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1 Aula 2: Exame do estado mental, Marcha e Equilíbrio 13/10/2021 Eulália – Estado Mental Maria – Marcha e Equilíbrio Foi – Força Toda – Tônus Contente - Coordenação Reencontrar - Reflexos Seu - Sensibilidade Namorado – Nervos cranianos Idiota – Irritação meníngea Estado Mental O exame do estado mental aborda 2 questões: - Nível de consciência: tem relação com nível de alerta, o quanto o paciente está acordado, vigil. - Função cognitiva: memória, atenção, cálculo. A forma mais comum de avaliar a consciência é através da escala de coma de Glasgow Total máximo: 15 pontos Total mínimo: 3 pontos O teste de rastreio da função cognitiva do paciente é o Mini Exame do Estado Mental. Esse teste é pontuado até 30, em que é avaliado alguns aspectos: orientação no tempo e espaço, memória imediata, atenção e cálculo, evocação e linguagem. Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) Pontuação do MEEM de acordo com a escolaridade Marcha – equilíbrio dinâmico A marcha é um movimento extremamente complexo que necessita de combinação de várias funções. - Participam do processo de marcha e postura: • tônus muscular • sistema vestibular • impulsos proprioceptivos dos músculos, tendões e articulações; • impulsos exteroceptivos da superfície do corpo; • reflexos labirínticos, posturais de endireitamento; • estímulos visuais. Assim, marcha e postura podem ser afetadas por anormalidades: Neurologia 2 • Tônus muscular, da força muscular, da propriocepção, da função vestibular, da disfunção dos gânglios da base e cerebelo e suas conexões. Como avaliar uma marcha normal? Deve-se observar os seguintes aspectos: movimento do quadril; largura da base; simetria da altura dos pés; comprimento da passada; mobilização dos MMSS e mãos; virada; direção do olhar. A observação desses aspectos deve ser iniciada no momento em que o paciente adentra o consultório, mas depois pedimos à ele para que ande pelo consultório para fazermos essa avaliação de forma mais criteriosa. Caso seja notada algum evento diferente do padrão no equilíbrio dinâmico deve-se procurar o motivo, pode-se estar diante de uma marcha patológica. Marcha – equilíbrio dinâmico - Exame: solicitar ao paciente que ande uma determinada distância, vire e retorne e só pare de andar ao seu comando. É necessário que o paciente esteja com joelhos a amostra e pés descalços para melhor visualização dos movimentos. Observar: largura da base, altura dos pés, oscilação dos braços, movimentos das mãos e pernas, postura, equilíbrio. • andar na ponta dos pés (avalia fraqueza muscular distal, integridade de S1); • andar nos calcanhares (avalia fraqueza muscular distal, integridade de L4); Detecção de fraqueza sutil na musculatura distal dos MMII. • andar em linha reta, com os dedos de um pé tocando o calcanhar do outro pé (sensibiliza avaliação cerebelar – ataxia); Marcha em Tanden ou fila indiana • saltar no mesmo lugar usando um pé de cada vez (avalia fraqueza muscular, propriocepção e função cerebelar); • levantar de uma cadeira sem apoio dos braços, subir escadas (avalia fraqueza muscular proximal). Pode-se pedir ao paciente que ande rápido e pare rápido sob comando, para revelar alguma anormalidade sutil na marcha (ataxia e parestesias não evidentes no andar habitual). Parâmetros a serem analisados: sequência do andar, comprimento e simetria das passadas, elevação correta dos joelhos, balanceio correto dos braços, toque do pé no solo (calcanhar), posição do tronco e da cabeça, se o paciente segue uma linha reta durante o movimento e se a virada ocorre normalmente. Marchas anormais Marcha da hemiparesia espástica (ceifante): Também é conhecida como marcha helicoidal, marcha hemiplégica, marcha de Todd. - Causada por lesão das vias corticoespinhais ou do primeiro neurônio (ex: AVC). • Braço flexionado em rotação interna; • Perna estendida; • Flexão plantar do pé e dedos (deformidade equina); • Puxa e arrasta o pé no chão, encostando os dedos no chão; •. Pode inclinar a pelve para ajudar a erguer os dedos. Marcha parkinsoniana (distúrbio do movimento hipocinético): - Causada por doença nos gânglios da base (ex: DP). Os gânglios da base modulam o sinal motor quanto à velocidade e à amplitude dos movimentos. Então, quando há doença nos gânglios da base há alteração nesses fatores. • Marcha de pequenos passos, lenta e arrastada; • Tronco, cabeça e pescoço inclinados para frente, joelhos flexionados; • Perda dos movimentos automáticos; • Diminuição da oscilação dos MMSS. 3 Avaliação do equilíbrio estático – SINAL DE ROMBERG A posição de pé depende de quê? Integridade da visão, da propriocepção, dos órgãos vestibulares, do cerebelo e da integridade muscular. - EXAME: solicitar ao paciente que fique de pé, com os pés juntos, braços estendidos ao lado corpo e observar o equilíbrio e oscilações do corpo com os olhos abertos e depois com os olhos fechados. SINAL DE ROMBERG POSITIVO: agravamento acentuado do equilíbrio ao fechar os olhos, com oscilações acentuadas e/ou tendência à queda. Quando o sinal de Romberg está presente? Na perda da propriocepção, lesões vestibulares (pseudo-Romberg) e em pacientes histéricos. Em pacientes com ataxia cerebelar ocorre instabilidade postural, e ao fechar os olhos essa instabilidade é acentuada, o que não pode ser considerado sinal de Romberg positivo. Por isso, para fazer a pesquisa do sinal de Romberg, recomenda-se alargar a base. O sinal de dança dos tendões, observação dos tendões de Aquiles e do tibial anterior que ressaltam de forma irregular, é característico das ataxias cerebelares. Força muscular Todo planejamento do movimento motor se inicia no lobo frontal, de lá sai os primeiros neurônios que vão formar o sistema piramidal ou o trato corticoespinhal. O primeiro neurônio passa pela coroa radiada, cápsula interna, bulbo, decussação das pirâmides e chega até a medula. Na medula o primeiro neurônio faz sinapse com o segundo neurônio. O segundo neurônio vai até o músculo. Gânglios da base: conferem amplitude e velocidade ao movimento. Cerebelo: confere direção e distância do movimento. Primeiro e segundo neurônios: conferem força muscular. Trato corticoespinhal → responsável pela motricidade voluntária cruzada O exame da força avalia principalmente a contração muscular voluntária. Diminuição da força = fraqueza = paresia Ausência de força = paralisia = plegia - Exame: teste a força muscular pedindo o paciente que desloque a parte do corpo examinado contra sua resistência; contra a gravidade ou, que movimente o membro sem gravidade ou observe traços de contração. SEMPRE COMPARAR OS 2 LADOS! Graduação da força Assim, o termo paresia se refere as classificações de força entre o grau IV e o grau I. Enquanto, o grau 0 se refere à paralisia. Manobras para avaliação de força nos membros superiores Sempre fazer bilateral 4 Exame da força muscular - Testar MMSS (20-30 segundos) Manobra de Mingazzini → mãos pronadas e estendidas, olhos fechados Teste do desvio do pronador → mãos supinadas e estendidas, olhos fechados prestar muita atenção, paciente com hemiparesias leves pode conseguir. Exame da força muscular - Testar MMII Se houver queda da perna durante a manobra de Mingazzini e Barré para MMII interpreta-se como plegia (se não manter) /paresia (se conseguir manter por algum tempo) Anormalidades da força muscular Tônus muscular É definido como a tensão do músculo relaxado, ou seja, sua atividade basal OU a resistência a movimento passivo na ausência de contração voluntária. A ação do primeiro neurônio sobre o segundo neurônio é inibitória!! O primeiro neurônio regula o segundo neurônio, e é por isso que muito reflexos queexistem no bebê somem com a maturidade, uma vez que o primeiro neurônio vai regular mais o segundo neurônio. Lesão do primeiro neurônio → tônus muscular fica aumentado, não tem ninguém para regular a ação do segundo neurônio. 5 Lesão do segundo neurônio → tônus muscular fica diminuído. O exame do tônus é realizado na posição passiva. - Exame: movimentar passivamente os membros: punhos, cotovelos, ombro, quadril, joelhos e observar a resistência dos músculos, assim como a flexibilidade e limite de movimento. SEMPRE COMPARAR OS 2 LADOS! Diminuição do tônus = hipotonia Aumento do tônus = hipertonia Anormalidades do tônus muscular O tônus não é dado apenas pela conexão entre o primeiro e segundo neurônios, participam do tônus tanto os gânglios da base quanto o cerebelo, eles são moduladores do sinal motor. → Hipotonia: • pode ser causada por doenças da unidade motora, doenças cerebelares, sono profundo, coma, lesão de segundo neurônio, etc; • ao exame nota-se uma resistência diminuída ao movimento passivo. → Hipertonia: • pode ser causada por lesões do trato corticoespinhal (primeiro neurônio), do sistema extrapiramidal (gânglios da base), transtornos cerebrais difusos, etc. Rigidez extrapiramidal (lesão dos gânglios da base) - Também chamada de rigidez de “cano de chumbo” ou plástica; - Aumento difuso do tônus afetando agonistas e antagonistas e igualmente em todo limite do movimento (flexão e extensão); - “Rigidez de roda dentada”: qualidade espasmódica da hipertonia. Comum na doença de Parkinson. Decomposição do movimento (movimento mais sentido que visto). Rigidez piramidal (lesão no primeiro neurônio) - Também chamada de rigidez espástica (ESPASTICIDADE); - A rigidez não é uniforme por todo limite do movimento, varia com a velocidade do movimento e tem um padrão de acometimento muscular (flexores dos MMSS e extensores dos MMII); - Sinal do Canivete: se caracteriza por uma resistência inicial no movimento de estender o antebraço sobre o braço, seguida por uma diminuição dessa resistência conforme o ângulo-arco do movimento aumenta.
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