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- Abrange todos os processos nos quais uma única célula (o óvulo fertilizado ou zigoto) origina primeiro um embrião e, posteriormente, um feto. Esses processos ocorrem de maneira contínua, mas, por conveniência, podem ser arbitrariamente divididos em períodos sucessivos; - Dessa forma, o desenvolvimento intrauterino é comumente dividido em período embrionário, quando a maioria dos sistemas é formada, e período fetal, que consiste majoritariamente no crescimento e maturação dos órgãos. No entanto, o desenvolvimento do organismo não para ao nascimento; os órgãos continuam a crescer e maturar ao menos até a puberdade e muitos tecidos necessitam de reposição contínua ao longo da vida. Portanto, o envelhecimento e a morte podem também ser incluídos no processo natural de desenvolvimento do organismo; Desenvolvimento embrionário: zigoto > blastômeros > mórula > blastocisto; Período embrionário: trofoblasto > embrioblasto; Período fetal: crescimento, maturação, remodelagem > nascimento; o trofoblasto é a estrutura responsável pela implantação embrionária na camada do endométrio no útero e auxilia na formação dos anexos embrionários, ao passo que o embrioblasto formará o embrião bilaminar, composto pelo epiblasto e hipoblasto, seguirá para o embrião trilaminar com o ectoderma, o mesoderma e o endoderma e continuará com a morfogênese; - Todo esse desenvolvimento discorrido anteriormente envolve um processo de diferenciação para o estabelecimento de famílias celulares especializadas na execução de variadas funções. O corpo de um mamífero adulto é composto por mais de 230 tipos celulares distintos, todos originados de uma única célula, o óvulo fertilizado ou zigoto. O processo pelo qual tipos celulares especializados desenvolvem-se de células menos especializadas é conhecido como diferenciação celular; - Em geral, um evento que precede a diferenciação celular é o comprometimento celular, o qual, por sua vez, pode ser dividido em uma fase lábil e reversível denominada especificação celular seguida de uma fase irreversível denominada determinação celular. Uma vez que a célula tenha passado pelo processo de “determinação” o seu destino está fixado e, irrevogavelmente, sofrerá diferenciação. A diferenciação celular é essencialmente regulada mediante diferenças na expressão gênica; Indução - Em um embrião, as células são frequentemente induzidas a diferenciar-se por uma sinalização célula a célula. A interação entre duas ou mais células vizinhas é denominada interação proximal ou indução. Durante o desenvolvimento, a indução entre células e tecidos, ou entre diferentes tecidos, é crucial para a organização e diferenciação das células em seus respectivos órgãos e tecidos. Para que a indução ocorra, entretanto, é necessário que as células induzidas (células potencialmente responsivas) sejam competentes ou receptivas ao sinal indutor. A competência, representada pela expressão de receptores de superfície, por exemplo, está frequentemente presente durante apenas um intervalo de tempo determinado. Se não for induzida durante este período crítico, a célula competente pode iniciar o processo de morte celular programada ou apoptose, em vez de sofrer diferenciação. A apoptose deve ser entendida como um mecanismo normal durante o desenvolvimento embrionário. A sinalização entre células vizinhas é realizada por moléculas parácrinas ou morfógenas. Destacam-se 4 famílias de moléculas sinalizadoras: família de fatores de crescimento derivados de fibroblastos (FGF); família Hedgehog, família Wingless (Wnt); e superfamilia fator de crescimento transformador-beta (TGF-beta); Potencial celular e genômico - Durante o desenvolvimento e os processos de diferenciação, as células apresentarão capacidades diferentes para a multiplicação e a própria diferenciação. Esta característica refere-se à potência celular: toti, pluri, multi ou uni-potência; - Observa-se também a potência gênica, ou seja, a capacidade da célula diferenciar-se em outra, mas dependente de estímulo e reprogramação. Em outras palavras, a potência celular é a capacidade da célula em diferenciar-se através de estímulo por si só, enquanto a potência genômica é dependente de aparato citoplasmático e reprogramação induzidas, como ocorre na clonagem: uma célula adulta, da qual foi retirado o núcleo, é introduzida em um ovócito sem núcleo; Controle molecular - A nível molecular, várias vias complexas estão envolvidas nas decisões tomadas ao longo da diferenciação celular. Dois dos fatores-chaves que participam desse processo são: - Alterações epigenéticas: relacionadas à cromatina, caracterizam-se por padrões estáveis ou herdáveis de expressão gênica nas células descendentes com controle de expressão do sequenciamento genético. Assim, durante a diferenciação não há alteração do DNA, apenas a regulação de quais genes serão expressos. Os três mecanismos epigenéticos mais importantes são: metilação do DNA (a cromatina de algumas regiões do genoma torna-se altamente condensada e transcricionalmente inativa); modificações nas proteínas histonas (incluindo a acetilação das histonas, que comumente leva a uma conformação mais relaxada da cromatina permitindo a transcrição); e regulação gênica por polycomb-trithorax (modifica a estrutura da cromatina em conformações reprimidas ou ativas); - Fatores de transcrição: ativam a expressão de genes importantes para o desenvolvimento; - Modelagem é o processo pelo qual células embrionárias organizam-se em tecidos ou órgãos. Embora a diferenciação dê origem a células com estrutura e função especializada, esse processo isoladamente não forma um organismo: as células diferenciadas precisam ser organizadas espacialmente em três dimensões com uma relação muito bem definida entre elas; - Todos os embriões mamíferos tendem a seguir eixos básicos de planos corpóreos gerando os eixos craniocaudal (sua formação ocorre na gastrulação), dorsoventral (já está presente no blastocisto) e proximodistal (sua formação é adiada até a formação dos membros). A modelagem é a consequência da expressão regional de genes, deste modo, os processos tendem a seguir a orientação determinada pelos eixos corpóreos e são sinalizados pelos morfógenos. Participam de mesma maneira os genes homeóticos, que determinam a posição celular em relação ao eixo. Em mamíferos, encontramos os genes homeóticos Hox-A, Hox-B, Hox-C e Hox-D; - Morfogênese é o mecanismo pelo qual tecidos e órgãos ganham forma. A modelagem refere-se ao acúmulo de células em regiões de formação dos órgãos, enquanto a morfogênese resultará no arranjo espacial dessas células acumuladas, conferindo a forma interna e completa dos órgãos. Durante a morfogênese, estruturas como tubos e folhetos são formados em resposta a diferentes taxas de proliferação celular, alterações no tamanho e/ou formato das células, fusão celular, etc. A apoptose nas membranas das mãos e dos pés cria espaços entre os dígitos, por exemplo;
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