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UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO ATENDIMENTO INICIAL AO TRAUMA O QUE É TRAUMA? TRAUMA: lesões causadas por força externa devido a acidentes, violência ou auto-agressão - Lesão: GRAVE, SÚBITA e INESPERADA EXEMPLOS: - acidentes automotivos - atropelamentos - ferimentos por arma de fogo FAF - ferimentos com arma branca FAB - quedas de altura - queimaduras - afogamentos - agressão arma branca(arma não disparate) POLITRAUMA: paciente com mais de uma lesão traumática significativa - ↑acometimento - vários locais Observações: Trauma é a principal causa de morte até os 44 anos e a segunda causa de morte por todas as causas ➔ Trauma pode ser causado por diversas situações MULTIFATORIAL ➔ Paciente sempre precisa de um TRATAMENTO INICIAL MORTE POR TRAUMA ➔ 1° Hora a mais importante -> visto a alta probabilidade de morte ➔ Pode falecer pelo transporte ao hospital ou no hospital Distribuição trimodal • Pico 1: segundos a minutos após o acidente – APH (Atendimento pré-hospitalar) - mortes rápidas/imediatas • Pico 2: primeiros minutos a várias horas (“golden hour”) – ATLS (Advanced Trauma Life Support) - mortes até 3 horas - Golden hour: promover tudo ao alcance para que paciente não evolua a óbito ❖ Obstrução de via aérea ❖ Ventilação (hemotórax/pneumotórax) ❖ Hipovolemia (ruptura de baço/fígado) ❖ Hematoma intracraniano (subdural/epidural) UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO Obs: choque hipovolêmico (pouco sangue decorrente nos sistemas) •Pico 3: dias a semanas (complicações/evolução) - complicações na evolução do quadro do paciente (por conta de cirurgia, infecção hospitalar, etc) Você está dirigindo em uma avenida quando se depara com a seguinte cena. É possível ver uma vítima deitada na rua. O que você faz? 1. Ligar emergência 2. Segurança da cena 3. Chamar paciente 4. Sinais Vitais ATENDIMENTO AO TRAUMA - Identificar situações que colocam o paciente em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro ETAPAS: 1. Fase PRÉ hospitalar -> Protocolo PHTLS - paramédicos - socorristas - corpo de bombeiros Nunca apenas uma pessoa fazendo o ATENDIMENTO, para que a pessoa não perca minutos de vida Objetivos PRÉ HOSPITALAR (APH/PHTLS) 1. Controle de sangramentos e choque 2. Manutenção de via aérea (posicionar e estabelecer passagem de respiração) Cânula na Membrana cricotireoidea(cricotomia) 3. Imobilização (como um todo -> PRANCHEAMENTO para prevenir mais traumas) 4. Transporte para o hospital mais proximal: atendimento será feito no local mais próximo do ocorrido PHTLS 1. Controle da cena: Ligar para emergência e isolar cena 2. Abordagem Primária: 3. Abordagem Secundária: Visualizar sinais vitais 4. Escala de Coma e Trauma CONTROLE DA CENA SAMU 192 ou BOMBEIROS 193 - Estacionamento e local adequado - Sinalização - Verificar riscos iminentes ex:fios elétricos - Atenção para visão em túneis (“visão da raiva/adrenalina” só enxerga a vítima e o que tem que fazer) ● Avaliação rápida do local ● Acesso vítima com segurança: cena, pessoal(EPIs),equipe, circundantes, vitima ● Cena é segura? -> Avaliação da vítima ABORDAGEM PRIMÁRIA Avaliar VÍTIMA - Mecanismo do trauma - Risco para os circundantes - Risco de incêndio, explosão ou desmoronamentos • Situação no local • Número de vítimas (TRIAGEM: pessoa mais grave/atender 1° -> menos grave/atender depois) • Necessidade de apoio - se necessita mais de um suporte avançado - mais ou menos socorristas para ajudar • Contato com familiares e testemunhas - se paciente necessitar - socorristas prestam esse atendimento quando paciente estão inconscientes ou se há necessidade ATENÇÃO! Sempre garantir a segurança de todos, não permitir novas vítimas ABORDAGEM SECUNDÁRIA Visualizar sinais vitais Será feito após garantir que o paciente irá viver. -> Após protocolo ATS Exame físico completo crânio-caudal História resumida: SAMPLA ➔ S: sinais e sintomas ➔ A: alergias ➔ M: medicamentos ➔ P: passado médico e gestação UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO ➔ L: líquidos e alimentos ingeridos ➔ A: ambiente e eventos relacionados ao trauma-> História do Trauma que pode ajudar na hipótese diagnóstica Sondas: para alimentação de longo tempo(nasoenteral) e sonda vesical de demora • Exames complementares • Laboratoriais • Avaliações radiológicas – série trauma • Radiografia cervical • Radiografia de tórax • Radiografia de pelve • Tomografia computadorizada de crânio (se tiver indicação) ESCALA DE COMA E TRAUMA A. CONTROLE DE CENA TRIAGEM PHTLS - Múltiplas vítimas VERDE/está bem Consegue andar Responde a comandos Via respiratória ok Pode ajudar com outros CINZA/ÓBITO respiração inexistente pulso inexistente não responde a comandos AMARELO/Dependente, mas não é grave ao ponto de ser vermelho apresenta dependência: na respiração, perfusão ou dor intensa de não poder andar obs: não todos ao mesmo tempo obedece ordens VERMELHO/ EM COMA 1° a ser atendido respira/tem pulso te perfusão não responde a ordens B. ABORDAGEM PRIMÁRIA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA - PARA NÃO LEVAR AO ÓBITO UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO HEMORRAGIA: - saída de sangue -> manter pressão VIA AÉREA: Reposicionar - desobstruir se houver engasgo: posicionar em DECÚBITO LATERAL ESQUERDO para não broncoaspiração RESPIRAÇÃO - Visualizar expansão torácica - Saída e Entrada de ar pelas vias aéreas CIRCULAÇÃO - Avaliação da PERFUSÃO PERIFÉRICA - Avaliação da Frequência cardíaca (carótida) do PULSO NEUROLÓGICO - paciente está ou não consciente - reatividade pupilar EXPOSIÇÃO - Despir a vítima para avaliar LESÃO DE PELE - Avaliar local novamente - Avaliar HIPOTERMIA (manta térmica: não perder calor para o ambiente) COLAR CERVICAL/PRANCHAMENTO Objetivo: manter a região cervical alinhada em posição neutra até que a vítima esteja completamente imobilizada • Estabilização manual da cabeça • Contra-indicações: • Espasmo da musculatura do pescoço • Aumento da dor • Aparecimento ou agravamento de déficit neurológico • Comprometimento da função ventilatória IMOBILIZAÇÕES ● Imobilizar para movimentação ou transporte ao serviço de atendimento médico ● Verificar a vascularização, temperatura e déficit neurológico antes da imobilização, e repetir a verificação a cada 15 minutos após imobilização ● Imobilizar acima e abaixo da lesão se a suspeita for de fratura ● Remover/cortar qualquer roupa do local de lesão ● Cobrir qualquer local de sangramento ou ferimento exposto 1° COLAR CERVICAL: adulto e infantil 2°PRANCHA: adulto e infantil 3°HEAD BLOCK: adulto e infantil 4°TIRANTES da CERVICAL: um na região do queixo e o outro na região frontal da cabeça 5°TIRANTE ARANHA: (no corpo todo) prender o tirante dá (início)cervical aos pés(final) 6° REMOÇÃO: elevação feita por 4 socorrista em 2 tempos (tempo 1 ajoelhados ⇆ tempo 2 em pé) 2. Fase Hospitalar -> Protocolo ATLS UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO 1) Regulação e Gerenciamento de leito encaminha para parte administrativa (contato com médico hospitalar e médico socorrista) 2) Contato prévio 3) Preparação ➔ Tratar primeiro a maior ameaça a vida -> EMERGÊNCIA ➔ A falta de diagnóstico definitivo não deve impedir tratamento quando indicado ➔ Não é necessária uma história detalhada para iniciar o tratamento do paciente com trauma SISTEMA ABCDE obs: sem o X - não necessariamente seguir a ordem - SEMPRE tratar o mais agravante primeiro AIRWAY: vias aéreas 4° ao 3° anéis traqueais (traqueosto mia) PROTEÇÃO DAS VIAS AÉREAS COM PROTEÇÃO CERVICAL Avaliar obstrução de via aérea – vítima respira, fala? ➔ Qual é seu nome? ➔ O senhor(a) sabe me dizer o que aconteceu? Se houver obstrução: ➔ Manobra de elevação do queixo (chin li�) ➔ Manobra de tração da mandíbula (jaw thrust): abre a via aérea ➔ Aspiração (se disponível) – retirada manual de corpo estranho Paciente consegue respirar sozinho: ➔ MÁSCARA LARÍNGEA(mais frequente em cirurgias) ➔ CÂNULA DE GUEDEL(mais frequente em emergência)] Paciente NÃO consegue respirar sozinho: ➔ Via aérea avançada: INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL 1°Paciente sedado, hiperventilar antes com abu e checar oxímetro 2° LARINGOSCÓPIO CÂNULA - desviarlíngua do paciente a abaixando - Localizar corda vocal 2° CÂNULA/Tubo endotraqueal + FIO GUIA 3°Acoplar AMBU 4°AUSCULTAR - auscultar epigastro - auscultar base esquerda e direita pulmonar fixar TUDO UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO Fonte: h�ps://enfermagemilustrada.com/bandeja-para-intubacao-orotraqueal/ CRICOTIREOIDOSTOMIA Fonte:h�ps://catalogohospitalar.com.br/kit-minitrach-portex-cricotiroidostomia -de-urgencia.html Fonte:h�ps://�.sanarmed.com/resumo-traqueostomia-ligas Fonte:h�ps://slideplayer.com.br/slide/5615294/ Todas as manobras devem ser realizadas com colar cervical https://enfermagemilustrada.com/bandeja-para-intubacao-orotraqueal/ https://www.sanarmed.com/resumo-traqueostomia-ligas https://slideplayer.com.br/slide/5615294/ UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO BREATHING: respiração e ventilação Tórax: expansibilidade, palpação, ausculta e percussão Se a respiração estiver inadequada: ➔ Descompressão e drenagem de pneumotórax/hemotórax ➔ Ferida aberta no tórax - curativo de 3 pontos: permite a saída de ar na expiração e impede a entrada de ar na inspiração ➔ Ventilação artificial Ferida Aberta ->CURATIVO DE 3 PONTOS: funciona como um válvula para que não haja entrada se colocando a Pleura Parietal CIRCULATIO N Avaliação do estado hemodinâmico: hipovolemia (PPPPH) 1. PELE: cor, temperatura, umidade, tempo de enchimento capilar 2. PULSO: qualidade, frequência, ritmo (pulso central: Aa Carótida ou Femoral) 3. PRESSÃO: principalmente hipotenso, pois dirá se o paciente estará hipovolêmico também - Esfigmomanômetro + Esteto - Pressão Arterial Invasiva 4. PENSAMENTO: confuso, desorientado? (hipofluxo cerebral: baixo sangue no cérebro) - localização em tempo e espaço 5. HEMORRAGIAS: internas e externas - exame de imagem (ter certeza) - Pressão periférica • Parar hemorragias externas – compressão • Hemorragia interna: tórax, abdome, pelve, ossos longos • Estabelecer 2 acessos venosos calibrosos (14G/16G) • Administrar fluidos disponíveis -> Para garantir VOLEMIA do paciente - se não funcionar: usa-se drogas vasoativas DISABILITY: disfunção neurológica Exame neurológico rápido: ➔ Nível de consciência - Escala de Coma de Glasgow 1. Abertura Ocular 2. Resposta Verbal 3. Resposta Motora 4. Classificação de Trauma: - Leve - moderado - grave 5. Reatividade PUPILAR - Inexistente - Unilateral - Bilateral Avaliação pupilar: ISOCÓRICAS: pupilas de mesmo tamanho ANISOCÓRICAS: pupilas de tamanhos diferentes Reflexo Fotomotor: utilizar luz na 1° pupila e depois da 2° pupila UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO Respostas que indicam acometimento no SNC -> IRREVERSÍVEL Resposta Flexora -> Decorticação - flete o sistema superior e inferior Resposta Extensora -> Descerebração - estende todo EXPOSITIO N: exposição e controle do ambiente Despir totalmente a vítima – exame completo - Prevenir hipotermia - Cobertores ou dispositivos de aquecimento - Fluidos aquecidos Murmúrio vesicular: ar que sai ou entra do pulmão Som maciço(normal) ou Som timpânico(mais ar do que deveria) CASO CLÍNICO 05/05/2020 15:00 Paciente deu entrada no PS vítima de colisão moto x carro (motoqueiro) A: via aérea pérvia, com colar cervical B: desvio de traquéia, distensão das jugulares, murmúrios vesiculares diminuídos a esquerda, som timpânico a percussão RX: - Pneumotórax: presença de ar na cavidade pleural - Pneumotórax hipertensivo: acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, comprimindo os pulmões e diminuindo o retorno de sangue para o coração ↑ar na cavidade pleural + retorno de sangue diminuído -> TORACOCENTESE(drenagem do tórax por meio de colocar um DRENO C: pele corada, pulso carotídeo forte, boa perfusão periférica, sem hemorragias D: Glasgow 10, pupilas isocóricas e fotorreagentes E: fratura fechada em antebraço esquerdo TRIAGEM ATLS - depois de se formar UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO RESUMINDO.. Atendimento pré-hospitalar: protocolo PHTLS • Controle da cena • Avaliação primária: XABCDE • Avaliação secundária e sinais vitais • Escala de coma e trauma Atendimento hospitalar: protocolo ATLS • Avaliação primária: ABCDE • Reanimação: feita ao mesmo tempo do ABCDE • Avaliação secundária: • sinais vitais e entrevista SAMPLA • Sinais e sintomas - Alergias - Medicamentos - Passado médico e gestação - Líquidos e alimentos ingeridos (última refeição) - Ambiente e eventos relacionados ao trauma • Exame da cabeça aos pés • Radiografias MAPA MENTAL DE PROTOCOLO TRAUMA UNINOVE MARIA MUNIZ AMANCIO Fonte: Sanarflix Bibliografia Sche�ini & Madi. Introdução à Prática Médica (Biblioteca Virtual Uninove) • ATLS, Manual do Aluno • Fiocruz. Manual de Primeiros Socorros. h�p://�.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/m anuais/biosseguranca/manualdeprimeiross ocorros.pdf • SAMU. Protocolo de Suporte Básico de Vida h�p://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/p rotocolo_suporte_basico_vida.pdf
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