientes. O emprego de medidas exatas garante a reprodutibilidade da receita e auxilia o controle de qualidade, quantidade e custo.
Outra forma para medição de ingredientes é a utilização de medidas usuais de consumo, também conhecidas como medidas caseiras (xícaras, colheres, copos, escumadeira, concha). Como esses recipientes são de diferentes tamanhos, podem ocorrer variações nos valores em grama (g) ou em mililitro (mL) dos ingredientes. Tais
variações podem ser minimizadas, desde que o método de utilização e de manipulação
dos ingredientes seja cuidadosamente padronizado. A vantagem da utilização de medidas usuais deve-se à disponibilidade dos utensílios domésticos, por seu menor custo e sua facilidade de utilização. Porém, com a utilização de medidas usuais, pode-se obter um produto final diferente a cada execução da receita, tornando mais difícil o controle de qualidade, quantidade e custo.
2.1. Mensuração dos alimentos
Quando se utiliza uma balança de precisão, recomenda-se usar a mesma para
a pesagem de todos os ingredientes, evitando-se, assim, alterações decorrentes de
possíveis diferenças entre equipamentos.
· Pesagem indireta: O recipiente medidor deverá ser primeiramente pesado e ter seu peso anotado. Em seguida, o ingrediente deverá ser colocado nesse recipiente e pesado. Para a obtenção do peso da amostra, é necessário subtrair o peso do recipiente e anotar o resultado (que será correspondente apenas ao do alimento).
· Pesagem direta: A balança digital precisa ser primeiramente zerada e nivelada. Após a colocação do recipiente medidor, a balança deve ser tarada (zerada); o alimento pode, então, ser colocado no recipiente; o peso obtido será correspondente somente ao do alimento.
· Pesagem de ingredientes secos: Os alimentos secos, como farinha, açúcar, aveia ou grãos, não devem ser pressionados para serem medidos. Com o auxílio de uma colher, os alimentos devem ser cuidadosamente colocados no utensílio de medida (xícara ou colher padronizada), sem que sejam comprimidos, até que o utensílio esteja cheio por completo. Utilizando-se uma espátula ou o lado cego da faca, a superfície do recipiente deve ser nivelada, retirando-se o excesso. Todo ingrediente seco deve ser peneirado para evitar gruminhos. Nunca colocar o utensilio culinário dentro do recipiente do alimento, sempre pegá-lo com uma colher. 
· Pesagem de ingredientes líquidos: Eles devem ser colocados nos utensílios nos quais serão pesados e, em seguida, transferidos para medidores de vidro com graduação, ou xícaras de tamanho adequado, para leitura do volume. O recipiente deve ser preenchido aos poucos, com o auxílio de um funil, até atingir a quantidade indicada pela receita. Quando dentro do medidor, os líquidos formam um menisco na superfície livre. A leitura do volume deve ser feita em superfície plana, com os olhos ao nível do menisco, e deve ser tomada a medida de sua parte inferior. É possível ainda usar xícaras e colheres padronizadas, pois ambas apresentam capacidades conhecidas.
· Pesagem de ingredientes pastosos/gordurosos: Alimentos pastosos (como doce de leite) ou gordurosos (como manteiga ou margarina) devem ser pesados sempre em temperatura ambiente e colocados em um utensílio padronizado com o auxílio de uma colher. Deve-se pressionar o alimento a cada adição, a fim de acomodá-lo e evitar a formação de bolhas de ar. Quando a medida estiver cheia, a superfície deve ser nivelada com uma espátula ou com o lado cego de uma faca para retirar o excesso.
2.2. Método para redação de receitas culinárias
A receita consiste em uma fórmula para obtenção de uma preparação culinária. Deve apresentar ingredientes, quantidades, modo e tempo de preparo, rendimento, valor
calórico e custo.
· Um nome fantasia (bolo floresta negra, por exemplo);
· Um nome técnico com a descrição da preparação e identificação dos principais ingredientes (bolo de chocolate com cereja, chantili e raspas de chocolate);
· Listagem detalhada dos ingredientes, que permite a separação prévia de todos os alimentos a serem utilizados;
· Listagem dos ingredientes por ordem de uso, especificando a forma de utilização de cada um;
· Listagem prévia dos utensílios a serem utilizados, com descriçãode capacidade e tamanho;
· Descrição das quantidades, em medidas usuais ou padronizadas e em gramas, para facilitar a mensuração dos ingredientes;
· Descrição detalhada do modo de preparo, a fim de facilitar o entendimento da receita;
· Tempo de pré-preparo e preparo da receita;
· Temperatura de cocção e rendimento da receita (em número de porções);
· Informações sobre custo (total e por porção) e valor nutritivo da preparação;
· Definição da forma verbal: infinitivo (ralar) ou 3a pessoa (rale), que permite uma abordagem impessoal ou pessoal ao leitor. 
As receitas e as fichas técnicas padronizadas servem como base para o cálculo de
custo das preparações além de facilitar o trabalho de compras e o controle de desperdícios e possibilitar um aumento da produtividade.
 
3. Indicadores de Preparo de Alimentos
Os indicadores de preparo de alimentos foram estabelecidos para indicar a relação
de perdas ou ganhos de peso do alimento durante as etapas de pré-preparo e preparo. para isso, é importante que alguns conceitos sejam apresentados:
· Peso bruto (PB) → É o peso do alimento como é adquirido, com cascas, sementes, talos, ossos, entre outros, usado no dimensionamento de pedidos de compra e cálculo de custo.
· Peso líquido (PL) → É o peso do alimento cru, obtido com a eliminação das aparas, ou seja, limpo.
· Fator de Correção (FC): É o cálculo que há entre o peso bruto e o peso líquido do alimento para calcular a perda existente. 
Sua intenção é prever as perdas inevitáveis ocorridas no pré-preparo, quando os alimentos são limpos (folhas murchas, queimadas, sementes, sujidades, entre outros), descascados (casca e talos), desossados (ossos) ou cortados (aparas).
É importante esclarecer que os alimentos utilizados para determinar o FC sempre estão crus, seja ele o PB ou o PL.
O valor encontrado da relação entre o peso bruto (PB) e peso líquido (PL) do alimento é uma constante que será sempre maior ou igual a 1. A fórmula mostrada abaixo é utilizada para determinar o fator de correção:
FC = Peso bruto (PB)/Peso líquilo (PL)
Dois aspectos são importantes no cálculo do FC: os alimentos, sejam ele PB ou PL, devem estar na mesma unidade (G ou Kg); este é um indicador adimensional, assim, depois de determinado o valor, não deve ser acompanhado de nenhuma unidade.
Nos serviços de alimentação sempre se busca um FC mais próximo de 1, pois isto indica menor perda e, consequentemente, menor custo.
· Per capita → Quantidade do alimento cru por pessoa.
Per capita = Peso alimento cru/nº de pessoas
· Porção → Quantidade do alimento/preparação já cozido e pronto para o consumo por pessoa.
Porção = Peso alimento cozido/nº de pessoas
· Índice de Cocção (IC): É a relação entre a quantidade de alimento cozido (pronto para consumo) e a quantidade de alimento cru e limpo (peso líquido) usado na preparação. A fórmula é:
IC= Peso alimento cozido/Peso líquido (PL)
	
O resultado da conversão do alimento pode ser maior ou menor do que 1. Quando é menor que 1, indica que o alimento perdeu peso durante o processo de cocção e, quando é maior que 1, indica que houve ganho de peso.
· Índice de reidratação (IR): Alguns alimentos comercializados na forma seca, como grãos e leguminosas, necessitam ficar imersos em líquido por um tempo para serem reidratados antes do consumo ou do cozimento.
Para mensurar o índice de reidratação que sempre será maior do que 1, a fórmula a seguir deve ser utilizada.
IR= Peso do alimento reidratado/Peso do alimento seco
· Rendimento: É o percentual de rendimento após a limpeza do alimento. É calculado pela fórmula:
Rendimento = PL/PB*100 ou Rendimento = 1/FC*100
4. Ficha Técnica de Produção (FTP)
A ficha técnica de preparação (FTP) é um instrumento gerencial e de apoio operacional, que padroniza receitas identificando os seus componentes com as
características de produção de cada preparação, além de levantar custos, ordenar
o preparo, calcular o valor energético total (VET) e sugerir a montagem dos
pratos que são ou podem ser preparados em um ambiente doméstico ou institucional.
É uma ferramenta importante para a formação de preço de vendas,
fixação de padrões e histórico das receitas.
4.1. Objetivos para a montagem de uma FTP
· Tornar a receita reproduzível.
· Manter controle sobre os custos (alimento ou preparação).
· Aumentar a produtividade: instrumento de treinamento para o manipulador.
· Preparo correto com pouca interferência
· Serve da base para o cálculo do preço de venda dos pratos, facilitando a
alteração de valores em momentos de instabilidade econômica.
· Controlar o preço praticado dimensionando a margem de lucros e revisando os cardápios.
· Evitar a monotonia na produção dos cardápios.
· Determinar o valor nutricional da receita, adequando-a ao perfil da clientela.
· Assegurar permanentemente padrões de qualidade adquiridos, tanto em termos quantitativos (porção) quanto qualitativos (sabor, aroma, apresentação).
 
4.2. Estrutura da FTP
A estrutura da FTP pode variar de acordo com o perfil e a necessidade de cada serviço, mas basicamente três partes devem ser utilizadas em qualquer serviço: nome, ingredientes e modo de preparo. Além destas, pode conter as seguintes informações:
· Nome da preparação
· Tipo de serviço: self-service, à la carte, empratado, inglês
· Categoria da receita
· Descrição e quantidade de cada ingrediente (medidas caseiras, PB e PL, per capita)
· Sequência dos gêneros alimentícios e modo de preparo
· Cálculo nutricional → total e por porção
· Rendimento da preparação, nº. de porções, peso por porção, tempo de processamento (pré-preparo e preparo)
· Fator de correção e de cocção, além do índice de reidratação
· Tipos de equipamentos a ser utilizados
· Análise sensorial (cor, sabor, consistência e aceitabilidade)
· Custo total e por porção
5. Etapas da Preparação culinária
5.1.  Pré-preparo
São as operações anteriores ao preparo dos alimentos. Compreendem as operações de limpeza (lavar, limpar, desinfetar), divisão (separar, picar, cortar) ou mistura.
5.1.1. Método de Divisão
a) Divisão simples
É a operação em que o alimento é fracionado em partes, porém mantido aparentemente como um todo. A divisão pode variar em grau e pode ser feita com uso de instrumento cortante (facas) ou com o auxílio de máquinas (moedor, liquidificador, processador).
Os métodos de divisão simples mais empregados são:
· Cortar/picar: dividir o alimento em pedaços menores, utilizando- se de facas ou lâminas. Ex.: tomate.
· Moer: dividir o alimento em pequenos pedaços, tornando-o homogêneo, por meio manual ou com a utilização de máquinas. Ex.: carne.
· Triturar: dividir o alimento em pedaços muito pequenos por meio de aparelhos ou máquinas. Ex.: amendoim.
· Amassar: pressionar o alimento de forma que fique homogeneizado para uso em purês. Ex.: batata.
b) Divisão com separação de partes 
O alimento pode ser fracionado em partes menores; cada parte contém diferentes
componentes. Por meio da divisão com separação de partes, é possível separar dois
líquidos, dois sólidos ou um sólido e um líquido.
Os líquidos podem ser separados por operações tais como:
· Decantar: separar dois componentes líquidos, deixando-os descansar e fazendo que se separem em razão das diferentes densidades que possuem. Ex.: retirada de gordura do caldo da carne.
· Centrifugar: separar dois líquidos de densidades diferentes com o auxílio de uma centrífuga. Ex.: retirada do creme ou gordura do leite.
Os sólidos podem ser separados por operações como:
· Pelar ou descascar: retirar a pele ou casca utilizando facas. Ex.: frutas, tomate, berinjela.
· Peneirar: separar partículas sólidas de diversos tamanhos. Ex.: retirar impurezas de farinhas. 
· Moer: retirar partes de um alimento; pode ser utilizado um moinho. Ex.: separar germes dos cereais.
Um sólido e um líquido podem ser separados por meio de operações como:
· Espremer: extrair líquido de um alimento sólido, utilizando agentes de pressão, como espremedor manual ou elétrico. Ex.: Espremer limão ou laranja.
· Filtrar ou coar: separar partículas sólidasde um líquido. Ex.: Caldos e bebidas, chá, café.
· Sedimentar: deixar o líquido em repouso para que as partículas sólidas nele contidas depositem-se no fundo do recipiente. Ex.: suco de maracujá.
· Centrifugar: separar sólidos e líquidos por força centrífuga. Ex.: Extrair suco de cenoura ou beterraba utilizando centrífuga.
5.2.  Método de união dos alimentos
Durante o preparo de uma receita, podem ser realizadas operações com a finalidade de união dos alimentos, tais como:
· Misturar: unir dois ou mais ingredientes facilmente misturáveis, empregando-se energia mecânica. Ex.: bolo, salada de frutas.
· Bater: unir dois ou mais ingredientes de difícil mistura. Nesse caso, há necessidade de movimento mais rápido, que pode ser feito manualmente ou com batedeira. Ex.: claras em neve com açúcar, gema de ovo e óleo.
· Amassar, sovar: durante o preparo de massas, é importante amassá-las bem, para que todos os ingredientes se unam de maneira uniforme, garantindo, assim, o desenvolvimento do glúten. Para massa em grandes quantidades, é necessária a utilização de equipamentos mecânicos. Ex.: farinha de trigo e gordura.
5.3. Preparo dos Alimentos
O preparo compreende as operações fundamentais, por meio de energia mecânica (divisão ou união), energia térmica (calor ou frio), ou pela associação de ambas. Durante o preparo, frequentemente, utiliza-se a cocção para possibilitar o consumo dos alimentos. Ex.: cocção de arroz.
5.3.1. Métodos:
a) Cocção
Para que a maior parte dos alimentos possa ser consumida, é necessário que ela seja submetida ao processo de cocção. Os principais objetivos da cocção dos alimentos são:
· Manter ou melhorar o valor nutritivo; 
· Aumentar a digestibilidade;
· Aumentar a palatabilidade, diminuindo, acentuando ou alterando a cor, o sabor, a textura ou a consistência dos alimentos;
· Inibir o crescimento de organismos patogênicos ou o desenvolvimento de substâncias prejudiciais à saúde.
As formas de transmissão de calor podem ser:
· Convecção:  Transmissão do calor pelo deslocamento de moléculas aquecidas, que se tornam menos densas e sobem à superfície do líquido, substituindo-se pelas mais frias e densas, que vão para o fundo do recipiente. Ex.: cozimento de arroz, feijão, sopas, ou seja, alimentos preparados com algum líquido.
· Condução: Transmissão do calor de uma molécula a outra por contato (é a forma como se aquecem os metais). Ex.: uso de panelas, chapas, assadeiras, formas, entre outros.
· Irradiação: Transmissão de calor através de ondas ou partículas (ar e mesmo através do vácuo, raios solares, micro-ondas, raios infravermelhos); ocorre transmissão de energia, não havendo necessidade de suporte material. Para esse tipo de transmissão de calor, o aparelho mais utilizado é o micro-ondas, no qual as ondas eletromagnéticas, geradas pelos magnétrons, penetram no alimento, causando fricção entre as moléculas de água e produzindo calor.
 
Métodos de Cocção
a) Calor úmido
Este é o tipo de cocção que acontece por meio de líquido quente ou vapor. É um
processo lento, no qual a água ou o vapor hidratam o alimento, abrandando as
fibras. Os métodos mais usados são:
1. Cocção em líquido: Os alimentos são cozidos em água ou outro líquido (leite, suco, vinho, cerveja). Isto pode ocasionar maior perda de nutrientes hidrossolúveis que se dissolvem no caldo, alterando o valor nutritivo do alimento. Recomendam-se reduzir a quantidade de líquido e diminuir o tempo de cocção para minimizar as perdas, além de colocar o alimento na água apenas depois que esta estiver em ebulição. Os tipos mais comuns de cocção em líquido são: 
· Fervura em fogo lento: É uma cocção de longa duração, com líquido suficiente para cobrir o alimento, cuja temperatura não deve ultrapassar 95°C. Ideal para carnes mais rijas ou alimentos que necessitam de cocção prolongada, a fim de adquirir sabor. Ex.: doces e molhos.
· Fervura em ebulição: Os alimentos são cozidos em água abundante, a 100°C. Ex.: caldos, batatas, leguminosas secas, massas, legumes. 
2. Cocção a Vapor: Consiste em cozinhar por meio do vapor que envolve o alimento. As vantagens apresentadas por este método são: realçar a aparência dos alimentos, principalmente a cor de hortaliças, e reduzir as perdas de nutrientes hidrossolúveis, pois os alimentos não entram em contato direto com o líquido, preservando o valor nutritivo. Pode ser realizada:
· Sem pressão: Utiliza-se um recipiente com orifício no fundo (onde são postos os alimentos), colocado sobre outro recipiente com líquido em ebulição, cozinhando os alimentos pelo vapor do líquido em ebulição.
· Com pressão: Cocção em panelas de pressão, vedadas com uma tampa, possibilitando a formação de pressão dentro do utensílio. Quanto maior a pressão, mais rápido o cozimento. Ex.: cocção de leguminosas secas ou carnes mais rijas.
· Papillote/Al cartocchio: Feito com papel manteiga, alumínio ou até folha de bananeira ou palha de milho.
b)  Calor seco
· 
Este método de cozimento ocorre sem a presença de água, levando à desidratação do alimento, havendo menor perda de nutrientes. Os métodos mais comuns são:
1. Calor seco com gordura: Consiste em transmitir calor, de forma indireta, ao alimento por meio da gordura. Os meios mais comuns são:
· Saltear: Submeter pequenas quantidades de alimento em pouca gordura, bem quente, movimentando a frigideira constantemente (os alimentos não grudam e não criam líquido em excesso). Ex.: batata sauté, isca de carne, legumes cozidos, massas.
· Frigir: Colocar os alimentos em pouca gordura, bem quente, sem movimentar o recipiente de cocção. Ex.: ovos.
· Fritar em gordura: Quantidade de gordura maior que o frigir e menor do que fritar em imersão (o alimento é virado).
· Fritar em imersão: Mergulhar completamente o alimento em grande quantidade de gordura (não ultrapassando 180°C). Ex.: batata frita, bife à milanesa.
2. Calor Seco sem gordura: Consiste na aplicação de um ar seco e bem quente sobre o alimento, que resulta na sua cocção. Essa transmissão de calor pode ocorrer de forma indireta (assar no forno ou no espeto) e de forma direta (grelhar). As principais características destes métodos de cocção são:
· Assar no forno: Submeter o alimento em uma câmara fechada ao ar quente. Ex.: frango assado, bolo.
· Assar no espeto: Aplicar o calor de forma indireta, podendo este ser produzido por resistências elétricas e por lenha ou carvão. Ex.: churrasco.
· Grelhar: Os alimentos entram em contato com uma chapa aquecida, a qual transmite calor para o alimento. Ex.: bife grelhado. 
3. Calor Misto: Nesta situação, a cocção é realizada em duas etapas:
1°: Calor seco em gordura, para formar uma camada protetora em volta do alimento que impede a saída de sucos, mantendo o alimento mais úmido e suculento.
2°: Calor úmido, adicionando-se pequenas quantidades de líquido até que a cocção esteja completa. Os métodos são:
· Ensopar/Guisar: O alimento é refogado em gordura quente; em seguida, acrescenta-se líquido suficiente (água, vinho, sucos, caldos) para cozinhar, até que o alimento esteja macio e o molho encorpado. Utiliza-se fogo baixo e a panela deve estar tampada. Ex.: molho com batata.
· Refogar: O alimento é frito em pouca gordura e termina de cozinhar no vapor, que se desprende na cocção. Pode-se acrescentar uma pequena quantidade de líquido. Ex.: legumes, verduras, arroz, entre outros.
· Brasear: O alimento é dourado em pequena quantidade de gordura; em seguida, acrescenta-se o líquido, mantendo-se o ponto de fervura, até que o alimento fique macio. Recomendado para alimentos em que é preciso quebrar a fibra, mas manter a umidade. Ex.: carne de panela, aves selvagens.
5.3.2. Técnicas auxiliares de Cocção
· Branqueamento: Cozinhar em água fervente e depois colocar o alimento na água com gelo.
· Gratinar: O objetivo deste método é criar uma crosta ou cor mais atraente para o alimento pela aplicação de calor seco de cima para baixo. Para que o alimento seja gratinado, deve ser feita uma cobertura com molho e/ou queijo, ou uma crosta de farinha de pão ou de oleaginosas.
· Banho-Maria6. Bases de Cozinha, Molhos e Sopas
Caldos são preparações líquidas, resultantes da cocção em calor úmido de partes inaproveitáveis (ossos, espinhas, peles e carcaças) de carnes vermelhas, aves, peixes e hortaliças com temperos até que as substâncias hidrossolúveis (vitaminas, minerais, carboidratos e proteínas) tenham sido extraídas. Utilizados no realce de sabor, servem de base para diversos pratos e sopas.
Já os fundos são preparações líquidas feitas com ossos, vegetais e temperos, porém com extração de sabor e redução de líquidos, para ressaltar ainda mais os sabores e aromas, servido de base para molhos. 
Para o preparo de fundos ou caldos podem ser utilizados vinho ou água como líquidos para a cocção, além disso o aumento da superfície de contato dos alimentos com o líquido potencializa a capacidade extratora, promovendo sabores e tonalidades concentrados. Os fundos são divididos em 4 grupos: fundos básicos (bases extrativas); ligações ou espessantes; aromáticos e embelezadores e melhoradores de sabor.
1. Fundos Básicos: 
É necessário:
- Componente nutritivo: Ossos, vitela, carcaça, frango, pescados, legumes
- Componente aromático: Mirepoix (cebola, cenoura e salsão), pimentas, alho-poró, vegetais e condimentos.
- Componente líquido: Água, vinho, sucos.
· Fundo escuro: É necessário assar/dourar os ossos salpicados com farinha de trigo; retirar o excesso de gordura; colocar os ossos assados em um caldeirão com água; colocar o mirepoix na assadeira e levá-la para a chama do fogão; depois acrescentar extrato de tomate para retirar os "queimadinhos" da assadeira.
· Fundo claro: Os ossos não vão para o forno, eles são colocados crus na panela; o mirepoix é acrescentado e há a retirada da espuma que se forma.
O tempo de cozimento é variável e pode ser de 30 min a 1h. 
Não se adiciona tubérculos e raízes para fazer fundos, deve-se dar preferência para cascas e carcaças. 
2. Ligantes ou espessantes (Liaison): São utilizados para engrossar líquidos. Os mais comuns são:
· Roux: É uma pasta composta de gordura (manteiga ou óleo) e farinha de trigo, à qual acrescenta-se um pouco de líquido. Os molhos roux podem ser cozidos por tempos diferentes, de acordo com a cor que se pretende obter. O roux branco, usado para fazer os molhos branco e bechamel, tem um tempo de cocção de 1 a 2 minutos, o suficiente para que a farinha cozinhe e desapareça sem que a coloração se altere; o roux blond, base do molho velouté, fica levemente dourado, com um tempo de cocção de 2 a 3
minutos; o roux marrom (brun), base do molho francês espagnole é cozido em fogo alto até escurecer. 
3. Aromáticos: São formados por legumes, ervas e especiarias e servem para realçar ou acentuar os sabores. Ex: mirepoix (cebola, cenoura e salsão); cebola piquée (cebola cortadana vertical, 1 folha de louro e 2 cravos); cebola brulée (cebola ttstada na frigideira, serva para dar cor e não sabor); salmoura (água com muito sal); sachet d'épices (louro, pimentas em grãos, talos de salsa, tomilho, alho amassado e cravo)
4. Embelezadores e Melhoradores de sabor: Complemento de molhos, sopas e massas. podem ser:
- Liga fina: Mistura de gema com fécula.
- Creme de leite, requeijão, nata e manteiga: Suavizam, espessam e dão cremosidade aos alimentos.
- Corantes naturais e artificiais; 
- Realçam ou mudam a cor da preparação. 
 
6.1. Molhos 
São preparações de consistência líquida ou cremosa, quentes ou frias, de sabor suave ou picante, que acompanham entradas, pratos proteicos, acompanhamentos e sobremesas nas mais diversas formas de apresentação. Tem como objetivo oferecer mais sabor e textura para o consumo da preparação que o acompanha, conferindo também aroma e apelo visual.
6.1.1. Molhos ligantes ou espessantes (Liaison)
São molhos preparados à base de farinha de trigo, amido de milho e um líquido (leite, caldos, sucos de frutas e legumes), além disso reúnem o poder espessante de amidos, gemas, colágeno ou ovos inteiros, creme de leite.
O processo para a produção básica desses molhos inclui a mistura de farinha de trigo com manteiga em cocção no calor seco, por meio de movimentos constantes, resultando na formação de amido modificado pelo processo de dextrinização. Em seguida, há o acréscimo do leite que gelatiniza o amido, tornando o molho viscoso. Os principais molhos espessantes claros são: 
· Molho branco: acrescenta-se leite à mistura de gordura e farinha de trigo. Para evitar que se forme uma camada endurecida na superfície do molho branco após o preparo, pode-se cobri-lo com papel manteiga ou filme aderente, ou passar um pedaço de manteiga em cima do molho ainda quente, misturando-a antes de aquecer o molho para servir.
· Molho bechamel: Molho branco picante, temperado com louro, noz-moscada e cebola, adicionado de leite com temperos. Usado em peixes e frutos do mar, preparações com ovos, vegetais e massas.
· Molho Velouté: Roux claro + fundo de ave quente (ave e vegetais) + condimentos (pimenta do reino branca e sal)
Existe também os molhos espessantes feito com amido de milho, no qual é feito uma mistura de amido de milho com um pouco de líquido frio até formar uma pasta, à qual se acrescenta líquido quente. Os tipos mais conhecidos são:
· Molho escuro básico: Mistura de amido de milho e água fria adicionada ao caldo de carne e misturada com um batedor. Esse molho deve ser fervido até engrossar e desnatado com uma escumadeira para a remoção das impurezas. Para temperá-lo, pode-se acrescentar líquidos como vinho madeira, ou molho inglês, ou ervas e condimentos.
· Molho Espagnole: É feito com molho escuro básico, cogumelos e purê de tomate. Serve de base para diversos molhos da culinária francesa.
6.1.2. Molhos Líquidos
Os molhos líquidos, possuem, na maior parte das vezes, como base o vinagre. Os tipos de molhos líquidos mais utilizados são:
· Molho vinagrete: A receita básica contém vinagre, azeite de oliva, tomate, pimentão, cheiro- -verde, sal e pimenta-do-reino e é usado em folhas e saladas mistas.
· Molho campanha: Preparado com vinagre, tomate, cebola, cheiro-verde, azeite de oliva, molho inglês e sal. Usado em saladas e carnes.
· Molho primavera: Preparado com vinagre, azeite de oliva, cheiro-verde, cenoura, cebola, pimentão, molho inglês e sal. Usado em saladas de folhas e legumes crus.
6.1.3. Molho de Tomate
É composto de tomate ou polpa de tomate acrescidos de sal, ervas e/ou outros
condimentos. É utilizado em massas, cereais e carnes. Os molhos à base de tomate mais utilizados são:
· Tomate pelado: molho com tomates inteiros ou em pedaços.
· Ao sugo: molho de tomate e temperos (azeite, cebola, alho e sal).
· À bolonhesa: molho de tomate ao sugo e carne moída.
· À italiana: molho de tomate ao sugo e carne em cubos.
· À napolitana: molho de tomate ao sugo e queijo parmesão.
· À genovese: molho de tomate ao sugo, alho, manjericão, bacon, azeite e parmesão.
· À calabresa: molho de tomate ao sugo e linguiça calabresa.
6.1.4. Molhos regionais
São molhos ligados às tradições culinárias de cada região, associado às diversas
preparações elaboradas com ingredientes locais. Alguns exemplos são:
· Molho tucupi: É feito com o sumo da mandioca brava, fervido e temperado com pimenta. Usado para peixes e carnes de caça, é o principal ingrediente do pato no tucupi, preparação típica do Pará.
· Cabidela: Molho de origem nordestina, elaborado por meio da mistura do sangue de galinha com vinagre. Geralmente é adicionado em um ensopado com galinha em pedaços, chamado de galinha cabidela ou galinha ao molho pardo.
· Molho para moqueca: É um ensopado típico nordestino, feito, em geral, com peixe e um molho feito com coentro, cheiro-verde, cebola, tomate, pimenta-do-reino, pimentão, azeite de dendê e leite de coco.
· Tacacá: É uma preparação típica do Pará; acrescenta-se camarão ao caldo
ralo de mandioca.
· Bobó: É uma preparação típica baiana elaborada com um molho feito com
mandioca cozida, leite de coco, azeite de dendê, tomate e pimentão. O bobó mais comum é o de camarão, mas também pode ser de frango.
6.2. Sopas
São preparaçõesde consistência líquida ou semilíquida, compostas de caldo (de carnes, frango, peixe ou legumes), acrescidas de cereais, legumes, verduras, leguminosas, feculentos ou macarrão. Podem ser espessas ou ralas, cremosas ou não, salgadas ou doces e servidas quentes ou geladas. geralmente são servidas no início das refeições para estimular o apetite.
São preparadas com caldos de carnes ou legumes, acrescentando-se outros alimentos na cocção em calor úmido. Os ingredientes devem ser limpos, lavados, picados, fervidos ou homogeneizados (no caso das sopas-creme). Para engrossar a sopa, pode ser adicionado até 3% de amido (fubá, creme de arroz, amido de milho, fécula), já o creme de leite e a manteiga conferem-lhe cremosidade.
Os principais tipos de sopa são:
· Sopa Mista: É preparada por combinação de carnes, leguminosas, cereais, massas ou vegetais. Em geral, o nome sopa é dado pelo ingrediente ou corte dos alimentos adicionados. Ex.: canja de galinha, sopa de feijão, sopa de legumes.
· Sopa Creme: É elaborada com purê de vegetais e molho bechamel. Ex.: sopa-creme de ervilhas, de palmito, de aspargos, de cebola. Podem ser consumidas quentes ou frias como entradas (ex.: sopa-creme de tomate, de palmito, de morango), servidas em recipientes próprios ou com pão italiano.
· Sopa Purê: Elaborada com caldo de carne ou legumes e purê de vegetais. Ex.: sopa de legumes (batata, chuchu, mandioquinha e cenoura).
· Sopa Velouté: É elaborada com velouté de carne ou ave, purê de legumes, gema de ovo crua, manteiga ou creme de leite, ex.: sopa velouté de espinafre.
7. Ervas e especiarias
São substâncias usadas para realçar o sabor natural dos alimentos ou para conferir um novo sabor às preparações. São chamadas genericamente de tempero nas receitas doces ou salgadas. 
As ervas estão sempre relacionadas às especiarias, porém existem diferenças entre ambas. As aromáticas são folhas de plantas frescas ou secas; as especiarias são as partes aromáticas (rebentos, frutos, bagas, raízes ou cascas). Essas duas categorias podem sobrepor-se quando a planta é capaz de fornecer tanto a erva como a especiaria, que, ao serem combinadas, conferem sabor e o aroma muito peculiares.
As especiarias podem vir: dos frutos e sementes (pimentas e cominho); das cascas (canela); bulbos (alho e cebole); flores e partes florais (cravo) e raízes e rizomas (gengibre). 
8. Hortaliças e Frutas
Verduras e legumes são plantas ou partes de plantas que servem para o consumo
humano, como folhas, flores, frutos, caules, sementes, tubérculos e raízes. Hortaliça é a
denominação genérica para legumes e verduras. 
Utiliza-se a denominação verdura quando as partes comestíveis do vegetal são as
folhas, as flores, os botões ou as hastes, como espinafre, acelga, alface, agrião, brócolis; e a denominação legume, quando as partes comestíveis são os frutos, as sementes ou as partes que se desenvolvem na terra, como abobrinha, batata, berinjela,
cenoura, tomate e mandioca.
A classificação das hortaliças serve para indicar as características de estrutura e composição química que determinam a forma de preparação a ser escolhida para ela. São elas:
· Folhas: São os órgãos de produção da planta onde ocorre a fotossíntese. As células que contêm clorofila estão espalhadas por toda a fina superfície, possuindo fibras, ferro, cálcio, pró-vitamina A, carboidratos e riboflavina, mas são pobres em calorias. Quando tenras, as folhas podem ser comidas cruas. Quando envelhecidas, devem ser subdivididas e cozidas devido ao alto teor de celulose, facilitando o aproveitamento pelo aparelho digestivo, ex.: acelga, agrião, aipo, alface, couve, espinafre, mostarda, repolho, salsa.
· Sementes e Vagens: As vagens contêm sementes em seu interior chamadas de leguminosas que são ricas em carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais. Algumas são integralmente comestíveis, outras são sementes que possuem uma cutícula que as envolve, formada de celulose endurecida, sendo necessário o cozimento. Ex.: ervilha, vagem, feijões verdes, milho verde. 
· Tubérculos e raízes: Possuem muita energia armazenada na forma de amido e são conhecidas como hortaliças amiláceas. São estáveis e, em condições apropriadas, podem ser estocadas por mais tempo que qualquer outra hortaliça. A maioria deve passar pelo cozimento para modificar o amido e neutralizar substâncias tóxicas. Ex.: beterraba, cenoura, nabo, rabanete, aipim, batata, batata-doce, cará e inhame.
· Bulbos: Usados como condimentos ou temperos, essas hortaliças possuem uma substância volátil chamada cistina que lhe conferem odor característico Ex.: alho, cebola, alho-poró.
· Caules ou Talos: É através dos talos que os nutrientes são transportados de um órgão para outro da planta, contudo cada um tem características próprias, principalmente de sabor. Ex.: acelga, aipo (salsão), aspargo, palmito e ruibarbo.
· Flores: Ricas em carboidratos, possuem uma parte florida que serve de deposito para nutrientes. Devem ser servidas ligeiramente cozidas. Ex.: alcachofra, brócolis, couve-flor, flor de abóbora
· Frutos: Ricos em carboidratos, possuem uma parte carnuda que serve de deposito para nutrientes e, apesar de classificados como fruto, possuem características, valor nutritivo e formas de preparo diferentes. Ex.: abacate, abóbora, berinjela, chuchu, fruta-pão, jiló, moranga, pepino, pimentão, tomate.
· Parasitas: São cogumelos de várias espécies de plantas criptógamas. Ex.: champignon, fungi, shitake, shimeji, porto belo, cogumelo do sol.
Outra classificação importante é quanto ao teor de carboidratos auxiliando na elaboração de cardápios, substituindo hortaliças do mesmo grupo e minimizando alterações do valor calórico da dieta. Os grupos são:
· Grupo A: Contém de 5% a 10% de carboidratos. Ex: Abobrinha, agrião, acelga, alface, berinjela, brócolis, broto de bambu, cebolinha, coentro, couve, couve-flor, espinafre, jiló, maxixe, rabanete, repolho, salsa, taioba, tomate
· Grupo B: Contém de 10% a 20% de carboidratos. Ex: Abóbora, barbana, beterraba, cenoura, chuchu, ervilha-verde, nabo, quiabo, couve-de- bruxelas, vagem.
· Grupo C: Contém mais de 20% de carboidratos. Ex: Aipim, mandioquinha, cará, batata-doce, batata-baroa, cogumelo, fruta-pão, inhame, milho, pinhão.
 
8.1. Valor Nutritivo
Seu valor nutritivo e características sensoriais variam de acordo com a parte da
planta, porém, de modo geral, os nutrientes podem ser encontrados nas seguintes proporções: proteínas (de 1% a 3%); lipídios (pequenas quantidades); carboidratos (de 4% a 24%); vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e hidrossolúveis (C, B1, B2, B3, B5, B6, B9, B12 e H) e, ainda, sais minerais como potássio, sódio, cálcio, ferro, zinco, fósforo, cromo, selênio, entre outros.
8.2. Fatores que influenciam no preparo das hortaliças
Quando jovem, a célula vegetal é formada por uma membrana mais externa conhecida como primária, que é composta por celulose, hemicelulose e substância pécticas (protopectina, pectina e ácido péctico – de acordo com o estágio de maturação do fruto). A celulose é uma substância fibrosa que constitui a base estrutural do tecido vegetal. Já as substâncias pécticas conferem textura as hortaliças e frutas, como:
· Protopectina: É o que mantém unidas as moléculas de celulose nas membranas das células e as células entre si. É ela que dá a consistência sólida (dura) e insolúvel, responsável pela rigidez das hortaliças e frutas. No momento da colheita, a quantidade de protopectina está muito elevada; com o passar do tempo, essa quantidade diminui e as frutas vão amadurecendo e as hortaliças vão se desintegrando. 
· Pectina: A pectina é a transformação da protopectina em pectina. É a consistência ideal, obtida através do amadurecimento.  
- A pectina apresenta altos teores em frutas que não atingiram o pleno amadurecimento.
- A pectina é solúvel e possui propriedades para formar gel.
- Frutos com pectina suficiente para fazer geleias: jabuticaba, goiaba, morango (frutas muito maduras não servem para fazer geleia).
· Ácido Péctico: É a transformação da pectina em ácido péctico.Essa liberação ocorre quando há perda da solidez da estrutura (separação das moléculas de celulose), ou seja, o alimento está desintegrado, "passado".
8.3. Pigmentos e Conservação da Cor
São substâncias químicas que conferem cor aos vegetais, encontradas em todas as hortaliças e, muitas vezes, vários pigmentos em um só vegetal, entretanto a cor será determinada pela substância encontrada em maior proporção no vegetal. Existem diversos pigmentos como:
· Clorofila: Pigmento largamente distribuído na natureza, responsável pela fotossíntese e que dá cor verde aos vegetais e não tem função nutricional conhecida. Está presente nos vegetais quando verdes (imaturos), mas desaparece durante a maturação.
Quando vegetais ricos em clorofila são cozidos em meio ácido fraco (limão, tomate, vinagre), o magnésio presente na molécula é substituído por dois átomos de hidrogênio resultando na produção de feofitina, de cor verde oliva ou marrom, provocando escurecimento enzimático e prejudicando a aparência e a aceitabilidade do vegetal. Esse escurecimento da clorofila também acontece quando o vegetal é cozido em panela tampada, pois os ácidos orgânicos presentes no vegetal, quando evaporados, entram em contato com a tampa e decantam, acidificando a água de cocção.
Quando o cozimento ocorre em meio alcalino (bicarbonato de sódio), há a remoção do grupo fitol, resultando na formação de um novo composto de cor verde mais intensa, chamado clorofilina. O aumento do pH superior a 8 provoca um amaciamento excessivo do vegetal pela hidrólise da pectina e, destrói vitaminas hidrossolúveis, por isso o uso de bicarbonato de sódio não é recomendado no preparo de hortaliças.
· Carotenóides: São pigmentos de cor alaranjada, amarelada ou avermelhada, que ocupam os cloroplastos juntamente com a clorofila que desaparece quando o vegetal amadurece ou envelhece.
São estáveis em pH ácido (presença de limão) e alcalino (presença de bicarbonato) e resistentes à cocção, mas são sensíveis à luz, à oxidação e a temperaturas extremas, fatores responsáveis por muitos vegetais mudarem de cor durante o cozimento.
· Betalaínas: São pigmentos encontrados exclusivamente na beterraba que se dividem em vermelhos (betacianina) e amarelos (betaxantina), mas não possuem função nutricional ou bioatividade conhecida. Solúveis em água (interessante usar a água de cocção no preparo de molhos e sobremesa), estáveis em pH ácido, instáveis na luz e no ar, são destruídas em altas temperaturas e longo tempo de cozimento.
· Antoxantinas: São pigmentos que variam de amarelados a incolores, presentes no repolho--branco e na batata e incluem as flavonas e os flavonóis. Em meio alcalino, transformam-se em amarelos e escurecem com a cocção prolongada, mas, na presença de ferro, podem ficar esverdeados ou pardos. Ex.: couve-flor.
· Antocianina: São pigmentos solúveis em água, de cores azul, arroxeada e vermelha e sensíveis ao calor, responsável pelas cores atrativas e brilhantes de frutos, flores e folhas. Na presença de substâncias ácidas, tornam-se vermelho-escarlate e, na presença de substâncias alcalinas, ficam em tom azul ou arroxeado. Ex.: uvas, cerejas, morango, berinjela.
8.4. Cuidados e Armazenamento
As verduras e os legumes, após a colheita, estão muito suscetíveis a alterações indesejáveis que podem ser prevenidas por alguns procedimentos, como congelamento, branqueamento, produção de conservas, desidratação e enlatamento.
Antes do armazenamento, os vegetais devem ser previamente limpos. Se frescas,
as hortaliças devem ser colocadas sob refrigeração entre 7 e 8°C (varia de acordo com o vegetal), acondicionadas em sacos ou caixas plásticas fechados e não transparentes, mantidos na parte fria da geladeira. Além da temperatura, a umidade também deve ser controlada, visto que o ar muito seco desidrata o alimento e o ar muito úmido estimula a proliferação de bolores.
 
8.5. Senescência e Maturação
Diversas alterações ocorrem devido ao envelhecimento das células vegetais, tais como: amolecimento ou perda de textura causados por reações de enzimas naturais (celulase, pectinase, hemicelulase, proteinase), que degradam a parede celular da planta, quebrando e abrindo as células; reações químicas de oxidação começam a acontecer; o desenvolvimento do sabor e do aroma termina; começa a perda de valor nutricional e a perda de água, deixando os alimentos amolecidos. 
8.6. Método de Cocção de Hortaliças
As hortaliças devem ser preparadas para: diminuir o número de microrganismos;
favorecer a qualidade sensorial dos vegetais; otimizar a retenção e biodisponibilidade
de nutrientes. Tudo isso deve ser feito evitando ao máximo a perda de vitaminas e minerais. 
Quando as hortaliças são cozidas em calor úmido existem maneiras de minimizar essas perdas, tais como: reaproveitar a água da cocção; cozinhar as hortaliças inteiras e com casca; cozinhá-las no vapor; cozinhá-las em panela tampada 
Já quando elas são cozidas em calor seco, assando-as, não há perda por dissolução, porém a temperatura muito alta pode ocasionar destruição de vitaminas co complexo B, C e A. Já quando elas são fritas, a gordura pode atingir 200°C, ocasionando a destruição das vitaminas hidrossolúveis. 
Outras dicas para cozinhar as hortaliças:
· Prepará-las o mais próximo possível da hora de cozinhar e cozinhá-las próximo ao horário de servi-las.
· Preparar as hortaliças inteiras ou subdividi-las o mínimo possível para preservar os micronutrientes.
· Cozinhar com casca, sempre que indicado.
· Cozinhar com quantidade de água suficiente para cobrir o vegetal, evitando a perda de nutrientes solúveis para o meio de cocção.
· Acrescentar o sal depois que estiverem quase cozidas.
· Observar o ponto de cocção de cada hortaliça (deve ficar tenra, abrandada, sem desintegrar-se).
· Cozinhar vegetais de folha dura em panela destampada e com bastante água em ebulição para reduzir o tempo de cocção e conservar a cor verde.
· Folhas novas e tenras devem ser cozidas rapidamente em panela abafada com um mínimo de água para não prejudicar a cor.
· Hortaliças ricas em enxofre (repolho, nabo) devem ser cozidas em panela destampada e com maior volume de água para volatilizar os ácidos aromáticos.
· Usar a água de cocção de hortaliças em sopas, molhos e ensopados.
9. Frutas
É o produto da frutificação de uma planta, é a parte polposa e comestível que rodeia a semente de plantas. São suculentas devido ao elevado conteúdo de umidade, possuem aroma característico, apresentam normalmente sabor doce, agradável e podem, em geral, ser consumidas in natura.
As frutas são fontes de vitaminas (C e caroteno), minerais (potássio, ferro), carboidratos simples (frutose, glicose, sacarose, amido, pectina, celulose), água e fibras (celulose e pectina), no entanto possuem baixo teor de lipídios e proteínas.
O sabor adocicado das frutas está associado à quantidade e à qualidade dos carboidratos simples, especialmente a frutose, os ácidos orgânicos, os compostos fenólicos e os ésteres. Os ácidos orgânicos mais comuns são:
· Málico: maçã, pera, morango, pêssego
· Tartárico: uva
· Cítrico: limão, laranja
· Oxálico: morango, laranja, abacaxi
· Benzoico: ameixa
A consistência é dada pela celulose e por compostos pécticos que constituem a sua estrutura. Assim:
· Em frutas verdes predomina a protopectina, substância sólida e insolúvel que tem a função consolidante de manter unidas as moléculas de celulose.
· Em frutas maduras, a protopectina transforma-se em pectina, substância solúvel e com propriedade de formar gel, que predomina na casca e ao redor das sementes (aspecto gomoso e característico).
· Em frutas desintegradas, a pectina transforma-se em ácido péctico, determinando a sua desintegração.
A classificação das frutas também pode acontecer de acordo com o teor de carboidratos presentes nela. Os grupos são:
· Grupo A: Contém de 5% a 10% de carboidratos. Ex: Abacaxi, açaí, araçá, caju, carambola, goiaba, melancia, melão, morango, pitanga,cajá, jaca, jambo, laranja, lima, limão, maracujá, pêssego, pitanga, romã.
· Grupo B: Contémde 10% a 15% de carboidratos. Ex: Abacate (16% de gordura), ameixa, amora, cereja, cupuaçu, damasco, figo, framboesa, fruta-do-conde, graviola, jamelão, maçã, manga, mamão, mangostão, pera, banana, caqui, fruta-pão, marmelo, nêspera, pequi, pupunha, uva.
· Especiais: Contém 35% de carboidratos: tuturubá, uchi; Contém 53% de carboidratos: tamarindo.
· Frutas oleaginosas: São aqueles que contêm cerca de 16% de carboidratos, 20% de proteínas de alto valor biológico e 60% de lipídios, principalmente monoinsaturados, além de fibras, selênio, cobre e magnésio. São de difícil digestão devido ao grande teor de gordura e pela quantidade de celulose. Representam esse grupo: amêndoas, avelã, castanha-de-caju, castanha-do-pará, castanha portuguesa, castanha de sapucaia, macadâmia, nozes, patauá, semente de jabot.

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