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FERNANDA DUARTE LOPES DA SILVA 
 
 
RECOMENDAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS DOS 
EMPREENDIMENTOS DO SUBSETOR EDIFICAÇÕES DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da Universidade 
Federal Fluminense como requisito parcial para 
obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil. 
Área de Concentração: Tecnologia da Construção. 
 
 
 
Orientador: PROF. CARLOS ALBERTO PEREIRA SOARES, D.Sc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2009
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FERNANDA DUARTE LOPES DA SILVA 
 
RECOMENDAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS DOS 
EMPREENDIMENTOS DO SUBSETOR EDIFICAÇÕES DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação 
em Engenharia Civil da Universidade Federal 
Fluminense como requisito parcial para obtenção do 
Grau de Mestre em Engenharia Civil. Área de 
Concentração: Tecnologia da Construção. 
 
Aprovada em 27 de fevereiro de 2009. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________________ 
Prof. CARLOS ALBERTO PEREIRA SOARES, D.Sc. 
Universidade Federal Fluminense – UFF 
 
________________________________________________ 
Prof. ORLANDO CELSO LONGO, D.Sc. 
Universidade Federal Fluminense - UFF 
 
________________________________________________ 
Prof. ARMANDO CELESTINO GONÇALVES NETO, D.Sc. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 
 
________________________________________________ 
Profa. VÂNIA VEIGA RODRIGUES, D.Sc. 
Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI 
 
 
 
Niterói 
2009
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico esta dissertação a Deus, pela 
proteção, 
Aos meus pais, Maria e Benedito, por 
serem a fonte da minha inspiração, 
Ao meu marido Marcelo, pela infinita 
paciência e o imenso amor. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao meu orientador, Prof. Carlos Alberto 
Pereira Soares, que durante esse convívio, por sua 
profunda experiência e competência, despertou 
em mim a busca incansável pelo saber e 
conhecimento. 
 
À Profa. Vânia Veiga Rodrigues, minha 
orientadora “de coração, de sempre”, pela ajuda 
indescritível. 
 
À CAPES, pelo apoio financeiro. 
 
Aos meus amigos de mestrado, pela ajuda 
nos momentos difíceis e pelo incentivo para 
seguir sempre em frente. 
 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO...................................................................................................................................... 5 
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................... 7 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................................. 8 
LISTA DE QUADROS.................................................................................................................. 9 
RESUMO...................................................................................................................................... 10 
ABSTRACT ................................................................................................................................. 11 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12 
1.1 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA ..................................................................................... 12 
1.2 OBJETVOS ............................................................................................................................. 14 
1.3 METODOLOGIA.................................................................................................................... 14 
1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO.................................................................................... 15 
2 PANORAMA ATUAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL............................................................. 17 
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO MACROCOMPLEXO DA CONSTRUÇÃO CIVIL.................. 17 
2.2 O SUBSETOR EDIFICAÇÕES.............................................................................................. 22 
2.3 MELHORIA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SISTEMAS PRODUTIVOS ............... 25 
3 PLANEJAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS E ARRANJO FÍSICO .................... 31 
3.1 CONCEITUAÇÃO.................................................................................................................. 31 
3.2 PLANEJAMENTO DE OBRAS ............................................................................................. 34 
3.3 PROJETO DO CANTEIRO DE OBRAS ............................................................................... 36 
3.3.1 Tipologia das Instalações Provisórias............................................................................... 44 
3.3.2 Elementos que compõem um canteiro de obras............................................................... 45 
3.3.3 Fatores a serem considerados na elaboração do projeto de arranjo físico do canteiro 47 
4 FATORES SIGNIFICATIVOS PARA O PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE 
OBRAS ......................................................................................................................................... 50 
4.1 SEGURANÇA NO CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................ 50 
4.1.1 Principais Causas dos Acidentes ....................................................................................... 52 
4.2 GESTÃO AMBIENTAL E PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL ................................................. 54 
4.2.1 Gestão Ambiental no Canteiro de Obras ......................................................................... 55 
4.2.1.1 Organização do Canteiro ................................................................................................... 56 
4.2.1.2 Preparação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos ..................................................... 60
4.2.2 Produção Sustentável ......................................................................................................... 60 
4.3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS .............................................................................................. 61 
5. A EXPERIÊNCIA FRANCESA DE GESTÃO E PLANEJAMENTO DO CANTEIRO 
DE OBRAS................................................................................................................................... 64 
5.1 GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS E CANTEIRO DE OBRAS: OS PRINCIPAIS 
ENVOLVIDOS ............................................................................................................................. 67 
5.2 GESTÃO DO CANTEIRO DE OBRAS: PREPARAÇÃO .................................................... 70 
5.3 CANTEIRO DE OBRAS VERDES ............................................... 71 “CHANTIERS VERTS”: 
6 RECOMENDAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS DOS 
EMPREENDIMENTOS DO SUBSETOR EDIFICAÇÕES DA CONSTRUÇÃO CIVIL .. 73 
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 105 
7.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................... 107 
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 109 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Número de empresas de construção civil, segundo regiões geográficas do Brasil, 2006.
....................................................................................................................................................... 18 
Figura 2: As três dimensões de gerência de projeto ...................................................................... 25 
Figura 3: Esquematização do Arranjo Físico Posicional............................................................... 43 
Figura 4: Relações típicas entre os envolvidos.............................................................................. 69 
Figura 5: Esquematização da Proposta.......................................................................................... 73 
Figura 6: Esquema de Interfaces dos Agentes Envolvidos ........................................................... 76 
Figura 7: Esquematização da Fase de Planejamento de Obra ....................................................... 82 
Figura 8: Esquematização da Fase de Planejamento do Canteiro de Obras.................................. 83 
Figura 9: Exemplificação Etapa 1 ................................................................................................. 84 
Figura 10: Exemplificação Etapa 2 85 
Figura 11: Exemplificação Etapa 3 ............................................................................................... 86 
Figura 12: Identificação dos Resultados........................................................................................ 91 
Figuras 13, 14 e 15: Check-list de Avaliação................................................................................ 99 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment 
DTU Document Techinique Unifiès 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
EPC Equipamento de Proteção Coletiva 
HQE Haute Qualité Environnementale 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ISO International Organization for Standarization 
LCA Life Cicle Assesment 
LEED Leadership in Energy and Environmental Design 
LSF Light Steel Framing 
NBR Norma Brasileira 
ONG Organização Não-Governamental 
PAC Programa de Aceleração do Crescimento 
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade Habitacional 
PIB Produto Interno Bruto 
SindusCon Sindicato da Indústria da Construção Civil 
SLP Systema Layout Planning
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1: Estrutura do Macrocomplexo da Construção Civil ...................................................... 19 
Quadro 2: Principais Características da Indústria Fabril e de Construção Civil ........................... 22 
Quadro 3:Novas formas de racionalização da produção ............................................................... 26 
Quadro 4: Tipos de Canteiros........................................................................................................ 39 
Quadro 5: Classificação dos Acidentes de Trabalho ..................................................................... 51 
Quadro 6: Métodos de Treinamento............................................................................................ 101 
Quadro7: Quadro Comparativo dos diferentes métodos de capacitação..................................... 103 
 
 
RESUMO 
A globalização da economia, abertura do mercado nacional e privatização de estatais têm 
aumentado a exigência dos consumidores por produtos e serviços com qualidade compatível aos 
seus anseios e necessidades. No Setor da Construção Civil essas exigências contemplam produtos 
de alta qualidade comprovada e empresas que realizem suas atividades com respeito às questões 
ambientais e sociais. No entanto, é fundamental que as empresas construtoras, para o aumento do 
seu grau de competitividade, maximizem seus lucros por meio da otimização de custos, prazos e 
produtividade. O canteiro de obras, sendo a “fábrica” dessa indústria, apresenta todas essas 
questões envolvidas. Considerando todos esses fatores, é apresentado um conjunto de 
recomendações para o planejamento do canteiro, agrupados por fases e etapas, que consideram 
questões fundamentais como a gestão ambiental e a segurança e saúde do trabalhador, além das 
vantagens da utilização de sistemas construtivos industrializados. 
 
Palavras Chaves: Canteiro de Obras, Sistemas Construtivos, Gestão Ambiental, Construção 
Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The economy globalization, national market opening and state companies’ privatization 
have raised the costumers’ products demand and services with compatible quality for their desires 
and needs. At Civil Construction Section those demands contemplate proved high quality 
products and companies that realize their activities with respect towards social and environmental 
issues. However, is crucial that construction companies, to raise their competitive level, 
maximize their profits through costs optimization, deadlines and productivity. The site 
arrangement being the company “manufacturer” show all those issues wrapped. Considering all 
those factors is showed a set of planned recommendations about the site arrangement, grouped in 
phases and stages, considering fundamental issues such as environmental management and 
worker’s security and health, besides the use of constructive industrialized systems advantages. 
 
Key words: Site Arrangement, Construction Systems, Environmental Management, Civil 
Construction. 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA 
O setor de construção civil, quando comparado com os demais setores produtivos, é 
normalmente citado como o de menor evolução tecnológica. A necessidade de mudanças que 
propiciem a melhoria dos graus de produtividade tem demandado o desenvolvimento e 
implantação de novas tecnologias que tem possibilitado a melhoria da competitividade, a 
otimização dos lucros e o aumento da satisfação do cliente com relação ao produto final. 
Segundo FRANÇA (2005) a ineficiência produtiva da construção civil resulta em 
prejuízos ambientais, sociais, econômicos, os quais afetam diretamente a competitividade das 
organizações e a qualidade de vida da humanidade. 
Uma parte importante do processo de produção é o canteiro de obras, tratando-se de uma 
estrutura organizacional dinâmica e flexível, já que ocorrem mudanças no decorrer da obra, além 
de ser submetido, constantemente, a várias influências e fatores intervenientes. (FORMOSO et al. 
2002). 
O planejamento do canteiro de obras é uma ferramenta importante para o gerenciamento 
da obra, pois afeta o tempo de deslocamento de trabalhadores e materiais e, conseqüentemente, a 
execução das atividades e a produtividade total da obra. Neste contexto o canteiro de obras tem o 
objetivo de propiciar a infra-estrutura necessária para a execução do projeto de edificação, por 
meio dos recursos disponíveis. O canteiro é a base que pode tornar a execução mais eficiente e 
eficaz, em função do projeto e da forma de gerenciar, além da sua organização e do seu arranjo 
físico, que sofrem mudanças constantes (SILVA, 2007). 
 
13
Durante a construção da obra ou projeto, o canteiro de obras assume características 
variadas em função das fases da obra. Para que todas as atividades transcorram corretamente, 
agregando valor ao produto final, algumas atitudes deverão ser tomadas, tais como: implantação 
de políticas de qualidade, coordenação eficiente de fornecedores de materiais e empreiteiros, 
utilização de um adequado processo de comunicação, um correto gerenciamento de atividades e 
pessoas. 
A produtividade pode ser prejudicada, segundo AMARAL (1995), pela ausência de 
sistemas para a coleta de informações sobre a necessidade dos clientes; dificuldadesde 
interpretação do projeto pelas equipes de obra; falta de acompanhamento da obra por projetistas 
para sinalizar possíveis problemas e evitar improvisações no canteiro de obras, já que ao se fazer 
o planejamento executivo e o projeto para produção de uma obra, freqüentemente depara-se com 
diferentes possibilidades de escolhas, com relação aos vários cenários que podem ocorrer na obra, 
nas suas diversas atividades. A escolha por um determinado cenário terá uma série de 
implicações quanto ao processo produtivo, sendo seus efeitos refletidos na organização da 
produção, na produtividade do transporte e da mão-de-obra, como no consumo e desperdício dos 
materiais aplicados. 
Os custos são constantemente elevados pelas freqüentes perdas no canteiro. Vale ressaltar 
que o conceito de perdas não deve ser associado unicamente aos desperdícios de materiais. Mas, 
também, compreender que perda é qualquer ineficiência que reflita no uso de equipamentos, 
materiais, mão de obra e meios de produção utilizados em quantidades superiores ao necessário à 
produção da edificação. Além da execução de tarefas desnecessárias, como o retrabalho, que 
geram custos e não agregam valor ao produto final (FORMOSO 2001). Essas perdas são 
conseqüências de processos de baixa qualidade, que acarretam não só a elevação de custos, como 
também um produto final deficiente, reduzindo, desta forma, seu potencial de comercialização. 
Em geral, os recursos humanos são considerados como os principais responsáveis pela 
baixa produtividade, pela ineficiência e pelos elevados índices de perdas dos materiais. Segundo 
VARGAS (1996), a atual formação desse funcionário não é compatível com as exigências do 
mercado, tornando-se imprescindível a conscientização dos empresários, dirigentes e 
profissionais da construção civil para a necessidade da valorização e motivação, da qualificação 
da mão-de-obra, bem como da melhoria das condições do ambiente de trabalho. 
 
14
De acordo com HEINECK (1991), modificações radicais como a racionalização e 
integração dos projetos, o uso de novas tecnologias, além de mudanças nas relações de trabalho 
nos canteiros de obras, com a valorização do trabalhador, seu envolvimento e comunicação entre 
pessoas, promoverão um avanço significativo no panorama da construção civil. 
1.2 OBJETVOS 
Este trabalho tem como objetivo principal a elaboração de recomendações para o 
planejamento dos canteiros de obras dos empreendimentos do subsetor edificações da construção 
civil brasileira, que contribuam para a otimização do sistema produtivo. 
Destacam-se como objetivos específicos: 
• a análise dos aspectos relacionados a segurança do trabalho no canteiro de obras; 
• a análise dos aspectos relacionados a produção sustentável e a gestão ambiental; 
• a análise dos fatores de segurança e motivação dos trabalhadores; 
1.3 METODOLOGIA 
Com a finalidade de atingir os objetivos propostos, inicialmente foram identificadas as 
características e peculiaridades do setor da construção civil, do subsetor de edificações e dos seus 
produtos. 
Em seguida, foi efetuada pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo e exploratório, 
sobre o planejamento dos canteiros de obras dos empreendimentos do subsetor edificações e 
sobre fatores que influenciam este processo de planejamento, principalmente os relacionados ao 
arranjo físico do canteiro de obras, a segurança do trabalho, a produção sustentável e a gestão 
ambiental. Também foram pesquisados os métodos de gestão e organização de canteiros de obras 
praticados na França, uma vez que diversos aspectos da construção civil brasileira se assemelham 
aos da construção civil francesa. 
Durante a pesquisa bibliográfica foi consultada produção científica específica e correlata 
sobre o tema, encontrada sob a forma de teses, dissertações, livros, artigos em periódicos e 
congressos pertencentes às Bibliotecas da Universidade Federal Fluminense e outras 
 
15
universidades, bem como as constantes nas diversas bases de dados encontradas no site de 
periódicos da CAPES e demais sites da Internet. 
Fundamentado na pesquisa bibliográfica foram elaboradas recomendações para 
planejamento dos canteiros de obras dos empreendimentos do subsetor edificações da construção 
civil brasileira. 
1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 
O trabalho contém um corpo principal composto de 7 (sete) capítulos. 
No presente capítulo aborda-se a apresentação da pesquisa, sua justificativa, relevância e 
metodologia utilizada para o alcance das informações necessárias que contribuíram para o 
embasamento da pesquisa proposta. 
No capitulo II é feita uma caracterização da construção civil, por meio de dados 
estatísticos, citando suas principais características e definições, traçando, assim, seu panorama 
atual. No mesmo capitulo são feitos comentários sobre a racionalização da construção, definindo 
seus principais conceitos e aplicabilidade. Em seguida, são realizadas considerações sobre a 
Construção Enxuta, traçando suas principais características e definições, por meio do trabalho 
realizado por KOSKELA, em 1992. 
No capitulo III define-se o canteiro de obras e a importância de seu prévio estudo na 
busca de melhores índices de produtividade e qualidade na produção de empreendimentos. São 
apresentados os principais objetivos do canteiro em relação à segurança e motivação dos 
operacionais. Também são abordadas definições encontradas na literatura especializada, sobre a 
temática do planejamento de obras, apresentando sua extrema relevância na concepção de 
canteiro de obras. Buscou-se nesse capitulo, a identificação das principais metodologias 
utilizadas atualmente na concepção do projeto do canteiro de obras, além da análise dos 
elementos fundamentais que o compõem e a elaboração do arranjo físico inicial. 
No capitulo IV desenvolve-se a análise dos fatores mais relevantes no universo do 
canteiro de obras. Considerados de extrema importância na formulação do arranjo físico do 
canteiro de obras, foram analisadas questões referentes aos sistemas construtivos atuais, que 
contemplam o que há de mais moderno no conceito de segurança, produção sustentável e gestão 
ambiental. Neste capitulo também são feitas considerações sobre a importância da motivação e 
 
16
segurança dos trabalhadores envolvidos na produção, exaltando os ganhos em qualidade de vida 
no trabalho e, conseqüentemente, aumento na produtividade, na competitividade da empresa 
diante do mercado consumidor e nos lucros. 
No capitulo V, são analisadas as principais características da gestão dos canteiros de obras 
franceses, visto que uma prévia análise de outros modelos de gestão, identificou que a gestão 
francesa é a que apresenta maiores semelhanças com a realidade brasileira. Além disso, são 
estudados os “Chantiers Verts”, suas características e modo de implantação. 
No capítulo VI são apresentadas Recomendações para o Planejamento dos Canteiros de 
Obras dos Empreendimentos do Subsetor Edificações da Construção Civil. São apresentadas 
propostas, separadas por etapas e fases, que visam exercer uma contribuição para o planejamento 
do canteiro, incluindo fatores importantes como a Gestão Ambiental e Gestão de Segurança do 
Trabalho. 
No capítulo VII é apresentada a conclusão do trabalho, após considerações sobre o 
material estudado e reflexão sobre as atuais formas de construção que conseqüentemente 
interferem na forma de implantação e gestão de canteiros, são identificadas algumas soluções 
para a problemática apresentada na pesquisa. 
 
 
 
 
 
2 PANORAMA ATUAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO MACROCOMPLEXO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Sabe-se que a construção civil possui uma grande representatividade na economia do país. 
De acordo com dados estatísticos, fornecidos pelo IBGE, a construção civil, considerando o 
primeiro semestre de 2008, apresentou crescimento de 9,9% em relação ao ano anterior no 
mesmo período e representou, em 2007, 5,3% do PIB nacional, com faturamento de cercade 115 
bilhões de reais. Outro fato que merece destaque é que a construção civil vem sustentando, há 14 
trimestres consecutivos, variações positivas em relação ao trimestre anterior. (CBIC, 2007). 
A retomada do crescimento da construção civil apresenta um marco em 2007, com o 
lançamento pelo Governo Federal do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Após 
algum período de paralisação, o governo reformula as políticas de desenvolvimento do país, desta 
forma, gerando expectativas econômicas para a retomada de investimentos fixos. 
Esta iniciativa permitirá elevar as condições de competitividade nacional, além 
de melhorar os índices de desenvolvimento humano e criar as condições de 
sustentabilidade do crescimento ao multiplicar seus efeitos sobre a renda, o 
emprego e a arrecadação tributária da economia. (CBIC, 2007.p.9). 
Este crescimento, também está diretamente relacionado à expansão dos setores 
imobiliários, estimulados pelo aumento do crédito, redução de juros e dilatamento de prazos de 
financiamento. A título de ilustração, o crédito imobiliário passou de R$ 2,3 bilhões em 2003, 
para cerca de R$ 18 bilhões em 2007, ou seja, um crescimento de aproximadamente 800% (CBIC, 
2007). 
Outro dado importante é apresentado em pesquisa desenvolvida pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, onde é identificado o melhor desempenho nos onze primeiros meses do 
 
18
Setor de Construção Civil, com a geração de 202.636 novos empregos formais durante o ano de 
2007. 
No Brasil, a Indústria da Construção Civil encontra-se atuando em todo o território 
nacional. Entretanto, as regiões Sul e Sudeste apresentam um maior índice de concentração. De 
acordo com o IBGE (2006), por meio da Pesquisa Anual de Indústria da Construção – PAIC, o 
país apresenta 109.000 empresas de construção civil. 
47%
26%
5%
6%
16% 1
2
3
4
5
 
Figura 1: Número de empresas de construção civil, segundo regiões geográficas do Brasil, 2006. 
Fonte: TEIXEIRA e CARVALHO (apud, IBGE, 2006) 
É importante acrescentar que a crise financeira mundial, a partir do mês de outubro de 
2008, promoveu uma desaceleração na indústria da construção civil. 
O macrocomplexo da construção civil abrange diversos segmentos, tais como: materiais 
de construção, construção de edificações e construções pesadas, serviços imobiliários, serviços 
técnicos de construção entre outros. A figura 1 apresenta a estrutura do macrocomplexo da 
construção civil. 
 
 
 
 
 
19
 
Quadro 1: Estrutura do Macrocomplexo da Construção Civil 
Fonte: SOARES e CHINELLI (1998) 
Um método para aferir a importância da construção civil na economia brasileira, é por 
meio de sua contribuição relativa na formação do PIB, sendo que TEIXEIRA e CARVALHO 
SETOR PRODUTOR DE 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 
 
EXTRAÇÃO E BENEFICIAMENTO DE 
INSUMOS NÃO METÁLICOS 
 CONSTRUÇÃO PESADA 
 
CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES 
• Pedras (brita, mármore etc.) 
• Areia 
• Argila 
• Calcário 
• Amianto 
• Etc. 
 • Construção de Grandes 
Estruturas e Obras de Arte: vias 
elevadas, pontes, viadutos, túneis, 
metropolitanos, dutos, obras de 
telecomunicação e de energia
elétrica etc. 
• Construção de Edifícios:
residenciais, industriais, comerciais, 
de serviços, governamentais, de 
caráter institucional não 
governamental, destinados a 
diversão, televisão e radiodifusão e 
de uso misto. 
 
 
PRODUÇÃO DE INSUMOS 
METÁLICOS 
 • Obras de Urbanização e 
Saneamento 
• Serviços de Construção: 
manutenção e recuperação de 
• Esquadrias 
• Estruturas 
• Elementos de serralheria 
• Etc. 
 • Construção de obras 
viárias: rodovias, ferrovias, 
aeroportos, hangares, portos e
terminais marítimos e fluviais etc. 
 Edifícios, montagem de
pré-moldados e estruturas 
metálicas, reforço e concretagem 
de estruturas, demolições, 
 
 . serviços geotécnicos, etc. 
PRODUÇÃO DE CIMENTO E 
INSUMOS DERIVADOS 
 • Serviços de Construção: 
montagem eletromecânica, de 
 
• Cimento 
• Blocos 
• Pré-moldados 
• Etc. 
 pré-moldados e de 
estruturas metálicas, 
terraplenagem, ser-viços 
geotécnicos, perfurações, 
manutenção e recuperação de 
 
 obras de grande porte etc. 
PRODUÇÃO DE ELEMENTOS DE 
CERÂMICA 
 
• Tijolos e telhas 
• Azulejos e pisos cerâmicos 
• Materiais sanitários 
• Etc. 
 
 
PRODUÇÃO DE INSUMOS DE 
MADEIRA 
 
• Pranchas, aglomerados e 
compensados 
• Esquadrias 
• Etc. 
 
SETOR DE CONSTRUÇÃO 
MACROCOMPLEXO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
20
(2005), em estudo sobre o desenvolvimento da construção civil, consideram que o setor 
posiciona-se em quarto lugar no ranking de contribuição ao PIB. 
No mesmo estudo, os autores apresentam dados relevantes sobre a construção civil 
brasileira atual, sendo: 
• 94% do total de empresas de construção civil são formadas por micro e 
pequenas empresas, que empregam até 29 trabalhadores. 
• O setor também se destaca na contribuição para o nível de renda salarial, 
representando 3% dos salários pagos aos trabalhadores brasileiros. 
• 6º lugar em utilização de mão de obra, com 3,74 milhões de trabalhadores. 
• O rendimento médio por trabalhador é de R$ 4.076,00 (não representando a 
realidade da distribuição salarial). 
• Apresenta um baixo índice de importação de produtos para sua produção, com 
apenas 4,67% de participação. 
• Elevada geração de tributos, ou seja, de cada R$1,00 empregado R$0,08 
retornam aos cofres públicos; sendo que esse índice cresce, quando são 
contemplados outros fatores intervenientes, podendo alcançar R$ 0,23, segundo 
os autores mencionados. 
 
De acordo com KURESKI (2008), a Construção Civil, nas primeiras fases do 
desenvolvimento econômico, apresenta um crescimento maior do que outros setores com 
crescimentos também relevantes. Isso ocorre em virtude do processo de industrialização e 
urbanização por que passam alguns países. 
Dessa forma, em países menos desenvolvidos, o desenvolvimento econômico 
leva ao aumento da participação da Indústria da Construção Civil no PIB. Em 
países em desenvolvimento, o aumento da renda per capita não resulta em 
aumento significativo na demanda por comida e roupas, mas por produtos 
industriais. Em uma segunda fase, uma nova elevação da renda per capita leva a 
um incremento da atividade de serviços, em detrimento da atividade industrial. 
Assim, tem-se uma ascensão da atividade industrial, seguida de um declínio. A 
atividade de serviços passa, nas economias avançadas, a ter maior participação 
no PIB. (KURESKI, 2008.p.25). 
 
21
A Indústria da Construção Civil brasileira, conforme o SEBRAE (2008), apresenta as 
seguintes características: 
a- É grande geradora de empregos, com predomínio da utilização de mão de obra 
de baixa qualificação. Apenas pequena parte desses trabalhadores possui um 
emprego formal; 
b- Seu crescimento é diretamente proporcional ao da evolução da renda interna e 
condições de créditos; 
c- Atinge níveis de produtividade e competitividade abaixo do padrão existente 
nos países desenvolvidos, especialmente nos aspectos tecnológicos e de gestão; 
d- Apresenta problemas quanto à padronização e normatização de técnicas, 
materiais e componentes produtivo. 
Contudo, de acordo com TRAJANO (1986), a construção civil, quando comparada com 
os demais setores produtivos é fartamente citada como a que tem apresentado a menor evolução 
tecnológica, principalmente em função de suas características. O quadro a seguir apresenta as 
principais características da indústria fabril e de construção civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22
 INDÚSTRIA FABRIL INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO 
CIVIL 
PRODUTO • Quase sempre os mesmos 
• Móveis 
• Pequeno valor unitário 
• Sempre diferentes 
• Imóveis e de grande porte 
• Grande valor unitário 
LOCAL DE 
FABRICAÇÃO 
• Um só local (fábrica) 
• Postos de trabalho fixos e 
produto se movendo 
• Arranjos semelhantes 
possibilitando estabelecer regras 
gerais 
• Locais variados e temporários 
(canteiros de obra) 
• Componentes convergindopara 
um produto fixo 
• Arranjos diferentes e peculiares 
à cada obra 
PRODUÇÃO • Produção mecanizada 
• Produção de linha 
• Operações repetitivas 
• Problemas de produção 
repetitivos ao longo da linha 
• Produção predominantemente 
artesanal 
• Produção em situações variadas 
• Operações se alternam com o 
decorrer do tempo e evolução da 
obra 
• Problemas sempre diversos, 
função do espaço e do tempo 
INSUMOS • Componentes 
Padronizados 
• Mão-de-obra qualificada 
• Falta de padronização 
• Mão-de-obra pouco qualificada 
Quadro 2: Principais Características da Indústria Fabril e de Construção Civil 
Fonte: TRAJANO (1986) 
2.2 O SUBSETOR EDIFICAÇÕES 
O Subsetor Edificações apresenta métodos e técnicas próprias de produção conforme suas 
características específicas. Os processos produtivos desse setor podem ser classificados em 
tradicional, que apresenta bases artesanais de produção; convencional, que utiliza a mecanização 
parcial do processo de produção; e industrializado, que possui mecanização geral do processo. A 
construção civil brasileira utiliza, principalmente, a combinação dos métodos tradicional e 
convencional. (FAMILIAR 2002). 
A baixa qualificação da mão de obra é um aspecto bastante relevante na caracterização do 
subsetor edificações, visto que a presença de profissionais (de nível médio e superior) sem 
experiência prática e trabalhadores não qualificados profissionalmente acarreta, na maioria dos 
casos, dificuldades no processo construtivo. O canteiro de obras, que é a fábrica desse subsetor, 
também contribui com essas inadequações. O fluxo do processo é comprometido, pois o produto 
final por ser imóvel, implica em uma “fábrica” dinâmica, que se adapte conforme a evolução do 
 
23
processo produtivo. Esses fatos acarretam dificuldades na continuidade, padronização e 
repetitividade da produção gerando problemas de flexibilidade. 
Porém, nas últimas décadas foram identificadas mudanças tecnológicas e organizacionais 
na indústria da construção civil, que contribuíram para a modernização do setor. FAMILIAR 
(apud DACOL, 1996) afirma que essas inovações ocorreram na introdução de novos sistemas 
estruturais e de vedação nos canteiros de obras, no setor estatal e identificaram-se três tendências 
principais, no setor privado: a transferência de parte do processo produtivo do canteiro de obras 
para o setor de produção de materiais de construção; a terceirização de etapas do processo 
produtivo e a busca pela maior eficiência do processo produtivo, uma vez que aumentou a 
concorrência devido à retração do mercado. 
Vale salientar que estratégias de racionalização, sistemas de gerenciamento e programas 
de qualidade foram adotados na última década por empresas construtoras visando a melhoria de 
qualidade e produtividade de seus empreendimentos. 
Esses empreendimentos podem ser caracterizados em conjuntos de atividades fora da 
rotina de trabalho visando o alcance de determinados objetivos definidos conforme os interesses 
da empresa. Esses empreendimentos possuem início, meio e fim, e o planejamento de sua 
produção inclui, entre outros, a previsão de recursos financeiros e humanos, e estabelecimento de 
prazos e da qualidade que se pretende alcançar. 
Conforme LIMER (1987) o empreendimento desenvolve-se através das seguintes fases: 
concepção, planejamento, execução e finalização. Cada uma dessas fases tem características 
próprias e por conseqüência, necessidades gerenciais específicas. 
A fase de concepção é o momento em que são concebidas e avaliadas as características do 
empreendimento. São identificadas as necessidades, a viabilidade técnica econômica, além do 
desenvolvimento de propostas, orçamentos, entre outros. 
A fase de planejamento é o plano tático do empreendimento. São desenvolvidos os 
projetos básicos, projeto dos sistemas de construção, planejamento detalhado de custos, recursos 
humanos, materiais, além da obtenção de aprovação para a fase de execução. 
A fase de execução é o plano operacional. Nesta fase é elaborado o projeto detalhado e 
estabelece-se a estrutura organizacional para o gerenciamento. 
 
24
A fase de finalização é a fase de encerramento do empreendimento. São características 
desta fase a pré-operação e manutenção, desmobilização de recursos e realocação dos membros 
da equipe de execução. 
Os empreendimentos do subsetor edificações apresentam diversas atividades de grande 
complexidade durante seu planejamento e execução, exigindo um gerenciamento de trabalho 
multidisciplinar e especializado. FAMILIAR (2002) baseada em DINSMORE (1992) identifica 
três formas de interação entre as atividades de planejamento do empreendimento, são elas: 
 
1-Elementos do Projeto: Esta dimensão define os elementos básicos que compõem 
o projeto: Engenharia ou projeto de engenharia que consiste em atividades onde 
são desenvolvidos os projetos; Aquisição de materiais e equipamentos 
necessários à construção do projeto; Construção ou instalação que é a 
materialização do modelo criado na engenharia utilizando os materiais e 
equipamentos da aquisição. 
2-Desempenho do Projeto: Essa dimensão especifica os níveis de desempenho, são 
estabelecidos os recursos financeiros necessários ao empreendimento, o prazo 
que delimita o tempo de execução do empreendimento e a qualidade que dita os 
limites de desempenho do produto final. 
3-Ferramentas de Gerência do Projeto: Essa dimensão elabora o planejamento da 
seqüência do trabalho e a programação para que os recursos sejam otimizados; 
o controle que monitora os progressos com relação ao planejamento; e a 
avaliação que trata os desvios entre o realizado e o planejado em termos de 
medidas corretivas. 
 
A figura abaixo representa essas três dimensões: 
 
 
25
 
Figura 2: As três dimensões de gerência de projeto 
Fonte: FAMILIAR apud DINSMORE (1992) 
2.3 MELHORIA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SISTEMAS PRODUTIVOS 
É notório que os processos de produção da Construção Civil, em geral, são conservadores 
e ultrapassados implicando na necessidade de mudanças por parte das empresas, para que o setor 
alcance um grau de excelência que satisfaça um mercado consumidor cada vez mais exigente e 
competitivo. 
A globalização da economia, abertura do mercado nacional e privatização de estatais 
aumentou a exigência dos consumidores por produtos e serviços com qualidade compatível aos 
seus anseios e necessidades. As empresas construtoras buscaram atender aos padrões 
internacionais de qualidade, principalmente após a década de 90 quando o Governo Federal, a 
partir da Portaria nº 134 de 18.12.98, do então Ministério do Planejamento e Orçamento, lançou o 
Programa de Qualidade e Produtividade Habitacional – PBQP-H, hoje Programa Brasileiro da 
Qualidade e Produtividade no Habitat, especificamente o Projeto nº 4, dedicado à Construção 
Civil. 
 
26
MAIA (2003) atribui essas mudanças a acontecimentos como transformações 
macroeconômicas ocorridas no país e a retração de investimentos no setor, após a década de 1980, 
incluindo o acirramento da concorrência entre as empresas construtoras, além da criação e 
implantação do Código de Defesa do Consumidor, no qual o consumidor exige maior qualidade 
da construção, pois passou a ter conhecimentos dos seus direitos garantidos por lei. 
Essa nova exigência dos consumidores acarretou um aumento da competitividade das 
empresas construtoras. Qualidade, produtividade, redução de desperdícios são alguns dos fatores 
que determinam o diferencial da empresa no mercado consumidor, destacando-se a qualidade 
com um quesito inegociável. 
Diversas estratégias têm sido utilizadas pelas construtoras, porém nem sempre adequadas, 
dentre outras, cita-se a intensificação da jornada de trabalho, cansando muitas vezes o trabalhador 
e o induzindo a erros e a utilização de materiais de construção de baixa qualidade. 
Segundo OLIVEIRA (apud FARIAS FILHO, OLIVEIRA E BRITO, 1998) a definição de 
competitividade é dada por: “Capacidade da empresa de formular eimplementar estratégias 
concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição 
sustentável no mercado”. 
Atualmente, encontram-se na construção civil diversas formas de racionalização da 
construção que permitem maior participação das empresas no mercado, seja na redução de custos 
operacionais ou diferenciação perante o mercado consumidor. SILVA (2000) explica algumas 
estratégias para essa racionalização: 
NOVAS FORMAS DE RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
ESTRATÉGIA COMPETITIVA
CUSTO DIFERENCIAÇÃO
ENGENHARIA SIMULTÂNEA
SÓCIO-TÉCNICA
GESTÃO PELOS FLUXOS E PARCERIAS
TÉCNICO COMERCIAL
QUALIDADE TOTAL
REDUÇÃO GLOBAL DE PRAZO S
OFERTA DE SERVIÇOS
FINACEIRA-COMERCIAL
 
Quadro 3:Novas formas de racionalização da produção 
Fonte: Adaptado de SILVA (2000). 
 
27
• Engenharia Simultânea – Forma de racionalização centrada nas relações entre 
empresas, projetistas, e empresas de gerenciamento com a integração de todos 
desde a concepção do projeto até o final da execução. 
• Sócio – Técnico - Racionalização centrada no sistema de produção, buscando a 
ganho de custos com o domínio das técnicas e métodos construtivos, com uma 
atenção especial na mão-de-obra. 
• Gestão pelos fluxos e parcerias – Nessa estratégia a busca-se a externalização da 
produção com uso principalmente de mão-de-obra sub-contratada. 
• Técnico Comercial – Nessa forma de racionalização são usadas estratégias 
alternativas de financiamento, um exemplo, segundo SILVA (2000) trata-se do 
caso de empresas que adotam a estratégia de autofinanciamento, exigindo, desta 
forma, um aumento de prazos das atividades do canteiro e um espaço mínimo 
para as operações. No entanto, é necessário que a empresa tenha excelência no 
planejamento, programação e controle da produção, com a contínua 
retroalimentação dos dados apropriados durante a execução, contemplando, 
deste modo, fatores imperativos, como custo, prazo e qualidade. 
• Qualidade – Total – Atração de novos clientes, usando a racionalização, 
constituída de processos produtivos mais eficientes e eficazes nos prazos globais 
de produção das atividades e, conseqüentemente do empreendimento. 
• Redução Global dos Prazos – Racionalização que atrai clientes devido a forma 
de condução do processo de produção que permite ganho de tempo ou redução 
globais dos prazos de produção. 
• Oferta de Serviços – Atração de novos clientes com a oferta de serviços 
inovadores ou incrementais, dentre outros, ao longo do processo de produção. 
• Financeira – Comercial – Possui a mesma base racionalização Técnico-
Comercial, porém com o objetivo de tornar possível a aquisição de unidades 
possíveis na compra. 
Também são importantes os estudos referentes à Construção Enxuta. De acordo com 
RODRIGUES (2006, apud FORMOSO, 2006), a partir dos anos 90, estudos acadêmicos, 
desenvolvidos no país e no exterior, objetivam a construção de um novo referencial teórico para a 
gestão de processos na construção civil. Esses estudos têm como objetivo a adaptação de alguns 
 
28
conceitos e princípios gerais da área de Gestão da Produção às peculiaridades do Setor. Este novo 
conceito, denominado , está fortemente baseado nos princípios gerais da LeanLean Construction 
Production (Produção Enxuta), que por sua vez se contrapõe aos pensamentos de produção em 
massa ( preconizados pelo Taylorismo e Fordismo. Mass Production)
Com a publicação do trabalho Application of the new production philosophy in the 
construction industry desenvolvido por Lauri Koskela, em 1992, do Technical Research Center – 
VTT, da Finlândia, iniciou-se na Indústria da Construção Civil um esforço para a disseminação e 
aplicação da mentalidade enxuta em sua forma de produção. 
Segundo RODRIGUES (2006) a principal diferença entra a filosofia gerencial tradicional 
e a é basicamente conceitual. A filosofia do modelo tradicional, na construção Lean Construction
civil define a produção como um conjunto de atividades de conversão, que transformam os 
insumos (materiais, informação, etc) em produtos intermediários enquanto que um aspecto 
relevante da Construção Enxuta é a definição de geração de valor. Neste tipo de modelo, o 
conceito de valor está diretamente relacionado à satisfação do cliente. Assim, um processo 
somente gera valor quando as atividades de processamento transformam as matérias-primas ou 
componentes em produtos requeridos pelos clientes. 
Outra característica importante desse tipo de modelo é a existência de um fluxo na 
produção (além do fluxo de montagem e dos fluxos de materiais e informações) denominado 
fluxo de trabalho. Este fluxo refere-se ao conjunto de operações realizadas por cada equipe dentro 
do canteiro de obras. 
Com base no trabalho apresentado por KOSKELA (1992), são observados os seguintes 
princípios para a gestão de processos com os conceitos da Construção Enxuta: 
• Redução da parcela de atividades que não agregam valor: Além da eficiência das 
atividades de conversão e de fluxo, a maximização de resultados pode ser obtida 
com a eliminação de algumas atividades de fluxo que não acrescentam valor. 
• Aumento do valor do produto por meio da consideração das necessidades dos 
clientes: Devem ser identificadas precisamente as necessidades dos clientes 
internos e externos, sendo estas informações consideradas no projeto do produto 
e na gestão da produção. 
 
29
• Redução de Variabilidade: Podem estar relacionadas aos fornecedores do 
processo (Processos anteriores) ou relacionada á execução de um processo. 
• Redução do tempo de ciclo: Esse princípio tem origem na filosofia Just in time.
Sendo o templo de ciclo definido como a soma de todos os tempos (transporte, 
espera, processamento e inspeção) para produzir um produto, este princípio 
demonstra a necessidade de compressão do tempo disponível como forma de 
eliminação das atividades de fluxos desnecessárias. 
• Simplificação por meio da redução do número de passos ou partes: Princípio 
utilizado freqüentemente no desenvolvimento de sistemas construtivos 
racionalizados. 
• Aumento de flexibilidade de saída: Referente à possibilidade de alteração das 
características dos produtos entregues aos clientes, sem aumento significativo 
nos custos dos mesmos. 
• Aumento de transparência do processo: Com a transparência dos processos, a 
identificação dos erros torna-se mais fácil. Além do aumento da disponibilidade 
de informações, facilitando o trabalho. 
Conforme OLIVEIRA (2003) na Indústria da Construção Civil ocorre a busca por 
técnicas e métodos utilizados na indústria fabril, para adaptá-los e aplicá-los no canteiro de obras. 
Procura-se seguir normas e padrões para tentar prever eventuais mudanças e conseguir uma 
reação imediata. Agregando valores sem aumentar custos ao produto final, aumentando assim o 
poder de competitividade. 
Segundo FRANÇA et al. (2005), “a ineficiência produtiva da construção civil resulta em 
prejuízos ambientais, sociais, econômicos, os quais afetam diretamente a competitividade das 
organizações e a qualidade de vida da humanidade”. 
É de extrema importância os estudos de diversos pesquisadores que procuram a 
aproximação da forma de produção da edificação com um tipo de produção industrializada, com 
a existência de modulação de projetos, materiais e componentes, buscando também a 
racionalização, gestão de qualidade, entre outros. (FERREIRA, 1998). 
 
30
A transformação da Indústria da Construção Civil em um processo industrializado conta 
com uma série de peculiaridades que intervém nas várias etapas do processo construtivo, não 
possibilitando a produção em série, pois as sucessivas mudanças das condições de implantação de 
canteiros, de tipo de obra e de pessoal, as multiplicidades de materiais, componentes e 
tecnologias utilizadas são características especiais desse setor. 
De acordo com MEIRA (2000), modificações radicais como a racionalização e integração 
dos projetos, o uso de novas tecnologias, além de mudanças nas relações de trabalho nos 
canteirosde obras, com a valorização e motivação do trabalhador, seu envolvimento e 
comunicação entre pessoas promoverão um avanço significativo no panorama da construção civil. 
OLIVEIRA (2003) afirma que uma característica da construção industrializada é a 
determinação de cada passo construtivo ainda na fase do projeto, sem que possa haver alterações 
com a obra em andamento, pois sendo o sistema integrado, os problemas não poderão ser levados 
para o canteiro, assim, uma nova proposta de produção interfere diretamente nos trabalhos e 
atividades executadas no canteiro de obras. 
Assim sendo, é de extrema importância lembrar que avanços tecnológicos são eficientes e 
eficazes, quando o aumento da produtividade, motivação e segurança do operacional, meio 
ambiente do trabalho e meio ambiente global são respeitados e caminham de forma integrada e 
em parceria. 
 
 
 
 
 
3 PLANEJAMENTO DOS CANTEIROS DE OBRAS E ARRANJO FÍSICO 
3.1 CONCEITUAÇÃO 
A fábrica da construção civil é o canteiro de obras, que possui como características 
principais: locais variados e temporários, componentes convergindo para um produto fixo e 
arranjos diferentes e peculiares para cada obra. O canteiro de obras de uma construção e 
composto de diversos elementos, sendo estes definidos a partir do sistema de produção 
estabelecido. 
A literatura especializada sobre o tema, conceitua o canteiro de obras como as áreas de 
trabalho, fixas e temporárias, destinadas à execução e apoio das atividades da industria da 
construção civil. Essas áreas podem ser divididas em espaços operacionais e espaços de vivência. 
MAIA (2003) vê o canteiro de obras como o local onde estão todos os recursos de 
produção (mão de obra, materiais e equipamentos) locados de modo que proporcione o apoio e 
realização adequada aos trabalhos de construção, considerando os requisitos de gestão, 
racionalização, produtividade e segurança dos trabalhadores. Além desses fatores, o canteiro de 
obras compreende as áreas em torno da edificação (contidas dentro limites do terreno), as áreas 
dentro da própria edificação e os demais locais destinados ao apoio e à realização dos serviços 
ligados à execução da obra. 
Assim, o canteiro de obras contém um tipo de estrutura organizacional bastante dinâmica 
e flexível. Durante o desenvolvimento do edifício, o canteiro de obras assume características 
distintas em função dos operários, empresas, materiais e equipamentos presentes nele. O projeto 
do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de construção, responsável pela definição 
do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de 
circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase 
 
32
da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do 
empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores, e 
execução racionalizada dos serviços. 
Planejar, no universo da construção civil, pode ser definido como o ato de preparação para 
qualquer tipo de empreendimento, por meio de roteiros e métodos determinados, tendo em vista 
os objetivos a serem alcançados. 
Planejar é, pois, pensar antes de agir, levar o futuro em consideração, olhar para 
frente, refletir sobre o futuro, não passivamente, mas preparando-se para o 
inevitável, prevenindo o indesejável e controlando o que for controlável. 
Planejar é o oposto de improvisar: é não se deixar levar pelas circunstâncias (...). 
Planejar, em oposição envolve, fazer acontecer. (YÁSIGI, 2000.p.102). 
No âmbito do canteiro de obras, entende-se que o processo de planejamento visa à 
obtenção da melhor utilização do espaço físico disponível, possibilitando que trabalhadores e 
equipamentos executem suas tarefas com segurança eficiência e eficácia. , 
O projeto de canteiro representa uma ferramenta de extrema importância no 
gerenciamento da obra, pois afeta o tempo de deslocamento de trabalhadores e materiais e 
conseqüentemente na execução das atividades e da produtividade total da obra. Assim, o canteiro 
de obras tem o objetivo de propiciar a infra-estrutura necessária para a execução de um edifício 
utilizando os recursos disponíveis, sendo este a base que pode tornar a execução mais eficiente e 
eficaz, em função do projeto e da forma de gerenciar, além da sua organização e do seu arranjo 
físico (SILVA, 2007) .
O projeto do canteiro de obras, portanto, deve incorporar os requisitos de produção, 
exigidos pelas inovações tecnológicas introduzidas, contribuindo assim, para a melhoria do 
processo de produção do edifício, por meio da organização e do adequado posicionamento dos 
elementos do canteiro, e dos recursos necessários para a produção. 
Os projetos para produção e de canteiro são os instrumentos que permitem a 
construtora planejar e desenvolver eficientemente a logística no canteiro de obra. 
As informações neles contidas subsidiam o planejamento, a operação e a 
verificação das atividades logísticas na construção de edifícios (abastecimento, 
armazenamento, processamento disponibilização de recursos materiais), 
informando quando, onde e como as atividades de produção serão realizadas, 
indicando a quantidade de insumos a ser utilizada em cada etapa, permitindo a 
 
33
programação da mão-de-obra e auxiliando no desempenho do sistema de 
informações. (OLIVEIRA, 2003.p98.)”. 
Para SILVA (2000) a logística de canteiro está relacionada com o planejamento e gestão 
de fluxos físicos e de informações relevantes na execução das atividades dentro do canteiro. O 
autor também define as principais gestões que deve ocorrer no canteiro de obras que inclui: a 
gestão do fluxo físico ligado à execução; gestão de interface de agentes que interagem no 
processo de produção de uma edificação e gestão física da praça de trabalho. 
Visando uma correta utilização do espaço disponível, para um melhor aproveitamento de 
operários e máquinas envolvidos na produção, o planejamento do canteiro de obras deve atingir 
objetivos divididos em duas categorias principais, segundo SAURIN e FORMOSO (2006) apud 
TOMMELEIN (1990): 
• Objetivo de alto nível – O canteiro opera de forma eficiente e segura, mantendo 
alta a motivação dos funcionários, por meio de condições de trabalho adequadas 
referente ao conforto e segurança. 
• Objetivo de baixo nível – O foco principal é a minimização de distâncias de 
transporte, tempos de movimentação de pessoal e materiais, manuseios de 
materiais. 
Não existe uma fórmula com uma solução rápida e fácil para a elaboração do arranjo do 
canteiro de obras, visto que cada projeto consiste em um evento novo e único, porém por meio de 
pesquisas desenvolvidas e análise de experiências passadas, estudiosos apresentam alguns 
critérios básicos para o desenvolvimento do projeto do canteiro. O bom senso e a adequação às 
condições e características do terreno e da obra ainda é um fator determinante para o adequado 
planejamento e funcionamento das instalações do canteiro de obras. RODRIGUES (2005) 
acrescenta que para a definição do melhor posicionamento das instalações, na maioria das vezes, 
é utilizada a experiência pregressa do gerente da obra. 
Alguns atores exemplificam o assunto como um caso de otimização combinatória discreta, 
ou seja, se forem considerados “n” unidades de apoio, o número de arranjos possíveis para o 
canteiro de obras será de “n!”. Portanto, para um adequado planejamento do canteiro de obras, é 
necessário escolher dentre os arranjos possíveis aquele que melhor atende a execução das 
atividades da obra. 
 
34
3.2 PLANEJAMENTO DE OBRAS 
As atividades de construção do empreendimento devem ser cuidadosamente definidas 
para que se possam projetar o canteiro de obras. O setor responsável pela gestão de processos 
determina metas, objetivos, além de meios (equipamentos e mão de obra) e caminhos (fluxo da 
produção) necessários para a execução. Essa etapa no processo de produção é definida com a 
participação dediversos agentes que atuam diretamente na obra, tendo como resultado 
documentos e planos das decisões tomadas. 
Em alguns casos, o estudo do planejamento da obra e do canteiro no próprio local de 
implantação e com a participação dos envolvidos tem como objetivo, além de evitar decisões 
unilaterais pela equipe de produção no momento de execução, agregar valores, visto que a 
experiência e conhecimentos práticos são de grande ajuda no aumento de informações para as 
equipes que elaboram o projeto do canteiro de obras. 
Essas equipes geralmente são formadas pelos principais subempreiteiros, fornecedores, 
engenheiros de planejamento, mestre-de-obras, engenheiros residentes. (SILVA, 2000). 
VALADARES (2004) acrescenta que planejar demanda muito tempo para sua elaboração, 
requisitando profissionais com larga experiência específica, representando um trabalho árduo, 
mesmo para aqueles de considerável experiência. Portanto, quando elaborado somente no 
escritório por equipes afastadas dos problemas a serem enfrentados no dia a dia da obra, 
certamente conterá imperfeições, sendo recebido com reservas por aqueles que não puderam 
participar. 
De forma prática e direta, VALADARES (2004) propõe os seguintes questionamentos, 
que deverão ser realizados antes da inicialização do planejamento do canteiro de obras: 
• O que será produzido – Produtos e serviços resultantes das atividades. 
• Quantidade que deverá ser executada – Quantidade de serviço que pode ser 
expressa em volume, peso, número de peças, etc. 
• Qual o período de tempo para execução – Tempo de duração dos serviços, com 
data de início e término previstos. 
 
35
• Quais as condições gerais de trabalho – Análise de localização da obra ou 
serviço quanto às dimensões, análise de acessos, meios de transportes, condições 
climáticas, mão de obra, recursos como água, esgoto, energia elétrica, 
combustível, suprimentos, comunicações. 
Também é necessário conhecer o tipo de execução da obra, definindo em seguida as 
operações e os centros de produção e vivência de forma adequada e integrada ao processo de 
produção. 
SILVA (2000) baseado em CARDOSO (1996) exemplifica onze etapas para o 
planejamento da construção, sendo: 
1.Constituição de equipes de preparação e acompanhamento 
2.Compreensão e revisão da estrutura do empreendimento (Definição de fases de 
execução, início das obras e comunicação com redes de concessionárias) 
3.Elaboração de um macro-planejamento de execução 
4.Definição de princípios e organização e comunicação entre envolvidos 
5.Revisão dos projetos e identificação de pontos críticos (identificação de 
quantitativo de materiais, equipamentos, mão de obra em cada fase da obra). 
6.Elaboração dos projetos de produção e cronograma de execução 
7.Síntese das atividades críticas e momentos de controle externo e interno. 
8.Levantamento de interfaces técnicas e organizacionais entre serviços 
9.Elaboração do projeto de canteiros. 
10. Elaboração de documentos de suporte e planejamento de execução. 
11. Aprovação de estudos realizados, divulgação e treinamento de mão de obra. 
Além da elaboração detalhada dos objetivos, recursos e atividades que serão necessárias 
para a execução, deverão ser cuidadosamente analisadas as características do local onde será 
implantada a construção, pois o tamanho das instalações do canteiro e a rede de transportes 
vertical e horizontal serão projetadas de acordo com o espaço físico disponível, localização da 
obra e sistemas construtivos, dentre outros. 
Vale ressaltar que constantemente essa etapa do planejamento é descartada, seja por falta 
de cultura, pelo fato dessa etapa dificilmente ser remunerada, ou pelo prazo curto para execução, 
que impede uma dedicação de tempo adequada a essa atividade. Com essa negligência algumas 
 
36
decisões importantes são tomadas no decorrer do processo de produção e alguns requisitos 
necessários de organização e segurança não são corretamente utilizados. 
Esse fato é abordado por SAURIN; FORMOSO (2006.p 45.), que 
embora seja reconhecido que o planejamento do canteiro desempenha um papel 
fundamental na eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e 
qualidade da construção, os gerentes geralmente aprendem a realizar tal 
atividade somente através da tentativa e erro, ao longo de muitos anos de 
trabalho. 
TOMMELEIN (Apud SAURIN, FORMOSO 2006) conclui que raramente ocorre um 
método definido de planejamento do canteiro, constatando por intermédio de pesquisas que os 
gerentes de obra elaboram seu plano baseado na experiência empírica, no senso comum e na 
adaptação de projetos anteriores para as situações atuais. 
Segundo HEINECK apud LIBRELOTTO (2000) são conhecidos através de estudos de 
canteiros de obras uma série de atitudes gerenciais que levaram a melhoria do desempenho do 
esforço construtivo, assim como também foram desenvolvidas muitas técnicas de análise e 
medição do trabalho que potencialmente diminuem o desperdício, a imobilização de capital, o 
conteúdo de mão-de-obra das tarefas, a dispersão do esforço produtivo e os retrabalhos. Estas 
estratégias envolvem: programação da obra; gestão clássica da produtividade; organização do 
posto de trabalho, motivação e treinamento de recursos humanos; e a adoção de novas 
tecnologias e procedimentos de trabalho. 
3.3 PROJETO DO CANTEIRO DE OBRAS 
Após a elaboração do planejamento da obra, tem início o processo de elaboração do 
projeto do canteiro de obras, FERREIRA E FRANCO (1998) define essa fase como: 
o projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de construção, 
responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de 
trabalho, fixas e temporárias, das vias de circulação necessárias ao 
desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da obra, 
de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do 
empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos 
trabalhadores.(FERREIRA E FRANCO, 1998.p58.) 
 
37
Segundo VALADARES (2004) o projeto de canteiro de obras pode ser sintetizado nas 
seguintes etapas: 
1.Definição das instalações fixas: as centrais de preparação ou transformação de 
materiais 
2.Definição das instalações móveis: veículos, guindastes, gruas e outros 
equipamentos móveis. 
3.Identificação de infra-estrutura: vias de acesso, circulação de pessoas, 
equipamentos e materiais. 
4.Definição de alojamentos, oficinas, depósitos, escritórios, etc. 
5.Identificação de abastecimento de energia elétrica, água, etc. 
6.Análise do projeto detalhado para a execução 
7.Estabelecimento das equipes de construção e sua estrutura de trabalho 
8.Estabelecimento dos meios de gerenciamento e controle da obra. 
Cada tipo de execução adotada apresenta uma técnica e, logo, um determinado processo 
para a execução que influencia diretamente o tipo de canteiro que será planejado. O custo de cada 
alternativa deverá ser cuidadosamente analisado e selecionado. 
O projeto do canteiro de obras visa o melhor aproveitamento da área disponível para sua 
implantação e apoios das atividades de construção. De acordo com a literatura especializada a 
otimização de um canteiro de obras consiste em setorizar e organizar espacialmente a forma de 
arranjar e dispor os materiais, funcionários, equipamentos e instalações necessárias ao processo 
de produção fazendo ocorrer a devida realização de cronogramas de execução e racionalizando os 
recursos materiais (insumos, equipamentos e ferramentas), recursos humanos e financeiros. 
Na literatura corrente encontram-se diversas ferramentas para a elaboração do projeto de 
canteiro de obras. SILVA (2000), por exemplo, propõe o uso da ferramenta SLP (Systemat 
Layout Planning) desenvolvida por MUTHER (1998). Esse plano é formado por quatro etapas 
gerais: localização, arranjo físico geral, arranjo físico detalhado e implantação. 
Alguns princípios básicos deverão ser analisados ao se proceder o projeto do canteiro de 
obras, são elessegundo LIMMER (1987): 
 
38
• Integração: os elementos que formam a cadeia de produção devem estar 
harmonicamente ligados, pois a falha de um desses componentes poderá resultar 
na ineficiência do todo. 
• Minimização de distâncias: as distâncias de todos os elementos que compõem a 
produção deverão ser reduzidas ao mínimo possível. 
• Disposição eficiente de áreas de estocagem e de locais de trabalho. 
• Atenção ao uso dos espaços: Nos depósitos, escritórios, por exemplo, fazer uso 
das três dimensões (por exemplo, uso de jirau). 
• Produtividade: Condições adequadas de trabalho e de segurança aumentam a 
produtividade. 
• Flexibilização: Devido a característica de dinamismo do processo de construção, 
as instalações deverão sempre que possível se adequar ao momento do processo 
produtivo. 
Além desses fatores, algumas características particulares da obra deverão ser analisadas, 
como: o tamanho da construção, o tipo e natureza da obra (industrial, residencial, etc), 
localização (dentro do perímetro urbano, facilidades ou dificuldades de vias de acesso, etc), 
diversificação dos tipos de materiais e elementos construtivos (para prevenção de depósitos e 
linhas de produção), identificação das empresas especializadas que participarão da obra (para 
definição de espaços necessários), e condições da mão de obra no mercado de trabalho (para 
determinação de utilização ou não de alojamentos). 
Na maioria dos projetos de canteiros de obra, o setor responsável por sua elaboração 
estuda inicialmente as plantas de situação e pavimento térreo dos projetos de arquitetura, visando 
retirar informações quanto à localização da edificação, acidentes naturais do terreno, 
identificação do entorno e áreas disponíveis no terreno para o uso das instalações do canteiro. 
Quanto à área útil disponível SAURIN e FORMOSO (2006) definem os principais tipos 
de canteiros, de acordo com sua forma de implantação: 
 
 
 
 
39
TIPOS DE CANTEIROS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS 
1. RESTRITOS Terreno é ocupado em sua 
totalidade pela construção ou 
uma alta percentagem deste. 
Possui acessos restritos 
Construções em áreas centrais 
da cidade, ampliação ou 
reformas. 
2. AMPLOS Terreno é ocupado por uma 
parcela pequena pela 
construção Possui acessos 
para veículos, áreas para 
armazenamento e acomodação 
de funcionários. 
Construção de áreas 
industriais, conjuntos 
habitacionais, entre outras. 
3. LONGOS E ESTREITOS São restritos em apenas em 
uma das dimensões com 
acessos disponíveis em 
poucos pontos 
Construção de estradas de 
ferro e rodagem, Redes de gás 
e petróleo, alguns casos em 
zonas urbanas 
Quadro 4: Tipos de Canteiros 
Fonte. Adaptado SAURIN e FORMOSO (2006) 
Nas áreas urbanas os canteiros do tipo restrito são os mais comuns. Geralmente, os 
responsáveis pelo seu planejamento encontram bastante dificuldade para a locação devido ao 
acesso difícil e existência de subsolos que ocupam grande parte ou ás vezes a totalidade do 
terreno. Esse tipo de terreno exige uma grande atenção no planejamento e soluções alternativas 
para a implantação do canteiro, como: 
• Em áreas disponíveis que sejam pequenas, prioriza-se a locação da área de 
produção no terreno. Serviços de escritório, stand de vendas e alojamentos são 
locados em residências ou terrenos vizinhos ou próximos ao local da obra. 
• Se o espaço para área de produção for insuficiente, a alternativa é a locação de 
área adjacente ou o mais próximo possível do terreno. 
Essas alternativas geram custos adicionais e só devem ser utilizadas após um minucioso 
estudo de forma a se ter uma relação do custo/benefício adequada. 
Terrenos amplos que possuem grandes áreas para a locação do canteiro de obras 
necessitam de uma atenção especial, pois podem levar a desorganização e aumento de distâncias 
a serem percorridas pelos funcionários, equipamentos e materiais, gerando aumento de custos 
desnecessários. 
 
40
A literatura sobre o tema aconselha duas medidas que devem ser seguidas no 
planejamento: iniciar a obra pela fronteira mais difícil, que possui como característica a 
existência de muros de arrimo, vegetação de grande porte e desníveis acentuados e criação de 
espaços utilizáveis no nível do terreno. 
(...)a aplicação prática dessa regra envolve decisões relativamente simples, que, 
devido á pouca atenção dada ao planejamento do canteiro, não são objeto de um 
estudo mais criterioso. Pode-se criar como exemplo a decisão de construir a obra 
dos fundos para frente ou vice-versa, e a decisão acerca de qual parcela do 
prédio construir primeiro, no caso de edificações cuja construção é dividida em 
etapas defasadas de tempo. Decisões semelhantes a estas influenciam 
diretamente o planejamento do canteiro, devendo, portanto, considerar suas 
necessidades (SAURIN, 2001.p.34) 
Uma outra característica dessa fase de planejamento, que deverá ser cautelosamente 
estudada, são as edificações vizinhas ao canteiro de obras. É recomendável a realização de uma 
vistoria técnica aos imóveis que fazem limite à área do terreno da obra em questão como medida 
preventiva. Essa vistoria avalia condições gerais dos imóveis antes do início da construção, além 
de riscos e prejuízos que poderão ocorrer a terceiros no decorrer do tempo da obra, evitando 
assim, possíveis danos e custos inesperados. 
Essa característica demonstra a importância do planejamento da obra antes da elaboração 
do projeto do canteiro que devem ser tomadas com a participação de todos os envolvidos na 
construção do empreendimento. O que se vê, geralmente, são as instalações provisórias alocadas 
em segundo plano às instalações permanentes da edificação, o correto seria o planejamento do 
canteiro de obras integrado às instalações permanentes. 
Durante o processo de elaboração do projeto do canteiro de obras, a definição do layout 
assume importância significativa, por possibilitar a otimização do uso do espaço disponível, a 
melhoria dos fluxos de produção e a minimização de distâncias. 
SAURIN (2002) defende que o projeto de layout do canteiro de obras tenha integração 
com os outros projetos (arquitetônico, estrutural, hidrossanitário e elétrico) buscando a 
racionalidade da produção e desenvolvimento do canteiro. O autor salienta, principalmente, a 
relação do projeto de canteiro com o projeto arquitetônico, refletindo que pequenas mudanças, 
que não afetam o projeto original, muitas vezes podem garantir uma maior funcionalidade do 
 
41
canteiro de obras, “(...) como, por exemplo, a largura de uma rampa, que poderia ser 
dimensionada para permitir o acesso de caminhões até a área de armazenamento”. 
NÓBREGA (2000) afirma que o correto dimensionamento e estudo da localização física 
dos recursos a serem utilizados na transformação de bens, tem por objetivo eliminar os pontos 
críticos de produção, diminuir tempos gastos em deslocamentos e transportes, maximizando a 
quantidade de mão de obra, equipamentos, materiais e insumos a serem utilizados por unidade de 
espaço. 
SLACK (2000) define os objetivos gerais do arranjo físico, sendo: 
• Segurança – Alguns itens devem ser cumpridos como: acesso à área de produção 
apenas para pessoas devidamente autorizadas, passagens devem ser claramente 
marcadas e de livre circulação. 
• Clareza de fluxo – O fluxo de materiais e equipamentos devem ser sinalizados 
de forma evidente. 
• Conforto da mão de obra – Deve-se promover, um ambiente de trabalho bem 
ventilado, iluminado, com o mínimo de ruídos possível. 
• Coordenação de mão de obra – Supervisão e Coordenação devem ser facilitadas 
pela localização de mão de obra e dispositivos de comunicação. 
• Acessos – Máquinas e instalações devem ser acessíveis para a constante limpeza 
e manutenção 
• Uso do espaço – Uso adequado do espaço físico disponível, preferencialmente 
em suas três dimensões. 
• Flexibilidade de longo prazo – O arranjo físico deve ser projetado para 
acompanhar facilmente todas as mudanças decorrentes de necessidades futuras 
quanto à evolução

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