Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA • A deficiência caracteriza-se como um fenômeno multidimensional e universal resultado da interação entre impedimentos de longo prazo e as diversas barreiras existentes na sociedade e que resultam em um continuum que varia da funcionalidade ideal à deficiência absoluta. • A Convenção é apontada como o documento que melhor responde às demandas políticas dos movimentos sociais das pessoas com deficiência até o momento. • A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas reconhece que a deficiência é um conceito em evolução e que a mesma “resulta da interação entre pessoas com deficiência e barreiras comportamentais e ambientais que impedem sua participação plena e eficaz na sociedade de forma igualitária” • No Brasil, os desdobramentos da Convenção tiveram como resultado a Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). REABILITAÇÃO E TECNOLOGIA ASSISTIVA • A reabilitação/habilitação consiste em um conjunto de medidas que auxiliam os indivíduos que vivem ou têm alguma probabilidade de viver com deficiência a alcançar e manter um nível ótimo de funcionalidade na interação com seu ambiente. • Serviços de reabilitação são relevantes em todos os níveis de atenção à saúde e, para atingir os objetivos desse componente do sistema de saúde, a reabilitação deve incluir intervenções para a prevenção da deficiência e da deterioração na fase aguda de cuidados, bem como para a otimização e manutenção da funcionalidade nas fases pós-aguda e de longo-prazo. • No SUS, a oferta de reabilitação para as pessoas com deficiência é orientada pelo componente especializado da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD). • Os serviços de reabilitação da rede SUS podem ser credenciados pela gestão local, serviços únicos de reabilitação, Centros Especializados em Reabilitação (CER) e Oficinas Ortopédicas. • O CER é um ponto de atenção à saúde de média complexidade. Deve ser habilitado no Ministério da Saúde e recebe financiamento via repasse mensal de recurso financeiro do Governo Federal ao Teto de Média e Alta Complexidade de acordo com a quantidade de modalidades de deficiência que atende. A caracterização dos serviços é para a oferta de duas (CER II), três (CER III) ou quatro habilitações (CER IV), a saber: visual, auditiva, física e/ou intelectual. É um serviço de atenção secundária definido como equipamento de atenção ambulatorial habilitado a realizar atendimento especializado em Reabilitação-Habilitação, além de avaliação, prescrição, concessão, adaptação e manutenção dos dispositivos de Tecnologia Assistiva. • Os serviços de Oficina Ortopédica devem estar vinculados aos serviços de reabilitação física na atenção especializada. A Oficina Ortopédica é um serviço de saúde que realiza a dispensação, confecção, adaptação e manutenção de Órteses, Próteses e Meios auxiliares de locomoção. As oficinas podem ser fixas e ou itinerantes (ambientadas em caminhões adaptados com dispositivos de alta temperatura, laminação e com metais). • A Tecnologia Assistiva (TA) é um termo guarda-chuva que abrange os sistemas e serviços relacionados à entrega de produtos e serviços assistivos. Produtos assistivos são aqueles centrados nos indivíduos e que mantêm ou melhoram a funcionalidade e a independência de um indivíduo, promovendo participação. Aparelhos auditivos, cadeiras de rodas, dispositivos auxiliares de comunicação, óculos, próteses, organizadores de comprimidos e dispositivos auxiliares de memória são todos exemplos de produtos assistivos. • As pessoas que se beneficiam de Tecnologia Assistiva (TA) incluem pessoas com deficiência física, intelectual, visual e auditiva, além de pessoas idosas e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. As tecnologias assistivas permitem que as pessoas vivam vidas saudáveis, produtivas, independentes e dignas, e participem da educação, do mercado de trabalho e da vida cívica. • Os profissionais de saúde treinados são essenciais para prescrição assertiva, adequação, treinamento do usuário e acompanhamento de produtos assistivos. Sem essas etapas-chave, os produtos muitas vezes não são benéficos e tendem a ser abandonados, podendo até causar danos físicos (como é o caso do fornecimento de cadeiras de rodas sem almofadas de alívio de pressão para pessoas com lesão medular). CONCESSÃO E ETAPAS NO PROCESSO DE CONCESSÃO DE ÓRTESES, PRÓTESES E MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO • O acesso aos produtos assistivos para a reabilitação física é premissa dos CER e dos serviços que ofertam essa modalidade de cuidado à saúde. • A garantia das OPMs não cirúrgicas é prevista pela Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência no SUS e sua concessão deve ser feita pela CER com a Oficina Ortopédica. • A Oficina Ortopédica é um componente do serviço de reabilitação física que é responsável pela confecção de órteses, próteses, calçados ortopédicos e pela dispensação de meios auxiliares de locomoção, incluindo as cadeiras de rodas. • É também papel da Oficina Ortopédica na RCPD, a manutenção e a adaptação necessárias das OPMs não cirúrgicas. • O acompanhamento e a indicação de uso das OPMs é atribuição especialmente do fisioterapeuta, do terapeuta ocupacional e do médico. • O uso dos dispositivos ortopédicos e dos auxiliares de locomoção requer um processo sistemático de avaliação e acompanhamento. • A prescrição da OPM deve considerar diversos aspectos individuais para que o dispositivo assistivo ofereça maior independência e funcionalidade ao usuário. • Etapas do processo de concessão: As etapas que compõem o fluxo de concessão dependem da cobertura, das barreiras de acesso, das características e da estrutura dos pontos de atenção envolvidos com a dispensação e confecção dos produtos assistivos no SUS. 1. Encaminhamento do usuário da atenção primária, especializada ou hospitalar ao serviço de reabilitação física. 2. Avaliação individual pela equipe de reabilitação (incluindo o técnico em órteses e próteses) visando a prescrição adequada da OPM não cirúrgica de acordo com as necessidades em saúde. 3. Tiragem de medidas para a confecção dos produtos de órteses, próteses e dispensação e adequação postural de cadeiras de rodas. 4. Confecção ou adaptação do produto assistivo. 5. Prova do produto assistivo. 6. Treino com o produto assistivo. 7. Orientações de uso do produto assistivo visando a segurança do usuário. 8. Acompanhamento periódico dos usuários que utilizam dispositivos assistivos. • A avaliação individualizada de maneira interprofissional pelo médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional incluindo o técnico em órteses e próteses pode garantir maior sucesso no uso do disposto além de contribuir para a redução do abandono do produto assistivo pela prescrição inadequada. ÓRTESES DE MEMBROS INFERIORES • Instrumento que auxilia a condição de melhora/funcionalidade do paciente. • A indicação da órtese e do tipo de dispositivo a ser confeccionado depende da condição de saúde e deve constar na prescrição. • Objetivos: Facilitar ou auxiliar o ortostatismo. Prevenir ou corrigir deformidades. Evitar ou diminuir dor. Facilitar ou garantir melhor desempenho na marcha para pessoas com deficiência de natureza transitória ou definitiva. Imobilizar segmentos articulares em processos inflamatórios ou em pós- cirúrgicos, a exemplo do auxílio no tratamento de estados reacionais e das neuropatias em pessoas acometidas pela hanseníase. • Tipos: Palmilhas; (AFO) Órteses suropodálicas; (KAFO) Órteses cruropodálicas; (HKAFO) Órteses pelvicopodálicas. • Palmilhas: As palmilhas são órteses para o alinhamento das estruturas do pé e são utilizadas dentro dos calçados. Servem para corrigir, prevenir e acomodar as deformidades do pé ou alinhar e dar suporte ao pé. • Objetivos:Melhorar o posicionamento do pé; Corrigir deformidades; Amortecer o impacto do pé no solo; Diminuir o atrito do movimento horizontal do pé durante a marcha; Acomodar as deformidades irredutíveis dando suporte e estabilidade ao pé; Distribuir de maneira uniforme as pressões por toda superfície da planta do pé. • Os materiais geralmente utilizados para confecção são: Etil-Vinil-Acetato (EVA), couro, poron, plastazote, silicone, polipropileno e em alguns casos cortiça. As palmilhas confeccionadas em materiais mais rígidos estabilizam melhor as deformidades redutíveis; e, as que utilizam um material mais macio, se ajustam melhor nas deformidades irredutíveis, além dos casos de deficiência vascular e na presença de úlceras. • Órteses suropodálicas: As órteses suropodálicas são órteses para o complexo articular do tornozelo e pé. São usadas para manutenção das articulações tibiotársica e subtalar em posição que garante neutralidade. • Indicações: indicadas para pessoas com sequelas neuromotoras, como paralisia cerebral, lesão medular, trauma cranioencefálico, Acidente Vascular Encefálico (AVE), lesão do nervo fibular profundo (pé caído) devido à hanseníase, doenças degenerativas e/ou qualquer outra patologia que leva à plegia ou à paresia dos membros inferiores como espasticidade ou hipotonia. • A confecção destas órteses geralmente é feita em termoplásticos de alta temperatura, sendo o polipropileno o material mais utilizado. As órteses AFO podem ser fixas (Não permitem o movimento ao nível articular do tornozelo e, as articuladas permitem o movimento de dorsiflexão) ou articuladas (São prescritas para pessoas que são capazes de realizar marcha, contudo, o aumento do tônus pode ser estimulado, além do aparecimento do clônus. A articulação dessa órtese deve ser alinhada com os maléolos e o plano frontal, evitando uma rotação da perna durante a transferência de peso). • Órteses cruropodálicas e Órteses pelvicopodálicas: As órteses cruropodálicas (joelho, tornozelo e pé). Costumeiramente, têm indicação de uso para pessoas com lesões da coluna vertebral baixa. As pelvicopodálicas (quadril–joelho–tornozelo–pé). Utilizadas por pessoas com lesões acima da coluna lombar, sua confecção é feita com uma faixa pélvica e articulação ao nível do quadril que pode estar livre ou bloqueada, impedindo a flexão e extensão desta articulação. Ambas as órteses foram desenvolvidas para proporcionar o ortostatismo e uma deambulação funcional em casos de espinha bífida, mielomeningocele, paralisia infantil ou acidente. Estas situações provocam perda de movimento dos membros inferiores e paraplegia, fazendo com que as pessoas não fiquem de pé e deambulem sem o auxílio de dispositivo ortopédico. Os materiais utilizados para confecção desses tipos de órteses são metais moldados em polipropileno, laminados em resina ou mistas. A escolha dos materiais depende do peso, da idade da pessoa e da indicação de uso. COLUNA VERTEBRAL • As órteses para a coluna vertebral compreendem colares e coletes ortopédicos. • O objetivo dessas estruturas é diminuir a carga sobre a região lesionada, evitando maiores dores e deformidades em situações de pós-operatório e osteoporose. • Coluna cervical: As órteses para coluna cervical também são conhecidas como colares, ajudando na imobilização da coluna cervical. São classificadas como: colares flexíveis, colares semirrígidos, colares rígidos, colar Philadelphia, órteses SOMI, órteses Minerva e órtese Halo. • Coluna torácica, lombar e sacral: São indicadas para a melhora do posicionamento das estruturas da coluna vertebral, diminuindo os efeitos deletérios de alterações provenientes da escoliose, hipercifose, hiperlordose ou dando suporte em casos de pessoas que não possuem controle de tronco, ajudando na postura ortostática. Órteses Milwaukee: Indicada para os casos de hipercifose torácica acentuada; Órtese de Boston: Indicada para condições de escoliose, contudo, não possui colar cervical. Também pode ser usada para pacientes com espondilólise e espondilosistese. Órtese Toracolombossacra (OTLS): São divididas em = Colete TLSO baixo: confeccionado sob medida e indicado para os casos de escoliose baixa; Colete TLSO alto: indicado para os casos de escoliose alta, porém acima do nível de T8 são contraindicadas; Colete de Charleston: classificado como TLSO, é indicado nos casos de escoliose flexível lombares, toracolombares e torácicas, com curvaturas maiores que 20° e menores que 45°, classificadas como King I, para curvaturas duplas lombar e torácica, sendo a lombar maior e a torácica mais flexível; King II, também para curvaturas duplas lombar e torácica, sendo a curvatura torácica igual ou maior que a lombar; King III, para curvaturas puramente torácicas; e King IV, para curvaturas torácicas duplas. Órteses Lombossacras = Colete de Wiliams: indicados para pessoas com hiperlordose não estruturada; Colete de Putti: Pode ser utilizado nos casos de lombalgias, tratamentos de fraturas lombares e pós-operatórios. Órteses Sacroilíacas: Podem ser chamadas de cintas e são indicadas para diminuir a diástase sacroilíaca (que é a separação do osso sacro do osso ilíaco). ÓRTESES MEMBRO SUPERIOR • Objetivos: 1. Mobilização tecidual (objetivo é mover ou alongar tecidos moles ou articulações para facilitar o crescimento e regeneração celular das estruturas); 2. Imobilização de uma estrutura (objetivo buscam colocar a estrutura do segmento articular do membro superior em uma posição anatômica e de conforto ao repouso); 3. Restrição (construídas visando restringir alguma parte do movimento articular enquanto permitem movimentos irrestritos no sentido oposto). • 1. Os mecanismos de ação das órteses de mobilização atuam por: Remodelar o tecido cicatricial denso e maduro preexistente; Alongar contraturas de tecidos moles, aderências e restrições musculotendíneas; Aumentar o arco de movimento passivo; Realinhar ou manter o perfil articular e ligamentar; Substituir movimentos fracos ou ausentes; Manter a redução de fraturas intra-articulares com a preservação da mobilidade articular; Promover resistência ao exercício. • 2. Os mecanismos de ação das órteses de imobilização atuam por: Promover alívio dos sintomas dolorosos. Proteger a posicionar estruturas com edema. Manter o comprimento do tecido. Proteger estruturas com curativos e procedimentos cirúrgicos. Promover suporte e proteção para cicatrização de tecidos moles. Manter e proteger fraturas reduzidas. Melhorar e preservar o alinhamento das articulações. Bloquear e transferir as forças dos músculos e tendões. Influenciar no padrão da espasticidade visando sua otimização. Prevenir o desenvolvimento de contraturas. • 3. As órteses de restrição são prescritas almejando: Limitar a mobilidade após lesões no nervo. Limitar a mobilidade após lesões no tendão. Limitar a mobilidade após lesões ósseas ou ligamentares. Limitar a mobilidade após lesões no nervo. Limitar a mobilidade após lesões tegumentares. Promover e melhorar o alinhamento e a estabilidade articular. Assistir o padrão de função da mão. • Indicações: Condições neuromusculoesqueléticas do membro superior; Sequelas de queimaduras; Neurite e incapacidades por hanseníase (atrofia, garra, diminuição de força); Fraturas (principalmente na articulação metacarpofalangiana); Condições reumatológicas da mão; Traumas. • Confecção e Prescrição: A confecção de órteses de membro superior em geral é feita pelos terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas em termoplásticos de baixa temperatura moldados diretamente na anatomia dos pacientes. As órteses de membro superior devem: Manter a anatomia dos arcos palmares; Garantir os eixos de movimentos; Permitir a função equilibrada dos músculos não afetados; Promover, quando possível, os padrões funcionaisde preensões; Permitir mobilidade com estabilidade; Não limitar as pregas palmares quando permitir movimento; Deixar livre a maior superfície possível palmar da mão e dos dedos, de forma garantir percepção sensorial; Respeitar os contornos e acidentes anatômicos do membro superior; Utilizar o máximo de área de apoio da órtese de maneira a distribuir a pressão no segmento de sustentação • A determinação para prescrição da órtese apropriada é baseada nas necessidades biomecânicas conforme identificado por meio de avaliação física que inclui teste muscular manual, teste de amplitude de movimento e teste sensorial e deve ser feita pelo fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional. • Tipos de órteses: 1. Órteses estáticas: São órteses que têm uma base rígida e imobilizam as articulações de modo transversal. Promovem estabilização, proteção e suporte para um segmento corporal do membro superior. 2. Órteses estáticas seriadas: São órteses que apesar de não permitirem mobilização, ao longo do tempo, à medida que as estruturas de articulações, tecidos moles e as unidades de tendões vão se reorientando, ela é reposicionada angulação prescrita. O mecanismo de ação é baseado no fato de que a estrutura mantida na posição final de arco de movimento sem dor deve reagir e acomodar-se alongando-se na direção de correção desejada. Na sua elaboração do molde, deve se levar em conta que essas órteses devem cruzar uma posição alongada do segmento e tem indicação de uso por longos períodos. Devendo ser removidas durante a terapia e realização de exercícios. 3. Órteses Dinâmicas: Implementam uma força do tipo elástica. A força elástica permite a mobilidade dinâmica dos tecidos moles do membro superior e favorece a recuperação do arco de movimento do complexo articular envolvido. Esse tipo de órtese tem uma base que permite a fixação de vários estabilizadores e componentes que podem avançar ainda mais em sua função pretendida. A força é garantida através de elásticos, molas ou cordão elástico enrolado. 4. Órtese estática progressiva: Implementam uma força baixa ao tecido do tipo estática. A força estática é aplicada em uma direção por um longo período do dia no grau máximo de arco de movimento sem dor. A força é aplicada no componente de tração pelo terapeuta ou pelo paciente à medida que os objetivos de arco de movimento são alcançados. PRÓTESES • Uma prótese é um dispositivo acoplado ao corpo humano para substituir a ausência de uma parte do corpo, geralmente da perna ou do braço, e em um sentido mais amplo incluir dentaduras, cabeças femorais de titânio e válvulas cardíacas de plástico. A prescrição de uma prótese depende da avaliação da condição clínica, do nível de atividade prévia da pessoa amputada além da expectativa do paciente em relação ao resultado estético. Classificação das próteses: convencionais/exoesqueléticas (menos confortáveis e não permitirem mudanças no alinhamento) e modulares/endoesqueléticas (podem ser ajustados e realinhados de acordo com a necessidade). A prótese pode ser: • Interna ou implantada (prótese articular, não convencional para substituição de tumor, válvula cardíaca, ligamento artificial, coração artificial, dentre outras); • Externa ou não implantada (próteses para membros superiores e inferiores); • Implantada total ou parcial por meio cirúrgico ou percutâneo (implante dentário ou pele artificial); • Estética (prótese ocular, mamária, cosmética de nariz). PRÓTESES DE MEMBRO INFERIOR • Na avaliação do tipo de prótese alguns fatores devem ser considerados, como: condições clínicas, idade, nível de atividade física, peso, estatura, atividade profissional e fatores ambientais que influenciem na manutenção e conservação do equipamento. Além dessas informações também devem ser descritos de forma detalhada o tipo de encaixe, o mecanismo de suspensão, os componentes apropriados para articulação e o tipo de pé. A indicação é feita de acordo com o nível de amputação: • Hemipelvectomia; • Desarticulação do quadril; • Transfemural; • Desarticulação do joelho; • Transtibial; • Desarticulação do tornozelo; • Syme; • Parcial do pé. As amputações parciais de pé são divididas em: • Transmetatarsiana ou desarticulação dos dedos: permite ao coto boa movimentação na articulação do tornozelo, sem deformações; • Lisfranc: entre o cuneiforme e o cuboide na sua porção distal e os metatarsos na sua porção proximal; • Chopart: entre o tálus e o calcâneo na sua porção distal e entre o navicular e o cuboide na sua porção proximal. • Prótese para desarticulação de quadril e joelho: São menos frequentes do que os outros níveis. Na desarticulação do quadril, a ausência do coto e a posição muito proximal da amputação geram dificuldades adicionais. Já a desarticulação do joelho, o coto longo e o formato arredondado dos côndilos femorais oferecem vantagens e facilidade para um bom retorno funcional. A prótese para desarticulação do joelho possui um encaixe especial para esse tipo de nível. • Prótese Transtibial: As amputações transtibiais são mais comuns que os demais níveis de amputação. Essa amputação é localizada distalmente com preservação do joelho e com um bom comprimento do coto, fazendo com que as pessoas amputadas nesse nível sejam capazes de participar das atividades de vida diária com grande eficiência. As próteses transtibiais possuem como componentes básicos: encaixe e suspensão, componentes modulares (adaptadores e tubo) e pé modular. Sendo o encaixe o componente mais importante da prótese pelo contato direto com a pele. • Prótese transfemoral: É formada por cinco componentes principais: o encaixe, o sistema de suspensão, os componentes modulares (adaptadores e tubo) e o pé modular. É um tipo de prótese bastante comum e o conforto do encaixe é um ponto crítico ao sucesso da protetização. • Próteses para amputação do pé: A desarticulação interfalangeana e transmetatarsiana não geram grandes prejuízos para a marcha, exceto quando a velocidade é aumentada ou quando o indivíduo tenta correr. Sendo assim, o braço de alavanca curto do pé dificulta a fase de apoio terminal. Apesar da grande maioria dos pacientes terem uma boa funcionalidade sem o uso de prótese ou modificações do calçado, o manejo inclui o uso de uma órtese de suporte para o pé e os arcos plantares. PRÓTESES DE MEMBRO SUPERIOR A indicação de uso dessas próteses é para amputações traumáticas ou congênitas. • Prótese estética ou passiva: esse tipo de prótese não prioriza a função do movimento, tendo como objetivo apenas restabelecer a morfologia do membro amputado. Normalmente são confeccionadas com material maleável de alumínio, sendo uma prótese leve e de fácil manejo. Podem ser usadas em qualquer nível de amputação. • Prótese ativa: é acionada pelo próprio paciente, tendo seus movimentos iniciados a partir da ação dos músculos do coto e da articulação, através da tração de tirantes (tiras de fixação da prótese). Elas são prescritas para todos os níveis de amputação do membro superior, com exceção das amputações parciais da mão. Quanto mais alto o nível de amputação, mais difícil será o controle da prótese pelo tirante. • Prótese mioelétrica: os movimentos são ativados por meio de uma fonte de energia externa e sistemas de eletrodos conectados à pele que detectam as contrações da musculatura do coto por meio de estímulos elétricos que amplificam e enviam para o processador que proporciona o movimento de abrir e fechar a mão. É indicada para todos os níveis de amputação de membro superior, desde o nível do punho até o ombro. Para usar essa prótese, o paciente precisa ter controle da contração muscular do coto. • Próteses híbridas: tem indicação para amputação acima do cotovelo, é formado por um sistema de articulação de cotovelo mecânico que é acionadopela tração de tirantes em combinação com a mão mioelétrica e uma fonte externa de energia. MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO Os meios auxiliares de locomoção têm indicação de uso como recursos de Tecnologia Assistiva que são disponibilizados para as pessoas com deficiência e redução da mobilidade. Proporcionam a mobilidade pessoal e a independência. Além de ampliar as funções físicas, fornecem apoio suplementar durante o deslocamento, devendo sua prescrição ser feita pelo médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional É um recurso auxiliar a marcha feita de alumínio leve ou madeira. É indicada para melhora do equilíbrio e estabilidade postural. Apesar de reduzirem a carga biomecânica sobre as articulações de MMII (membros inferiores), elas não são destinadas ao uso para descarga de peso restrito. • Bengalas; • Muletas; • Andadores; • Cadeiras de rodas; A TABELA DE ÓRTESES, PRÓTESES E MATERIAIS ESPECIAIS (OPME) DO SUS A Tabela SUS atualmente conta com: 174 (cento e setenta e quatro) procedimentos voltados para a dispensação, adaptação, manutenção, substituição/troca de produtos assistivos. E disponibiliza: • 19 (dezenove) modelos de órteses para membros inferiores; • 16 (dezesseis) tipos de próteses auditivas; • 3 (três) modelos de cadeira para banho e uma cadeira higiênica; assim como • 5 (cinco) modelos de cadeiras de rodas e diversas adaptações para adequação postural, incluindo mesa para atividades.
Compartilhar