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COLISÕES EM UMA DIMENSÃO Objetivo Estudar as leis de conservação do momento linear e da energia numa colisão entre dois pêndulos. Introdução É conveniente lembrar algumas propriedades do movimento do pêndulo simples antes de iniciar o estudo de colisão unidimensional de que trata esta experiência. O segundo experimento (Medição da Aceleração de Gravidade) discute as propriedades do pêndulo simples que serão necessárias para o entendimento desta experiência. A primeira, e mais importante delas, é a de que ao passar pelo ponto mais baixo de sua trajetória a resultante das forças que atuam sobre a massa do pêndulo está na direção vertical. Em sendo assim, no instante em que o pêndulo passa por este ponto, não existe nenhuma força atuando na direção horizontal. Como conseqüência a componente da aceleração nesta direção é nula. Além disso, o módulo da velocidade v do pêndulo é máximo neste ponto e é dado aproximadamente pela expressão (1), abaixo – vide expressão (10) da experiência da Medição da Aceleração da Gravidade: xT πv p 2≈ (1) onde Tp é o período do pêndulo, o qual independe da massa do mesmo, e x (<<ℓ) é o afastamento horizontal quando o pêndulo é levado do ponto O ao ponto b, conforme está ilustrado na Figura 1. Figura 1 T T ℓ A seguir, com base em princípios fundamentais, será discutida a colisão entre dois pêndulos simples de mesmo comprimento. Considerem-se dois pêndulos, de massas m1 e m2, sendo m1 < m2, dispostos de forma que suas posições de equilíbrio correspondam às esferas em ligeiro contato, isto é, tangenciando-se mutuamente, como mostra a figura 2. A esfera de massa m1 é deslocada de sua posição de equilíbrio, ao longo de um pequeno arco de circunferência, cuja projeção sobre a mesa é o afastamento horizontal x em relação à origem, conforme está mostrado na Figura 1. Quando a esfera é solta, m1 adquire velocidade crescente ao longo de sua trajetória e colide com a massa m2 que está no ponto mais baixo do arco de circunferência. No “instante” da colisão, a única força na direção horizontal que atua sobre m1 é a força exercida pela esfera colidida (isto é, m2). Considerando- se o sistema formado pelas massas m1 e m2, no “instante” da colisão, o momento linear do sistema na direção horizontal é conservado, pois a componente horizontal da resultante das forças externas exercidas sobre ele é nula. A conservação do momento linear do sistema formado pelas massas m1 e m2 no “instante” da colisão será examinada com maior detalhe no Apêndice I. O momento linear do sistema imediatamente antes da colisão, pantes, é dado por pantes = m1 vo (2) onde vo é a velocidade da massa m1 no instante que esta atinge o ponto mais baixo de sua trajetória. Após a colisão, o momento linear do sistema é distribuído entre m1 e m2, de tal modo que estas massas adquirem velocidades v1 e v2 respectivamente. O momento linear pdepois do sistema, logo após a colisão, passa a ser expresso por: pdepois = m1v1 + m2v2 (3) Convém observar que as equações (2) e (3) têm caráter vetorial, mesmo estando todos os vetores na mesma direção. Cada uma dessas velocidades pode ser calculada a partir da equação (1), onde o período Tp e o afastamento x são obtidos experimentalmente. A conservação do momento linear do sistema é expressa por: pantes = pdepois (4) No caso de uma colisão perfeitamente elástica, além da conservação do momento linear, ocorre também a conservação da energia cinética (isto é, Kantes = Kdepois.). As expressões de Kantes e Kdepois. são dadas, respectivamente, por: Kantes ≡ Ko = 2o1vm2 1 (5) Figura 2 Kdepois ≡ K1 + K2 = 222211 vm2 1vm 2 1 + (6) No caso de uma colisão inelástica, existe transformação de energia cinética em outros tipos de energia (deformação, por exemplo) e, assim, Kantes> Kdepois. Numa colisão perfeitamente inelástica, as velocidades de m1 e m2 após a colisão são iguais, isto é, v1 = v2 = V. A velocidade V do sistema, após a colisão, também pode ser calculada a partir da equação (1), onde o período Tp e o afastamento x são obtidos experimentalmente. Para a colisão inelástica, a expressão (3) passa a ser: pdepois = ( m1+ m2) V (7) Apêndice I - A conservação do momento linear Sejam duas partículas de massas m1 e m2 cujo movimento, restrito ao eixo x, foi iniciado no instante t=0 (vide Figura Ia). Considere que uma força F1 atue em m1 e F2 atue em m2 de forma que as duas partículas se aproximam uma da outra em rota de colisão. Em um dado instante, tcol, as partículas começam a se tocar dando início ao processo de colisão (vide Figura IIb). Durante este processo além da força externa F2, age sobre a partícula de massa m2 a força de interação F12 devida à colisão com a partícula de massa m1. Sobre a partícula de massa m1 além da força externa F1 age também a força de interação F21 devida à colisão com a partícula de massa m2. Estas forças de interação, que aparecem em razão do processo de colisão entre as partículas, são forças internas ao sistema formado por elas. A soma vetorial destas duas forças F12 e F21, é nula, em decorrência da 3ª lei de Newton (elas formam um par ação – reação): F12 + F21 = 0 (I.1) O intervalo de tempo ∆t , durante o qual agem as forças de interação é muito pequeno. Trata-se do “instante” mencionado no texto. A dependência temporal destas forças não é simples (vide gráfico à direita da Figura IIb). Apesar da curta duração, as forças de interação Figura II ou forças internas podem alterar significativamente as velocidades das partículas (vide Figura IIc). Nos instantes t < tcol e t > tcol + ∆t o movimento das partículas é regido pelas equações: m1a1 = F1 (I.2a) m2a2 = F2 (I.2b) onde a1 e a2 são as acelerações das partículas de massas m1 e m2 respectivamente. No intervalo de tempo entre tcol e tcol + ∆t além das forças externas F1 e F2 agem também as forças de interação F12 e F21 devidas à colisão entre as partículas. As equações de movimento são então: m1a1 = m1 dv dt 1 = F1 + F21 (I.3a) m2a2 = m2 dv dt 2 = F2 + F12 (I.3b) Somando (II.3a) e (II.3b) e fazendo uso de (II.1) vem: d dt ( m1v1 + m2v2 ) = F1 + F2 (I.4) onde foi considerado que m1 e m2 não dependem do tempo. Sendo o momento linear total do sistema a soma dos momenta das partículas, p = m1v1 + m2v2 e chamando de força externa total a soma Fext = F1 + F2, a equação (II.4) fica: dt dp = Fext (I.5) Note que as forças de interação F12 e F21 (forças internas no sistema constituído pelas partículas de massas m1 e m2) não aparecem nesta equação. Se o somatório das forças externas atuando no sistema for nulo (ou seja, se a resultante das forças externas for igual a zero), o momento linear total do sistema será constante, isto é, independente do tempo: dt dp = 0 ou p = constante (I.6) ou seja, p tem o mesmo valor antes, durante e depois da colisão. Esta é a lei de conservação do momento linear e pode facilmente ser generalizada para um sistema de muitas partículas. Bancada ___________ Data________________ Turma_____ Nomes: 1- ________________________________________________________ 2- ________________________________________________________ Procedimento Experimental: COLISÕES EM UMA DIMENSÃO 1. Meça o período Tp de um dos pêndulos. Para tanto, deixe a massa oscilar a partir de um afastamento x. O período Tp pode ser definido como sendo o tempo decorrido desde o instante em que a massa do pêndulo deixa a posição de maior afastamento da vertical, até o instante em que ela retorna à mesma posição. Determine um intervalo de tempo ∆t correspondente a n períodos, de modo que Tp = ∆t / n. Se você considerarn = 5, por exemplo, seu resultado terá menor incerteza do que se medir apenas um único período. Período Tp de um dos pêndulos = ________________ Massa m1 do pêndulo 1 = ______________________ Massa m2 do pêndulo 2 = ______________________ 2. Colisão elástica 2.1- Desloque a esfera de massa m1 (m1 < m2) de sua posição de equilíbrio e meça cuidadosamente o afastamento horizontal x0. 2.2- Solte então o pêndulo de massa m1 e meça os afastamentos x1 e x2 de cada uma das duas esferas, m1 e m2, respectivamente, após a colisão. 2.3- Para tanto, determine primeiro o afastamento x1, coloque o sistema em equilíbrio e volte a soltar a esfera de massa m1 da mesma posição x0 anterior. Meça agora o afastamento x2 da esfera m2. 2.4- Repita o procedimento descrito acima para outros afastamentos x0 e preencha a tabela. Atente às unidades ao preencher a tabela x0 ( ) x1 ( ) x2 ( ) p0antes ( ) p1depois ( ) p2 depois ( ) PTotal depois ( ) xv pT 2π≈ 2.5- Para cada valor de x0 determine a variação percentual relativa da quantidade de movimento. 100 x p |)p(p| antes antesdepois − x0 % Média 2.6- Preencha a tabela abaixo. Lembre-se que a energia cinética pode ser calculada como K = p2/2m. 2.7- Para cada valor de x0 determine a variação percentual relativa da energia cinética 100 x K )K(K antes antesdepois − . x0 % Média x0 ( ) K0 ( ) K1 ( ) K2 ( ) KTotal depois ( )
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