Buscar

PROBIC 1476 2018 - Fabiana Cristina de Souza

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Curso de Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
Fabiana Cristina de Souza 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO DO PLANEJAMENTO E DO GERENCIAMENTO 
EM HABIATAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL –HIS NO MUNICÍPIOS DE CALDAS-
MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poços de Caldas 
2019 
Fabiana Cristina de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO DO PLANEJAMENTO E DO GERENCIAMENTO 
EM HABIATAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL –HIS NO MUNICÍPIOS DE CALDAS-
MG 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de 
Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica de 
Minas Gerais, campus Poços de Caldas. 
 
Orientadora Prof.ª Mª. Marialva Mota Ribeiro 
 
Área de atuação: Planejamento Urbano. 
 
 
 
 
 
Poços de Caldas 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família e aos meus 
grandes amigos, que acreditaram no meu potencial e 
sempre estiveram ao meu lado. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço, em especial a Prof.ª. Mª. Marialva Mota Ribeiro, que foi a minha 
companheira e orientadora neste trabalho. 
À Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas, pela oportunidade da 
realização deste projeto de pesquisa. 
Aos residentes das casas do projeto de Habitação de Interesse Social implantado no 
Bairro Recanto Amigo, em Caldas – MG, pelas informações disponibilizadas para que os 
objetivos deste trabalho fossem alcançados. 
Ao Engenheiro civil Paulo Luan Paulino, pela atenção e disponibilidade em contribuir, 
também, com informações cruciais sobre o projeto supracitado. 
 Ao professor Leandro Letti da Silva Araujo, pelo profissionalismo e disponibilidade em 
oferecer informações técnicas que contribuíram para o entendimento e análise dos dados e 
informações captadas durante a realização deste projeto de pesquisa. 
E, finalmente, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para que este 
trabalho fosse realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma 
oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora 
da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para 
proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.” 
 (Albert Einstein) 
 
RESUMO 
 
A pesquisa apresentada neste projeto visa identificar a importância e o impacto do planejamento 
e gerenciamento em projetos de Habitações de Interesse Social – HIS. Atualmente, faz-se 
necessário um estudo cada vez maior de sistemas de gestão adaptados para projetos de HIS, já 
que o conhecimento mais abrangente do planejamento e gerenciamento de projetos habitacionais 
possibilita a diminuição das perdas de recursos, a otimização dos custos e do tempo e a 
melhoraria da qualidade das HIS. A fim de alcançar o objetivo supracitado, realizou-se um estudo 
do projeto de HIS elaborado e implantado, em parceria com Prefeitura Municipal de Caldas e a 
Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais – COHAB MINAS, no Bairro Recanto 
Amigo no referido município. Para tal, utilizaram-se os tipos de pesquisa qualitativa, quantitativa, 
bibliográfica, documental e de campo, que possibilitaram a identificação das boas práticas de 
gestão de projetos necessárias para um projeto de HIS e os requisitos de habitabilidade 
estabelecidos pela Norma de Desempenho, além da análise da relação existente entre os 
parâmetros estabelecidos no planejamento do projeto objeto de estudo, as práticas realizadas e os 
resultados obtidos durante e após a sua implantação. Como resultados, obteve-se a identificação 
de como se planejou e gerenciou o projeto supracitado, as consequências obtidas com a sua 
implantação, a percepção dos residentes nas edificações construídas quanto ao cumprimento dos 
requisitos de habitabilidade identificados e o impacto gerado por tais informações no projeto 
objeto de estudo. Finalmente, apresentam-se sugestões de melhorias, visando orientar e aprimorar 
futuros projetos de HIS 
 
 
 
Palavras-chave: Habitação de Interesse Popular. Planejamento. Gerenciamento de projetos.
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 9 - Exemplo genérico de um sistema de pisos e seus elementos ....................................... 32 
Figura 18 - Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................................... 36 
Figura 19 - Incidência solar ........................................................................................................... 40 
Figura 22 - Cotas da janela ............................................................................................................ 41 
Figura 23 - Dimensões mínimas de mobiliário e circulação ......................................................... 45 
Figura 1-Localização do Bairro Recanto Amigo em Caldas-MG ................................................. 51 
Figura 2 - Levantamento topográfico inicial ................................................................................. 54 
Figura 3 - Terreno antes das construções ...................................................................................... 55 
Figura 4 - Terreno após das construções ....................................................................................... 56 
Figura 5 - Projeto Arquitetônico do padrão habitacional MG-80-I-2-36 ...................................... 57 
Figura 6 - Projeto de Água Fria do padrão habitacional MG-80-I-2-36 ....................................... 58 
Figura 7-Projeto de Esgoto Sanitário do padrão habitacional MG-80-I-2-36 ............................... 59 
Figura 8 - Projeto Elétrico Padrão habitacional MG-80-I-2-36 .................................................... 60 
Figura 10 - Encosta que carrega a enxurrada ................................................................................ 61 
Figura 11 - Murro de arrimo (a) .................................................................................................... 62 
Figura 12 - Murro de arrimo (b) .................................................................................................... 62 
Figura 13 - Obras de drenagem do Bairro inacabadas ................................................................... 63 
Figura 14 - Área mofada nas vedações externa ............................................................................. 64 
Figura 15 - Porta apresentando unidade ........................................................................................ 65 
Figura 16 - Janela não estanque ..................................................................................................... 65 
Figura 17 - Telhado com mancha de mofos .................................................................................. 66 
Figura 20 - Obstrução pelo barranco ............................................................................................. 67 
Figura 21 - Obstrução pela complementação de obra ................................................................... 67 
Figura 24 - Planta Layout do Padrão habitacional MG-80-I-2-36 ................................................ 70 
Figura 25 – Proposta de Ampliação .............................................................................................. 71 
Figura 26 - Bairro Recanto Amigo ................................................................................................ 73 
Figura 27 – Localização do Bairro recanto Amigo ....................................................................... 75 
Figura 28 – Acesso pela rua Rainha do Céu no Bairro Santa Cruz ............................................... 75 
Figura 29 – Rua Dr. Ney Westin de Carvalho ............................................................................... 76 
Figura 31 – Casas complementadas e/ou reformadas (a).............................................................. 81 
Figura 32 – Casas complementadas e/ou reformadas (b) .............................................................. 82 
Figura 33 – Lavanderia complementada ....................................................................................... 82 
Figura 34 - Cozinha complementada ............................................................................................. 83 
Figura 35 - Complementação de garagem (a) ............................................................................... 83 
Figura 36 - Complementação de área de serviço ........................................................................... 84 
Figura 37 – Banheiro reformado ................................................................................................... 84 
Figura 38 - Complementação de garagem (b) ............................................................................... 85 
Figura 39 - Patologia em elemento de vedação (a) ....................................................................... 86 
Figura 40 – Patologia em elemento de vedação (b)....................................................................... 86 
Figura 41 – Fenômenos Patológicos .............................................................................................. 87 
Figura 42 – Fenômenos Patológicos em elementos de vedação ( c ) ............................................ 87 
Figura 43 – Fenômeno Patológico em elementos de vedação (d) ................................................. 88 
Figura 44 - Fenômeno Patológico em elemento de vedação (e)................................................... 88 
Figura 45 – Fenômeno patológico em elementos de vedação (f) .................................................. 89 
Figura 46 – Fenômeno Patológico na cobertura ............................................................................ 89 
Figura 47 – Trincas na alvenaria (a) .............................................................................................. 90 
Figura 48 – Trincas na alvenaria (b) .............................................................................................. 90 
Figura 49 - Trincas na alvenaria (c )............................................................................................. 91 
Figura 50 – Rachaduras na alvenaria (a) ...................................................................................... 91 
Figura 51 - Trincas na alvenaria (d) ............................................................................................. 92 
Figura 52 – Trincas na alvenaria (e) .............................................................................................. 92 
Figura 53 – Fissuras na alvenaria (a) ............................................................................................. 93 
Figura 54 - Fissuras na alvenaria(b) .............................................................................................. 93 
Figura 55 - Fissuras na alvenaria(c ) ............................................................................................. 94 
Figura 56 - Trincas na alvenaria (f) ............................................................................................... 94 
Figura 57 - Aquecedores solares ................................................................................................... 95 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Faixa etária dos respondentes ..................................................................................... 74 
Gráfico 3 – Altura do pé direito..................................................................................................... 77 
Gráfico 4 - Insolação ..................................................................................................................... 78 
Gráfico 5 - Ventilação ................................................................................................................... 78 
Gráfico 6 – Estanqueidade das esquadrias .................................................................................... 79 
Gráfico 7 -Acabamento ................................................................................................................. 79 
Gráfico 8 – Instalação Hidráulica .................................................................................................. 80 
Gráfico 9 – Instalação Elétrica ...................................................................................................... 80 
Gráfico 10 - Telhado...................................................................................................................... 81 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Transmitância térmica de paredes externas: ................................................................. 37 
Tabela 2 - Capacitância térmica de paredes externas: ................................................................... 37 
Tabela 3 - Área mínima de ventilação em dormitórios e sala de estar .......................................... 38 
Tabela 4 - Critérios de cobertura quanto à transmitância térmica ................................................. 38 
Tabela 5 - Conformidade ............................................................................................................... 39 
Tabela 6 - Móveis e equipamentos-padrão .................................................................................... 44 
Tabela 7 - Dimensões mínimas de mobiliário e circulação (continuação) .................................... 45 
Tabela 8 - Dimensões mínimas de mobiliário e circulação (continuação) .................................... 46 
Tabela 9 - Acessibilidade .............................................................................................................. 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
Dr. Doutor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica 
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais 
CH Conjunto Habitacional 
COHAB Companhia de Habitação Popular 
COHAB MINAS Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais 
COPASA Companhia de Água de Minas Gerais 
HIS Habitação de interesse social 
CT Capacidade Térmica 
MG Minas Gerais 
NBR Normas Brasileiras Regulamentadoras 
PMBOK Project Management Body of Knowledge 
PMDI Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 
U Transmitância Térmica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14 
1.1 Justificativa ............................................................................................................................ 15 
1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 17 
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 17 
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 17 
1.3 Estrutura do trabalho ........................................................................................................... 18 
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................... 19 
2.1 Planejamento Urbano ...........................................................................................................19 
2.2 Moradia e habitação .............................................................................................................. 21 
2.3 O planejamento e o gerenciamento de Habitações de Interesse Social (HIS) .................. 24 
2.4 Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos ............................................. 26 
2.5 Os programas de qualidade .................................................................................................. 28 
2.6 A normalização ...................................................................................................................... 30 
2.6.1 Estanqueidade ...................................................................................................................... 33 
2.6.2 Desempenho Térmico .......................................................................................................... 35 
2.6.3 Desempenho Lumínico ........................................................................................................ 40 
2.6.4 Desempenho acústico .......................................................................................................... 41 
2.6.5 Saúde, Higiene e Qualidade do ar ...................................................................................... 42 
2.6.6 Funcionalidade e acessibilidade ......................................................................................... 43 
2.6.7 Conforto astrodinâmico ....................................................................................................... 48 
3 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 49 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................... 51 
4.1 A Companhia de Habitação do estado de Minas gerais ..................................................... 52 
4.2 Requisitos de habitabilidades ............................................................................................... 61 
4.2.1 Estanqueidade ...................................................................................................................... 61 
4.2.2 Desempenho térmico ........................................................................................................... 66 
4.2.3 Desempenho lumínico ......................................................................................................... 68 
4.2.4 Desempenho acústico .......................................................................................................... 68 
4.2.5 Saúde, Higiene e Qualidade do ar ...................................................................................... 68 
4.2.6 Funcionalidade e acessibilidade ......................................................................................... 69 
4.3.7 Conforto astrodinâmico ....................................................................................................... 71 
4.3 Análise da pesquisa nas casas populares ............................................................................. 72 
5 PROPOSTA DE MELHORIA ................................................................................................ 97 
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 98 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 100 
ANEXO A - NOTICIA DO BAIRRO RECANTO AMIGO, ETAPA I ........................... 104 
ANEXO B - NOTICIA DO BAIRRO RECANTO AMIGO, ETAPA II ......................... 105 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO .................................. 106 
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM EX - DIRETOR MUNICIPAL DE OBRAS DE 
CALDAS: PAULO LUAN PAULINO ................................................................................ 107 
APÊNDICE C – HISTÓRICO – BAIRRO RECANTO AMIGO .................................... 109 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
A pesquisa proposta neste projeto visa identificar a importância do planejamento e 
gerenciamento em projetos de Habitações de Interesse Social – HIS no município de Caldas - 
MG. Por projeto entende-se um empreendimento singular, com objetivo ou objetivos pré-
definidos, que deverá ser implantado com base em um plano e critérios previamente definidos de 
custo, tempo, risco e qualidade. Para que um projeto seja bem-sucedido, o equilíbrio entre as 
demandas concorrentes e complementares de escopo, organograma, orçamento, qualidade, 
recursos e riscos para criar o produto, serviço ou resultado especificado deve ser o foco das 
atividades de planejamento e gerenciamento. O planejamento de um projeto deve ser realizado 
com enfoque sistêmico, que se relaciona com a realimentação ou retroalimentação das várias 
fases em que se constituem as etapas de um projeto, visto que é um processo dinâmico de suporte 
à tomada de decisões, possibilitando a previsão e avaliação de cursos alternativos e futuros e a 
otimização do uso dos recursos de produção. Destaca-se, entretanto, que as causas mais 
frequentes dos sérios problemas ocorridos em planejamento de projetos de edificações são a 
distribuição deficiente de recursos, a perda de informações e as constantes mudanças no projeto. 
Na Indústria da construção civil, no setor de edificações, vários são os projetos 
desenvolvidos sem planejamento, limitando a realização de seus gerenciamentos, entendido como 
o conjunto de métodos, técnicas e ferramentas, também conhecidos por boas práticas, aplicado 
para que os parâmetros previamente estabelecidos durante a etapa de planejamento sejam 
cumpridos. 
No que diz respeito ao atendimento das demandas habitacionais sociais, existem 
limitações na implementação de inovações tecnológicas de produtos e processos construtivos, 
bem como de metodologias de gestão de projetos, conforme divulgado em diversos meios de 
comunicação e identificado em vários municípios. Como consequências dessas limitações tem-se 
o não cumprimento de escopos, prazos e orçamentos, assim como a entrega de produtos com não 
conformidades identificadas durante o processo de sua edificação ou no resultado final. 
Tendo em vista essa realidade, faz-se necessário um estudo comprovando a importância 
do planejamento e gerenciamento de projetos nesse contexto, bem como os benefícios gerados 
por estes e suas contribuições na tomada de decisão, em definição de diretrizes para o projeto, 
alocação de recursos, no controle da execução dos serviços necessários, entre outros. 
15 
 
Neste contexto, almeja-se realizar um estudo nas Habitações de Interesse Social 
localizadas no Bairro Recanto Amigo, na cidade de Caldas-MG, situada no interior do Estado de 
Minas Gerais, com população estimada de 14.529 habitantes, para 2017, com extensão territorial 
de 711,414 Km² e densidade demográfica de 19,16 hab./Km² em 2010. (INSTITUTO 
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2016). 
1.1 Justificativa 
A moradia é uma questão contemplada em políticas públicas urbanas e um desafio social, 
em âmbito nacional. De acordo com levantamentos, o déficit habitacional brasileiro é estimado 
em mais de 6 milhões de moradias. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA 
ESTATÍSTICA, 2014). No relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(2013), encontra-se uma estimativa ainda maior, um déficit habitacional de 7,9 milhões de 
moradias no país. Com esse grande número de famílias a serem atendidas, torna-se necessário um 
sistema de gestão adequado e eficiente para projetos HIS. Lembrando que este mercado atende 
uma população com crescente exigência de qualidade e cada vez mais consciente dos seus 
direitos. O planejamento de um projeto de edificação consiste na organização para a execução e, 
apenas por meio dele, é possível uma execução eficaz. “O planejamento e o controle implicamnum processo decisório contínuo, pois planejar é decidir por antecipação, e controlar objetiva, 
fundamentalmente, conhecer e corrigir os desvios que venham a ocorrer em relação ao 
planejamento.” (LIMMER, 1996, p. 16) em projetos de HIS (Habitações de Interesse Social) o 
planejamento e a gestão de projetos se tornam essenciais, já que existe uma grande demanda a ser 
sanada com recursos públicos. A necessidade de construções de moradias populares para 
população de baixa renda tem se tornado cada vez maior. “A habitação digna e o acesso à 
infraestrutura urbana são dois direitos fundamentais do cidadão, necessidades de primeira ordem 
na vida de qualquer indivíduo, estando intimamente relacionados à qualidade de vida do ser 
humano” (PEREIRA apud MACHADO et. al, 2017). 
Atualmente, faz-se necessário um estudo cada vez maior de sistemas de gestão adaptados 
para projetos de HIS já que, um conhecimento mais abrangente do planejamento e gerenciamento 
de projetos habitacional pode tornar possível a diminuição das perdas de materiais, a redução dos 
custos e a melhoraria da qualidade e das durabilidades HIS “O grande desafio que se coloca na 
16 
 
gestão de empreendimentos habitacionais é a necessidade de se construir um grande número de 
unidades a um baixo custo, com o mínimo de desperdício, com boa qualidade, em um curto 
espaço de tempo e que sejam atendidos adequadamente por serviços básicos de infraestrutura.” 
(ABIKO, 1995, p. 9) 
Neste contexto, justifica-se o estudo apresentado neste projeto de pesquisa, realizado nas 
Habitações de Interesse Social construídas em 2010, localizadas no Bairro Recanto Amigo, na 
cidade de Caldas-MG, situada no interior do Estado de Minas Gerais, com população estimada de 
14.529 habitantes, para 2017, com extensão territorial de 711,414 Km² e densidade demográfica 
de 19,16 hab./Km² em 2010. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 
2016). 
Comumente, a construção civil tem dificuldade à implementação de novos processos de 
planejamento e gerenciamento. Uma das formas para aprimorar os sistemas de gestão tem sido a 
implementação de sistemas estruturados de garantia e gestão da qualidade. Entre os principais 
sistemas de gestão implementados temos o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no 
Habitat (PBQP-H), que se propõe a organizar o setor da construção civil em torno da melhoria da 
qualidade e da modernização produtiva. Considerando a melhor qualidade e o menor custo, para 
a redução do déficit habitacional, o PBQP-H, consta requisitos básicos de habitabilidade, desde 
aspectos já observados em projetos arquitetônicos e estruturais até detalhes mais específicos que 
também devem ser observados, tais como evitar defeitos (patologias), garantir a habitabilidade 
(conforto térmico, acústico, alumínio etc.), reduzir o impacto urbano e garantir a durabilidade, 
entre outros. (PBQP-H, SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DE EMPRESAS 
DE SERVIÇOS E OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2017) 
Em concordância, as moradias provenientes dos programas “Minha Casa, Minha Vida”, 
assim como as moradias das “COHAB” (Companhias de Habitação Popular), devem seguir os 
requisitos citados acima, para um bom resultado em seu produto. A garantia desta qualidade 
abrange um amplo leque de ações, incluindo o uso de materiais em conformidade com as normas 
técnicas, capacitação da mão de obra, certificação de sistemas da qualidade e avaliação da 
qualidade do projeto por órgãos regulamentadores e financiadores. 
Com a demonstração em pesquisa da importância do planejamento e gestão de projeto, 
visa-se conscientizar profissionais envolvidos em projetos de HIS, principalmente os que atuam 
nestes projetos no município de Caldas MG, sobre os benefícios de aplicar o Sistema de Gestão 
17 
 
da Qualidade (SGQ) e atender as normas de desempenho. 
Para a autora do trabalho, a realização das pesquisas apresentadas neste projeto é um 
diferencial para a vida profissional e pessoal, pois possibilitou a compreensão da importância de 
um sistema de gestão eficiente e os benefícios de se trabalhar em conformidade com as normas 
de desempenho e as boas práticas em gestão de projetos em projetos de HIS. Destaca-se, 
entretanto, que o interesse da autora em relação à temática abordada neste trabalho deve-se ao 
fato de ter atuado como estagiária na Prefeitura Municipal de Caldas e, por isso, ter facilidade 
para o acesso e obtenção de informações e, também de que concluirá o curso de graduação ao 
final de 2018. 
1.2 Objetivos 
1.2.1 Objetivo geral 
Identificar a importância e o impacto do planejamento e gerenciamento de projetos de 
Habitações de Interesse Social – HIS- implantados no município de Caldas-MG. 
1.2.2 Objetivos específicos 
• Identificar os parâmetros estabelecidos no planejamento dos projetos de HIS implantados 
no município de Caldas – MG. 
• Identificar as boas práticas de gestão de projetos necessárias para um projeto de HIS, 
assim como os benefícios de seguir as normas de desempenho. 
• Identificar as práticas realizadas nos projetos de HIS implantados no município de Caldas 
– MG. 
• Identificar a relação entre os parâmetros estabelecidos e os resultados obtidos nos projetos 
de HIS implantados no município de Caldas – MG 
• Elaborar sugestões de melhoria. 
 
 
18 
 
1.3 Estrutura do trabalho 
Este trabalho encontra-se estruturado em 5 partes. 
Na Introdução apresentam-se a temática e a problemática que nortearam as pesquisas 
realizadas, assim como a justificativa de suas realizações e os objetivos almejados. 
No Referencial Teórico apresentam-se os embasamentos teóricos utilizados para a 
compreensão da temática abordada no trabalho e das informações obtidas durante a sua 
realização, assim como para as análises realizadas. 
Na metodologia apresentam-se os tipos de pesquisa e de técnicas de captação de dados 
utilizados para que os objetivos do trabalho fossem alcançados. 
Na etapa seguinte, apresentam-se os dados e informações captadas durantes as pesquisas 
realizadas, culminando com as suas análises, com base no embasamento teórico estruturado para 
tal. 
Finalmente, apresentam-se as considerações finais sobre as pesquisas realizadas e os 
resultados obtidos. 
19 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
A fim de atingir os objetivos destacados na Introdução do presente trabalho, apresentam-
se, a seguir, conceitos e teorias utilizados para o entendimento dos assuntos abordados, assim 
como a compreensão dos resultados discutidos neste trabalho. 
2.1 Planejamento Urbano 
O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que 
visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do 
planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo 
principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida. Segundo um ponto de 
vista contemporâneo, o planejamento urbano, trata basicamente com os processos de produção, 
estruturação e apropriação do espaço urbano. As práticas de planejamento urbano são 
instrumentos na busca do crescimento estruturado, aliado à preservação do meio ambiente, à 
qualidade da infraestrutura urbana e da qualidade de vida da população. (HENS, OLIVEIRA; 
BERTOLLO, 2016) 
Dessa forma, confirma-se que planejar o espaço urbano significa remeter ao futuro das 
cidades, buscando medidas de precaução contra problemas e dificuldades, ou ainda, aproveitando 
melhor possíveis benefícios (RODRIGUES, 2001). Há uma relação direta, e necessária, entre o 
Planejamento Urbano e a possibilidade de a cidade produzir acesso à moradia, para a população 
de baixa e de média renda. O direito à moradia é ter direito de acesso à habitação, e deve ser 
garantido a todos pelos instrumentos de planejamento urbano. (BRASIL,1988; BRASIL, 2001). 
Sobre a relação existentes entre o planejamento urbano e moradia, destaca-se que 
Ao longo do tempo,o modelo de planejamento urbano nas cidades brasileiras tem 
fomentado uma ocupação urbana excludente, reservando às populações carentes 
determinados locais que são geralmente periféricos e de difícil acesso à moradia. (...) As 
normas relativas ao planejamento e ao uso do solo urbano também encampam 
importantes instrumentos de representação político-democrática nas cidades, poderosas 
ferramentas que podem viabilizar o “direito à moradia” para a população. (SILVA,2013. 
p. 2). 
 
Sobre os direitos a serem garantidos à população: 
Especificamente, com relação ao direito à moradia, verifica-se que este direito está longe 
de ser garantido a toda população, pois muitas destas estão segregadas e vivem sem 
nenhum dos direitos que compõem o direito à cidade moderna, como saneamento, 
20 
 
transportes coletivos, saúde, educação, segurança, entre outros, e por consequência, tem 
restrito os direitos de natureza social. (SILVA,2013. p. 3). 
 
O artigo XXV da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 
1948, dispõe os critérios necessários, para que a pessoa tenha um padrão de vida capaz de prover 
o bem-estar a si e a sua família. Entre estes critérios inclui a habitação: 
 
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua 
família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados 
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de 
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de 
subsistência em circunstancias fora de seu controle. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL 
DOS DIREITOS HUMANOS,1948) 
 
De acordo com o artigo sexto da Constituição Federal, a moradia é um dos direitos 
fundamentais de todo cidadão: “Art. 6. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ” 
(BRASIL,1988). 
Detalhando e desenvolvendo os artigos 182 e 183, o Estatuto da Cidade, denominação 
oficial da Lei 10.257 de 10 de julho de 2001 (BRASIL, 2001), regulamenta o capítulo referente à 
“Política Urbana” da Constituição Federal. O Estatuto tem a moradia como um dos direitos 
fundamentais da pessoa humana e destaca a competência da União neste contexto, conforme 
destacado a seguir: 
 
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções 
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: 
I – Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à 
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços 
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 2001) 
 
Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana: 
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições 
habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário 
urbano e dos demais espaços de uso público. (BRASIL, 2001). 
 
O Estatuto da cidade (BRASIL, 2001) apresenta, também, entre seus instrumentos de 
planejamento municipal, o plano diretor, a disciplina do parcelamento do uso e ocupação do solo, 
o zoneamento ambiental, o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e orçamento anual, a 
21 
 
gestão de orçamentária e orçamento anual, a gestão orçamentária participativa, planos, programas 
e projetos setoriais, planos de desenvolvimento econômico e social. 
No âmbito da saúde, a Lei 8.080 (BRASIL, 1990) dispõe sobre as condições básicas para 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e cita a moradia como fator determinante e condicionante para saúde do 
indivíduo: 
 
Art. 3o Os níveis saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a 
saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o 
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, 
o transporte, o lazer e acesso aos bens e serviços essenciais. (BRASIL, 1990). 
 
Os termos moradia e habitação comumente são utilizadas de forma indistinta, tanto em 
documentos legais, textos acadêmicos e debates sociais. No entanto, dependendo do contexto em 
que se utiliza, se torna de suma importância identificar as distinções entre esses termos. 
2.2 Moradia e habitação 
Souza (2004), percebendo a necessidade de distinguir os termos moradia e habitação, 
explica: “Moradia é o elemento essencial do ser humano e um bem extrapatrimonial [...] 
Habitação é o exercício efetivo da moradia sobre determinado bem imóvel. ” (SOUZA,2004. p. 
45) 
 
No caso da habitação, o enfoque é o local, o bem imóvel, ou seja, o objeto verbi gratia, 
porque se exerce a habitação numa hotelaria, numa casa de praia, em flats etc. E, no caso 
do conceito de moradia, concebemo-la sob o enfoque subjetivo, pois pertence à pessoa o 
exercício da moradia, sendo-lhe inerente (SOUZA, 2004. p. 46). 
 
 
Sobre o direito à habitação, Garcia (2013) destaca que: 
 
O direito à habitação implica normas legais de sua conscientização e mais normas de 
referência necessária – ou, em outras palavras, normas legais de meio ambiente, 
atinentes à habitação e à urbanização, à cidade. [...] O direito à cidade, pelo qual o 
direito à habitação se concretiza, constitui, conjuntamente, em direito social e um direito 
político, feição que assume pela via da democracia participativa nas decisões sobre 
assuntos de âmbito social, numa sociedade de consentimento. (GARCIA,2013. p.121). 
 
22 
 
Medeiros (2016), descreve claramente as diferenças entre habitação e moradia, 
destacando que: 
 
[...] por habitação se entende a estrutura material que abriga e serve de referência para 
uma pessoa ou para uma família. [...] por moradia se entende uma exigência que decorre 
da própria situação humana, referente à necessidade de o homem proteger-se das 
intempéries e possuir um espaço que sirva como referencial para sua vida social. 
(MEDEIROS,2016. p. 3). 
 
Em outras palavras, não seria apropriado dizer que o direito à moradia de uma pessoa é 
sua casa, sua habitação. Pelo contrário, a estrutura material que lhe serve de abrigo é o 
objeto que satisfaz a necessidade permanente dessa pessoa de efetivar o seu direito à 
moradia. (MEDEIROS,2016. p. 3). 
 
A materialização do direito à alimentação se dá com o alimento, com a comida. No 
entanto, o direito à alimentação não é o mesmo que a comida. Esta última é o objeto que 
permite a satisfação do direito. O mesmo se dá com o direito à moradia, que se 
concretiza na posse de uma habitação, seu objeto satisfativo. (MEDEIROS,2016. p. 4). 
 
 Na visão de Rodrigues (2001) 
 
De alguma maneira é preciso morar. No campo, na pequena cidade, na metrópole, morar 
como vestir, alimentar, é uma das necessidades básicas dos indivíduos. Historicamente 
mudam as características da habitação, no entanto é sempre preciso morar, pois não é 
possível viver sem ocupar espaço. No interior da casa é onde se realizam outras 
necessidades; além de se ter um abrigo, é onde se dorme, tem privacidade, faz-se as 
refeições, realiza-se higiene pessoal, convive-se com o grupo doméstico, etc. A moradia 
também é local de trabalho: sempre se trabalha na casa para a própria manutenção, como 
lavar, cozinhar, passar e, muitas vezes, para a concretização de um valor em dinheiro 
para subsistência. (RODRIGUES, 2001, p.11) 
 
A habitação é uma expressão direta das mudanças de valores, imagens, percepções e 
modos de vidas que afeta o comportamento e a maneira de viver seus moradores. A forma de 
habitação ainda é afetada pelaforma da cidade, por suas áreas de lazer, suas áreas não 
domésticas, seus locais de reunião e pela maneira como são usados como são usados. O modo 
com que se utiliza o espaço urbano influi muito na forma da habitação, através de várias 
transições para a rua e daí para as outras partes da cidade. (DIAS, 1989) 
A importância da moradia adequada para todos, indivíduos, famílias e comunidades, é 
óbvia. A moradia e as questões a ela ligadas são de interesse de todos e estão constantemente no 
centro das atenções públicas. Apesar disso, bilhões de pessoas vivem em condições inadequadas 
de moradia no mundo, inclusive nos países ricos. 
Sobre o crescimento populacional, a falta de habitação, e os direitos básicos não atendidos 
23 
 
a população destaca-se que: 
 
Nasce gente depressa demais no Brasil. Na Copa do Mundo de 1970, éramos 90 milhões 
em ação num país desigual; em 30 anos, dobramos a população e multiplicamos os 
problemas sociais. 
Otimistas irresponsáveis, procuramos consolo para essa explosão demográfica absurda 
nos dados do IBGE que mostram queda progressiva da natalidade nos últimos 50 anos. 
De fato, a média de 6,2 filhos por mulher brasileira existente em 1950 caiu para 4,4 
filhos em 1980 e para 2,3 no ano 2000. [...] O número de brasileiros duplicou, a periferia 
das cidades incha sem parar, não conseguimos construir escolas, hospitais e habitações 
para atender à demanda crescente, nem cadeias no ritmo necessário para acompanhar a 
velocidade com que os bandidos arregimentam seguidores nas comunidades carentes. 
(VARELLA,2002). 
 
Garcia (2013) complementa alertando sobre o excesso populacional e suas consequências: 
 
É o que se verifica nas cidades supervoadas: O excesso de demanda aos mesmos 
serviços públicos, a moradia, ao emprego, a extrema proximidade dos grupos humanos 
em locais reduzidos e o prejuízo à intimidade, a vida privada, a falta de ocupação, enfim 
fatos comuns da centralização de muitos no mesmo espaço levam ao acirramento de 
atitudes intolerantes indiscriminada, contra e contra todos, à de sagração da família. 
(GARCIA, 2013. p. 118). 
 
Em 1996, Limmer (1996) já mencionava o problema do déficit nacional brasileiro, e 
citava o planejamento como um dos processos para se conseguir atender a demanda e sanar o 
problema do déficit habitacional brasileiro: 
 
O Brasil cresce a uma taxa de cerca de 5% e sua população, aproximadamente, de 2% ao 
ano. Existe hoje um déficit habitacional estimando em torno de 12 milhões de 
habitações. Admitindo-se que haja um programa para construir 1 milhão de habitações 
por ano, seriam necessários 12 anos para cobrir esse déficit. Entretanto, nesses 12 anos a 
demanda aumentará anualmente cerca de 700 mil novas habitações. Isso envolve não só 
a habitação propriamente dita, mas também toda a parte de infraestrutura: saneamento, 
transporte, energia, comunicações e abastecimento é preciso criar meios para atender 
essa demanda. O caminho está no incremento da educação e da saúde públicas, bem 
como no desenvolvimento e aplicação de tecnologias, métodos e processos de 
construção que melhorem a qualidade e o custo do produto, sendo o planejamento um 
desses processos. (LIMMER, 1996, p. 6). 
 
Em relação à construção de moradias para a população de baixa renda, Carpinteiro (1997) 
destaca a formulação da política habitacional no Brasil nas décadas de 20 e 30: 
 
Lembramos que, até os anos 20, encontramos iniciativas isoladas no campo da 
construção de moradias para a população de baixa-renda. Tais iniciativas ficavam sob a 
responsabilidade dos municípios, ou então, dos empresários e das construtoras 
particulares. A partir dos anos 30, mudanças ocorrem na história das resoluções dos 
problemas de edificação de moradias para a população carente. Isto porque todas as 
24 
 
questões que vinham anteriormente sendo debatidas pelos médicos, políticos e 
empresários passaram a ser encapadas pelo Estado. (CARPINTÉRO,1997, p. 11) 
[...] foi no decorrer dos encontros, palestras e reuniões do instituto de Engenharia, que o 
urbanismo moderno, a partir dos anos 20, passou a adquirir novos adeptos em todo 
Brasil. Foi também o Instituto de Engenharia o responsável pela realização do Primeiro 
Congresso de habitação, no ano de 1931, em São Paulo. Cabe ressaltar a importância 
assuntos concernentes à habitação econômica no Brasil. (CARPINTÉRO,1997, p. 74) 
 
Com a grande demanda de moradias a serem construídas por iniciativas governamentais, 
o planejamento e o gerenciamento se tornam fundamentais para garantir a redução de custos, 
controle de tempo e risco, e melhoria da qualidade. 
Sobre a relação entre a gestão de projeto e prazo, custo e qualidade da obra, Limmer 
(1996) afirma que: 
 
O gerenciamento de um projeto tem por objetivo executá-lo de modo a que sejam 
atingidos os padrões de prazo, custo e qualidade previamente estabelecidos. O prazo de 
execução é determinado a partir do elenco de atividades, a serem executadas, da sua 
sequência lógica, do seu inter-relacionamento, da metodologia e dos processos de 
execução e da disponibilidade dos recursos necessários. O custo deriva dos mesmos 
fatores alinhados para prazo de execução e, também, da disponibilidade de recurso 
financeiro, o qual, em última análise, retroalimenta a determinação do prazo. [...] A 
qualidade tem um elevado custo de implementação, custo este que é recuperado, porém, 
ao longo de sua operacionalização. “ (LIMMER, 1996, p. 187,188). 
 
Oliveira (2015) salienta a importância do planejamento e gestão para construção diária, de 
uma sociedade idealizada e desejada por seus habitantes: 
 
Agentes qualificados, planejamento realista, gestão competente e mecanismos 
adequados tornam-se indispensável para alcançar este objetivo. (...) de importância 
fundamental e indispensável na ação governamental: o planejamento. A ação 
governamental não pode ser fruto da improvisação. É mister que seja precedida de 
planejamento, cuja a ideia está intrínseca e infestável do seu conceito. 
(OLIVEIRA,2005, p. 213, 219.) 
 
Tal ação deve se fazer presente nas Habitações de Interesse Social. 
2.3 O planejamento e o gerenciamento de Habitações de Interesse Social (HIS) 
Sobre o planejamento e gerenciamento de obras de Habitações de Interesse social - HIS, 
enfatiza-se que 
 
25 
 
O conhecimento mais abrangente do gerenciamento habitacional pode tornar possível a 
diminuição das perdas, a redução dos custos e a melhoraria da qualidade das Habitações 
de Interesse Social. Esta realidade tem gerado a necessidade de se desenvolver um 
sistema de gestão adaptado para a construção de Habitações de Interesse Social, de 
forma a permitir que o planejamento garanta um melhor treinamento da mão-de-obra e a 
implantação de um controle da qualidade com foco na produtividade e no menor custo 
dos empreendimentos além de maior qualidade e durabilidade da habitação. (PEREIRA, 
2009, p. 1). 
 
Por planejamento entende-se o 
 
Processo por meio do qual se estabelecem objetivos, discutem-se expectativas de 
ocorrências de situações previstas, veiculam-se informações e comunicam-se resultados 
pretendidos entre pessoas, entre unidades de trabalho, entre departamento de uma 
empresa e mesmo, entre empresas. (LIMMER, 1996, p.15). 
 
Quando ao Gerenciamento de projetos, Limmer (1996) destaca que 
 
O gerenciamento de um projeto é, portanto, a coordenação eficaz e eficiente de recursos 
de diferentes tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, políticos, 
equipamentos, e de esforços necessários para obter-se o produto final desejado – a obra 
construída-, atendendo-se a parâmetros preestabelecidos de prazo, custo, qualidade e 
risco. Por outro lado, gerenciar um projeto é assegurar também que o mesmo seja 
planejado em todas as suas fases, permitindo, através de mecanismos de controle, uma 
vigilância contínua onde os impactos de prazos e/ou custossejam analisados e 
projetados para um horizonte de curto e médios prazos, possibilitando antecipar decisões 
gerenciais que garantem a execução do projeto no curso desejado. (LIMMER, 1996, 
p.12). 
 
Para se atingir um padrão de qualidade, o planejamento, gestão e controle são 
fundamentais. 
 
Numa época que se fala em qualidade e, por via de consequência, em produtividade, é 
preciso que o gerenciamento de um projeto seja feito como um todo, concatenando-se 
recursos humanos, materiais, equipamentos e também políticos, de forma a obter-se o 
produto desejado – a obra construída – dentro dos parâmetros de prazo, custo, qualidade 
e risco previamente estabelecidos. Para tanto é necessário planejar e controlar o projeto, 
visto que planejar e controlar são atividades mutuamente exclusivas: Uma não existe 
sem a outra. (LIMMER, 1996, p. 2) 
 
A preocupação com a qualidade é enfatizada desde meados do século XX, 
 
Os médicos e os higienistas procuravam apontar os inúmeros problemas decorrentes da 
cidade industrial. Entre estes problemas, constatamos a preocupação do saber médico 
com o meio ambiente da população pobre; as pesquisas e as teses médicas ressaltavam a 
importância da penetração dos fluídos como a água, a luz e o ar no interior das casas dos 
trabalhadores urbanos. (...) (CARPINTEIRO, 1997, p. 73) 
26 
 
Comumente utilizado nos sistemas de gestão como uma padronização que identifica e 
conceitua processos, áreas de conhecimento, ferramentas e técnicas, boas práticas em gestão de 
projetos, o Guia PMBOK® (Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos), 
fornece diretrizes para o gerenciamento de projetos individuais e define os conceitos relacionados 
com o gerenciamento de projetos. “ 
 
Este Guia PMBOK® identifica um subconjunto de conhecimentos em gerenciamento de 
projetos geralmente reconhecidos como boas práticas. Este Guia PMBOK® e uma base 
sobre a qual as organizações podem criar metodologias, politicas, procedimentos, regras, 
ferramentas e técnicas e fases do ciclo de vida necessários para a pratica do 
gerenciamento de projetos. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p.38) 
 
2.4 Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos 
O Project Management Institute – PMI (2017), na 6ª. edição do PMBOK, define dez áreas 
de gerenciamento de projetos, conforme destacado a seguir: 
 
• O gerenciamento da integração do projeto, a fim de atender os requisitos dos projetos e 
gerenciar as expectativas das partes interessadas “inclui características de unificação, 
consolidação, comunicação inter-relacionamentos. Estas ações devem ser aplicadas desde 
o início do projeto até a sua conclusão”. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 
2017, p.105). 
• O gerenciamento do escopo do projeto, tem como objetivo definir e controlar se o que 
está sendo realizado está sendo cumprido conforme definição na etapa do planejamento. 
“A conclusão do escopo do projeto é medida em relação ao plano de gerenciamento do 
projeto. A conclusão do escopo do produto é medida em relação aos requisitos do 
produto” (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 710). 
• O gerenciamento de tempo do projeto, “garante ao projeto um término pontual, tem entre 
seus processos, o planejamento e gerenciamento do cronograma; definição e 
sequenciamento das atividades; estimativas dos recursos pelas atividades e das durações 
de cada atividade; e o desenvolvimento e controle do cronograma de todo os projetos. ” 
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 209). 
http://www.projectbuilder.com.br/blog-pb/entry/estrategia/5-ferramentas-de-gestao-simples-que-nao-podem-faltar-em-um-projeto
27 
 
• O gerenciamento de custos do projeto, abrange os “processos envolvidos em 
planejamento, estimativas, orçamentos, financiamentos, gerenciamento e controle dos 
custos, de modo que o projeto possa ser terminado dentro do orçamento aprovado. ” 
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 589). 
• O gerenciamento da qualidade do projeto, “inclui os processos para incorporação da 
política de qualidade da organização com relação ao planejamento, gerenciamento e 
controle dos requisitos de qualidade do projeto e do produto para atender as expectativas 
das partes interessadas. ” (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 589). 
• O gerenciamento dos recursos humanos do projeto, contém para identificar, adquirir e 
gerenciar os recursos necessários para a conclusão bem-sucedida do projeto” (PROJECT 
MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 60). 
• O gerenciamento das comunicações do projeto “inclui os processos necessários para 
garantir que as necessidades de informações do projeto e de suas partes interessadas sejam 
satisfeitas, com o desenvolvimento de artefatos e a implementação de atividades 
projetadas para realizar a troca eficaz de informações”. (PROJECT MANAGEMENT 
INSTITUTE, 2017, p. 395). Também visa “assegurar que as informações do projeto 
sejam planejadas, coletadas, criadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas, gerenciadas, 
controladas, monitoradas e finalmente dispostas de maneira oportuna e apropriada” 
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 60). 
• O gerenciamento dos riscos do projeto “inclui os processos de condução do planejamento, 
da identificação, da análise, do planejamento das respostas, da implementação das 
respostas e do monitoramento dos riscos em um projeto. O gerenciamento dos riscos do 
projeto tem por objetivo aumentar a probabilidade e/ou o impacto dos riscos positivos e 
diminuir a probabilidade e/ou o impacto dos riscos negativos, a fim de otimizar as 
chances de sucesso do projeto.” (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2017, p. 
431). 
• O gerenciamento das aquisições do projeto, engloba “os processos necessários para 
comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe do projeto.” 
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013, p. 60). 
28 
 
• O gerenciamento das partes interessadas possibilita o gerente de projetos “identificar 
todas as pessoas, grupos ou organizações que podem impactar ou serem impactados pelo 
projeto, analisar as expectativas das partes interessadas, seu impacto no projeto e 
desenvolver estratégias de gerenciamento apropriadas para o engajamento eficaz das 
partes interessadas nas decisões e na execução do projeto” (PROJECT MANAGEMENT 
INSTITUTE, 2017, p. 503). 
Neste contexto, visando aprimorar os sistemas de gestão de obras brasileiras, 
 
Em dezembro de 1998, foi instituído pelo Governo Federal, com abrangência nacional, o 
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional. [...] O 
PBQP-H, foi criado em 1991, com a finalidade de difundir os novos conceitos de 
qualidade, gestão e organização da produção que estão revolucionando a economia 
mundial, indispensáveis à modernização e competitividade das empresas brasileiras, [...] 
definindo assim o seu objetivo: “Elevar os patamares da qualidade e produtividade da 
construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização 
tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia para a população 
de menor renda” (PBQP-H, 2017). 
2.5 Os programas de qualidade 
Tendo em vista que o desenvolvimento da construção civil, voltados para construções de 
HIS, é necessário a existência de padrões mínimos técnicos para que esse tipo de 
empreendimento atendam as obrigatoriedades das normas vigentes. A Cohab Minas, buscam 
contratar empresas que possuam certificados do seu sistema de gestão da qualidade. 
A Companhia aderiu ao Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade no Habitat – PMQP, 
criado pelo Decreto 43.418/2003, na intenção de alcançar a melhoria da qualidade da construção, 
garantindo a satisfação total dos clientes finais, bem como a boa aplicação dos recursos públicos, 
maior vida útil das obras públicas, menor custo de manutenção, cumprimento dos prazos e 
atendimento aos requisitos especificados pelo programa. (COHABMINAS, 2019). 
O PMQP-H tem suasdiretrizes embasadas no Programa Brasileiro da Qualidade e 
Produtividade no Habitat – PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na 
Construção habitacional). Instituído pelo governo federal o – PBQP-H tem como objetivo 
organizar o setor da construção, em torno da melhoria da qualidade do habitat e a modernização 
produtiva. (PBQP-H,2019) Ele serve como critério para distribuição de recurso para o mercado 
de habitação, garantindo a qualidade da habitação. Albuquerque (2013), explica a atuação do 
29 
 
programa, forma como vem atuando até os dias de hoje: 
 
O PBQP-H e um programa que atua com todos os intervenientes da construção civil, 
como: empresas de materiais, componentes e sistemas construtivos, sistemas inovadores 
de construção e construtoras. (CERTIFICACAOISO,2019). 
 
O PBQP_H funciona como um sistema de gestão de qualidade e foi modificada no dia 14 
de junho de 2018, conforme alterações anunciadas na Portaria n° 383 do SiAC- Edificações. 
Essas alterações, facilitou a adaptação das empresas e apresenta o Regimento Específico da 
Especialidade Técnica Execução de Obras do SiAC, e serve como os referenciais normativos 
para os níveis B e A, que são níveis de adesão de caráter evolutivo (PBQP-H, 2019). No caso das 
edificações do nosso objeto de estudo, para Cohab Minas é exigido o nível A, ou seja, 100% de 
controle da gestão de recurso e materiais: 
 
Desde abril de 2010, a Cohab Minas exige o Certificado de Habilitação do PMQP-H no 
nível “A”, como requisito de habilitação de empresas em suas licitações. Dessa forma, as 
empresas interessadas em prestar serviços de qualidade à Cohab Minas devem se adaptar 
às novas condições que certamente trarão benefícios tanto para a COHAB e seus 
usuários finais como para a própria empresa, que poderá aprimorar a qualidade de seus 
serviços, aumentando a competitividade e melhorando os processos internos. 
(COHABMINAS, 2019) 
 
Com alterações em 2018, foi necessário um alinhamento maior com a ISO 9001:2015 que 
permite que empresas que buscam a certificação no Nível “A” do Regimento Normativo do 
PBQP-h, também possam se certificar nos requisitos da ISO 9001, lembrando que ABNT 
NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos 
para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Sendo assim as empresas do setor da construção 
civil devem comprovar padrões de qualidade para participar dos incentivos criados pelo 
Governo Federal: 
 
Um dos projetos propulsores do PBQP-H é o Sistema de Avaliação da Conformidade de 
Empresas de Serviços e Obras (SiAC), que é o resultado da revisão e ampliação do 
antigo SiQ (Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras). O SiAC tem 
como objetivo avaliar a conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas 
de serviços e obras, considerando as características específicas da atuação dessas 
empresas no setor da construção civil, e baseando-se na série de normas ISO 9000.O 
Sistema busca contribuir para a evolução dos patamares de qualidade do setor, 
envolvendo especialidades técnicas de execução de obras, serviços especializados de 
execução de obras, gerenciamento de obras e de empreendimentos e elaboração de 
projetos. (PBQP-H, 2019). 
 
30 
 
Em 2017 entre os requisitos normativos do PQBH em 2017 foi incluído a NBR 15775 
Norma de desemprenho 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho. A aplicabilidade 
dessa norma é específica para edificações habitacionais. Ela não se aplica aos outros dois 
segmentos do PQBH: saneamento, obras viárias e especiais. Para este trabalho será efetuada um 
estudo dos requisitos básicos de habitabilidade necessários nas construções de HIS baseados na 
ABNT NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho e a NBR 15220:2005 - 
Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de 
interesse social. 
2.6 A normalização 
A Norma Brasileira NBR 15575:2013, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – 
ABNT, conhecida como Norma de Desempenho, tem o desafio de promover uma melhoria na 
qualidade das edificações, apresentando conceito de comportamento em uso de uso de 
componentes e sistemas, para que a construção habitacional atendas exigências dos usuários, 
mesmo com passar dos anos. Esta Norma foi publicada em 2010 e entrou em vigor em 19 de 
julho 2013. Inicialmente, a sua aplicação era válida para edificações de até cinco pavimentos, 
atualmente estendeu-se para toda e qualquer edificação residencial, independentemente do 
número de pavimentos, geminadas ou isoladas. 
Por Norma de desempenho entende-se o “conjunto de requisitos e critérios estabelecidos 
para uma edificação habitacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, 
independentemente da sua forma ou dos materiais constituintes. ” (NBR 15575-1, 2013, p 9). 
Ela visa oferecer aos seus usuários a garantia de qualidade das edificações residenciais a partir de 
requisitos mínimos. 
A NBR 15575-6 (, 2013, p.2), sob título geral Edificações Habitacionais- Desempenho, 
tem contém as seguintes partes: 
 
– Parte 1: Requisitos Gerais; 
– Parte 2: Requisitos para os sistemas estrutura; 
– Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos; 
– Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 
– Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; 
– Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários. 
 
31 
 
A parte 1, denominada Requisitos Gerais, apresenta uma lista geral de exigência dos 
usuários e é utilizada “como referência para o estabelecimento dos requisitos e critérios” (NBR 
15575-1,2013, p.11): 
 
Segurança 
- As exigências do usuário relativas à segurança são expressas pelos seguintes fatores: 
segurança estrutural, segurança contra o fogo, segurança no uso e na operação. 
Sustentabilidade 
-As exigências do usuário relativas à sustentabilidade são expressas pelos seguintes 
fatores: durabilidade, manutenibilidade e impacto ambiental. 
Habitabilidade 
-As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes 
fatores: estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho 
lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil 
e antropodinâmico. 
 
Os requisitos de habitabilidade interferem diretamente na qualidade de vida dos usuários. 
Por isso nesse trabalho, será feita a análise desses requisitos. Uma análise de forma geral, 
baseado nessa primeira parte da norma e, uma análise de maneira mais específica, dos requisitos 
de habitabilidade de cada um dos principais sistemas da edificação, baseado na parte 2 a 6 da 
norma. 
A NBR 15575-2 (2013) estabelece “Requisitos para sistemas estruturais”, como, por 
exemplo, o critério de estabilidade e resistência da edificação e métodos para medir que tipos de 
impactos a estrutura pode aguentar sem apresentar falhas, fissuras ou rachaduras. Esta parte da 
norma não será abordada no nosso trabalho, já que as referências neste item para os requisitos de 
habitabilidades, estão todas contidos na primeira parte da norma. 
Na parte 3 da ABNT NBR 15575 :2013, Requisitos para os sistemas de pisos, são 
estabelecidos requisitos técnicos de segurança para o usuário, resistência ao fogo, estanqueidade 
e durabilidade para os sistemas de pisos, estando eles em ambientes internos ou externos” 
(BATAGLIN ,2014, p.32). O conceito de sistemas de pisos é explicado na Norma e demostrados 
na figura 9 abaixo: 
 
Sistema de piso: sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto parcial ou 
total de camadas (por exemplo, camada estrutural, camada de contrapiso, camada de 
fixação, camada de acabamento) destinado a atender à função de estrutura, vedação e 
tráfego (NBR 15.575 -3, 2013 p. 5). 
32 
 
Figura 1 - Exemplo genérico de um sistema de pisos e seus elementos 
 
Fonte: NBR 15575-3,2013, p. 5Os sistemas de pisos devem impedir a ascensão da umidade proveniente do solo e os pisos 
das áreas molhadas e devem impedir a passagem de umidade para outros elementos construtivos. 
(NBR 15575-3,2013, p. 17). 
Os sistemas de vedações verticais “não devem ser tratados como uma parte isolada, mas 
sim como uma parte que pode ser influenciada e que pode influenciar bastante os outros 
elementos da construção.” (PIRES, 2015, p11). E são definidos na quarta parte da ABNT (2013): 
 
Esta Parte da ABNT NBR 15575 trata dos sistemas de vedações verticais internas e 
externas das edificações habitacionais, que, além da volumetria e da compartimentação 
dos espaços da edificação, integram-se de forma muito estreita aos demais elementos da 
construção, recebendo influências e influenciando o desempenho da edificação 
habitacional. (NBR 15575-4,2013. p. 2). 
 
Sistemas de vedação vertical interno e externo (SVVIE): Partes da edificação habitacional 
que limitam verticalmente a edificação e seus ambientes, como as fachadas e as paredes ou 
divisórias internas. (NBR 15575-4,2013. p. 4). 
Os desempenhos estabelecidos para os sistemas de vedação vertical em uma edificação - 
basicamente, o conjunto de paredes e esquadrias (portas, janelas e fachadas) - referem-se a 
requisitos como estanqueidade ao ar, à água, a rajadas de ventos e ao conforto acústico e térmico. 
(PIRES, 2015, p11) 
A parte 5 da NBR 15575:2013 estabelece critérios par o “Sistema de coberturas”, uma das 
partes essenciais mais importante na edificação e que interfere diretamente nos demais elementos 
33 
 
que a compõe. Sistemas de coberturas é definido como: 
 
Conjunto de elementos / componentes, dispostos no topo da construção, com as funções 
de assegurar estanqueidade às águas pluviais e salubridade, proteger demais sistemas da 
edificação habitacional ou elementos e componentes da deterioração por agentes 
naturais, e contribuir positivamente para o conforto termo acústico da edificação 
habitacional. (NBR 15575-5,2013. p. 6). 
 
O sistema hidrossanitários é definido como um "sistema hidráulico predial destinado a 
suprir os usuários com água potável fria e/ou quente e água de reuso, e a coletar e afastar os 
esgotos sanitários, bem como coletar e dar destino às águas pluviais”. (NBR 15575-3,2013, p. 6). 
Em resumo, nesta parte da norma, tem compreendido no seu escopo os seguintes sistemas 
hidráulicos. (NBR 15575-6,2013, p 3). 
 
- Sistemas prediais de água fria e de água quente; 
- Sistemas prediais de esgoto sanitário e ventilação, e 
- Sistemas prediais de águas pluviais 
 
Em relação aos requisitos de habitabilidade observados neste trabalho, serão estudados a 
seguir item a item, com a intenção de selecionar critérios de desempenhos. Em seguida será feita 
uma análise de conformidade, sendo necessário quantificar as especificações dos requisitos de 
desempenho abordados nessa norma. 
2.6.1 Estanqueidade 
A parte 3 da NBR 15575:2013 define estanqueidade como a “propriedade de um elemento 
ou de um conjunto de componentes de impedir a penetração ou passagem de fluídos através de si. 
” (NBR 15575-2,2013, p.5). Em todas as suas partes a Norma frisa a importância da 
consideração desse item: 
A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do 
uso da edificação habitacional, deve ser considerada em projeto, pois a umidade acelera 
os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de 
higiene do ambiente construído. (NBR 15575-1,2013, p.19). 
A água é o principal agente de degradação de um amplo grupo de materiais de 
construção. Ela está presente no solo, na atmosfera, nos sistemas e procedimentos de 
higiene da habitação e, portanto, em permanente contato com alguns dos seus elementos 
ou sistemas. O adequado controle da umidade em uma edificação habitacional ou 
34 
 
sistema é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que abreviam sua 
vida útil, reduzindo seu valor de uso e de troca de uma habitação. (NBR 15575-3,2013, 
p.18) 
 
Entre os principais requisitos de estanqueidade “estão a assegurar a estanqueidade às 
fontes de umidades externas - como da água da chuva e do lençol freático, e assegurar 
estanqueidade das fontes de umidade interna de edificação - como água utilizada na operação e 
manutenção do imóvel. Assim como, assegurar a estanqueidade nas vinculações entre água, 
esgoto e pluvial com a estrutura, pisos e paredes. Os detalhes das premissas que devem ser 
previstos no projeto para prevenção e de infiltração da água da chuva e a umidade do solo nas 
habitações são indicados abaixo: 
 
-Condições de implantação dos conjuntos habitacionais, de forma a drenar 
adequadamente a água de chuva incidente em ruas internas, lotes vizinhos ou mesmo no 
entorno próximo ao conjunto; 
-Impermeabilização de porões e subsolos, jardins contíguos às fachadas e quaisquer 
paredes em contato com o solo, ou pelo direcionamento das águas, sem prejuízo da 
utilização do ambiente e dos sistemas correlatos e sem comprometer a segurança 
estrutural; 
-Impermeabilização de fundações e pisos em contato com o solo; 
-Ligação entre os diversos elementos da construção (como paredes e estrutura, telhado e 
paredes, corpo principal e pisos ou calçadas laterais). (NBR 15575-1,2013, p.19). 
 
Os sistemas de pisos devem impedir a ascensão da umidade proveniente do solo e os pisos 
das áreas molhadas e devem impedir a passagem de umidade para outros elementos construtivos. 
(NBR 15575-3,2013, p. 17). 
No caso das vedações verticais, elas devem impedir a infiltração de água proveniente de 
chuvas incidentes ou de outras fontes. (NBR 15575-4,2013, p. 20). Ao falar sobre a 
estanqueidade da água de chuva pelas vedações externas, as premissas dos projetos são bem 
claras: 
 
O projeto deve indicar os detalhes construtivos para as interfaces e juntas entre 
componentes, a fim de facilitar o escoamento da água e evitar a sua penetração para o 
interior da edificação. Esses detalhes devem levar em consideração as solicitações a que 
os componentes da vedação externa estarão sujeitos durante a vida útil de projeto da 
edificação habitacional. O projeto deve contemplar também obras de proteção no 
entorno da construção, a fim de evitar o acúmulo de água nas bases da fachada da 
edificação. (NBR 15575-4,2013, p. 22). 
 
Sendo assim, “os sistemas de vedação vertical externa da edificação habitacional, 
35 
 
incluindo a junção entre a janela e a parede devem permanecer estanques e não apresentar 
infiltrações que proporcionem borrifamentos, ou escorrimentos ou formação de gotas de água 
aderentes na face interna, podendo ocorrer pequenas manchas de umidade”. (NBR 15575-4,2013, 
p. 21). 
Quando se fala em sistemas de coberturas considera-se que “ao longo da vida útil de 
projeto, devem ser evitados a penetração ou infiltração de água que possa acarretar escorrimento 
ou gotejamento.” (NBR 15575-5,2013, p. 19). O sistema de cobertura deve também “drenar a 
máxima precipitação passível de ocorrer, na edificação habitacional, não permitindo 
empoçamentos ou extravasamentos para o interior da edificação habitacional.” (NBR 15575-
4,2013, p. 21) 
No caso dos sistemas hidrossanitários -instalações de água, esgoto e pluvial- “devem 
apresentar estanqueidade quando sujeitas as pressões previstas nos projetos.” No caso, “as calhas, 
com todos seus componentes de água pluviais, devem ser estanques.” (NBR 15575-6,2013, p. 14 
e 15). 
2.6.2 Desempenho Térmico 
Uma das maneiras para verificar o atendimento ao desempenho térmico, é o processo 
simplificado, que tem como base a transmitância térmica (U) e capacidade térmica das paredes de 
fachadas e coberturas (CT), conforme a NBR 15575-4:2013 e A NBR 15575-5:2013, 
respectivamente. Primeiramente é importante entender as definições de transmitância térmica e 
capacidade térmica: 
 
Transmitância térmica - transmissãode calor em unidade de tempo e através de uma área 
unitária de um elemento ou componente construtivo; neste caso, dos vidros e dos 
componentes opacos das paredes externas e coberturas, incluindo as resistências 
superficiais interna e externa, induzida pela diferença de temperatura entre dois 
ambientes. (NBR 15.575 – 1,2013, p. 6) 
 
Capacidade térmica - quantidade de calor necessária para variar em uma unidade a 
temperatura de um sistema em KJ/ (m². K). (NBR 15.575 – 1,2013, p. 6) 
 
Para a verificação na avaliação do desempenho térmico das edificações é necessário o 
conhecimento da zona bioclimático em que se localiza a mesma. Para isso foi usado a NBR 
15220-3:2003. O Brasil, por ter uma grande extensão territorial, foi dividido em 8 zonas, 
36 
 
conforme Figura 2. 
 
Figura 2 - Zoneamento bioclimático brasileiro 
 
Fonte: NBR 15220:2003, p.3 
 
A norma especifica valores máximos e mínimos de transmitância térmica e capacidade 
térmica para proporcionar o desempenho térmico mínimo para cada zona bioclimática. Os valores 
máximos de transmitância térmica das paredes externas estão apresentados na tabela 1 e os 
valores mínimos admissíveis para capacidade térmica das paredes externas são apesentados na 
tabela 2 abaixo: 
 
37 
 
Tabela 1 - Transmitância térmica de paredes externas: 
 
Fonte: NBR 15575- 4,2013, p. 24 
 
Tabela 2 - Capacitância térmica de paredes externas: 
 
Fonte: NBR 15575- 4,2013, p. 24 
 
As aberturas para ventilação também influenciam no desempenho térmico. As aberturas, 
nas fachadas das habitações devem apresentar dimensões adequadas para proporcionar a 
ventilação interna do ambiente. 
Os ambientes de permanência prolongada, como salas e dormitórios, devem apresentar 
condições melhores que externa, ou seja, temperatura igual ou inferior à externa no verão. (NBR 
15575- 4:2013, p. 5). Já que a legislação do local da obra, como o código de obras é muito 
antigo, datado em 27 de novembro 1972, e não serve como exigência de ordem legal, serão 
utilizados os valores indicados na tabela 3 abaixo, e feito uma relação entre área efetiva da 
abertura de ventilação e é área do piso no ambiente: 
38 
 
Tabela 3 - Área mínima de ventilação em dormitórios e sala de estar 
 
Fonte: NBR 15575- 4,2013, p. 25 
 
O sistemas de coberturas é outro sistema importante para analisar o desempenho térmico, 
ele é “a parte da edificação mais sujeita a exposição da radiação direta do sol, exercendo 
influência predominante na carga térmica transmitida aos ambientes (casas térreas e último 
pavimento de sobrados e prédios), influenciando diretamente no conforto térmico dos usuários e 
no consumo de energia para acionamento de equipamentos de ventilação forçada e/ou 
condicionamento artificial do ar.” ( Bataglin, 2014,p. 39) O sistemas de coberturas deve 
apresentar transmitância térmica (U) e absorbância à radiação solar (α) que proporcionem um 
desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática. Na tabela 4, são indicados os 
valores máximos desses índices: 
 
Tabela 4 - Critérios de cobertura quanto à transmitância térmica 
 
Fonte: NBR 15575- 5,2013, p. 24 
 
Os valores da absorvência à radiação solar correspondente à cor da parede da edificação 
serão definidos para três alternativas de cor: Clara, média e escura, com valores de absorvência 
39 
 
igual a 0,3;0,5 e 0,7 respectivamente. (NBR 15575-1:2013, 21). Os valores de capacidade e 
transmitância térmica serão baseados nas tabelas da NBR 15220-3:2003 de acordo com material 
constituintes das vedações verticais e da cobertura para análise. 
O conjunto habitacional estudado é classificado como Zona 1, devendo ter paredes leves e 
coberturas leves e isoladas. As paredes, avaliadas, são de cores claras e médias, mas as cores não 
foram levadas em consideração para o estudo, já que para a zona 1 e 2 não existe limite de 
absorvência à radiação solar na superfície externa da parede (tabela 5) acima. Essas paredes são 
de aproximadamente 13 cm constituídas por tijolos de 6 furos quadrados ((9,0x 14,0 por 19,0 
cm), assentados com 1 cm de argamassa e com espessura de argamassa de emboço de 2,0 cm. 
Para este tipo de parede a ABNT NBR 15220-3: 2005 indica uma transmitância térmica de 2,48 
W/m². K e capacidade térmica de 159 Kj/m².K. Sendo avaliado como conforme, devido ao 
quesito capacitância térmica ser maior que 130 Kj/m², e tramita cia térmica menor que 2,5 W/m². 
K. A cobertura, considerada na classificam como cobertura de telha de barro de 1 cm, com 
capacidade térmica de 4,55 W/m². K, valor consideravelmente maior que 2,30 W/m². O sistema 
de cobertura não está em conformidade com norma. 
Pela a região as aberturas de ventilação devem ter 7 % da área do piso. Esse fator foi 
analisado na tabela abaixo: (Obs.: A 15220 – 3 diverge. Mínimo lá é 15%) 
 
Tabela 5 - Conformidade 
 Área do Piso(m²) Área da abertura (m²) Porcentagem (%) Conformidade 
Quartos 7,66 0,72 9,40 Conforme 
Sala 7,89 0,72 9,13 Conforme 
Cozinha 4,54 0,36 7,94 Conforme 
Banheiro 1,79 0,24 13,4 Conforme 
 
Fonte: Próprio autor, 2019. 
 
Para o desempenho térmico foi analisado também as corretas posições geográficas. É 
importante, na avaliação do desempenho térmico, analisar a insolação da edificação, pois a 
correta posição geográfica garante o conforto térmico do ambiente e a satisfação dos usuários. É 
aconselhável que as aberturas dos quartos e salas (cômodos de maior permanência no 
geral) estejam orientadas para leste, para receber o sol da manhã e evitar um super. 
40 
 
Aquecimento na parte tarde. Os cômodos de menores permanência podem ser orientados 
para oeste, onde o sol incide a tarde. A orientação norte é uma boa opção, já que incide sol 
quase o dia todo. A orientação ao sul, deve receber atenção já que tem pouca incidência 
solar (figura 19). 
 
Figura 3 - Incidência solar 
 
Fonte: MORETTI, 2019 
2.6.3 Desempenho Lumínico 
A ABNT NBR 15575:2013 trata tanto da iluminação natural como a artificial e especifica 
um fator de luz diurna para diferentes ambientes da edificação. O iluminamento geral mínimo 
para luz natural deve ser de pelo menos 60 lux, e para luz artificial, de pelo menos 100 lux ou 50 
luxes em corredores, escadarias e garagens. A iluminação artificial atende as exigências que 
foram reproduzidas da ABNT 5413:1992 – Iluminância de interiores. A primeira parte da norma 
em seu item 13.1 Generalidades resumem o que é necessário para satisfazer o desempenho 
lumínico: 
 
Durante o dia, as dependências da edificação habitacional devem receber iluminação 
natural conveniente, oriunda diretamente do exterior ou indiretamente, através de 
recintos adjacentes. Para o período noturno, o sistema de iluminação artificial deve 
proporcionar condições internas satisfatórias para ocupação dos recintos e circulação nos 
ambientes com conforto e segurança. (NBR 15575-1,2013, p.23). 
 
41 
 
Sobre as premissas do projeto a Norma explica: 
 
- Os requisitos de iluminância natural podem ser atendidos mediante adequada 
disposição dos cômodos (arquitetura), correta orientação geográfica da edificação, 
dimensionamento e posição das aberturas, tipos de janelas e de envidraçamentos, 
rugosidade e cores dos elementos (paredes, tetos, pisos etc.), inserção de poços de 
ventilação / iluminação, eventual introdução de domus de iluminação, etc.; 
- A presença de taludes, muros, coberturas de garagens e outros obstáculos do gênero 
não podem prejudicar os níveis mínimos de iluminância especificados; 
- Nos conjuntos habitacionais integrados por edifícios, a implantação relativa dos 
prédios, de eventuais caixas de escada ou de outras construções, não pode prejudicar os 
níveis mínimos de iluminância especificados. (NBR 15575-1, 2013, p 25) 
 
Além das premissas, acima citada que devem ser observadas e é importante atentar para 
comunicação com exterior. É recomendado pela norma que a iluminação

Continue navegando