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. PCP AS FILOSOFIAS MODERNAS: RACIONALISMO O RACIONALISMO O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza, pela demonstração e análise, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimento a priori, ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre da experiência sensível, mas é produzido somente pela razão. O racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins. Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo, base do próprio liberalismo anglo-saxónico, contribuindo também para estabelecer a base do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social. RENÉ DESCARTES (1596-1650) . PCP É chamado de o fundador da filosofia moderna e o pai da matemática moderna, é considerado um dos pensadores mais influentes da história humana. Descartes pôs em dúvida todo conhecimento que havia recebido até então, mas não queria duvidar como os céticos, ou seja, duvidar por duvidar, sem saber duvidar, nosso filósofo queria um Método para orientar seu espírito nesse percurso. Descartes percebe que algumas verdades são indiscutíveis, como a matemática, por exemplo, sendo assim, o método matemático foi o escolhido por ele como instrumento de auxílio à razão. Os racionalistas, assim como Descartes, acreditavam num conhecimento A priori (partindo daquilo que vem antes), anterior à experiência. Princípios que são indiscutíveis são a priori, como, por exemplo, o princípio da não-contradição: "A não pode ser Não-A" ou "O quadrado não pode ter três lados" ou ainda, "A soma dos ângulos de um triângulo é de 180°". O MÉTODO CARTESIANO Cartesiano vem do nome latino de René Descartes, em latim Descartes era conhecido como Renatus Cartesius, por isso, conhecemos na matemática o plano de Descartes como PLANO CARTESIANO. . PCP O método cartesiano era composto por 21 regras quando ele escreveu o livro Regras para a direção do espírito, depois resumido em 4 regras quando ele escreve Discurso do Método. As regras cartesianas tinham por objetivo pôr a razão no bom caminho, evitando, assim, o erro. Vejamos as 4 regras: 1) EVIDÊNCIA: Rejeita todo conhecimento vindo dos sentidos, da imaginação ou formulação apressada. 2) DIVISÃO: Dividir cada dificuldade no maior número possível de parcelas e estudar cada uma separadamente. 3) ORDEM: Partir dos problemas mais simples para os mais complexos. 4) ENUMERAÇÃO: Revisão de todo o processo, uma visão global para garantir não ter esquecido nada. A teologia não entra no projeto cartesiano, marcando a separação entre ciência e religião. O método cartesiano: criado por René Descartes consiste na realização de quatro tarefas básicas: VERIFICAR: existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada . PCP ANALISAR: dividir ao máximo as partes, em suas unidades de composição, fundamentais, e estudá-las nas formas mais simples que aparecem SINTETIZAR: agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro ENUMERAR: todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento O MÉTODO CIENTÍFICO Foi na obra “Discurso do Método” que Descartes lançou de fato, os fundamentos do método científico moderno. Embora Descartes tenha concordado com Bacon no sentido de que a natureza deve ser entendida e modificada em favor do homem, ele discordava no sentido de que para ele os sentidos devem ser questionados e não constituem o caminho para o conhecimento verdadeiro. Segundo Descartes a única coisa da qual não se pode duvidar é o pensamento (o que o leva à máxima “cogito ergo sum” – “penso, logo existo”) que é fruto da razão, a única da qual se pode ter certeza. O método científico proposto por Descartes e que predominou até o final do século XIX e o início do século XX, ficou conhecido como “Determinismo Mecanicista” e se resume aos seguintes princípios: . PCP O conhecimento é o resultado da captura de verdades por um sujeito sobre um objeto; o sujeito percebe o objeto a partir de exercícios sensitivos e racionais que devem ser organizados de forma metodológica a fim de se obter o conhecimento verdadeiro; O objeto é separado do observador; conhecer o objeto é igual a dominá- lo; para conhecer o todo, basta conhecer as partes; o método cartesiano, nesse sentido, implica em uma simplificação onde o objetivo é encontrar lei universal que explique todas as coisas; O mundo pode ser expresso por meio de equações matemáticas; o mundo deve ser compreendido, dominado e modificado em favor do homem. IDEALISMO É o grupo de filosofias metafísicas que afirmam que a realidade, ou a realidade como os humanos podem conhecê-la, é fundamentalmente mental, mentalmente construída ou imaterial. Epistemologicamente, o idealismo se manifesta como um ceticismo quanto à possibilidade de conhecer qualquer coisa independente da mente. Em contraste com o materialismo, o idealismo afirma a primazia da consciência como a origem e o pré-requisito dos fenômenos materiais. De acordo com essa visão, a consciência existe antes e é a pré-condição da existência material. A . PCP consciência cria e determina o material e não vice-versa. O idealismo acredita que a consciência e a mente são a origem do mundo material e tem como objetivo explicar o mundo existente de acordo com esses princípios Idealismo transcendental é uma doutrina kantiana, segundo a qual os fenômenos da realidade objetiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens exatamente tais como são, não aparecem como coisas-em-si, mas como representações subjetivas construídas pelas faculdades humanas de cognição. IMMANUEL KANT (1724-1804) Immanuel Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando o papel constitutivo de mundo pelo sujeito transcendental, isto é, o sujeito que possui as condições de possibilidade da experiência. O que equivale a responder: "o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível". Com isso, o filósofo passa a investigar a razão e seus limites, ao invés de investigar como deve ser o mundo para que se possa conhecê-lo. Em Kant, há duas principais fontes de conhecimento no sujeito: A) A SENSIBILIDADE, por meio da qual os objetos são dados na intuição. . PCP B) O ENTENDIMENTO, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos. Na primeira divisão da obra Crítica da Razão Pura, a "Doutrina Transcendental dos Elementos", a primeira parte é intitulada "Estética Transcendental" (estética, aqui, não diz respeito a uma teoria do gosto ou do belo, mas a uma teoria da sensibilidade). Nela, Kant define sensibilidade como o modo receptivo - passivo - pelo qual somos afetados pelos objetos, e intuição, a maneira direta de nos referimos aos objetos. Funciona assim: tenho uma multiplicidade de sensações dos objetos do mundo, como cor, cheiro, calor, textura, etc. Estas sensações são o que podemos chamar de matéria do fenômeno, ou seja, o conteúdo da experiência. Mas para que todas estas impressões tenham algum sentido e entrem no campo do cognoscível (daquilo que se pode conhecer), elas precisam, em primeiro lugar, serem colocadas em formas a priori da intuição, que são o espaço e o tempo. Estas formas puras da intuição surgem antes de qualquer representação mental do objeto; antes quese possa pensar a palavra “sapato", o sapato deve ser apresentado, recebido, na forma a priori do espaço e do tempo. Este é o primeiro passo para que se possa conhecer algo. . PCP Assim, apreendemos daqui duas coisas: primeiro, o conhecimento só é possível se os objetos da experiência forem dados no espaço e no tempo; e, segundo, espaço e tempo são propriedades subjetivas, isto é, atributos do sujeito e não do mundo (da coisa em si). Kant faz uma síntese entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo). Ou, nas palavras de Kant: "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas”.
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