Buscar

aula_30

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL II
Profa. Dra. Edna Raquel Hogemann
AULA 30
UNIDADE 7 – OS ATOS
 UNILATERAIS
AULA 30
CONTEÚDO DE NOSSA AULA
Unidade 7 – OS ATOS UNILATERAIS
7.1.
7.2.
7.3.
7.4.
Promessa de recompensa
Gestão de negócios
Do pagamento indevido
Do enriquecimento sem causa
CASO CONCRETO 1
Considere os seguintes exemplos: João Carlos providencia um
guincho para remover o carro de alguém estacionado na frente de
uma casa em chamas; Américo das Neves, advogado famoso, em
Ourinhos/SP, paga com seu próprio dinheiro um imposto devido pelo
cliente; dona Cleonice de Souza resolveu pagar alimentos quando o
devedor da pensão, seu sobrinho, está ausente. A seguir, responda:
a) Todos os exemplos são atos unilaterais de que tipo?
b) Quem sustenta filhos dos outros pode exigir indenização dos
pais?
c) Num condomínio, o condômino que age em proveito da
comunhão é gestor do negócio de todos, mesmo sem ser o síndico?
Poderá exigir compensação financeira dos demais beneficiários?
CASO CONCRETO 2
Alfredo devia uma certa quantia a João e outra a Joaquim.
Equivocadamente pagou a João o valor devido a Joaquim, ou seja,
uma quantia bem maior. Ao dar-se conta do equívoco procurou
João para receber a diferença do pagamento indevido, porém João
recusou-se a devolver o dinheiro.
Desesperado Alfredo contrata, por R$5.000,00, Tião Medonho
para matar João. No entanto, Tião equivocadamente mata o outro
credor, razão pela qual Alfredo se recusa a pagá-lo pelo serviço
mal feito, mas com medo do pistoleiro acaba cedendo e paga ao
filho de Tião que não entrega o dinheiro ao pai.
Diante de mais essa tragédia, responda fundamentadamente em
qual das situações Alfredo tem direito a receber devolução?
QUESTÃO OBJETIVA
Quanto ao enriquecimento sem causa, assinale a opção apropriada.
 (A) A restituição é cabível.
 (B) Seu nexo de causalidade consiste essencialmente no efetivo
enriquecimento de alguém e na efetiva diminuição do patrimônio de
outrem, independentemente de resultarem de um só fato.
 (C) A restituição é devida mesmo quando sua causa justificadora
deixou de existir.
 (D) A causa jurídica é requisito essencial.
ATOS UNILATERAIS
• As três principais fontes de obrigações são os contratos,
 os atos unilaterais e os atos ilícitos. Os Contratos serão
 vistos no próximo período, atos unilaterais vamos
 apresentar ao longo desses dois encontros, e os atos
 ilícitos foram estudados em Direito Civil I, e deverão ser
 aprofundados na disciplina Responsabilidade Civil.
-É possível alguém se obrigar sozinho?
A resposta é sim, mas não através de um contrato, pois
todo contrato é bilateral quanto às partes. Os atos
unilaterais são obrigações assumidas por alguém
independente da certeza do credor. Os contratos podem
ser atípicos, mas os atos unilaterais só podem ser criados
pela lei.
Segundo nosso Código Civil, são quatro os atos
unilaterais:
•a promessa de recompensa,
•a gestão de negócios,
•o pagamento indevido e,
• o enriquecimento sem causa.
1 – Promessa de recompensa:
• Todo aquele que publicamente se
 comprometer a gratificar quem
 desempenhar certo serviço, contrai
 obrigação de fazer o que foi prometido
 (854, ex: recompensa para quem
 encontrar um cachorro perdido, para
 quem denunciar um criminoso, para
 quem descobrir a cura do câncer, etc).
• O promitente tem que ter capacidade
 (104, I).
• A promessa exige publicidade (ex:
 imprensa, carro de som, panfletos,
 cartazes).
Atenção!
• A promessa é feita a qualquer pessoa, ou a
 determinando grupo social, pois se feita a pessoa certa
 não é ato unilateral, mas contrato de prestação de
 serviço (ex: pago cem a Seu Antonio para procurar meu
 gatinho fujão, neste caso não é ato unilateral mas
 bilateral).
• A lei, tendo em vista uma
 justa expectativa da
 sociedade, obriga o autor
 da promessa a cumprir o
 prometido, independente
 de qualquer aceitação. O
 fundamento da promessa é
 ético: o respeito à palavra
 dada. A obrigação tanto é
 unilateral que mesmo que
 a pessoa que preste o
 serviço não tenha
 conhecimento da
 recompensa, fará jus à
 gratificação (855).
• Qual o valor da recompensa? Depende do promitente,
 mas um valor ínfimo pode ser aumentado pelo Juiz.
• E se mais de uma pessoa fizer o serviço, quem fica com
 a recompensa? A lei responde nos arts. 857 e 858.
• A promessa pode ser revogada? Sim, com a mesma
 publicidade da divulgação, mas só se não havia prazo
 para executar o serviço (856).
• A morte do promitente não revoga a promessa,
 respondendo os bens do falecido pela recompensa.
Concurso
• é semelhante aos concursos de
 direito administrativo para ingressar
 no serviço público. O concurso civil
 é uma espécie de promessa de
 recompensa onde várias pessoas
 se dispõem a realizar uma tarefa
 em busca de uma gratificação que
 será oferecida ao melhor (ex:
 melhor desenho, melhor redação,
 melhor frase, melhor fotografia,
 melhor fantasia de carnaval, melhor
 livro, melhor música, melhor nome
 para animal do zoológico, etc).
• O concurso não pode ser revogado, pois
 o prazo é obrigatório (859). O concurso é
 aleatório para o concorrente que pode
 não ganhar nada, a depender da decisão
 do árbitro do certame, cuja decisão
 subjetiva não pode ser questionada (§§ 1º
 e 2º do art. 859). As obras/tarefas
 apresentadas podem passar a pertencer
 ao organizador do concurso (860).
2 – Gestão de negócios:
• É a atuação de uma pessoa que, espontaneamente e
 sem mandato, administra negócio alheio, presumindo o
 interesse do próximo (861, ex: é gestor de negócio
 alheio o morador de um edifício que arromba a porta do
 vizinho para fechar torneira que ficou aberta enquanto o
 vizinho saiu em viagem; então o gestor fecha a torneira,
 enxuga o apartamento, manda secar os tapetes e troca
 a fechadura arrombada, devendo o vizinho indenizá-lo
 pelas despesas, 869). O gestor não tem autorização e
 nem obrigação de agir, mas deve fazê-lo por
 solidariedade, garantindo a lei o reembolso das
 despesas feitas.
• O gestor age de improviso numa
 emergência por puro altruísmo (866),
 sendo equiparado a um mandatário sem
 procuração (873). Trata-se de conduta
 unilateral do gestor com reflexos no
 patrimônio do dono do negócio (no
 exemplo, o vizinho).
• É unilateral pois o gestor age sem
 combinar com o dono do negócio, não
 havendo o acordo de vontades
 (consenso) que caracteriza os
 contratos. A gestão é gratuita (=
 altruísmo), mas o gestor pode ser
 processado caso não exerça bem sua
 tarefa (862, 863).
Exemplos:
• Providenciar um guincho para remover o carro de
 alguém estacionado na frente de uma casa em chamas;
 um advogado paga com seu dinheiro um imposto devido
 pelo cliente; pagar alimentos quando o devedor da
 pensão está ausente (871, então quem sustenta filhos
 dos outros pode exigir indenização dos pais); também é
 gestão de negócios pagar as despesas do funeral de
 alguém (872); último exemplo: num condomínio, o
 condômino que age em proveito da comunhão é gestor
 do negócio de todos, podendo exigir compensação
 financeira dos demais beneficiários (1.318)
3 - Enriquecimento sem causa
• Enriquecer sem causa é
 enriquecer
 repentinamente sem
 motivo justo, sem
 trabalhar, sem herdar.
 Uma das hipóteses de
 enriquecimento sem
 causa é através do
 pagamento indevido, por
 isso estes dois assuntos
 devem ser estudados em
 conjunto.
3.1 Pagamento indevido
• Ocorre pagamento indevido quando o devedor paga a
 alguém que não é o credor, ou seja, o accipiens não é o
 credor, e o devedor agiu por engano. Quem recebe
 pagamento indevido enriquece sem causa (ex: A deve a
 José da Silva, mas paga a outro José da Silva,
 homônimo do verdadeiro credor; A efetuou pagamento
 indevido e vai ter que pagar de novo ao verdadeiro
 credor, pois quem paga mal paga duas vezes; A
 obviamente vai exigir o dinheiro de volta do outro José
 da Silva que enriqueceu sem causa, mas o verdadeiro
 credor não precisa esperar, ele não tem nada a ver com
 isso).
Dois efeitos do pagamento indevido:
• A) aquele queenriqueceu sem
 causa fica obrigado a devolver o
 indevidamente auferido, não só por
 uma questão moral (= direito
 natural), mas também por uma
 questão de ordem civil (876, 884) e
 tributária, afinal como explicar à
 Receita Federal um súbito aumento
 de patrimônio? O objetivo dessa
 devolução é reequilibrar os
 patrimônios do devedor e do falso
 credor, alterados sem fundamento
 jurídico, sem causa justa.
• B) se o falso credor não quiser
 voluntariamente devolver o
 pagamento, surge o segundo
 efeito que é o direito do
 devedor de propor ação de
 repetição do indébito (repetitio
 indebiti) contra tal accipiens.
 Esta ação tem este nome pois,
 em linguagem jurídica, “repetir”
 significa “devolver” e “indébito”
 é aquilo que não é devido.
 Então a ação é para o falso
 credor devolver aquilo que não
 lhe era devido. Tal ação
 prescreve em três anos (206, §
 3º, IV).
• Também se aplicam as regras do pagamento indevido
 quando se paga mais do que se deve. Porém não cabe
 a repetição quando o “solvens” agiu por liberalidade (ex:
 doação, 877) ou em cumprimento de obrigação natural
 (ex: gorjeta, dívida de jogo, dívida prescrita, 882, 814) ou
 quando o “solvens” deu alguma coisa para obter fim
 ilícito, afinal ninguém pode se beneficiar da própria
 torpeza (Como no CASO CONCRETO 02: pagou ao
 pistoleiro errado para cometer um homicídio, não cabe
 devolução, 883).
•
 E se o objeto do pagamento indevido já tiver sido
alienado pelo falso credor a um terceiro? Bem, se tal
objeto era coisa móvel, tal alienação vale por uma
questão de segurança das relações jurídicas e porque
em geral os móveis são menos valiosos do que os
imóveis. De qualquer modo o falso credor vai responder
pelo equivalente em dinheiro.
•
 Mas se o objeto do
pagamento indevido for um
imóvel que o falso credor já
tenha alienado a um
terceiro, tal alienação só
valerá se feita
onerosamente (venda sim,
doação não) e o terceiro
estiver de boa-fé. Caso
contrário o solvens poderá
perseguir o imóvel e
recuperá-lo do terceiro
(879).
• GABARITO DOS CASOS CONCRETOS
CASO CONCRETO 1
Considere os seguintes exemplos: João Carlos providencia um
guincho para remover o carro de alguém estacionado na frente
de uma casa em chamas; Américo das Neves, advogado
famoso, em Ourinhos/SP, paga com seu próprio dinheiro um
imposto devido pelo cliente; dona Cleonice de Souza resolveu
pagar alimentos quando o devedor da pensão, seu sobrinho,
está ausente. A seguir, responda:
a) Todos os exemplos são atos unilaterais de que tipo?
Sugestão de gabarito – Gestão de negócios.
b) Quem sustenta filhos dos outros pode exigir indenização dos pais?
Sugestão de gabarito – Com base no art. 871, pode sim.
c) Num condomínio, o condômino que age em proveito da comunhão é gestor
do negócio de todos, mesmo sem ser o síndico? Poderá exigir compensação
financeira dos demais beneficiários?
Sugestão de gabarito – Sim. Sim, com base no art.1.318.
CASO CONCRETO 2
Alfredo devia uma certa quantia a João e outra a Joaquim. Equivocadamente
pagou a João o valor devido a Joaquim, ou seja, uma quantia bem maior. Ao
dar-se conta do equívoco procurou João para receber a diferença do
pagamento indevido, porém João recusou-se a devolver o dinheiro.
Desesperado Alfredo contrata, por R$5.000,00, Tião Medonho para matar
João. No entanto, Tião equivocadamente mata o outro credor, razão pela qual
Alfredo se recusa a pagá-lo pelo serviço mal feito, mas com medo do
pistoleiro acaba cedendo e paga ao filho de Tião que não entrega o dinheiro ao
pai.
Diante de mais essa tragédia, responda fundamentadamente em qual das
situações Alfredo tem direito a receber devolução?
 Gabarito sugerido – Somente na primeira, pois quando o
“solvens” deu alguma coisa para obter fim ilícito, afinal ninguém
pode se beneficiar da própria torpeza não cabe devolução,
art.883.
Assim,
chegamos ao
fim do nosso
conteúdo
programático
de Direito das
Obrigações!!!
Valeu galera!!!!!
Foi bom demais
 estar com
 vocês.
Boa sorte a
 todos!!!

Outros materiais