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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 1 1. Introdução Raio X é o primeiro exame para qualquer queixa torácica; método de investigação inicial USG possui indicações específicas, avaliando as características do tipo derrame pleural; utilizado para derrames menores que 200mL FAST USG avalia derrame pleural e pneumotórax TC quando o RX não esclarece, sendo o padrão ouro para patologias torácicas; método que esclarece RNM não serve para avaliar parênquima pulmonar; indicado para exceção onde há contraindicação para a TC 2. Passo a passo Vasos *Parte superior de pulmão pela visualização da traqueia não bifurcada *O arco aortico trifurca em tronco braquicefálico, carotida comum esquerda e subclávia esquerda Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 2 *Pulmão médio, abaixo da carina *Os principais vasos mediastinais possuem intima relação com o pulmão; quando não estão é indicativo de doença linfoproliferativas *Pulmão baixo Mediastino “Y” mostra a artéria pulmonar direita e esquerda; tronco pulmonar Veia Ázigo Quinta câmara; aorta Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 3 Obs. Sopro em rolha ou sopro de gaivota é a ruptura de septo; é uma das principais complicações pós IAM Pulmão *Os vasos sempre acompanham os brônquios em paralelo; o brônquio nunca é maior – na normalidade – do diâmetro do vaso 3. Anatomia radiológica torácica Utiliza o mesmo princípio biofísico do raio x para a aquisição das imagens, mas consegue atravessar o paciente em todas as direções A imagem é formada sem sobreposição de densidade A diferença entre a singleslice e a multislice é o número de fileiras de detectores durante a rotação da ampola, ampliando a qualidade de imagem (maior precisão, maior nitidez) e tendo maior rapidez para a obtenção Grau de exposição à radiação ionizante → TC é maior que o RX; Tc multislice maior que a Tc singleslice Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 4 Sempre apresentada em, pelo menos, duas janelas → Mediastino e pulmonar Metodologia do ABCDE do trauma para avaliar ❖ A → Vias aéreas; traqueia centrada; brônquio fonte direito e esquerdo; carina ❖ B → Respiração; campos pulmonares direito e esquerdo; avalia o volume (simetria); avalia a transparência ❖ C → Circulação; avaliação do coração e os grandes vasos ❖ D → Diafragma; avaliação da cúpula frênica direita e esquerda ❖ E → Algo a mais (demais estruturas); avaliação do arcabouço ósseo, clavícula, escapula, úmero, vertebras e arcos costais (anteriores e posteriores); avalia as partes moles musculares e subcutâneo; próteses, acessos, cateteres, sondas e drenos Avaliação quanto à exposição de acordo com o biotipo do paciente: ❖ Exposição → Pode ser adequada, super (película pouco queimada; vê muito os corpos vertebrais; pulmão muito preto; estruturas vasculares apagadas) e sub (película muito queimada; não visualiza os corpos vertebrais) ❖ Posicionamento → Omoplata (escapula) fora do campo; se está ou não rodado sendo avaliada através do traçado vertical no centro do corpo vertebral (dentro do corpo vertebral tem os pedículos (mais na parte periférica) e no centro tem os processos espinhosos – faz o traçado nele) e horizontal para estabelecer a simetria entre o espaçamento das clavículas (borda medial da clavícula); outro parâmetro é através do posicionamento das escapulas (ideal quando a escapula está fora do campo) ❖ Inspiração → Avalia a extensão longitudinal do campo pulmonar; a avaliação de é ou não satisfatório é feita pela contagem das vertebras anteriores (obliquas) e posteriores (horizontalizados); para um RX estar com inspiração satisfatória os campos pulmonares anteriores devem cobrir entre 7 e 9 e posteriores entre 9 e 11 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 5 Estruturas: Incidências (direcionamento da entrada a saída do RX): ❖ AP → Utilizado quando o paciente não consegue ficar em ortostase ou que não é colaborativo ❖ PA → Melhor incidência, pois não tem falsa cardiomegalia; deixa as bordas mais definidas; sinal patognomônico dessa incidência é a bolha ar gástrica; sinais sugestivos de PA (escápula fora do campo; tamanho do coração menor e mais verticalizado; tamanho menor dos grandes vasos da base; menor calibre dos vasos intrapulmonares; maior diâmetro longitudinal dos campos pulmonares; maior numero de costelas e espaçamento entre elas) ❖ Perfil ❖ A necessidade de ter duas incidências é para evitar a sobreposição das densidades *Quanto maior a distância, maior distorção haverá Imagem das estruturas que são avaliadas: Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 6 4. Janela de mediastino No raio x a imagem é apresentada no plano longitudinal ❖ Coronal → Se for AP ou PA ❖ Sagital → Se for perfil Na tomografia a imagem é adquirida no plano axial ou transversal ❖ Superior = Anterior ❖ Inferior = Posterior 5. Janela de pulmão O pulmão é dividido em segmentos O direito possui três lobos O esquerdo possui dois lobos Observa-se uma tonalidade mais acinzentada *Os brônquios acompanham os vasos demonstrando na imagem de acordo com a incidência da radiação (perpendicular redondo e paralelo fica linear) 6. Padrões na TC Padrão ouro para doenças do parênquima pulmonar Aumento da atenuação ❖ Menos preto e mais branco ❖ Reduz a transparência ❖ Padrão alveolar/ consolidação ❖ Vidro fosco → Não é visto no raio X; padrão intersticial ❖ Pneumonia viral → Padrão intersticial ❖ Pneumonia bacteriana → Padrão consolidativo Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 7 Diminuição da atenuação ❖ Mais preto e menos branco ❖ Enfisema ❖ Fibrose Padrão intersticial → Opacidade reticular ou nodular Nódulos e massas Linfonodomegalias Redução do volume pulmonar Doenças pleurais 7. Tc de tórax – técnicas Tc de tórax sem contraste (corte de 2mm) Tc de tórax com contraste (corte de 2mm) Tc de tórax em alta resolução → Solicitado em doenças apenas difusas; corte de 1mm; intervalos de 10mm para o próximo corte quando enviado após a reconstrução ❖ Avaliação de pacientes com suspeita de doença infiltrativa pulmonar, mas com achados normais ou inespecíficos ao raio x Angio-Tc do tórax → Solicitado para doenças vasculares; sempre com contraste; contraste específico; cortes muito finos (1mm) sem intervalo; direcionada com o tempo específico do vaso avaliado 8. Padrão de alta atenuação Aumento da atenuação se refere à opacificação na Tc de alta resolução Quando obscurece os vasos subjacentes, chama-se consolidação, que se refere ao preenchimento do espaço aéreo por sangue, pus, edema ou células Quando não obscurece os vasos subjacentes, chama-se opacidade em vidro fosco Ambos indicam doença ativa e reversível Consolidação X vidro fosco → Padrões de aumento da atenuação *Sinal do broncograma aéreo visto tipicamente na pneumonia comunitária, quando os alvéolos estão cheios líquido; quando há o apagamento do contorno o sinal radiológico é o da silhueta; apagamento dos vasos; consolidação *Aumento da atenuação sem apagar os vasos, indicando que o líquido está fora do alvéolo (intersticial); vidro fosco Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 8 *Consolidação; setas mostrando o broncograma aéreo *Vidro fosco – janela de pulmão *Vidro fosco *Vidro fosco; aumento da área cardíaca 9. Protocolo dos exames de COVID 19 TCAR → Atenuação em vidro fosco Não está indicado o uso domeio de contraste endovenoso Pacientes com quadro clínico e laboratorial de suspeita da doença, especialmente naqueles com quadro clínico mais grava A Tc do tórax não deve ser realizada no rastreamento da doença, mas nos pacientes hospitalizados sintomáticos com radiografias normais ou com achados indeterminados Os exames de imagem estão indicados na avaliação de complicações e pesquisa de diagnóstico alternativo Raio X de tórax → Geralmente normal nas fases iniciais, quando a Tc já evidencia achados típicos Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 9 Paciente do sexo feminino, 59 anos, apresentou quadro de febre após viagem internacional. O RT-PCR foi positivo para COVID-19. Tc com 5 dias após início do quadro Achados dos exames de imagem ❖ Padrão de opacidade me vidro fosco, bilateral, periférico e predominantemente basal ❖ Ausência de Linfonodomegalia, derrame pleural, escavação e nódulos ❖ Cerca de 50% dos pacientes podem ter Tc normal na fase inicial → 0-2dias do início dos sintomas ❖ Pode evoluir para fibrose em presença de doença pulmonar grave ❖ Considerar outros diagnósticos em presença ➢ Derrame pleural ➢ Linfonodomegalia ➢ Lesão ou lesões pulmonar(es) escavada(s) ➢ Padrão de consolidação lobar ➢ Padrão de “árvore em brotamento” Padrão de derrame pleural → Visualizado na janela de mediastino *Exame com contraste Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 10 Padrão de linfonodomegalias → Visualizado na janela de mediastino *Exame com contraste; bolinhas é linfonodomegalias Padrão de lesão pulmonar escavada Padrão de consolidação lobar Padrão de nódulos centrolobulares tipo “árvore em brotamento” *Praticamente patognomônico em pacientes com tuberculose Diagnóstico diferencial Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 11 10. Padrão de baixa atenuação - enfisema Enfisema envolve o alargamento anormal e irreversível do espaço aéreos distal, associado à destruição parenquimatosa *Enfisema bolhoso *Enfisema 11. Padrão de espessamento septal interlobular em “favo de mel” – Honeycombing O termo padrão em favo de mel é usado para descrever uma doença fibrosante em estágio final, irreversível e com prognóstico pobre A TCAR mostra espaços císticos aéreos de distribuição subpleural e basal associada ou espessamento de septos interlobulares Esse achado na TCAR pode ser acompanhado por outros sinais de fibrose, tais como bronquiectasias de tração 12. Anormalidade reticular espessamento do septo interlobular Opacidades reticulares são vistas na TCAR como resultado de espessamento dos septos interlobulares por edema, infiltração de células neoplásicas ou fibrose *As setas mostram o espessamento dos septos interlobulares Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 12 13. Múltiplos pequenos nódulos metastáticos 14. Padrão nodular – nódulo solitário Pensa em tumor primário Verificar o tamanho → Se maior que 1cm fala a favor de benignidade Contorno espiculado tem maior indicativo para malignidade 15. Bronquiectasia de tração Dilatação anormal da árvore brônquica como consequência de fibrose intersticial Achado de anel de sinete → Quando há a inversão do diâmetro do brônquio e o vaso Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 13 16. Revisão Alargamento de mediastino Calcificação vascular Nódulo pulmonar com apagamento do contorno do AD (sinal da silhueta) Infiltrado reticulo-nodular acometendo ambos os campos pulmonares Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 14 TEP – trombo em cavaleira *Tamanho de trombo não influencia na gravidade Linfoma mediastinal → Alargamento mediastinal causado por 5ts (timoma, teratoma, terrível linfoma, tireoide (bócio mergulhante) e aneurisma de aorta torácica) *Afastamento dos vasos do pulmão por massa (4ts) Bronquiectasia -anel de sinete Favo de mel *Comum em fibrose idiopática Sinal do trilho do trem Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 15 Desvio mediastinal para a esquerda *Atelectasia de lobo inferior de pulmão esquerdo Adenocarcinoma de lobo superior esquerdo *Adenocarcinoma é mais periférico e o carcinoma escamocelular é mais central; se comprimir o plexo braquial causa a síndrome de Pancoast Tríade de Honer com ptose parcial, miose e anidrose ipselateral ao tumor Cavitação Broncograma aéreo com consolidação pulmonar *Pneumonia bacteriana Broncograma aéreo Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 16 Padrão vidro fosco *Pneumonias virais, congestão pulmonar; inflamação intersticial *Covid TEP bilateral Pneumotórax Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 17 Enfisema pulmonar clássico de DPOC – mais periférico *Região superior do pulmão Enfisema pulmonar clássico de deficiência de alfa 1 antitripsina (DAAT) – mais central * A deficiência de alfa-1 antitripsina é a ausência congênita de uma antiprotease pulmonar primária, alfa-1 antitripsina, que leva ao aumento da destruição tecidual mediada pela protease e enfisema em adultos. Cavitação da tuberculose – árvore em brotamento Bola fúngica – Criptococo e paracoco Cavitação Árvore em brotamento Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 18 Derrame pleural Metástase em bala de canhão *Especialmente em tumores de mama, ósseo e bexiga Tuberculose miliar Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 14: ANALISANDO TC DE TÓRAX 19 Timoma Aneurisma de aorta *Dissecção de aorta 17. Sinais Linfonodo de Virshow → Linfonodo supraclavicular esquerdo Irish → Lindonodo axilar Sister Mary Joseph → Linfonodo periumbilical Tumor de Krukenberg → Metástase do tumor gastrointestinal para tumor de ovário Prateleira de Blumer → Infiltração de saco de ovário Síndrome de Trousseau → Distúrbio de coagulação Síndrome de Lesser-Trélat → Ceratose seborreica Síndrome de Pancoast → Compressão de vasos – especialmente do plexo braquiocefálico Síndrome de Horner → Ptose, miose e anidrose ipsilateral ao tumor Referências bibliográficas Aula de Dr. Murilo Ramos (13/10/2021) Aula de Dra. Adriana (15/03/2021 – 22/03/2021) Tratado de radiologia: InRad HCFMUSP, volume 1: neurorradiologia : cabeça e pescoço / editores Giovanni Guido Cerri, Claudia da Costa Leite, Manoel de Souza Rocha. — Barueri, SP: Manole, 2017. Melo Alessandro Severo Alves de, Moreira Luiza Beatriz Melo, Marchiori Edson. Lesões traumáticas do mediastino: aspectos na tomografia computadorizada. Radiol Bras [Internet]. 2003 Oct [cited 2021 Mar 15]; 36(5): 283-286. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842003000500006&lng=en. https://doi.org/10.1590/S0100-39842003000500006.
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