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Física das radiações Conceitos fundamentais ● Estrutura atômica ○ Núcleo: ■ Prótons ■ Nêutrons ○ Eletrosfera: ■ Elétrons ○ Átomo neutro (equilíbrio): ■ Prótons = elétrons ● Ionização ○ Processo de formação de um par de íons ■ Quando a radiação cede energia suficiente para e remover qualquer elétron do orbital ■ Elétrons presos ao núcleo pela energia de ligação ○ Quando alguém cede energia ao elétron e ela é maior que a energia de ligação → remoção do elétron do átomo ■ Elétron livre se torna um íon negativo ■ Átomo neutro: ➢ Quando passa a ter 1 elétron a menos → íon positivo Natureza das radiações ● Radiação ○ Forma de transporte de energia através de qualquer meio ○ Dependendo da forma de como a radiação é transportada no meio → classificação ● Classificação ○ Radiação corpuscular: ■ Um corpo (massa) que precisa se deslocar em alta velocidade ■ Exemplos: ➢ Prótons ➢ Nêutrons ➢ Partículas alfa ✓ Núcleo do átomo do hélio ✓ Desintegração nuclear ➢ Partículas beta ✓ Átomo instável (número de prótons e nêutrons em desequilíbrio) ↳ Desbalanceamento numérico ✓ Desintegração nuclear: ↳ Átomo instável busca se tornar estável → manda partículas para fora do núcleo ↳ Ocorre com partículas alfa e beta ✓ Radioisótopos: ↳ Isótopos que emitem radiação para se tornarem mais equilibrados energeticamente ➢ Raios catódicos ✓ Elétrons em movimento ○ Radiação eletromagnética ■ Não há um corpo participando ■ Campo elétrico e campo magnético que se deslocam perpendicularmente entre si na forma de ondas ■ Espectro eletromagnético: ➢ Ondas de rádio ➢ Microondas ➢ Radiação infravermelha ➢ Luz visível ➢ Radiação UV ➢ Raios X ➢ Raios gama ✓ Um tipo de radiação eletromagnética, mas são raios que são expelidos do núcleo de radioisótopos na desintegração nuclear (expelir energia para se estabilizar) ↳ Radioisótopos emitem radiação corpuscular e eletromagnética ■ Ondas eletromagnéticas: ➢ Comprimento de onda e frequência específicas ➢ Comprimento de onda: ✓ Distância de um ponto de uma onda até o mesmo ponto de uma onda subsequente ➢ Frequência: ✓ Número de ondas que passam no local em um determinado período ➢ Frequência e comprimento de onda são inversamente proporcionais ✓ Grande comprimento de onda → frequência pequena ■ Radiação não ionizante: ➢ Ao interagirem com o meio, não promovem sua ionização ➢ Raios X, gama e UV → curto comprimento de onda e grande frequência ■ Radiação ionizante: ➢ Podem promover a ionização do meio (há vantagens e desvantagens) ● Transferência Linear de Energia (TLE) ○ Quantidade de energia que a radiação transfere aos átomos do meio ao longo de sua trajetória de propagação) ○ Radiações corpusculares: ■ Quanto maior a massa, carga e velocidade → maior a possibilidade de transferir energia ■ Sempre transferem mais energia que a radiação eletromagnética ○ Natureza dual ■ Radiações eletromagnéticas: ➢ Comportamento dual: ✓ Onda ou partícula ■ Teoria Quântica de Planck: ➢ Cada fóton possui uma quantidade específica de energia (Quantum de energia) ✓ Fóton → “pacotinho de energia” ✓ Quantum → quantidade específica de energia ➢ Transferência de energia: ✓ Quanto menor o comprimento de onda: ↳ Maior é a sua energia (e vice-versa) ↳ Maior é o poder de penetração ↳ Maior a possibilidade de ela transferir energia ao meio, ionizando seus átomos ➢ Teoria ondulatória: ✓ Viajam no vácuo, à velocidade da luz (300.000 km/s) Histórico dos raios X ● Roentgen (1985) ○ Descobriu os raios X ○ Pesquisa com raios catódicos: ■ ■ Fluxo de elétrons do catodo para o anodo ■ Toda vez que Roentgen ativava a bobina para gerar tensão a folha fluorescia (emitia luz) ○ Outros experimentos: ■ Quando ele ativava a bobina, ele conseguia produzir a “sombra” de alguns materiais em uma chapa ➢ Imagem da mão de sua esposa ● Otto Walkhoff ○ Poucos dias após a descoberta dos raios X, ele fez a primeira radiografia dentária ● Edmund Kells ○ Dentista norte americano responsável pela comercialização do primeiro Raio X ■ Fez equipamentos para a prática clínica Propriedades dos Raios X ● Características ○ Propagam-se em linha reta na velocidade da luz ○ Não podem ser focalizados, refletidos ou refratados ○ Possuem curto comprimento de onda e alta frequência ○ Possuem poder de penetração e ionização da matéria ■ Pelo comprimento de onda e frequência ○ Podem fluorescer certas substâncias ● Produção de Raios X ○ Os raios X são produzidos quando elétrons são acelerados em um meio no qual foi feito vácuo e são freados bruscamente contra um anteparo ○ Requisitos para produzir Raios X: ■ Ter elétrons acelerados ■ Vácuo ■ Anteparo ○ Tubo de Coolidge Universal Termoiônico ou Tubo de Cátodo Incandescente (Emissão Termoiônica): ■ Criado William David Coolidge ■ Onde ocorre a produção de Raios X ■ Tubo de vidro (todo plumbífero ou com uma “janela”, que é por onde os raios X vão sair) ➢ Não é um buraco, só um local de menor espessura ➢ ■ Catodo: ➢ Filamento enrolado de tungstênio ■ Anodo: ➢ Haste de cobre e placa acoplada, que também é feita de tungstênio ○ Geração de elétrons: ■ ■ Ocorre no cátodo ■ Princípio de emissão termoiônica: ➢ O calor gera íons ➢ Todo filamento metálico que conduz corrente elétrica no vácuo gera, ao seu redor, uma nuvem de elétrons ➢ Catodo ligado na tomada: ✓ Quando o botão disparador for acionado, uma corrente elétrica passa no filamento metálico e o aquece (no vácuo) ✓ Esse calor (temperatura altíssima) gerado pela passagem da corrente no filamento ioniza os átomos de tungstênio que compõem o filamento ↳ Elétrons ficam perto do filamento, pois a taça focalizadora (ou capa) do catodo é feita de molibdênio ○ Aceleração de elétrons: ■ ■ Devido à diferença de potencial entre o anodo e o catodo ➢ Exemplo: 70.000 volts (70kV) ■ Em um momento do circuito, o anodo fica muito mais positivo que o catodo (pela DDP) ➢ Elétrons soltos próximos à capa focalizadora são atraídos com toda a força para o anodo → aceleração de elétrons ○ Frenagem dos elétrons: ■ ■ Elétrons acelerados → possuem energia cinética ■ Frenados → energia cinética, no momento da frenagem, é convertida em: ➢ Calor ➢ Raio X ✓ Conversão muito pouco eficiente: ↳ 99% da energia se transforma em calor ↳ 1% se transforma em raio X ○ Área focal (anteparo): ■ Pré-requisitos para que a frenagem dos elétrons e a conversão sejam efetivas: ➢ Alto ponto de fusão: ✓ Tungstênio → elemento com maior ponto de fusão ➢ Alto número atômico ✓ Quanto maior o número atômico, maior a densidade e mais os elétrons são frenados ➢ Baixa pressão de vapor: ✓ Objetivo: Não volatilizar ➢ Alta condutibilidade térmica: ✓ Já que o que é mais gerado é calor ✓ Cobre é muito melhor que tungstênio. Por isso, ele está acoplado ao aparelho ↳ Calor gerado no tubo vai para fora do tubo de Raio X ● Circuitos elétricos ○ Transformadores: ■ Alteram a voltagem, não o fluxo de elétrons (e sim a energia com qual esses elétrons fluem) ■ Núcleo de ferro com duas bobinas (primária e secundária) ■ Tensão primária induz fluxo no ferro, que induz uma corrente elétrica no secundário: ➢ Elevação ou redução da corrente ■ Possuem dois circuitos: ➢ ➢ Circuito do filamento: ✓ Ligado ao catodo, há um transformador redutor ↳ Reduz a voltagem de 110V (CEMIG) para 8V ➢ Circuito de alta voltagem: ✓ Circuito para acelerar os elétrons ✓ Transformador elevador ↳ Pega a voltagem de 110V e passa para 70.000V → acelerar os elétrons Equipamentos odontológicos de raio X ● Equipamentos ○ ■ Equipamento de base fixa (parede) ■ Braço articular (vertical ou horizontal) ■ Cabeçote: ➢ Onde fica o tubo ○ Tubos de Raios X: ■ ■ “Janela”:➢ Por onde sai o feixe produzido ➢ Revestimento mais fino ou sem revestimento de vidro plumbífero ➢ Filtros de alumínio ✓ Discos de alumínio que absorvem a radiação de grande comprimento de onda produzido ↳ Essa radiação não tem poder de ionização, mas tem de penetração ↳ Se não forem barrados, esses raios interagem com o paciente e podem promover efeitos biológicos (ionização), mas não são efetivos para produzir imagem ✓ ➢ Colimador: ✓ Dispositivo de chumbo, com um orifício central, por onde o feixe sai ✓ Restringem a área da face do paciente que será exposta à radiação ✓ ■ Localizadores: ➢ Direciona o feixe de Raio X no rosto do paciente ➢ Evolução: ➢ ● Fatores de controle do feixe de raio X ○ Corrente do tubo (mA) ■ Fluxo do catodo para o anodo ■ Também é fixa ■ Junto com o tempo de exposição (mA x s), podemos avaliar algumas características: ➢ Binômio mA s → quantidade de Raios X produzidos ➢ A amperagem é fixa ➢ Se o tempo de exposição for baixo → menor quantidade de raios X ➢ Se o tempo de exposição for alto → quantidade maior de raios X ○ Tempo de exposição (s) ○ Tensão do Tubo (kV) ■ Quanto maior a DDP, maior a aceleração dos elétrons e mais efetivos são os choques e a conversão de energia ➢ Quanto maior a kV, menor é o comprimento de onda dos Raios X produzidos → maior poder de penetração (maior qualidade do raio produzido) ■ É fixa e determinada pelo fabricante ○ Filtração ○ Colimação ○ Distância foco-filme: ■ Distância do anteparo até a boca do paciente ■ Lei do Inverso do Quadrado da Distância ➢ Quantidade de Raios X que chega ao paciente ✓ Não está relacionada com a radiação produzida ➢ ✓ Intensidade da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância ✓ Quanto mais afastado estiver o cabeçote, menos raios X chegam no paciente ● Produção dos raios ○ ○ É menos provável que o elétron que chegue se choque na plaquinha ○ Radiação de Bremsstrahlung (frenagem): ■ Desaceleração de carga elétrica (situação A): ■ Quando o elétron está atravessando a eletrosfera e os orbitais e chegando no núcleo → força nuclear (repulsão) ■ Força de repulsão é responsável pela desaceleração dos elétrons ■ Nessa frenagem, ocorre perda da energia cinética → raios X ➢ Elétron que perdeu a energia cinética → pode trombar em outro átomo de tungstênio, ser desacelerado, perder energia cinética (que vira raio X), e por aí vai… ✓ Colisões sucessivas e perdas variáveis de energia cinética ✓ No feixe de raios X, temos vários raios com diferentes comprimentos de onda: ↳ Importância do filtro ➢ Elétron perde energia em colisões sucessivas ➢ Energia máxima dos raios X equivale à energia do elétron incidente ✓ O máximo de energia que ele pode ter é o kV (ex: se for 70.000 V) ■ Probabilidade da radiação de Bremsstrahlung é proporcional ao número atômico ■ A interação é proporcional ao Z ■ Há formação de um espectro contínuo de energia dos Raios X ○ Radiação característica: ■ Específica de cada elemento químico: ➢ ➢ Elétron cede energia para remover um elétron da camada K do átomo de tungstênio ➢ A vacância na camada K faz com que o átomo fique instável energeticamente ➢ O elétron da camada subsequente (L) salta para ocupar o espaço na camada K → emissão de Radiação X ➢ Produção de feixe monoenergético (energia da camada K - energia da camada L) ■ ➢ Energia dos fótons de RX produzidos por radiação de frenagem (Bremsstrahlung) ➢ Pico grande: ✓ Pico de energia produzida por radiação característica ➢ Segundo pico (menor): ↳ Salto do elétron ○ Produção de calor: ■ 99% ■ ■ Elétron que vem do cátodo interage mais facilmente com os elétrons externos do que com os da camada K (probabilisticamente) Interação da radiação ● Possibilidades de interação ○ ■ Raio interage com o corpo e produz uma imagem ■ De forma geral: ➢ Corpo pode absorver ➢ Corpo pode não absorver ➢ O raio pode chegar no corpo, interagir um pouco e ceder pouca energia, chegando ao receptor de forma indesejada ➢ Pode chegar pouca radiação e ser totalmente absorvida ○ Absorção fotoelétrica: ■ Átomo qualquer: ➢ ■ Raio cede toda a sua energia e ela é toda absorvida, ejetando um elétron → fotoelétron ■ Fóton incidente deixa de existir ■ Características: ➢ Ocorre em 27% de interações do feixe com os tecidos ➢ Ocorre com fótons de baixa energia ➢ Tecidos com alta densidade → ossos e esmalte ○ Espalhamento Compton: ■ ■ Não há absorção total ■ Fóton interage com os elétrons das camadas mais externas ➢ Cede menos energia e continua existindo ➢ Fóton (produzido pelo raio X) de espalhamento: ✓ Tem energia para sair do corpo e chegar no receptor de imagem ✓ Desvia, mas atinge o anteparo ■ Características: ➢ 57% das interações ➢ Fótons de alta energia ○ Espalhamento Thompson: ■ ■ Fóton incidente tem energia baixa, não cede energia suficiente para remover o elétron e não consegue sair do corpo ■ Continua a existir, mas com menor energia ■ Características: ➢ 7% das interações ➢ Fótons de baixíssima energia ○ Resumo: ■ ➢ Em 9% dos casos → não há interação ➢ Quando o feixe atravessa uma estrutura e atinge o receptor de imagem → promove transformações no receptor que fazem com que a imagem da estrutura (“sombra”): ✓ Sombra” escura → radiolúcida ↳ Tecidos que não absorvem nem totalmente nem parcialmente → radiação passa ■ Imagem radiopaca → ideal ■ Imagem velada → borrada ➢ Não projeta a “sombra” ● Radiografias intrabucais ○ Radiografias intrabucais: ■ ➢ Exemplos: ✓ Restauração de amálgama → muito radiopaca (segunda imagem) ✓ Lesão cariosa → muito radiolúcida (primeira imagem) ↳ Desmineralização dos tecidos ➢ Imagem é resultado das diferenças de absorção
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