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Produção Textual Individual 4ºsem

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PEDAGOGIA
CARENA SAMANTA HERRERO RIBEIRO
produção textual INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL -PTI
Mogi Guaçu
2021
CARENA SAMANTA HERRERO RIBEIRO
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL -PTI
Trabalho apresentado à UNOPAR, como requisito parcial à aprovação no 4º semestre do curso de Pedagogia.
Mogi Guaçu
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	9
REFERÊNCIAS	10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetiva-se a atender à proposta pedagógica visando a interdisciplinaridade nos anos iniciais da educação fundamental como uma janela para o melhor entendimento de todas as disciplinas entre si, ou, entre as áreas. Na sala de aula os conteúdos interagem como forma de complementação.
Dentro dessa discussão, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define os direitos de igualdade de aprendizagem de todos os alunos do Brasil. A prática interdisciplinar na educação oferece não apenas maiores possibilidades de aprendizagem, mas também leva maior motivação aos alunos, principalmente quando colocada de modo a integrar todos os campos do saber humano em atividades diversas, para além da sala de aula. 
Nesse projeto apresenta-se uma forma de demonstrar que a prática interdisciplinar na educação oferece, não apenas maiores possibilidades de aprendizagem, pela visão do todo que ela permite criar, mas também proporciona maior motivação aos alunos, principalmente quando colocada de modo a integrar os campos do saber humano em atividades diversas, para além da sala de aula.
3
DESENVOLVIMENTO 
O entendimento a respeito da interdisciplinaridade considera que se trata de uma inter-relação e interação das disciplinas a fim de atingir um objetivo comum. Assim, ocorre uma unificação de conceitos, métodos e estruturas em que as potencialidades das disciplinas são exploradas e ampliadas. Estabelece-se uma interdependência entre as disciplinas, busca-se o diálogo com outras formas de conhecimento e com outras metodologias, com objetivo de construir um novo conhecimento. Dessa maneira a interdisciplinaridade se apresenta como resposta à diversidade, à complexidade e à dinâmica do mundo atual (Vilela e Mendes, 2003, p. 529).
Segundo Piaget, a interdisciplinaridade pode ser uma forma de se chegar à transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas poderia alcançar um estágio onde não haveriam mais fronteiras entre as disciplinas.
Atualmente a bandeira da interdisciplinaridade tem sido levantada por grande parte dos educadores, entendendo que tal postura pode garantir a construção do conhecimento de uma maneira global, rompendo com as fronteiras das disciplinas, pois apenas a integração dos conteúdos não seria satisfatória. Isso deve acontecer já nas séries iniciais do Ensino Fundamental, os professores precisam incentivar os alunos a construírem relações entre os diferentes conteúdos presentes nas diversas disciplinas do currículo.
Segundo Smole e Diniz (2001) as diversas áreas do saber humano precisam ser vistas de modo conjunto para que o aprendizado de uma área específica possa ser favorecido. Sendo assim, no caso da Educação escolar, cada disciplina em particular se beneficia das demais disciplinas no que se refere à aprendizagem. Além disso, os autores entendem que cada disciplina vista de forma fragmentada, também produz aprendizagem fragmentada, falha e incompleta.
Portando, sendo a aprendizagem fragmentada, o indivíduo pode não conseguir associar acontecimentos científicos e naturais com acontecimentos sociais, e quando ele não percebe que existem relações de causa e efeito, ele dificilmente conseguirá ter compreensão do mundo à sua volta e, com certeza, vai continuar a “estar no mundo”, ao invés de “estar com o mundo”.
Nos dias atuais a pluralidade e a globalização, que vive a sociedade hoje, apontam para um cuidado com a diversidade cultural, no sentido de que ela possa ir além da cultura produzida pela indústria da mídia, que influencia jovens receptores que a absorvem, em sua maioria, sem avaliação crítica. É extremamente necessário que a juventude vivencie perspectivas culturais diferentes, tanto populares quanto cultas, das quais está habituada e que a escola se proponha a apresentá-las num formato interdisciplinar em que os alunos são sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento.
Nesse contexto, leva-se em consideração que não é fácil para a escola equilibrar a preparação para a continuação dos estudos e a formação de cidadãos críticos e autônomos. Assim, a abordagem da diversidade cultural tende a ser apenas um momento com fim em si mesmo, como uma data comemorativa ou um cumprimento protocolar, como a citação durante uma aula. A diversidade cultural não pode ser inserida de forma forçada, precisa ser algo que permeie a prática pedagógica cotidiana, não por ser obrigatório, mas por ser essencial à formação do cidadão.
Ao estudar o assunto mais atenciosamente, entende-se que colocar a interdisciplinaridade em prática é preciso que, em primeiro lugar, a escola possa permitir momentos de interações e trocas entre os professores. Podendo assim, ter espaço para discussão de ideias e de aplicação da prática dentro do espaço escolar. Esses momentos implicam em discussões e reflexões para buscar experiências exitosas, que contribuirão para a ressignificação da prática. Isso levará o professor a buscar os melhores caminhos com sua turma para planejar boas estratégias, exercitando assim a interdisciplinaridade.
Um desses caminhos é o uso das metodologias ativas que são práticas que colocam o aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem. Uma delas é a aprendizagem baseada em projetos na qual os alunos têm um problema a resolver, e que juntos levantam hipóteses e buscam diferentes meios para se chegar ao produto final.
Trabalhar com projetos permite envolver diferentes áreas do conhecimento e requer colocar em prática a observação, a escuta, a pesquisa, a construção do percurso com os alunos.
Considerando todo esse contexto, viabiliza-se uma Semana Cultural Virtual onde os educandos apresentam pontos turísticos da cidade através de fotos e textos que traz a tona o projeto “Mogi Guaçu - Rio Grande das Cobras” que envolve Língua Portuguesa, História, Geografia e Arte.
A proposta é que todos os alunos conheçam os principais pontos turísticos do município, estudem sua história e então produzam um Guia Turístico-Mirim onde com celulares ou máquinas fotográficas, eles mesmos possam registrar o que veem. Tudo com o olhar de quem faz descobertas, nem sempre percebidas por adultos.
Abaixo se apresenta o projeto:
	Tema do projeto
	Mogi Guaçu - Rio Grande das Cobras
	Público-alvo
	5º ano do Ensino Fundamental
	Justificativa
	Muitos moradores não provêm de famílias antigas da cidade, assim não conhecem com profundidade o chão que hoje chamam de seu.
	Objetivo Geral
	Aprender mais sobre a história da cidade fazendo com que os alunos possam conhecer melhor a cidade onde vivem.
	Objetivos Específicos
	Aguçar a importância histórica da cidade (História);
Mostrar os pontos turísticos da cidade (Geografia);
Mostrar o olhar da criança através de fotos (Arte);
Produzir texto com os aspectos observados (Língua Portuguesa);
Dar autonomia do pensar e pesquisar para o aluno.
	Metodologia
	1) Primeiramente apresentar aos alunos os pontos turísticos da cidade de Mogi Guaçu;
2) Incentivar a pesquisa e descoberta desses pontos através de pessoas mais velhas que sejam conhecidas e de sites de busca, além do site da própria prefeitura do município;
3) Discutir em uma aula essas descobertas feitas pelos alunos;
4) Pedir aos alunos para elaborarem texto para o Guia Turístico com as informações coletadas e discutidas;
5) Solicitar aos alunos, juntamente com seus familiares, que tirem fotos de um desses pontos, deixando a criança fotografar, assim, colocando o seu ponto de visão e enviar à professora por WhatsApp;
6) Reunir as melhores fotosdesses pontos, juntando os textos produzidos pelos alunos e montar o Guia;
7) Montar uma mostra em Power Point com todos esses dados compilados;
8) Apresentar virtualmente em aula síncrona todo esse material aos alunos e seus familiares.
	Recursos Didáticos
	· Celular com câmera ou câmera fotográfica (do próprio aluno ou familiar);
· Celular do professor para receber com facilidade o conteúdo enviado pelos alunos;
· Computador com Power Point e internet para apresentar essa mostra aos alunos e familiares.
	Avaliação
	· Avaliar produção escrita e a evolução dos alunos;
· Avaliar as fotos produzidas como forma de arte;
· Avaliar a participação do aluno.
	Referencias
	Site Nova escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/7097/guia-turistico-produzido-pelos-proprios-alunos-aprendizagem-garantida. Acesso em 01 mai. 2021.
Esse projeto pode se tornar um evento e eventos escolares são muito importantes para estimular o engajamento dos alunos, promover atividades dinâmicas para sair da rotina e promover a participação da família e a interação entre a comunidade escolar. Mas, em tempos de isolamento social, onde não é possível os eventos de forma presencial uma boa estratégia são os eventos on-line, que são ótimas alternativas para a escola manter o aluno motivado e seus familiares mais próximos. Podem gerar muitos benefícios para a escola, por exemplo, aproximam a família da instituição e colaboram para o melhor desempenho dos alunos.
As atividades realizadas durante esses eventos escolares são ótimas oportunidades para utilizar e estimular as metodologias ativas de aprendizagem, as competências sócioemocionais e as habilidades essenciais para o desenvolvimento dos alunos. Mas é extremamente importante levar em conta no momento da avaliação de um projeto didático, as aprendizagens realizadas pelos alunos durante a realização desse. Um projeto é definido como satisfatório com base nas aprendizagens que proporciona aos alunos e não pela qualidade pontual de seu produto final.
Além disso, pode-se promover a cultura digital que é uma das competências gerais propostas pela BNCC para o desenvolvimento global dos alunos, pois utiliza os recursos tecnológicos de comunicação e informação no processo de ensino e aprendizagem.
Conclui-se que o conhecimento que o indivíduo tem sobre o mundo à sua volta determina o modo como ele se relaciona com esse mundo. Lembrando a citação de Paulo Freire (Freire, 1980), o indivíduo pode “estar no mundo” ou “estar com o mundo”. Onde estar no mundo apenas significa que o indivíduo não é o sujeito da sua própria história e ele não compreende o mundo à sua volta e não consegue estabelecer relações de igualdade dentro da sociedade. Enquanto estar no mundo significa não participar de forma justa da sociedade, da produção econômica, do saber científico e de tudo mais que a sociedade tem a oferecer.
Normalmente, o indivíduo que apenas está no mundo fica sujeito a qualquer tipo de exploração, principalmente a exploração econômica, o que significa de um lado a sua subserviência e de outro lado a riqueza dos poderosos.
Mas, já é sabido que Paulo Freire foi irracionalmente interrompido em sua ação educativa pelos governantes, pelo fato de estar atuando no sentido de levar não apenas a leitura e a escrita aos homens simples do campo, mas também a consciência da realidade vivida pelos mesmos, do estado de subordinação e exploração imposto pelos poderosos. A ação de Paulo Freire e a interrupção à força do seu trabalho mostram claramente o poder que tem a Educação e como ela pode ser conduzida tanto no sentido de eternizar as relações poder entre as classes sociais quanto no sentido de levar luz às classes menos favorecidas, sendo que essa condição última não interessa há muitos.
Não se trata de uma educação com orientação política. Na verdade trata-se de uma educação verdade, isto é, uma forma de educar os alunos levando-os a compreender a realidade existente para que eles possam ser sujeitos da própria história, para que eles possam “estar com o mundo”, participar desse mundo, e não apenas “estar no mundo” servindo a interesses das classes dominantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A interdisciplinaridade na ação pedagógica propicia a construção de uma escola mais participativa e decisiva na formação social do indivíduo, bem como uma prática coletiva e solidária na organização da escola. Um projeto interdisciplinar de educação precisa ser elaborado com uma visão geral da educação, num sentido progressista e libertador. A interdisciplinaridade é isso ou, pelo menos, oferece essa possibilidade.
Ainda hoje, o ensino é feito de forma fragmentada e quando se planeja o ensino dessa forma, em suas disciplinas fragmentadas, tira-se do aluno a possibilidade de enxergar o todo, isto é, as relações entre as mais diversas causas e efeitos que movimentam o mundo à nossa volta. Esse movimento, dado tanto pelas ocorrências científicas e naturais quanto pelas intercorrências humanas e sociais, só fazem sentido para o indivíduo quando ele consegue perceber as verdadeiras relações existentes, quando a sua visão puder ser multidisciplinar.
Mas, enquanto a visão for fragmentada, enquanto o indivíduo não conseguir associar acontecimentos científicos e naturais com os acontecimentos sociais, e enquanto ele não conseguir perceber que existem relações de causa e efeito, ele pouco conseguirá compreender o mundo à sua volta e, com certeza, vai continuar a “estar no mundo”, ao invés de “estar com o mundo”.
REFERÊNCIAS
BARROSO, Felipe; ANTUNES, Mariana. Tecnologia na educação: ferramentas digitais facilitadoras da prática docente. Pesquisa e debate em educação, Juiz de Fora, v. 5, n. 1, 2015. Disponível em: http://revistappgp.caedufjf.net/index.php/revista1/issue/view/12. Acesso em: 01 mai. 2021.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
LIMA, João Francisco Lopes de. O Pedagogo docente e o ensino de Arte na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Educação em Foco, Belo Horizonte, ano 23, n. 41, set./dez. 2020. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/4838. Acesso em: 22 abr. 2021.
SANTOS, Melina Nymann dos.; ROSA, Cleci Teresinha Werner da; DARROZ, Luiz Marcelo. Interdisciplinaridade no contexto escolar: relato de uma atividade envolvendo um estudo sobre diferentes países. Vivências. Vol 15, n. 28: p. 135-144, Mai. 2019. Disponível em: http://revistas.uri.br/index.php/vivencias/article/view/21. Acesso em: 22 jan. 2021.
SMOLE, Kátia S., DINIZ, Maria I. Ler, escrever, resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2001.
Vilela EM, Mendes IJM. Interdisciplinaridade e saúde: estudo bibliográfico. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/rlae/v11n4/v11n4a16.pdf. Acesso em 22 abr. 2021.

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