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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO À DOCÊNCIA (PE:ID) 
 
 
POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 
 
REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO 
 
 
 
 
 
Christiane Helena Guindo RA 1910543 
 
 
 
 
 
 
 
Polo de Santa Bárbara d’Oeste / SP 
2019 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. Texto selecionado: “Começando pela cozinha”, Rubem Alves ............................. 3 
2. Reflexões referentes ao texto selecionado ................................................................ 4 
Referências ........................................................................................................................... 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. Texto selecionado: “Começando pela cozinha”, Rubem Alves 
O processo de aprendizagem se inicia com a formulação de perguntas. 
Sugeri, faz tempo, que para entrar numa escola alunos e professores deveriam 
passar por uma cozinha. Os cozinheiros podem dar lições aos professores. Foi 
na cozinha que a Babette e a Tita 
realizaram suas feitiçarias. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes 
não se iniciam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A 
verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome. 
Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a 
fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Eu era menino. Ao lado 
da pequena casa onde eu morava havia um pomar enorme que eu devorava 
com os olhos. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois 
metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia. Eram pequenas, 
redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas pitangas provocou o 
meu desejo. Eu queria comê-las. E foi então que, provocada pelo meu desejo, 
minha máquina de pensar se pôs a funcionar. 
O pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu 
desejo. Se eu não tivesse visto e desejado as ditas pitangas minha máquina de 
pensar teria permanecido parada. Imagine que a vizinha, ao ver os meus olhos 
desejantes, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das pitangas. 
Nesse caso também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu 
desejo teria se realizado por meio de um atalho sem que eu tivesse tido 
necessidade de pensar. 
Se o desejo for satisfeito a máquina de pensar não pensa. A maneira mais fácil 
de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos 
pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido as 
perguntas. Provocada pelo meu desejo minha máquina de pensar me fez uma 
primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as frutas.” Sim, de 
fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia 
4 
 
um senão: o medo. Assim, rejeitei o pensamento criminoso. Mas o desejo 
continuou e tratei de encontrar outra solução: “construa uma maquineta de 
roubar pitangas”. 
McLuhan ensinou que os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas 
são extensões das pernas, por exemplo. Uma maquineta de roubar frutas seria 
uma extensão do braço. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido 
de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam. 
Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta 
do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura. 
Feita a minha máquina apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu 
desejo. Conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo. 
Imagine agora que eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, 
tivesse a ideia de ensinar meu vizinho a fabricar maquinetas de roubar 
pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco: não 
havia pitangas para serem roubadas. 
A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. Conhecimentos que não 
são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um 
homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O 
banquete nunca será servido. Dizia Miguel de Unamuno: “saber por saber: isso 
é inumano…”. A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar a 
faca e o queijo ao aluno, deve provocar a fome. 
2. Reflexões referentes ao texto selecionado 
A mensagem que educa não são os conteúdos curriculares, e sim o “embrulho” 
em que eles são ensinados. 
Como professores, devemos instigar nossos alunos, torná-los curiosos pelo 
conteúdo a ser ensinado por nós de modo que a aula não seja feita apenas de 
giz, lousa, cópia e leitura do que foi copiado. As aulas têm que prender a 
atenção do aluno de forma dinâmica e divertida, por que não?! Torná-los 
questionadores e pensadores críticos. 
5 
 
A partir arte de pensar se constroem todos os saberes. Pensar é saber o que 
fazer com as informações. Informação sem pensamento é coisa morta. A arte 
de pensar tem a ver com um permanente espantar-se diante do assombro do 
mundo, fazer perguntas diante do desconhecido, não ter medo de errar, porque 
os saberes se encontram sempre depois de muitos erros. 
Um professor bem qualificado, hoje em dia, é aquele professor provocador que 
deixa seus alunos sempre “com fome”, com “gostinho de quero mais”... 
Ás vezes, o aluno até tem “fome”, mas a desmotivação do professor (por 
inúmeros fatores) acaba erradicando essa fome de maneira errada, dando todo 
o conteúdo “mastigado”, sem a graça de saber o porquê das coisas. Daí surge 
os comentários de que determinado professor é chato, aquela aula é 
insuportável... Devemos lembrar-nos do ditado popular, que nesse caso, faz 
todo o sentido: “Cada um colhe o que planta”. 
E como disse certa vez, um dos maiores filósofos da história: “Daí de comer a 
quem tem fome”. Muitas vezes negamos para os alunos o que eles mais 
querem aprender. Muitas vezes podemos fazer algo muito simples para vê-los 
interagindo e felizes. Temos a tendência a agir de acordo com o que é melhor 
para nós, quando na verdade, devemos nos colocar no lugar do outro e 
entender a necessidade dele. 
 
 
 
Referências 
Site 
<http://www.revistaeducacao.com.br/comecando-pela-cozinha/>. Acesso em: 
26. abr 2019. 
	1. Texto selecionado: “Começando pela cozinha”, Rubem Alves
	2. Reflexões referentes ao texto selecionado
	Referências

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