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Livro Ótese e Prótese

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Prévia do material em texto

Órtese
Prof.ª Juliana Rosa Nascimento
PrÓtese e
Indaial – 2021
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Juliana Rosa Nascimento
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
N244p
Nascimento, Juliana Rosa
Prótese e órtese. / Juliana Rosa Nascimento – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
178 p.; il.
ISBN 978-65-5663-865-2
ISBN Digital 978-65-5663-860-7
1. Ortopedia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Prótese e Órtese. A proposta 
desse material é reunir elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do 
estudo acadêmico com segurança e qualidade. Pretende-se, com este material, levá-lo 
à reflexão e à compreensão acerca de conteúdos relacionados à fisioterapia na prescrição 
de órteses, próteses e dispositivos auxiliares de marcha, possibilitando-lhe ampliar 
conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa. 
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivi-
didas em tópicos, de forma didática, objetiva e coerente.
 
Em vista disso, na Unidade 1, serão introduzidos conceitos acerca das órteses, 
próteses e DAM, assim como suas classificações e principais indicações. Ainda, aprofun-
daremos o estudo sobre os DAM e a prescrição fisioterapêutica. Por fim, abordaremos 
conceitos sobre a fisioterapia no pré e pós-operatório de protetização, os níveis e com-
plicações das amputações, avaliação físico-funcional do paciente amputado e a reabilitação 
fisioterapêutica durante o pré e pós-operatório de amputações. 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as principais classificações e indicações 
das órteses para quadril e membros inferiores (joelho, tornozelo, órteses plantares e órteses 
para a região pélvica), órteses para os membros superiores (ombro e região clavicular, 
cotovelo, punho, mãos e dedos) e órteses espinhais (coluna cervical, torácica e lombar). 
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre as classificações, indicações 
das próteses para membros superiores e inferiores, bandagens funcionais e órteses 
esportivas nas disfunções da articulação coxofemoral, acromioclavicular, disfunções de 
cotovelo e antebraço e disfunções da mão e do punho. 
Bons estudos! 
Prof.ª Juliana Rosa Nascimento
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
QR CODE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — ÓRTESES, PRÓTESES E DISPOSITIVOS AUXILIARES 
DE MARCHA .......................................................................................1
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO ÀS ÓRTESES, PRÓTESES E DISPOSITIVOS 
AUXILIARES DE MARCHA .................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CLASSIFICAÇÕES E INDICAÇÕES DAS ÓRTESES ............................................. 6
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ÓRTESES ........................................................................................7
2.1.1 Classificação quanto ao tempo de utilização ........................................................7
2.1.2 Classificação quanto à função ..................................................................................................7
2.1.3 Classificação quanto à funcionalidade ................................................................10
2.1.4 Classificação quanto à confecção .........................................................................11
3 CLASSIFICAÇÕES E INDICAÇÕES DAS PRÓTESES ......................................... 12
3.1 TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DAS PRÓTESES .................................................................13
4 DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA E LOCOMOÇÃO .............................. 16
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................20
TÓPICO 2 — DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA .......................................23
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................23
2 BENGALAS .........................................................................................................24
2.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM O USO DA BENGALA ..................................... 25
3 MULETAS ............................................................................................................ 27
3.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM AS MULETAS ....................................................28
4 ANDADOR ...........................................................................................................304.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM O USO DO ANDADOR .................................... 32
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................34
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................35
TÓPICO 3 — FISIOTERAPIA NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO 
DE PROTETIZAÇÃO .......................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 37
2 NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO ....................................................................................38
3 AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DO PACIENTE AMPUTADO ..............................43
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 47
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................53
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................54
REFERÊNCIAS .......................................................................................................56
UNIDADE 2 — ÓRTESES E SUAS APLICAÇÕES NA FISIOTERAPIA ....................59
TÓPICO 1 — ÓRTESES PARA QUADRIL E MEMBROS INFERIORES ..................... 61
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 61
2 PRINCIPAIS ÓRTESES DESTINADAS AOS MEMBROS INFERIORES ............... 61
2.1 ANKLE-FOOT ORTHOSIS (TORNOZELO E PÉ) ............................................................. 62
2.2 KNEE-ANKLE-FOOT ORTHOSIS (JOELHO-TORNOZELO-PÉ) .................................64
2.3 HIP-KNEE-ANKLE-FOOT ORTHOSIS (QUADRIL-JOELHO-TORNOZELO-PÉ) .......67
2.4 ÓRTESES PLANTARES .....................................................................................................68
2.4.1 Arcos plantares ......................................................................................................... 69
2.4.2 Avaliação do pé e prescrição de palmilhas .......................................................72
2.4.3 Órteses de modificação interna ...........................................................................74
2.4.4 Órteses de modificação externa ..........................................................................76
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 79
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................80
TÓPICO 2 — ÓRTESES PARA A COLUNA VERTEBRAL ........................................83
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................83
2 ÓRTESES PARA COLUNA CERVICAL ............................................................... 84
3 ÓRTESES PARA COLUNA TORÁCICA, LOMBAR E SACROILÍACA ...................89
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................94
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................95
TÓPICO 3 — ÓRTESES PARA MEMBROS SUPERIORES....................................... 97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 97
2 ÓRTESES PARA O OMBRO .................................................................................98
3 ÓRTESES PARA O COTOVELO .........................................................................100
4 ÓRTESES PARA MÃO, PUNHO E DEDOS .........................................................102
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 107
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 112
REFERÊNCIAS ......................................................................................................115
UNIDADE 3 — PRÓTESES E ÓRTESES EM SITUAÇÕES ESPECIAIS ..................119
TÓPICO 1 — PRÓTESES PARA MEMBROS INFERIORES .................................... 121
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 121
1.1 PRÓTESES PARA MEMBROS INFERIORES ..................................................................122
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................133
AUTOATIVIDADE .................................................................................................134
TÓPICO 2 — PRÓTESES PARA MEMBROS SUPERIORES E COLUNA 
VERTEBRAL .................................................................................... 137 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 137
2 PRINCIPAIS PRÓTESES PARA MEMBROS SUPERIORES .............................. 139
2.1 PRÓTESES PARA COLUNA VERTEBRAL ................................................................... 145
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................148
AUTOATIVIDADE .................................................................................................149
TÓPICO 3 — BANDAGENS FUNCIONAIS E ÓRTESES ESPORTIVAS ..................151
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................151
2 ÓRTESES E BANDAGENS PARA O COMPLEXO DO TORNOZELO E DO PÉ ..... 153
2.1 ÓRTESES E BANDAGENS PARA O COMPLEXO DO JOELHO ................................. 159
2.2 ÓRTESES E BANDAGENS PARA O COMPLEXO DO QUADRIL ............................... 161
2.3 ÓRTESES E BANDAGENS PARA O COMPLEXO DO OMBRO .................................. 163
2.4 ÓRTESES E BANDAGENS PARA O COMPLEXO DO COTOVELO ........................... 165
LEITURACOMPLEMENTAR ................................................................................. 167
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 173
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 175
1
UNIDADE 1 — 
ÓRTESES, PRÓTESES E 
DISPOSITIVOS AUXILIARES 
DE MARCHA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conceituar órtese, prótese e dispositivos auxiliares de marcha;
• compreender as principais indicações e contraindicações das órteses, próteses e 
dispositivos auxiliares de marcha;
•	 compreender	 as	 principais	 classificações	 das	 órteses,	 próteses	 e	 dispositivos	
auxiliares de marcha;
• realizar uma adequada prescrição dos dispositivos auxiliares de marcha;
• realizar a avaliação físico-funcional de pacientes amputados;
• reabilitar pacientes no período pré e pós-operatório de amputações.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS ÓRTESES, PRÓTESES E DISPOSITIVOS AUXILIARES
DE MARCHA
TÓPICO 2 – DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA E LOCOMOÇÃO
TÓPICO 3 – FISIOTERAPIA NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE PROTETIZAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
INTRODUÇÃO ÀS ÓRTESES, PRÓTESES E 
DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste primeiro tópico serão debatidos conceitos básicos sobreas características das órteses, próteses e dispositivos auxiliares de marcha (DAM), com 
a	finalidade	de	 iniciarmos	nosso	processo	de	construção	do	conhecimento	acerca	dos	
assuntos que serão abordados nas três unidades subsequentes. 
Atualmente, com os avanços da tecnologia, cada vez mais pessoas estão 
conseguindo acesso às órteses e próteses, assim como aos DAM. Por isso, é de extrema 
importância	que	o	profissional	fisioterapeuta	tenha	conhecimento	sobre	o	assunto,	a	fim	
de realizar a prescrição adequada desses equipamentos ao seu paciente. 
De acordo com Matiello e Vasconcelos (2019), a órtese é uma palavra derivada 
do	 grego,	 que	 significa	 correção/colocação,	 se	 trata	 de	 um	 dispositivo	 aplicado	 em	
um	 segmento	 corporal	 para	 modificar	 as	 características	 estruturais	 e	 funcionais	 de	
tal segmento. Órtese é, então, todo e qualquer aparelho, dispositivo, instrumento ou 
adaptação terapêutica que auxiliará o indivíduo em sua função motora. Além disso, 
possui	finalidades	conjuntas	ou	 isoladas,	de	acordo	com	a	necessidade	específica	do	
caso a ser tratado.
As órteses são consideradas como um recurso terapêutico auxiliar ao tratamento, 
aplicado externamente ao corpo para substituir um poder motor ausente, recuperar a 
função, posicionar ou imobilizar a articulação, prevenir ou corrigir deformidades, 
proteger estruturas em processo de cicatrização e permitir remodelagem ou crescimento 
tecidual (MATIELLO; VASCONELOS, 2019).
Da mesma forma, são dispositivos utilizados para evitar compensações e 
deformidades, bem como para melhorar a capacidade funcional do paciente. Alguns 
exemplos de órteses muito utilizadas na atualidade são: órteses para estabilização de 
articulações, marca-passo, dispositivos auditivos, cintos para estabilização da coluna 
vertebral, colete cervical, entre outros (TEIXEIRA, 2015).
4
FIGURA 1 – EXEMPLO DE ÓRTESES
FONTE: <https://bit.ly/3B6evry>. Acesso em: 21 set. 2021.
Já	 a	 prótese,	 por	 definição,	 segundo	 Carvalho	 (2013),	 é	 caracterizada	 como	 um	
dispositivo auxiliar, com função de substituir um membro, um órgão ou um tecido. São 
indicadas principalmente para substituir segmentos amputados ou malformados, como 
próteses para membros e articulações.
Com	 isso,	as	órteses	exercem	funções	específicas	sobre	um	segmento	corpóreo,	
enquanto as próteses substituem tal segmento, como podemos observar na Figura 2. 
FIGURA 2 – EXEMPLO DE PRÓTESE E ÓRTESE DE MEMBRO INFERIOR
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/40954677849022401/>. Acesso em: 21 set. 2021. 
A	 figura	 a	 seguir	 apresentará	 alguns	 exemplos	 de	 próteses	 utilizadas	 para	
substituir membros ou articulações:
5
FIGURA 3 – EXEMPLOS DE PRÓTESES PARA MEMBROS INFERIORES
FONTE: <https://bit.ly/30HXlE6>. Acesso em: 21 set. 2021.
Segundo Teixeira (2015), outros exemplos de próteses utilizados na atualidade 
são: próteses que substituem válvulas cardíacas, implantes dentários, próteses mamárias e 
próteses oculares. 
FIGURA 4 – PRÓTESES MAMÁRIAS
FONTE: <https://bit.ly/3CbRftC>. Acesso em: 21 set. 2021.
FIGURA 5 – PRÓTESE CARDÍACA E VÁLVULA METÁLICA
FONTE: <https://static.ndmais.com.br/2020/11/proteses.jpg>. Acesso em: 21 set. 2021.
6
Por	 fim,	 os	 dispositivos	 auxiliares	 de	 marcha	 (DAM),	 que	 são	 considerados	
como equipamentos de órteses, no entanto, não se enquadram nessa função, uma vez 
que	possuem	objetivos	específicos	como	auxiliar	nas	transferências	e	na	marcha	de	
pacientes	que	apresentam	prejuízos	de	mobilidade.	Os DAM,	como	bengalas,	muletas	e	
andadores, fazem parte de programas multidimensionais de prevenção de quedas, visto 
que melhoram a independência funcional, a mobilidade, o equilíbrio, a base de suporte 
e	reduzem	os	efeitos	de	uma	ampla	gama	de	deficiências	(CARVALHO,	2013).	
FIGURA 6 – EXEMPLOS DE DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA
FONTE: <https://neuroreabilitar.files.wordpress.com/2016/08/meios.jpg?w=439&h=439> 
Acesso em: 21 set. 2021.
Com isso, este tópico abordará, a seguir, os principais tipos e indicações das 
órteses, próteses e DAM. Preparados? Vamos lá!
2 CLASSIFICAÇÕES E INDICAÇÕES DAS ÓRTESES
Com relação à história das órteses, os primeiros registros do seu uso são no 
Egito, e datam dos anos de 2750 a 2625 a.C., de acordo com registros arqueológicos, 
nossos antepassados utilizavam as órteses para o tratamento de fraturas e outras 
lesões de tecidos moles, como entorses de tornozelo. Nesse período, as órteses serviam 
basicamente como uma tala, imobilizando o segmento corporal afetado e, com isso, 
facilitando o processo de reparo do tecido ósseo (CARVALHO, 2013). 
Posteriormente, há relatos de que Hipócrates (460-377 a.C.) passou a utilizar 
as órteses para tratamento de outras condições, tais como: escolioses, luxações e 
malformações congênitas. No entanto, apesar das órteses serem utilizadas desde a 
antiguidade, a grande expansão no seu uso ocorreu após as Guerras Mundiais, visto 
que causaram muitas sequelas musculoesqueléticas decorrentes das amputações e outros 
ferimentos de guerra. Diante disso, houve um avanço importante na confecção das 
órteses, visando atender as demandas da época (CARVALHO, 2013). 
7
No que diz respeito aos materiais utilizados para confecção das órteses, 
inicialmente, essas eram confeccionadas principalmente em metal, couro e tecido. 
Atualmente, com o avanço tecnológico, as órteses são fabricadas com materiais 
mais leves e resistentes, tais como: couro, ligas metálicas, termoplásticos, espumas, 
polímeros	viscoelásticos	e	fibras	de	carbono	(CARVALHO,	2013).	As	espumas	geralmente	
são utilizadas como uma interface de proteção entre as órteses e a pele, principalmente 
em áreas vulneráveis a lesões como as proeminências ósseas (CARVALHO, 2013). 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ÓRTESES
Utilizadas como um adjunto no processo de reabilitação, as órteses favorecem 
o tratamento terapêutico. Contudo, observa-se que as mesmas devem ser criteriosa 
e adequadamente indicadas, elaboradas e confeccionadas com vistas à atenção às 
necessidades da pessoa e, sobretudo, apropriadamente adaptadas. As órteses possuem 
diversas	classificações,	conforme	a	seguir.
2.1.1 Classificação quanto ao tempo de utilização
• Órteses para uso temporário: são confeccionadas para serem utilizadas por 
um curto período (dias ou semanas) e, por isso, geralmente são pré-fabricadas ou 
fabricadas com materiais mais simples (CARVALHO, 2013). 
•	 Órteses	para	uso	definitivo: indicadas para casos de sequelas neurológicas, como 
acidente vascular encefálico, paralisia cerebral e traumatismo raquimedular. Devem ser 
confeccionadas sob medida, com materiais resistentes e leves, de forma a facilitar a 
adaptação do paciente à órtese (CARVALHO, 2013). 
2.1.2 Classificação quanto à função
• Órteses para repouso: são utilizadas nos casos em que os movimentos articulares de 
determinado	segmento	não	são	permitidos,	a	fim	de	evitar	piora	da	lesão	ou	aumento	do	
quadro álgico. Como exemplo, podemos citar a tipoia para estabilizar o ombro em 
uma luxação glenoumeral (CARVALHO, 2013), conforme a Figura 7.
8
FIGURA 7 – EXEMPLO DE ÓRTESE PARA REPOUSO – TIPOIA
FONTE: <https://bit.ly/3nhb0K5>. Acesso em: 22 set. 2021.
• Órteses para imobilização: as órteses utilizadas para imobilização devem evitar 
qualquer movimento do segmento envolvido, sendo, portanto, indicadas em casos de 
traumas importantes ou em cuidados de pós-operatório imediato. Como exemplo, 
pode-se citar a órtese tipo Jewett, utilizada para fratura de corpo vertebral; ou 
órteses de Sarmiento, utilizadas para estabilização de fraturas (CARVALHO, 2013).
FIGURA 8 – ÓRTESE DE SARMIENTO PARA ESTABILIZAÇÃO DE FRATURA
FONTE: <https://bit.ly/3B5C1VQ>. Acesso em: 22 set. 2021.
• Órteses para proteção: as órteses com objetivo de proteção são indicadas 
principalmente para se evitar traumas repetitivos e lesões em regiões com alteração 
sensitiva ou limitar movimentos indesejados. Podemos citar, por exemplo, órteses 
plantares para pés neuropáticos e joelheiras articuladascom controle da amplitude 
de movimento (CARVALHO, 2013).
9
• Órteses para propriocepção:	as	órteses	com	finalidade	proprioceptiva	permitem	aos	
pacientes a realização de atividades com menor risco de lesões ou recidivas. Também 
podem	ser	utilizadas	para	facilitar	a	manutenção	postural.	Essas	órteses	são	flexíveis	
e permitem movimentos articulares. As tornozeleiras e os corretores posturais são 
exemplos de órteses proprioceptivas (CARVALHO, 2013).
FIGURA 9 – ÓRTESE PARA PROPRIOCEPÇÃO
FONTE: < https://bisturi.com.br/17391-large_default/mercur-tornozeleira-ziper-gg.jpg >. 
Acesso em: 22 set. 2021.
• Órteses para correção: as órteses para correção podem ser utilizadas em situações 
nas quais ainda é possível reverter um encurtamento, retração ou desvio articular não 
estruturado,	como	em	casos	de	padrão	flexor	de	membros	superiores,	encurtamento	
do tendão do calcâneo e nas escolioses. O correto posicionamento na aplicação 
dos vetores de força sobre o segmento corpóreo é fundamental para um resultado 
satisfatório (CARVALHO, 2013).
Com	 relação	 à	 terminologia,	 as	 órteses	 podem	 ser	 classificadas	 quanto	 à	
região anatômica que está sendo envolvida pela órtese: regiões da coluna vertebral, 
articulações e segmentos de membros superiores e inferiores emprestam seus nomes para 
denominar as órteses. As funções ou os efeitos que as órteses tenham ou que produzam 
nos locais que estejam vestindo também são consideradas (CARVALHO, 2013).
Convencionou-se utilizar as iniciais das articulações ou segmentos corpóreos 
envolvidos pelas órteses, no sentido craniocaudal, em inglês; e a letra “o”, correspondente à 
orthosis,	no	final,	colaborando	para	uma	comunicação	mais	clara	e	eficaz	(CARVALHO,	
2013).	Vejamos	a	figura	a	seguir.
10
FIGURA 10 – NOMENCLATURA RELACIONADA AOS NÍVEIS ANATÔMICOS
FONTE: Vasconcelos e Matiello (2019, p. 19)
Na	figura	10,	temos	a	seguinte	legenda:	AFO	=	ankle-footorthosis;	KAFO	=	knee-
ankle-footorthosis;	HO	=	hip	orthoses;	KO	=	knee	orthoses	e	HKAFO	=	hip-	knee	–	ankle	–	foot	
orthosis.
2.1.3 Classificação quanto à funcionalidade
• Órteses estáticas: as órteses estáticas possuem como principais funções a imobi-
lização, repouso, proteção, sustentação e correção. Quanto às principais indicações 
para a utilização desse tipo de órtese, podemos citar: incapacidades neurológicas, 
musculares e articulares, sequelas de fraturas, queimaduras, condições pré-operatórias 
e patologias ortopédicas que exijam repouso relativo (MATIELLO; VASCONCELOS, 
2019).
FIGURA 11 – ÓRTESE ESTÁTICA
FONTE: <https://ufscarlafatec.wordpress.com/orteses/>. Acesso em: 22 set. 2021.
11
• Órteses dinâmicas: as órteses dinâmicas são aquelas que permitem movimentos 
articulares. Têm como objetivo corrigir deformidades causadas por desequilíbrio 
muscular, por meio de tração suave e constante, enquanto permite que os músculos 
normais se mantenham ativos. São indicadas para auxiliar e direcionar os movimentos, 
podendo a amplitude de movimento permitida ser limitada ou livre. São fabricadas 
com	 materiais	 flexíveis	 que	 permitem	 a	 realização	 dos	 movimentos	 desejados	
(VASCONCELOS; MATIELLO, 2019).
FIGURA 12 – ÓRTESE DINÂMICA
FONTE: <https://www.orfit.com/app/uploads/Dynasyst-2.jpg>. Acesso em: 22 set. 2021.
2.1.4 Classificação quanto à confecção
• Órteses pré-fabricadas: são aquelas fabricadas em série e, geralmente, 
confeccionadas em termoplásticos de alta temperatura ou diferentes tecidos. São 
fabricadas	 em	 larga	 escala	 e	 vários	 tamanhos,	 além	 de	materiais	 flexíveis.	 Como	
exemplo, podemos citar os colares cervicais, coletes lombares e joelheiras. O benefício 
deste tipo de órtese é o baixo custo e a praticidade (MATIELLO; VASCONELOS, 2019). 
FIGURA 13 – ÓRTESE PRÉ-FABRICADA: COLAR CERVICAL EM ESPUMA
FONTE: <https://bit.ly/3B7fUxW>. Acesso em: 22 set. 2021.
12
• Órteses confeccionadas sob medida: são confeccionadas diretamente sobre o 
paciente, proporcionando uma adaptação adequada. Como vantagem, podemos 
realizar o alinhamento da amplitude de movimento e mobilidade permitida para a 
articulação envolvida, considerando a evolução do paciente. Como desvantagem, 
possuem um custo mais elevado quando comparadas às órteses pré-moldadas, 
além de um maior período de entrega (MATIELLO, 2019). 
FIGURA 14 – ÓRTESE SOB MEDIDA
FONTE: <https://bit.ly/3m5lHQD>. Acesso em: 22 set. 2021.
3 CLASSIFICAÇÕES E INDICAÇÕES DAS PRÓTESES
Conforme mencionado, as próteses são equipamentos empregados visando 
à substituição de um membro em pacientes que sofreram amputações e realizaram a 
remoção total ou parcial de um membro (INSS, 2017). 
Os primeiros registros do uso das próteses são de 484 a.C, quando houve uma 
confecção de prótese de pé, confeccionada em madeira, para substituir essa estrutura 
após uma amputação. Posteriormente, durante a Segunda Guerra Mundial, passaram 
a ser desenvolvidas algumas próteses em ferro para substituir principalmente partes de 
membros superiores e inferiores, que eram amputadas durante as batalhas. Já no 
século XX, houve um avanço importante no desenvolvimento das próteses, sendo estas 
mais leves e funcionais, proporcionando uma melhor adaptação dos pacientes ao uso da 
prótese (CARVALHO, 2013). 
Nesse	 sentido,	 com	 o	 desenvolvimento	 da	 tecnologia,	 no	 fim	 do	 século	 XX	 e	
início do século XXI, houve a confecção de próteses mais modernas, com sistemas 
mecatrônicos acoplados, tornando as próteses mais funcionais e adequando-as às reais 
necessidades dos pacientes (CARVALHO, 2013). 
13
3.1 TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DAS PRÓTESES
As próteses podem ser utilizadas por meio de implantação cirúrgica (implantáveis) 
ou não cirúrgica. Dentre as próteses implantáveis, podemos citar as de substituição de 
alguma estrutura, como quadril, joelho ou discos intervertebrais (INSS, 2017). 
FIGURA 15 – EXEMPLO DE PRÓTESE IMPLANTÁVEL NA ARTICULAÇÃO DO JOELHO
FONTE: <https://bit.ly/3m0Q4HL>. Acesso em: 22 set. 2021.
FIGURA 16 – PRÓTESE IMPLANTÁVEL DE QUADRIL
FONTE: <https://bit.ly/3juOuw2>. Acesso em: 22 set. 2021.
As próteses do tipo não implantáveis são as mais empregadas em pacientes que 
passaram por amputações de membros, uma vez que não necessitam de procedimento 
cirúrgico	para	serem	colocadas.	Esses	tipos	de	próteses	são	classificados	em	diferentes	
grupos, de acordo com a função, a estrutura e o tipo de energia que utilizam para gerar a 
função (INSS, 2017).
14
FIGURA 17 – EXEMPLO DE PRÓTESE NÃO IMPLANTADA
FONTE: <https://bit.ly/3EmwJHBf>. Acesso em: 22 set. 2021.
Quanto	a	sua	função,	as	próteses	podem	ser	classificadas	em	ativas	ou	passivas.	
As próteses ativas possuem funcionalidade ao paciente, enquanto as passivas são 
empregadas de forma estética, para melhorar o aspecto da falta do membro. As próteses 
ativas permitem diferentes níveis de movimento, e ambas (passivas e ativas) possuem 
benefícios na dessensibilização do coto, conforto e melhora da imagem corporal 
(VASCONCELOS, 2019).
FIGURA 18 – PRÓTESE PASSIVA DE MÃO
FONTE: <https://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-mg/80284-5266067.webp>. 
Acesso em: 22 set. 2021.
15
FIGURA 19 – PRÓTESE ATIVA DE MÃO
FONTE: <https://bit.ly/3C8FJPB>. Acesso em: 22 set. 2021.
Quanto	 a	 sua	 estrutura,	 as	 próteses	 são	 classificadas	 em	 exoesqueléticas	 e	
endoesqueléticas. As próteses exoesqueléticas (convencionais) são confeccionadas 
com estrutura exterior em material rígido. Nesses casos, emprega-se materiais 
como:	 polipropileno,	madeira,	 alumínio,	 fibra	 de	 carbono	 ou	 resina	 acrílica	 laminada,	
entre outros. Já as próteses endoesqueléticas (modulares) são formuladas com um 
sistema especial, chamado de sistema tubular. Esse sistema é conectado a encaixes 
específicos,	formulados	em	aço,	alumínio	ou	titânio.	Podem,	ainda,	ser	formuladas	com	
um revestimento cosmético. Por serem mais leves que as próteses exoesqueléticas, 
elas permitem uma variedade de adaptações (VASCONCELOS, 2019). 
Por	 fim,	 com	 relação	 ao	 tipo	 de	 energia	 utilizada,	 elaspodem	 ser	 classificadas	
como: emendoenergéticas, exoenergéticas ou híbridas. As próteses endoenergéticas são 
próteses do tipo mecânicas e utilizam a propulsão muscular para gerar movimento. Nesses 
casos, a energia do paciente é transmitida para a prótese por estruturas, como correias e 
tirantes, gerando o movimento (INSS, 2017). 
Ao contrário das endoenergéticas, as próteses exoenergéticas possuem um 
mecanismo	 de	 propulsão	 de	 modo	 artificial.	 Nesses	 casos,	 são	 utilizadas	 propulsões	
elétricas, pneumáticas ou mioelétricas. As próteses híbridas, por sua vez, combinam duas 
características em uma mesma prótese (INSS, 2017). 
FIGURA 20 – PRÓTESE EXOENERGÉTICA
FONTE: <https://www.ortosan.com.br/produtos/protese-mioeletrica/28>. Acesso em: 22 set. 2021.
16
FIGURA 21 – PRÓTESE ENDOENERGÉTICA
FONTE: <https://bit.ly/3B8lOim>. Acesso em: 22 set. 2021.
4 DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA E LOCOMOÇÃO
Os DAM também podem ser chamados de equipamentos de assistência 
à mobilidade, e incluem uma série de aparelhos que auxiliam os pacientes nas suas 
funções motoras do dia a dia. Entretanto, para que tenham uma boa efetividade, é 
necessário	que	o	fisioterapeuta	auxilie	o	paciente	adequadamente,	 indicando,	ajustando	e	
ensinando ao paciente a adequada utilização do dispositivo (CHAMLIAN, 2010). 
Para	 tanto,	 é	 importante	 que	 o	 fisioterapeuta	 tenha	 conhecimento	 sobre	 os	
principais componentes desses equipamentos, as medidas de prescrição e o modo 
correto	 de	 utilização,	 a	 fim	 de	 garantir	 ao	 paciente	 o	 uso	 de	 um	 equipamento	 cuja	
estrutura esteja adequada e seja capaz de promover as funções desejadas. Quando 
devidamente indicados, esses equipamentos proporcionam ao paciente uma maior 
estabilidade durante a marcha e a redução da carga em membros inferiores, reduzindo 
dores articulares e compensando fraquezas (CHAMLIAN, 2010). 
Além disso, esses dispositivos ampliam as funções físicas, fornecendo maior 
liberdade de movimento, equilíbrio, estabilidade e independência ao paciente. Os 
pacientes	 beneficiados	 pelo	 uso	 dos	 DAM	 incluem	 sujeitos	 acometidos	 por	 disfunções	
cinético-funcionais temporárias e permanentes, permitindo caminhar ou deslocar-se 
com maior segurança, rapidez e menor gasto energético (CHAMLIAN, 2010).
A prescrição DAM depende da interação entre fatores individuais, ambientais e 
inerentes ao equipamento, devendo estar condicionada ao contexto da reabilitação. A 
pessoa	 com	 deficiência	 deverá	 receber	 treinamento,	 orientações	 e	 acompanhamento	 do	
uso do recurso de forma a garantir a segurança e efetividade do equipamento prescrito 
(CHAMLIAN, 2010). Dentre os principais DAM podemos citar as bengalas, andadores e muletas. 
17
FIGURA 22 – MODELOS VARIADOS DE BENGALAS
FONTE: <https://bit.ly/3E6oijd>. Acesso em: 22 set. 2021.
FIGURA 23 – MODELOS VARIADOS DE MULETAS
FONTE: < https://fenixcirurgica.com.br/site/wp-content/uploads/2019/01/muletas-1.jpg>. 
Acesso em: 22 set. 2021.
FIGURA 24 – MODELOS DE ANDADORES
FONTE: <https://bit.ly/3B1mOVv>. Acesso em: 22 set. 2021.
18
No próximo tópico, estudaremos cada tipo de DAM, de forma 
detalhada e as próximas unidades serão voltadas para o 
detalhamento das órteses e das próteses.
ESTUDOS FUTUROS
19
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Órtese	é	um	apoio	ou	dispositivo	externo	aplicado	ao	corpo	para	modificar	os	aspectos	
funcionais ou estruturais do sistema neuromusculoesquelético para obtenção de 
alguma vantagem mecânica ou ortopédica.
•	 As	 órteses	 podem	 ser	 classificadas	 quanto	 a	 sua	 função	 (repouso,	 imobilização,	
proteção, propriocepção e correção), funcionalidade (estáticas ou dinâmicas) e 
confecção (pré-fabricadas ou sob medida). 
•	 Prótese	 é	 o	 componente	 artificial	 que	 tem	 por	 finalidade	 suprir	 necessidades	 e	
funções	de	indivíduos	sequelados	por	amputações,	traumas	ou	deficiências	físicas	
de nascença. Quando uma pessoa perde algum membro do corpo, no lugar é posto 
uma prótese.
 
• As próteses podem ser do tipo implantáveis ou não-implantáveis, passivas ou ativas e 
energéticas ou exoenergéticas. 
•	 Os  DAM,	 como	 bengalas,	 muletas	 e	 andadores,	 fazem	 parte	 de	 programas	
multidimensionais de prevenção contra quedas, visto que melhoram a independência 
funcional, a mobilidade, o equilíbrio e a base de suporte, assim como reduzem os 
efeitos	de	uma	ampla	gama	de	deficiências.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
1 Existem inúmeras órteses para membros superiores disponíveis para compra. Elas 
diferem	em	mecânica,	função,	material	utilizado, entre	outras	características.	Com	
relação às características das órteses de membros superiores, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) As órteses podem ser estáticas (imobilização) ou funcionais, em relação 
à mecânica.
b) ( ) As órteses de repouso são utilizadas na fase aguda de lesões dos membros 
superiores.
c)	 (			)	 Todas	 as	 órteses  são	 pré-fabricadas	 e	 se	 ajustam	 às	 necessidades	 de	
cada paciente.
d)	 (			)	 Os	termoplásticos	são	mais	usados	para	confecção,	pois	são	 leves,	flexíveis	e	
duráveis.
2	 Quando	se	fala	em	órtese,	prótese	e	dispositivos	auxiliares	de	marcha, há	uma	grande	
confusão sobre esses termos, que são distintos, mas que na prática, por vezes, são 
utilizados de maneira errônea. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:
I - Quando o objetivo é substituir um segmento corporal amputado, indica-se o uso de 
uma órtese.
II - Marca-passo, dispositivos auditivos, cintos para estabilização de coluna vertebral e 
colete cervical, são exemplos de órteses.
III - Implantes dentários são exemplos de órteses comumente utilizados na atualidade.
IV - Próteses controladas pelo sistema nervoso do paciente são chamadas de 
neuropróteses.
V	-	 Bengalas	 e	 andadores	 auxiliam	 o	 paciente	 na	marcha	 e	 são	 classificados	 como	
próteses.
Sobre a utilização correta dos termos órtese, prótese e dispositivos auxiliares de marcha, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
c) ( ) As	sentenças	II	e IV estão	corretas.
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
AUTOATIVIDADE
21
3	 As	 órteses	 e	 próteses	 são	 classificadas	 de	 acordo	 com	 a	 sua	 funcionalidade	 em	
equipamentos	 estáticos	 ou	 dinâmicos  e  a	 função	 que	 desempenham.	 Sobre	 o	
exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Órteses estáticas são indicadas para pacientes que necessitem de movimentos 
articulares, com alguma amplitude de movimento articular.
b) ( ) Colares cervicais e tipoias, indicados para casos em que se objetive imobilização, 
são considerados órteses dinâmicas.
c) ( ) Nas órteses estáticas podem ser inseridos acessórios como molas, polias, 
elásticos, dentre outros.
d) ( ) Órteses estáticas proporcionam suporte, repouso, estabilização, imobilização, 
correção ou proteção de alguma estrutura corporal.
4 Órtese é todo e qualquer aparelho, dispositivo, instrumento ou adaptação terapêutica 
que auxilie o indivíduo em sua função motora. Trata-se de um dispositivo ou aparelho 
mecânico	 com	 finalidades	 conjuntas	 ou	 isoladas,	 de	 acordo	 com	 a	 necessidade	
específica	 do	 caso	 a	 ser	 tratado.	 Poderá	 ser	 aplicado	 a	 um	 ou	 vários	 segmentos	
do	corpo	com	finalidade	de	proporcionar	o	melhor	alinhamento	possível,	buscando	
sempre a posição funcional, ou seja, a mais adequada. Disserte sobre o momento da 
participação	e	o	papel	do	fisioterapeuta	no	tratamento	do	usuário	de	uma	órtese.	
5 Deve-se ressaltar o papel do Fisioterapeuta na correta indicação, uso e manutenção 
de	uma	órtese.	Com	base	no	exposto,	disserte	sobre	as	condutas	fisioterapêuticas	
que devem ser tomadas com pacientes que utilizam a órtese.
22
23
DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, continuaremos nosso estudo sobre os dispositivos auxiliares de 
marcha	(DAM),	os	quais	podem	ser	indicados	para	diversas	finalidades:
• auxiliar a marcha;
• prevenirquedas (principalmente em indivíduos idosos);
• reduzir a sobrecarga nas articulações;
•	 melhorar	o	controle	motor,	promovendo	um	feedback	sensorial;
• redução da sobrecarga física ao cuidador, entre outros Hardi et al. (2014 apud PORTO 
et al., 2019, p. 172).
Os DAM, como bengalas, muletas e andadores, fazem parte de programas 
multidimensionais de prevenção de quedas, visto que melhoram a independência 
funcional, a mobilidade, o equilíbrio e a base de suporte, além de reduzirem os efeitos de 
uma	ampla	gama	de	deficiências	(GANZ,	2007).	
Sabe-se que as quedas correspondem à principal causa de lesões e hospitalizações 
em idosos com mais de 65 anos, por isso, saber utilizar corretamente os DAM é de suma 
importância	para	essa	população,	a	fim	de	evitar	quedas	e,	consequentemente,	perda	
da independência funcional. Estima-se que aproximadamente 6,8 milhões de pessoas 
nos Estados Unidos usem DAM 
Quando há indicação para o uso do DAM, este deverá ser prescrito por um 
profissional	habilitado,	que	realizará	uma	série	de	avaliações,	tais	como:	a	avaliação	
da força muscular do sujeito, resistência, equilíbrio, marcha, função cognitiva, dor e 
demandas ambientais (BRADLEY; HERNANDEZ, 2011).
Os pacientes não devem ser desencorajados a comprar ou pegar emprestado 
um	DAM	sem	antes	receber	a	prescrição	adequada	do	fisioterapeuta	ou	outro	profissional	
habilitado.	 Por	 isso,	 os	 profissionais	 de	 saúde	 envolvidos	 com	 a	 população	 idosa	 devem	
rotineiramente avaliar o DAM de seus pacientes, para garantir uma altura adequada, ajuste e 
manutenção, bem como orientar o uso correto do dispositivo (BRADLEY; HERNANDEZ, 2011). 
A prescrição correta de um dispositivo depende de uma avaliação detalhada do 
idoso, considerando fatores como a força e resistência muscular à fadiga, controle postural 
(equilíbrio e postura), função cognitiva, condicionamento cardiorrespiratório e as próprias 
exigências	ambientais	do	indivíduo,	assim	como	sua	condição	financeira	(SCHMITZ,	2010).	
24
2 BENGALAS
Como mencionado em nossos estudos, a principal função das bengalas é 
aumentar a base de apoio, reduzindo a descarga de peso no membro inferior afetado 
e, com isso, melhorar a estabilidade dinâmica e equilíbrio do paciente. É indicada para 
pessoas com instabilidade postural (que apresentam histórico de quedas recorrentes 
ou medo de cair) e indivíduos com dor unilateral de quadril, tornozelo ou joelho. Sua 
utilização	 se	dá	na	mão	oposta	 ao	membro	afetado,	 a	fim	de	diminuir	 a	 sobrecarga	na	
musculatura do quadril, reduzir a compressão das articulações e auxiliar o paciente em 
situações como subir e descer escadas (SCHMITZ, 2010). 
O quadro a seguir apresenta um breve resumo dos principais tipos de bengalas, 
bem como suas características, vantagens e desvantagens. 
QUADRO 1 – TIPOS E CARACTERÍSTICAS DAS BENGALAS
TIPO DE 
BENGALA
CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS
Convencional
Feita de madeira, alu-
mínio ou plástico. Apoio 
de mão em formato de 
meio	círculo/cajado	ou	
tradicional.
Melhora do equilí-
brio; baixo custo; 
cabe em espaços 
pequenos, como em 
escadas. 
Mais pesadas do que a 
de alumínio; não poderá 
ser ajustada. 
Ajustável de 
alumínio
Apoio de mão em meio 
círculo ou tradicional; 
altura ajustável.
Ajuste de altura 
adequado; leveza; 
cabe em escadas.
Possui custo mais ele-
vado e quando o ponto 
de apoio é anteriorizado 
poderá causar algumas 
complicações, como a 
síndrome do túnel do 
carpo. 
Ajustável de 
alumínio com 
recuo
Possui recuo anterior 
no corpo da bengala 
criando um cabo reto 
ou recuado; altura 
ajustável.
Permite que a pres-
são seja colocada no 
centro da bengala 
para maior estabili-
dade.
Preço elevado em 
comparação às conven-
cionais ou de alumínio 
ajustáveis. 
Quatro apoios
Material: alumínio. Base 
de apoio ampla através 
dos quatro pontos de 
contato com o solo.
Oferece apoio sobre 
uma base larga (au-
mento da base de 
suporte); facilmente 
ajustável.
Mais pesada do que a 
bengala convencional; 
de difícil utilização em 
superfícies instáveis.
A seguir, serão detalhados os principais dispositivos auxiliares de marcha, 
suas características, indicações e a correta prescrição de uso a ser realizada pelo 
fisioterapeuta.
25
Tipo andador
Feita em alumínio; base 
muito ampla; as pernas 
são mais distantes do 
paciente, anguladas 
para manter contato 
com o solo e promover 
estabilidade; dobrável.
Base de apoio larga; 
mais estáveis do 
que as bengalas 
de quatro pontos; 
podem ser dobradas 
e guardadas com 
facilidade.
Não podem ser utilizadas 
em escadas; mais caras 
do que as bengalas de 
quatro pontas.
Com rodas
Feita em alumínio. Base 
ampla e com rodas, 
altura ajustável, possui 
freio sensível à pressão 
manual.
A base com rodas 
permite que o peso 
seja aplicado de 
forma contínua; 
não é necessário 
levantar o dispositi-
vo (progressão mais 
rápida).
Requer força de membro 
superior e preensão para 
acionar mecanismo de 
freio; mais cara do que 
as bengalas de quatro 
pontas.
FONTE: O autor
2.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM O USO DA BENGALA 
Para a marcha, a bengala deverá ser posicionada no membro superior oposto ao 
membro afetado, com o objetivo de reduzir a sobrecarga articular neste membro. Ao 
deambular, a bengala e o membro inferior contralateral devem avançar simultaneamente. 
A bengala deverá encontrar-se relativamente próxima ao corpo, porém sem ser 
posicionada à frente dos dedos do membro inferior (GLISOI et al., 2018).
FIGURA 25 – PADRÃO DE MARCHA UTILIZANDO A BENGALA
FONTE: <https://msdmnls.co/2Zg2Byh>. Acesso em: 22 set. 2021.
Quando	os	dois	membros	inferiores	forem	afetados,	é	preciso	que	o	fisioterapeuta	
decida,	 juntamente	ao	paciente,	de	qual	 lado	a	bengala	ficará,	optando	pelo	lado	menos	
comprometido. Deverá ser avaliado qual lado o paciente apresenta melhor equilíbrio e 
resistência física para deambulação, segurança durante a marcha e força de preensão 
palmar (GLISOI et al., 2018). 
26
Com relação ao posicionamento da bengala, esta deverá permanecer a uma 
distância de cerca de 15 cm ao lado do membro inferior não afetado, e sua altura deverá ser 
ajustada próxima ao trocânter maior do fêmur, de forma que o cotovelo do idoso apresente 
um	ângulo	entre	15°	e	30°	de	flexão	(CAMARA	et al., 2020). 
O uso de bengalas mais altas aumenta o risco de lesões no complexo 
do ombro, pela sua elevação constante, promovendo uma sobrecarga 
articular e muscular na região (CAMARA et al., 2020).
DICA
Para	subir	as	escadas,	o	fisioterapeuta	deverá	orientar	o	paciente	a	segurar	no	
corrimão, levando para o degrau primeiro o membro inferior não comprometido (ou em 
melhor condição), a seguir levar a bengala disposta na mão oposta ao membro inferior 
acometido e subir um degrau com esse membro. Para descer a escada, a orientação é 
diferente, o paciente deverá primeiramente posicionar a bengala no degrau, depois apoiar o 
membro inferior comprometido e, por último, o outro membro inferior, o qual suportará 
o peso do corpo (GLISOI et al., 2018). 
FIGURA 26 – DESCIDA DE ESCADAS COM A BENGALA
FONTE: <https://bit.ly/3GdESQ7>. Acesso em: 22 set. 2021.
Para	 se	 levantar,	 o	 paciente	 deverá	 ser	 orientado	pelo	fisioterapeuta	 a	mover	 o	
corpo para frente na cadeira, inclinar o tronco anteriormente, pressionar para baixo com 
as duas mãos contra os apoios do assento e, após levantar-se, segurar a bengala, de 
forma	que	fique	mais	seguro,	evitando	que	ela	escorregue	(GLISOI	et al., 2018). 
27
De	 uma	 forma	 geral,	 o	 fisioterapeuta	 deverá	 prescrever	 o	 uso	 de	 bengalas	 para	
pacientes com problemas de marcha, considerados moderados, pois este dispositivo não 
fornecerá um alto grau de estabilidade. Portanto, o indivíduo deverá apresentar alguns 
pré-requisitos básicos antes de utilizar a bengala, tais como: cognitivo preservado, 
bom equilíbrio, ajustes posturais antecipatórios e estratégias reativas preservadas 
(ALBUQUERQUE et al., 2018). 
3 MULETAS
As muletas sãoúteis para os pacientes que necessitam utilizar os membros 
superiores para sustentar o peso, permitindo uma deambulação funcional, com 
sustentação de peso restrita. Em geral, são utilizadas bilateralmente, com três modelos 
básicos: muletas axilares, de antebraço ou Lofstrand e de descarga de peso antebraquial 
(SAAD, 2007). 
A seguir, veremos algumas características de cada tipo de muleta.
QUADRO 2 – TIPOS E CARACTERÍSTICAS DAS MULETAS
TIPO DE MULETA CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS
Axilar
Apoio axilar, 
empunhadura manual; 
altura regulável.
Representa um alívio 
de até 80% da carga 
dos membros 
inferiores.
A regulação incorreta 
do apoio axilar poderá 
causar compressão do 
nervo e artéria axilar.
Lofstrand
Possui uma braça-
deira de antebraço 
para aumentar o 
braço de alavanca da 
empunhadura; mais 
adequada quando 
usada por períodos 
prolongados.
Permitirá mobilidade 
em escadas, bem 
como para entrar e 
sair de automóveis; 
permitirá que a 
empunhadura seja 
solta sem que a 
muleta caia.
Requererá maior 
controle e força em 
membros superiores; 
mais onerosas do que 
as muletas axilares.
Apoio 
antebraquial
Possui uma platafor-
ma horizontal para 
todo o antebraço, que 
é utilizado para supor-
tar o peso (em vez da 
mão).
Indicada quando o 
punho não pode 
receber carga.
Dificuldade	no	
aprendizado do uso.
FONTE: O autor.
28
3.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM AS MULETAS
A marcha do tipo mergulho é indicada quando há incapacidade de descarregar 
completamente o peso nos membros inferiores por algum motivo, como: consolidação e 
fratura pós-operatório de cirurgias ortopédicas, entre outros. Inicia-se a marcha com 
as muletas à frente do corpo e, enquanto há descarga de peso total nos membros 
superiores, os membros inferiores deverão ser impulsionados e deslocados até a frente 
da linha entre as muletas, ao mesmo tempo. Este padrão favorecerá uma velocidade de 
marcha rápida, porém, com gasto energético elevado e grande exigência de força de 
membros superiores (SAAD, 2007). 
A marcha de três pontos é indicada quando há incapacidade de descarregar o peso 
em um dos membros inferiores, como membro acometido por fratura, dor, amputação, 
pós-operatório, entre outros. Primeiramente, ambas as muletas deverão ser levadas à 
frente e, em seguida, o membro afetado. O peso do corpo deverá ser descarregado sobre as 
muletas e, por último, o membro não afetado irá à frente. Esse tipo de marcha exigirá que 
o paciente apresente atenção ao movimento e um adequado equilíbrio (SAAD, 2007). 
A marcha de quatro pontos é indicada para pacientes com fraqueza ou 
incoordenação bilateral dos membros inferiores. O indivíduo realizará a alternância 
entre os membros, ou seja, muleta esquerda, pé direito; muleta direita, pé esquerdo. Ela 
promoverá mais estabilidade do que a marcha de três pontos (SAAD, 2007). 
A marcha de dois pontos é a mais rápida e similar à marcha natural. A sequência de 
movimentos nesse padrão de marcha é a seguinte: muleta esquerda e pé direito juntos; 
muleta direita e pé esquerdo juntos. Essa marcha possui como vantagem a velocidade 
mais rápida do que na marcha em quatro apoios (LI; ARMSTRONG; CIPRIANI, 2001). 
FIGURA 27 – EXEMPLOS DE MARCHA COM MULETAS
FONTE: <https://bit.ly/3GdqmrG>. Acesso em: 22 set. 2021.
Com	 relação	 ao	 ato	 de	 subir	 e	 descer	 degraus,	 o	 fisioterapeuta	 deverá	 orientar	
o paciente que, ao subir as escadas, o membro inferior menos acometido deverá ser 
posicionado no primeiro degrau e as muletas, assim como o membro inferior acometido no 
degrau seguinte, progredindo a subida pelos demais degraus (GLISOI et al., 2018).
29
Ao descer as escadas, o movimento realizado é contrário ao da subida, pois o 
membro inferior mais acometido e as muletas devem iniciar o movimento de descida, 
sendo posicionados no primeiro degrau, seguidos pelo membro inferior menos acometido, 
progredindo a descida, dessa maneira, pelos degraus restantes. Quando houver corrimão, é 
indicado que uma muleta seja substituída por este apoio (GLISOI et al., 2018). 
FIGURA 28 – SUBIDA E DESCIDA DE ESCADAS COM MULETAS
FONTE: <https://bit.ly/3B72xhl>. Acesso em: 22 set. 2021.
Para sentar-se e levantar de forma correta, o paciente deverá ser orientado 
a levar o membro inferior mais acometido à frente e segurar ambas as muletas em 
uma das mãos, utilizando a outra mão para sentir o assento da cadeira, e se sentar 
lentamente. Para levantar-se, as muletas deverão ser colocadas à frente da cadeira, 
ambas as muletas deverão ser seguradas pela mão ipsilateral ao membro inferior menos 
acometido. O indivíduo deverá deslocar seu corpo para frente na cadeira, impulsionar-se 
para cima e deslocar seu peso para o membro inferior menos acometido. Ainda, uma 
outra opção é deixar as muletas de lado e utilizar a força dos membros superiores e do 
membro inferior não acometido para levantar-se (GLISOI et al., 2018).
FIGURA 29 – SENTAR E LEVANTAR COM MULETAS
FONTE: <https://bit.ly/3Ealv8D>. Acesso em: 22 set. 2021.
30
Se liga nessa dica de artigo: PORTO, J.M; et al. Recomendações para 
prescrição de dispositivos auxiliares da marcha em idosos. Acta Fisiatr, v. 
26, n. 3, p. 171-175, 2019.
DICA
4 ANDADOR
Por	 fim,	 querido	 acadêmico,	 discutiremos	 sobre	 os	 andadores,	 dispositivos	
auxiliares de marcha muito utilizados pela população idosa. Os andadores fornecem três 
a quatro pontos de contato com o solo e, assim, auxiliam na melhora do equilíbrio devido 
a alguns fatores, como: o aumento da base de suporte, que promove uma maior estabilidade 
para o usuário. Quando comparados às bengalas e muletas, propiciam maior senso de 
segurança aos sujeitos que apresentam medo de cair ao andar (SCHMITZ, 2010). 
A altura dos andadores poderá ser ajustável, geralmente variando de 81 a 92 cm. 
Normalmente são feitos de alumínio tubular e pegadores de vinil moldado. Existem alguns 
recursos adicionais que o andador poderá fornecer, como: cestas, sistemas de travagem, 
assentos, deslizadores, apoios de mãos, mecanismo dobrável e pegadores 
(SCHMITZ, 2010).
O andador deverá ser posicionado levemente à frente do corpo do idoso, para 
proporcionar uma base de suporte estável, assim como a sua altura deverá ser ajustada de 
forma	que	apresente	um	ângulo	entre	15°	e	30°	de	flexão	dos	cotovelos	(SCHMITZ,	2010).
FIGURA 30 – POSICIONAMENTO CORRETO PARA O USO DO ANDADOR
FONTE: <https://bit.ly/3B0yRT6>. Acesso em: 22 ser. 2021.
31
Com relação aos modelos encontrados no mercado, há cinco principais tipos 
de	andadores,	sendo	eles:	andador	articulado;	fixo;	com	rodas	dianteiras;	de	quatro	rodas;	
e	de	três	 rodas	 (VAN	HOOK,	2003).	No	quadro	a	 seguir,	 encontraremos	as	descrições,	
vantagens e desvantagens de cada um deles.
QUADRO 3 – TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS ANDADORES
TIPO DE 
ANDADOR
CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS
Articulado
Quatro pernas com 
pontas de borracha; 
mobilidade unilateral
Não é necessário erguer o 
andador.
Contraindicado para 
usar em escadas, volu-
moso e menos estável 
que	o	fixo.
Fixo
Quatro pernas com 
pontas de borracha; não 
apresenta mobilidade 
em nenhum dos planos.
Melhor estabilidade; maior 
sensação de segurança; 
ampla base de suporte; 
ideal para pessoas com 
fraqueza de membros 
inferiores.
O uso em escadas 
é contraindicado; 
volumoso; padrão de 
marcha mais lento 
e controlado; requer 
maior atenção; não 
é aconselhável para 
pessoas	com	déficit	
cognitivo e fraqueza de 
membros superiores; 
maior gasto energético; 
flexão	de	tronco	não	
funcional.
Rodas 
dianteiras
Duas pernas traseiras 
com pontas de borracha 
e duas dianteiras com 
rodas; não apresenta 
mobilidade em nenhum 
dos planos.
Poderá ser utilizado em 
pessoas	com	déficit	cog-
nitivo, com problemas de 
ombro e incapazes de er-
guer o andador; velocidade 
de marcha mais funcional 
e rápida.
O uso em escadas é 
contraindicado; volu-
moso; maior chance 
de perder controle; re-
dução do balanço dos 
membros superiores; 
flexão	nãofuncional	
de tronco durante a 
marcha.
Quatro 
rodas
Quatro pernas com 
rodas	(fixas	ou	com	
suporte giratório) e não 
apresenta mobilidade 
em nenhum dos planos.
Poderá ser utilizado em 
pessoas	com	déficit	cogni-
tivo e problemas de ombro 
e incapazes de erguer o 
andador; velocidade de 
marcha mais funcional e 
rápida.
Uso em escadas con-
traindicado; volumoso; 
redução do balanço 
dos membros superio-
res; maior chance de 
perder seu controle; 
menos estável.
Três rodas
Modelo tripé; três pernas 
com	rodas	(fixas	ou	com	
suporte giratório); roda 
da frente pode girar para 
qualquer direção e as 
duas rodas traseiras são 
unidirecionais.
Poderá ser utilizado em 
pessoas	com	déficit	
cognitivo, problemas de 
ombro e incapazes de 
erguer o andador; permite 
manobras e mudanças de 
direção com um círculo de 
giro pequeno; é dobrável, 
de fácil utilização; marcha 
mais funcional e rápida.
Uso em escadas con-
traindicado; volumoso; 
redução do balanço 
dos membros superio-
res; maior chance de 
perder seu controle; 
menos estável
FONTE: O autor.
32
4.1 MARCHA E TRANSFERÊNCIAS COM O USO DO ANDADOR 
Independentemente	 do	 tipo	 de	 andador,	 o	 fisioterapeuta	 deverá	 orientar	 o	
paciente para que caminhe sempre olhando para frente, mantendo um bom alinhamento 
postural e evitando o desequilíbrio. Além disso, deve-se evitar que o mesmo se aproxime 
muito do andador, uma vez que isso reduz a base de suporte, aumentando o risco de 
quedas (GLISOI et al., 2012). 
Os quatros apoios do andador devem ser transferidos e posicionados 
simultaneamente, evitando o balanço dos apoios ou deslizamento anterior do andador. Os 
pacientes	que	deambulam	com	andador	fixo	são	orientados	a	retirarem	completamente	o	
andador do chão, colocá-lo à frente, levarem o membro inferior comprometido à frente e, 
depois, o segundo membro inferior, com um passo à frente do primeiro (SCHMITZ, 2010).
No andador articulado, não há necessidade de erguer o andador, pois o 
movimento simultâneo dos braços auxilia no deslocamento, movendo um lado do 
andador para frente junto ao membro inferior e depois faz o mesmo no outro lado 
(SCHMITZ, 2010).
Os andadores com três e quatro rodas promovem o deslizamento do dispositivo à 
frente, não sendo necessário erguer o mesmo (SCHMITZ, 2010).
Os idosos deverão ser desestimulados a subir escadas ou usar escadas rolantes 
com	o	andador,	devido	à	dificuldade	de	manuseá-lo	e	ao	risco	de	queda.	Há	exceções	em	
situações nas quais os degraus da escada forem compridos ao ponto de conseguir apoiar 
toda a base de suporte do andador (SCHMITZ, 2010).
Para o ato de se sentar e levantar, devemos orientar o paciente para que se 
desloque para frente, posicione o andador em frente ao assento, pressione para baixo 
com as mãos nos apoios de braços ou assento, se necessário e, assim que se levantar, 
estender as mãos (uma de cada vez) para segurar o andador. Para sentar-se, o indivíduo 
se aproximará da cadeira com o uso do andador, realizando um pequeno círculo em 
direção ao lado mais forte, até sentir a cadeira contra suas pernas. Logo após, estenderá uma 
mão por vez em direção aos apoios de braço, e descerá de modo controlado até a cadeira 
(SCHMITZ, 2010).
33
FIGURA 31 – SENTAR E LEVANTAR COM O ANDADOR
FONTE: <https://bit.ly/3putJ7O>. Acesso em: 22 set. 2021.
Agora que já compreendemos aspectos, como: as características, indicações, 
vantagens e desvantagens dos principais dispositivos auxiliares de marcha, que tal você 
realizar	umas	questões	de	fixação	sobre	o	assunto?!
34
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Dispositivos que	auxiliam	na marcha proporcionam	estabilidade	e	apoio	necessário	
aos	pacientes	com	disfunções do	aparelho	locomotor.	
•	 Dentre os	dispositivos de	auxílio	mais	usados	estão	bengalas,	muletas,	andadores	e	
cadeira de rodas.
• Os DAM são utilizados para fornecer maior liberdade de movimento e independência 
enquanto ajudam no equilíbrio dos usuários. 
• As bengalas auxiliam na redistribuição do peso de um membro inferior fraco ou 
doloroso, aumentam a base de suporte e fornecem uma informação tátil ao paciente 
a respeito do piso. 
• As muletas são úteis para os pacientes que necessitarem utilizar os braços para apoio 
e propulsão. Elas poderão retirar ou reduzir a carga em um ou em ambos os membros 
inferiores, dependendo do objetivo. 
• Os andadores melhoram a estabilidade em pacientes com fraqueza dos membros 
inferiores	ou	déficit	de	equilíbrio.	
• O	fisioterapeuta	deverá	conhecer	os	diversos	dispositivos	auxiliares	de	marcha,	a	fim	
de realizar a prescrição adequada para os seus pacientes.
RESUMO DO TÓPICO 2
35
1	 Ao	escolher	um	dispositivo	auxiliar	da	marcha,	o	fisioterapeuta	deverá	considerar	a	
quantidade de apoio que o paciente necessitará e sua capacidade de manipular o 
dispositivo. Com relação aos dispositivos auxiliares de marcha, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Os andadores são utilizados quando são necessários apoio e estabilidade máxima 
pelo paciente.
b) ( ) As barras paralelas são usadas pelos pacientes que não precisam de muita 
estabilidade ou apoio como o fornecido pelos andadores.
c) ( ) As muletas axilares permitem que o paciente realize uma variedade maior de 
padrões de marcha e deambule com maior rapidez.
d) ( ) Bengalas são mais estáveis que os andadores e exigem pouco equilíbrio em 
ortostatismo, bem como força de membro superior do corpo do paciente.
2 O uso de dispositivos auxiliares da marcha, como muletas e andadores, é indicado 
porque permitem que o paciente adquira maior independência funcional. Com relação ao 
uso	de	dispositivo	auxiliar	para	marcha	em	idosos,	assinale	a	afirmação	CORRETA:
a) ( ) O	 uso	 de	 bengala	 simples	 será	 suficiente	 para	 indivíduos	 que	 precisam	 de	
transferência de peso frequente.
b) ( ) O uso de uma bengala de quatro apoios será indicado para idosos, quando apenas 
o uso de um dos membros superiores é necessário para melhora do equilíbrio.
c) ( ) O uso do andador é necessário para indivíduos que precisam de transferência de 
peso frequente.
d) ( ) O andador será indicado quando o uso dos dois membros superiores for 
necessário para a melhora do equilíbrio, durante a marcha, sem transferência de 
peso.
3 Paciente do sexo feminino, 70 anos, foi submetida a uma artroplastia total do quadril 
direito há 30 dias, devido à osteoartrose severa de quadril. Com relação ao uso de 
dispositivos auxiliares para marcha dessa paciente, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O uso da bengala deverá ser feito ipsilateralmente à cirurgia.
b) ( ) As muletas axilares devem ser colocadas à frente, seguidas do membro inferior 
esquerdo e, depois, do membro inferior direito.
c) ( ) A paciente deverá realizar a marcha de balanceio.
d) ( ) Ao subir escadas, a paciente deverá primeiro subir o membro inferior esquerdo e, 
ao descer, a bengala e o membro inferior direito devem descer primeiro.
AUTOATIVIDADE
36
4	 Em	um	curso	de	Cuidadores	Informais	de	Idosos,	o	fisioterapeuta	ficou	responsável	
por ensinar algumas técnicas básicas para o uso adequado de um dispositivo auxiliar 
da marcha: o andador. Com base nisso, disserte sobre a forma correta de ensinar o 
paciente a utilizar o andador:
5	 Considere	 um	 paciente	 adulto	 jovem,	 em	 pós-operatório	 de	 fratura	 da	 diáfise	 do	
fêmur	direito,	após	acidente	automobilístico.	Foi	realizada	uma	fixação	intramedular	
há 15 dias. Esse paciente está de alta hospitalar, liberado para apoio parcial (40% do 
peso corporal) e necessita de dispositivo auxiliar para marcha. Com base no caso 
clínico desta paciente, disserte sobre a indicação correta do dispositivo auxiliar de 
marcha para a paciente em questão. 
37
TÓPICO 3 — 
FISIOTERAPIA NO PRÉ E 
PÓS-OPERATÓRIO DE PROTETIZAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico abordaremos a temática das amputações, bem como a 
atuação	do	fisioterapeuta	no	pré	e	pós-operatório	de	protetização.	Inicialmente,	é	necessário	
que	você	entenda	o	quesignifica	o	termo	amputação,	que	é	utilizado	para	descrever	a	
ausência total ou parcial de um membro (SOUZA; SANTOS; ALBUQUERQUE, 2019).
Os primeiros relatos de amputações estão relacionados à Hipócrates, em 1529. 
Posteriormente, desenvolveram-se inúmeras novas técnicas cirúrgicas em amputações, 
inclusive durante as duas Guerras Mundiais, quando houve um crescimento do número 
de amputações decorrentes de ferimentos nos campos de batalha. A partir daí, com o 
passar dos anos, houve um grande desenvolvimento de tecnologias relacionadas às 
amputações, tornando-as cada vez mais seguras e efetivas (INSS, 2017).
As amputações podem ser decorrentes de diversos fatores, tais como traumas, 
má formação, procedimentos cirúrgicos, entre outros. Também podem ser realizadas 
de forma eletiva ou em caráter de urgência, dependendo do caso de cada paciente. 
Em caráter de urgência, geralmente, decorrem de acidentes de trânsito e ferimentos 
por arma de fogo. Já as amputações eletivas são realizadas quando todas as demais 
opções terapêuticas já não forem mais viáveis, pois sabe-se que as amputações 
estão relacionadas a altas taxas de morbimortalidade e impactos negativos no âmbito 
psicossocial (SOUZA; SANTOS; ALBUQUERQUE, 2019).
Com relação à etiologia, vários fatores podem levar a uma amputação, tais 
como a presença de doenças infecciosas ou parasitárias no membro, problemas no 
sistema circulatório, diabetes, gangrena, neoplasias, doenças de pele e malformações 
genéticas. A gangrena, por exemplo, é uma doença grave, que geralmente leva a uma 
amputação. Ela surge quando alguma região do corpo não está recebendo a quantidade 
de sangue necessária ou sofre uma infecção severa, podendo provocar a morte dos 
tecidos (SOUZA; SANTOS; ALBUQUERQUE, 2019), conforme demonstrará a Figura 32.
38
FIGURA 32 – GANGRENA PRÉ-AMPUTAÇÃO DAS FALANGES
FONTE: <https://jpimg.com.br/uploads/2021/02/ny-post.jpg>. Acesso em: 22 set. 2021.
A	 seguir,	 estudaremos	 os	 níveis	 das	 amputações	 e	 o	 papel	 do	 fisioterapeuta	 no	
contexto da reabilitação pré e pós-protetização. Vamos lá?!
2 NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO
As amputações, tanto de membros superiores quanto inferiores, podem ser 
realizadas	em	diferentes	níveis	e,	segundo	Kuhn	(1997),	a	primeira	preocupação	da	equipe	
multiprofissional	não	é	com	o	nível	da	amputação	e	sim	com	a	sobrevivência	e	prognóstico	
do paciente. Quando há possibilidade de escolha e a amputação for eletiva, a equipe levará 
em consideração a possibilidade de colocação de prótese, realizando a amputação em um 
nível que permitirá o maior grau de funcionalidade para o paciente em questão.
Em	 vista	 disso,	 é	 fundamental	 para	 o	 fisioterapeuta,	 o	 conhecimento	 dos	
principais níveis de amputação, as alterações biomecânicas e limitações funcionais, 
visando a programação adequada da reabilitação do paciente, bem como sua 
protetização quando esta for possível (INSS, 2017). 
A amputação deverá ser diferenciada de desarticulação, pois a amputação 
consiste na remoção de um ou mais ossos, diferente de desarticulação 
que remove uma parte por meio de uma articulação (INSS, 2017).
NOTA
Com relação às amputações de membros inferiores, os níveis mais comuns são 
a desarticulação interfalangiana, desarticulação metatarsofalangiana, amputação trans-
metatarsiana, desarticulação de Lisfranc, amputação naviculocuneiforme-transcubóide, 
desarticulação de Chopart, desarticulação de Syme, amputação de Pirogoff, amputação 
de Boyd, amputação transtibial, desarticulação de joelho, amputação transfemoral, desarti-
culação de quadril e desarticulação sacrilíaca (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
39
Para lembrar: o membro residual de amputação é denominado coto.
IMPORTANTE
A seguir serão listadas as características das amputações mais comuns 
relacionadas aos membros inferiores:
• Amputação de Chopart: trata-se de uma desarticulação realizada entre os ossos 
navicular e cubóide com o tálus e calcâneo, respectivamente. Apresenta um predomínio 
dos	músculos	 flexores	 plantares	 inseridos	 na	 tuberosidade	 posterior	 do	 calcâneo	
sobre	a	musculatura	dorsiflexora.	Este	tipo	de	amputação	é	relacionado	a	um	braço	
curto de alavanca, que normalmente evolui para um pé equino, reduzindo, dessa 
maneira, a área de apoio (CARVALHO, 2003). 
FIGURA 33 – AMPUTAÇÕES MAIS COMUNS DO PÉ
FONTE: <https://blog.conforpes.com.br/wp-content/uploads/2020/02/amputacao-de-pe-1024x790.jpg>. 
Acesso em: 22 set. 2021.
• Amputação de Syme: consiste na desarticulação talocrural e remoção dos maléolos 
medial, lateral e parte distal da cartilagem tibial. Permite descarga distal sobre o coto 
e a presença de espaço entre o coto e o solo, possibilitando uma protetização futura 
com o pé mecânico. A marcha sem prótese é possível, porém, por causa da dismetria 
dos membros, há claudicação. Esse nível de amputação é bastante indicado por ser 
considerado como um procedimento tecnicamente fácil, apresentar um coto bastante 
longo e durável com possibilidade de descarga distal e permitir uma reabilitação e 
protetização precoce (CARVALHO, 2003). 
40
•	 Amputação	de	Pirogoff: é similar a de Syme, porém, é tecnicamente mais difícil 
e demorada. É caracterizada como uma artrodese entre a tíbia e o calcâneo. Como 
resultado, observamos um espaço menor entre o coto e o solo, quando comparado 
com a de Syme (CARVALHO, 2003). 
• Amputação de Boyd:	 é	 similar	 à	 amputação	 de	 Pirogoff,	 com	 uma	 artrodese	 do	
calcâneo	seccionado	com	a	superfície	distal	tíbiofibular.	Porém,	possui	osteotomia	
horizontal (CARVALHO, 2003).
• Amputação transtibial: ocorre entre a desarticulação tibiotársica e a de joelho. 
Podemos dividi-la em três níveis, ou seja: amputação transtibial em terço proximal, 
médio e distal. Os cotos transtibiais apresentam uma tendência à deformidade 
em	flexão	 do	 joelho,	 tanto	maior	 quanto	mais	 proximal	 for	 o	 nível	 da	 amputação	
(CARVALHO, 2003). 
FIGURA 34 – PRINCIPAIS NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES
FONTE: INSS (2017, p. 14)
• Amputação transtibial distal: possui um coto longo, o que promoverá um grande 
braço	 de	 alavanca,	 favorecendo	 a	 prótese.	 A	 deformidade	 em	 flexão	 do	 joelho	 é	
comum nesse caso. Dentre as vantagens desse tipo de amputação estão o menor 
gasto	energético,	marcha	mais	fisiológica	e	facilidade	de	protetização	em	função	da	
manutenção da articulação do joelho (CATARIN, 2019). 
41
FIGURA 35 – AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL
FONTE: MAITIN (2016, p. 442).
• Amputação no nível de desarticulação de joelho: preserva-se a patela. Em 
virtude do comprimento total do fêmur, o paciente apresenta um bom controle sobre 
a prótese. Além disso, apresenta boa alavanca de movimento, e não se observam 
deformidades importantes. Possui algumas vantagens quando comparada à amputação 
transfemoral, como a maior força muscular, melhor suspensão e adaptação da prótese e 
menor gasto energético durante a deambulação (CARVALHO, 2003).
• Amputação transfemoral: amputação realizada entre a desarticulação de joelho e 
a de quadril, podendo ser caracterizada nos seguintes níveis: terço proximal, médio e 
distal.	O	coto	geralmente	apresenta	deformidade	em	flexão	e	abdução	de	quadril.	Os	
amputados transfemorais apresentam, durante a marcha, um gasto energético 65% 
maior que cidadãos não amputados (CATARIN, 2019). 
• Hemipelvectomia: é caracterizada como a amputação da perna toda, partes da 
pelve e, por vezes, partes da região sacral. O desnível pélvico é a principal causa das 
alterações biomecânicas nos pacientes submetidos a este tipo de amputação. Isto 
ocorre	porque	 influencia	no	centro	de	gravidade	e	na	aquisição	da	marcha	futura	
destes pacientes (DENENO, 2017).
Quanto aos membros superiores, os principais níveis de amputação são:
• Desarticulação escapulotorácica.
• Desarticulação glenoumeral ou de ombro.
• Amputação transumeral.
• Desarticulação do cotovelo.
• Amputação de antebraço.
• Desarticulação de punho.
• Amputação transmetacarpal.
• Amputação metacarpofalangeana.
• Amputações interfalangeanas.42
FIGURA 36 – PRINCIPAIS NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES
FONTE: Matiello e Vasconcelos (2019, p. 61)
• Desarticulação escapulotorácica: separação entre escápula e gradil costal, 
removendo a clavícula e a escápula. Geralmente está ligada a patologias malignas 
(MAITIN, 2016).
• Desarticulação glenoumeral (ombro): nesse tipo de amputação, ocorre a retirada 
total do úmero, com preservação da clavícula e da escápula. Este tipo de desarticulação 
total deverá ser evitado sempre que possível, pois a ausência da cabeça umeral, além 
de ocasionar deformidades na região do ombro, poderá causar desvios importantes na 
coluna vertebral, principalmente nos casos de amputação unilateral (MAITIN, 2016). 
• Amputação transumeral: amputação realizada no úmero, podendo ser em 
diversos níveis. Consiste na retirada total do rádio e da ulna. O nível mais comum de 
amputação, nesse caso, é o medial. Nesses casos, quanto maior for o membro residual 
(se recomenda mais que 12 centímetros), mais fácil será a inserção e adaptações da 
prótese (INSS, 2017).
• Amputação transradial: amputação entre a articulação do tornozelo e do punho. Trata-
se da amputação mais comum realizada nos membros superiores. Sua desvantagem é a 
perda funcional dos movimentos de pronação e supinação (MAITIN, 2016).
• Desarticulação do punho: consiste na retirada total da mão, preservando a 
integridade distal dos ossos do antebraço (MAITIN, 2016). 
Além desses níveis de amputação de membro superior, as amputações podem 
ocorrer na região da mão, e podem ser feitas em diferentes níveis nessa região, desde 
43
amputações que promovam a desarticulação intercárpica, carpometacarpal, transme-
tacarpal, amputações metacarpofalangeanas até amputações de interfalangeanas dis-
tais ou proximais (INSS, 2017).
3 AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DO PACIENTE AMPUTADO
O coto de amputação é considerado o novo membro do paciente, e apresentará 
importantes funções na marcha e manutenção das posturas, como a ortostática, por 
exemplo. Para que ele tenha uma boa funcionalidade e controle da prótese, precisará 
apresentar algumas características, tais como: nível adequado, coto estável, presença 
de um bom coxim, bom estado da pele, ausência de neuromas terminais e espículas 
ósseas, boa circulação arterial e venosa, boa cicatrização e ausência de edema 
importante (MAITIN, 2016).
FIGURA 37 – COTO ÍNTEGRO PÓS-AMPUTAÇÃO
FONTE: <https://bit.ly/3B65NJW>. Acesso em: 22 set. 2021.
FIGURA 38 – COTO COM ESCORIAÇÕES E NEUROMA
FONTE: <https://bit.ly/3EddkbT>. Acesso em: 22 set 2021.
44
O processo de reabilitação deverá iniciar após a cicatrização da sutura cirúrgica, 
e	 cabe	 ao	 fisioterapeuta	 realizar	 uma	 criteriosa	 avaliação	 do	 paciente	 amputado,	
observando seu estado geral e as condições do coto (CARVALHO, 2003). 
Com	 relação	 aos	 objetivos	 do	 fisioterapeuta	 com	 o	 paciente	 na	 fase	 pré-
protetização, podemos destacar:
• Manutenção e ganho de força muscular.
• Acolhimento e humanização.
• Treinamento de transferências de postura.
• Treinamento do equilíbrio.
• Tratar e prevenir contraturas e deformidades.
• Melhora do condicionamento físico e resistência.
• Treinar a marcha com os dispositivos auxiliares (POP EBSERH, 2016). 
Após a protetização, são inseridos outros objetivos e condutas no contexto 
fisioterapeuta-paciente,	tais	como:
• Orientar o manejo e colocação da prótese da maneira correta.
• Orientar quanto aos cuidados com o coto (limpeza, prevenção de úlceras e 
enfaixamento).
• Treinar a marcha, equilíbrio e adaptação à prótese.
• Acompanhar os ajustes técnicos da prótese.
Reabilitar um paciente amputado não quer dizer necessariamente protetizá-lo. 
No	entanto,	para	os	candidatos	elegíveis	a	colocação	da	prótese,	o	fisioterapeuta	realizará	
o acompanhamento dos pacientes até que eles tenham um controle total da prótese e 
independência	nas	atividades	diárias,	profissionais	e	recreativas	(CARVALHO,	2003).	
Dentre	as	principais	condutas	do	fisioterapeuta	no	paciente	amputado,	podemos	
citar:
• Dessensibilização do coto: estímulos sensitivos realizados na extremidade distal 
do coto que irão levar ao saturamento dos receptores das vias aferentes sensitivas, visando 
uma normalização da sensibilidade local e melhor adaptação futura à prótese. Esses 
estímulos podem ser realizados com materiais simples, como algodão, buchinha de 
lavar	louças,	escova	de	dentes,	toalha	e	cubos	de	gelo.	O	fisioterapeuta	deverá	orientar	
o paciente a realizar a dessensibilização do coto passando os materiais de diversas 
texturas sobre o mesmo, iniciando de forma suave e aumentando sucessivamente a 
frequência e a duração dos movimentos (CARVALHO, 2003). 
• Enfaixamento do coto: enfaixamentos com ataduras elásticas são úteis tanto 
na redução do edema como principalmente para moldar o coto para uma posterior 
protetização, tornando-o afunilado e apto a receber o encaixe protético. A maior 
compressão deve ser na ponta do coto e essa pressão deverá ser gradativamente 
diminuída em direção proximal ao segmento amputado. É importante que o enfaixamento 
tenha abrangência de todo o segmento do coto de amputação (CARVALHO, 2003).
45
FIGURA 39 – EXEMPLO DE ENFAIXAMENTO DO COTO EM AMPUTAÇÃO ABAIXO DO JOELHO
FONTE: <https://bit.ly/3GhgzAX>. Acesso em: 22 set. 2021.
• Hidroterapia:	 a	 imersão	 em	 água	 facilitará	 a	 realização	 das	 técnicas	 fisioterapêuticas	
como alongamento, fortalecimento, mobilização articular, treinamento de marcha e de 
equilíbrio	e	de	resistência	à	fadiga	(KISNER,	2005).	
• Eletroterapia: o ultrassom pulsado possui efeitos positivos quando aplicado sob o 
coto,	reduzindo	a	dor	e	as	retrações	do	tecido	fibroso	(AGNE,	2006).	O	TENS	(Estimulação	
Elétrica Nervosa Transcutânea) tem um bom índice de utilização. As indicações 
para o uso do TENS são o alívio da dor, dessensibilização e redução da dor fantasma 
(CARVALHO, 2003). O Laser de baixa potência também possui efeitos positivos 
quando aplicado sobre o coto, tais como analgesia local, ação antiedematosa e anti-
inflamatória,	facilitando	a	cicatrização	(AGNE,	2006).	
FIGURA 40 – APLICAÇÃO DE LASER EM PACIENTE AMPUTADO
FONTE: <https://www.fisicontrol.pt/uploads/servicos_galeria/image[15].jpg>. Acesso em: 22 set. 2021.
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A	 fisioterapia	 deverá	 ser	 iniciada	 o	 mais	 breve	 possível	 após	 a	 amputação,	
utilizando as técnicas descritas anteriormente e, também, exercícios ativo-assistidos, 
ativo-livres e isométricos, exercícios de equilíbrio e propriocepção, fortalecimento do 
membro contralateral e treino de marcha. Além disso, todos os grupos musculares dos 
membros superiores, do tronco e dos membros inferiores deverão ser trabalhados, e não 
somente aqueles que agem contra as deformidades (CARVALHO, 2003). 
FIGURA 41 – FISIOTERAPIA PÓS-PROTETIZAÇÃO
FONTE: <http://www.clinicafisioform.com.br/uploads/Texto_Luize%20(4).jpg>. Acesso em: 22 set. 2021.
Para ampliar o seu conhecimento acerca das orientações que são 
necessárias ao paciente amputado, leia o Guia de orientações ao paciente 
amputado, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), através do link: 
http://www.hcfmb.unesp.br/wp-content/uploads/2019/06/Amputado-1.pdf
DICA
A reabilitação em pacientes amputados deverá ser realizada com apoio de uma 
equipe	multiprofissional,	 objetivando	 o	 ganho	máximo	de	 independência	 funcional	 e	
qualidade de vida. Em vista disso, após uma amputação, o paciente poderá fazer uso 
de	diversos	tipos	de	próteses,	órteses	ou	dispositivos	auxiliares	de	marcha,	a	fim	de	melhorar	
a funcionalidade no desempenho das suas atividades de vida diária (BRASIL, 2013). No 
entanto, o uso de órteses e próteses, bem como os tipos, indicações e contraindicações para 
cada nível de amputação, é assunto para a próxima unidade. 
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LEITURA
COMPLEMENTAR
O USO DE DISPOSITIVOS AUXILIARES PARA MARCHA EM IDOSOS E 
SUA RELAÇÃO COM AUTOEFICÁCIA PARA QUEDAS
Vanessa S. Albuquerque
 Laíze P. Fernandes
 Francisco Eduardo F. Delgado 
Cláudia Helena C. Mármora
INTRODUÇÃO

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