RESUMO - LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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A improbidade administrativa é uma conduta inadequada, praticada por agentes públicos ou outros envolvidos, que causa danos à administração pública.

O ato de improbidade administrativa possui duas espécies de sujeito ativo: o próprio e o impróprio.

Próprio : São os agentes públicos em sentido amplo.

Impróprio : São os particulares que induzem, concorrem ou são beneficiados com um ato de improbidade administrativa. Porém, o particular só comete uma improbidade em conjunto com agente público.

Um agente público é uma pessoa física que ocupa um cargo, um emprego público, um mandato ou uma função pública. Pode ser por meio de nomeação, designação, eleição, contratação ou qualquer outro meio, mesmo que de forma transitória e sem remuneração.

Os agentes políticos também respondem por atos de improbidade administrativa. Salvo o Presidente da República, que responde pelo ato por lei própria, não igual aos demais.

Já a administração pública direta e indireta compõe o polo passivo, ou seja, é o sujeito passivo do ato de improbidade administrativa E engloba os três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Inclui também as empresas incorporadas ao patrimônio público e entidades privadas, que possuem dinheiro público em seu capital. Nesta última, pode dividir em: aquelas que recebem mais de 50%, aquelas que recebem menos de 50% e que recebem alguma subvenção, benefício ou incentivo.

Nas empresas que recebem mais de 50% a improbidade administrativa é tratada da mesma forma que nos demais. Já nas empresas que recebem menos de 50% e aquelas que recebem uma subvenção, benefício ou incentivo, a sanção patrimonial estará limitada à repercussão do ilícito na contribuição pública.

Disposições Gerais

Quando houver lesão ao patrimônio público deve ser feito o integral ressarcimento.

Quando houver enriquecimento ilícito ocorrerá a perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente.

Autoridade administrativa responsável pelo inquérito, representa o Ministério Público e este pode pedir a indisponibilidade dos bens (que é um congelamento do patrimônio do réu) para garantir um possível ressarcimento ou perda dos bens.

O Superior Tribunal de Justiça também entende possível a indisponibilidade no caso de atos que atentem aos princípios da Administração Pública.

O pedido de indisponibilidade de bens é uma medida cautelar e é necessário comprovar a verossimilhança das alegações. Ao contrário das demais medidas cautelares previstas no Código de Processo Civil, na indisponibilidade de bens não é necessário comprovar o periculum in mora , porque, nesses casos, ele é presumido

O herdeiro daquele que praticou um ato de improbidade pode ser responsabilizado patrimonialmente, mas responde até o limite da herança.

Atos de improbidade administrativa

A improbidade administrativa pode ser uma ação ou uma omissão .

Enriquecimento ilícito : Obter uma vantagem patrimonial indevida. Só é possível na modalidade dolosa . Prejuízo ao erário : Prejudicar os cofres públicos. Deve haver o integral ressarcimento. É possível na modalidade dolosa e culposa . Atentar contra os princípios da Administração Pública (legalidade, impessoalidade moralidade publicidade e eficiência): Só é possível na modalidade dolosa . Concessão/aplicação indevida de benefício tributário ou financeiro .

A jurisprudência entende que a tortura é uma improbidade administrativa.

Penalidades

A perda da função pública; Suspensão dos direitos políticos; Indisponibilidade dos bens; Integral ressarcimento; Perda dos bens e valores ilícitos; Multa; Proibição de contratar ou receber benefícios e incentivos da Administração Pública.

A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só podem ser efetivados após o trânsito em julgado da sentença condenatória.

As penalidades da lei de improbidade administrativa não substituem as sanções administrativas, penais e civis.

São aplicadas de forma isolada ou cumulativa, dependendo da gravidade.

A aplicação das penalidades independe de efetiva ocorrência de dano, salvo a pena de ressarcimento e prejuízo ao erário, e a aprovação/rejeição das contas.

Exceção: O Superior Tribunal de Justiça entende que não configura prejuízo ao erário quando há dispensa da licitação mas foi praticado preço de mercado e ninguém foi beneficiado.

Declaração de bens e valores

Ocorre na posse ou durante o exercício da função pública e é atualizada anualmente ou quando deixa o cargo. A recusa ou apresentação falsa acarreta a demissão.

É possível entregar a cópia da declaração de imposto de renda como uma forma de declaração de bens e valores.

O procedimento e processo judicial

A representação pode ser feita por qualquer pessoa, porém não pode ser anônima. É feita de forma verbal ou escrita, quando verbal deve ser reduzida a termo. Na representação devem haver sempre informações e provas.

Representar contra alguém que sabe ser inocente é crime.

Ação judicial é uma ação civil e pode ser proposta por pessoa jurídica interessada e pelo Ministério Público.

As sanções não possuem natureza penal.

Não cabe foro por prerrogativa de função.

Quando Ministério Público não for parte, ele será intimado para atuar como fiscal da Lei, sob pena de nulidade.

Ação é realizada pelo rito ordinário e o autor tem o prazo de 30 dias para sua interposição, após a efetivação da indisponibilidade de bens.

É cabível o acordo de não persecução cível.

Também há a possibilidade de solução consensual , que, nesse caso, deve ser requerida a interrupção do prazo de contestação por até 90 dias.

Afastamento temporário

Ocorre quando for necessário para a instrução processual. É determinado pela autoridade administrativa ou pela autoridade judicial.

Não é uma penalidade, pois continua sendo remunerado.

Prescrição

Ocorre a prescrição após 5 anos do término do mandato, do fim da função pública e do cargo comissionado.

Nas entidades privadas que possuem menos de 50% de direito público em seu patrimônio, ocorre a prescrição após 5 anos da prestação final de contas.

As ações de ressarcimento por ato de improbidade administrativa são imprescritíveis.

O Supremo Tribunal Federal entende que as ações de ressarcimento ao erário quando dolosa são imprescritíveis, quando culposas são prescritíveis em cinco anos.

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