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AMANDA MENDONÇA PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS PREPARO CAVITÁRIO - Tratamento biomecânico a fim de que as estruturas remanescentes recebam uma restauração que proteja, seja resistente e previna a resistência da cárie; - A restauração deve devolver a forma, função e estética; - Elimina o tecido patológico, estende as margens das cavidades a locais de relativa imunidade à carie, confere a cavidade formas que permitam com que o dente receba e retenha materiais restauradores e preserve a parede pulpar. QUANDO PREPARAR O DENTE PARA RECEBER UMA RESTAURAÇÃO REGRAS DO PREPARO CAVITÁRIO · Remover totalmente o tecido cariado -> Deixar as paredes da cavidade suportadas por dentina sadia ou materiais com a mesma função -> Conservar maior quantidade possível de tecido dental sadio -> Paredes cavitárias planas e lisas -> Preparo cavitário limpo e seco!! PREPAROS CAVITÁRIOS – EVOLUÇÃO HISTÓRICA - Black foi o pioneiro e criou os princípios, com objetivo de cientificar a odontologia. Idealizou uma sequência lógica. EXTENSÃO PREVENTIVA BLACK – 1908 HOJE – O QUE MUDOU? - Se tem maior conhecimento da etiologia da cárie, então não acredita-se mais que essa restauração preventiva seja eficaz. FALHAS DE RESTAURAÇÕES MAIS PREVALENTES 1) Lesão de cárie: principal motivo para a primeira instalação e substituição de restaurações dentárias diretas. - Restaurações podem falhar por cárie secundária. Desta forma, não são consideradas tratamento para a doença cárie. PLANEJAMENTO Antes de iniciar procedimentos de corte -> deve se ter uma extensão mínima e uma maior preservação dental e é necessário avaliar a oclusão. PREPARO CAVITÁRIO E ORDEM DOS PROCEDIMENTOS TEMPOS OPERATÓRIOS 1) ABERTURA DE CAVIDADE - Onde remove o esmalte sem apoio dentinário, expondo a cárie e instrumentando para o preparo; - Leva em consideração se é uma lesão de cárie incipiente (não precisa desgastar muito) ou lesão de cárie ampla (a abertura já existe); - Realizada com instrumentos rotatórios em alta velocidade com diferentes formatos e tamanhos, que varia de acordo com o tipo de dente, tamanho da lesão e tipo dE material restaurados. (FRESAS CARBIDE 245, 329, 330) 2) FORMA DE CONTORNO - Delimita e define área de superfície do dente que deve ser incluída no preparo cavitário; - A estrutura sadia deve ser preservada. *PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FORMA DE CONTORNO*: 1 – Todo esmalte sem apoio dentinário deve ser removido; 2 – As margens de preparo (âng. cavo-superficial) devem estar localizadas em áreas de relativa imunidade à cárie e possibilitem um correto acabamento das margens de restauração. Necessita de suporte. 3- Observa-se as diferenças de procedimentos entre cavidades de cicatrículas e fissuras e cavidades de superfície lisa. 4 – O risco de cárie dos pacientes deve ser levado em consideração. *FATORES A SEREM CONSIDERADOS - TEMPOS OPERATÓRIOS: 1) Extensão da cárie; 2) Extensão preventiva; 3) Idade do paciente; 4) Risco de cárie. EXTENSÃO DA CÁRIE: Sua progressão · Auto limpeza; · Direção dos prismas de esmalte; · Direção dos túbulos dentinários; · Diferença da dureza entre esmalte e dentina. - SUPERFÍCIE DE CICATRÍCULA E FISSURA: como a cárie se propaga como 2 cones superpostos na base de junção amelodentinária. A forma de contorno deve englobar toda a extensão superficial da cárie como sua propagação ao longo dessa junção. EXTENSÃO PREVENTIVA: BLACK: a forma de contorno deveria englobar todas as cicatrículas e fissuras e sulcos muito profundos, a fim de evitar a recidiva deste processo carioso e permitir um bom acabamento das margens da restauração. HOJE: esse conceito foi reformulado, de tal modo que a forma de contorno das cavidades limita-se a englobar os tecidos comprometidos, sem a necessidade de extensão preventiva, devendo-se respeitar as estruturas de reforço dos dentes tais como: pontes de esmalte, vertentes e cúspides. · Quando 2 ou + cavidades distintas se encontram separadas em estrutura menor que 1 mm, elas devem ser unidas em um único preparo. IDADE DO PACIENTE: Em pacientes idosos, nos quais as faces oclusais estejam abrasionadas e os sulcos tenham praticamente desaparecido, a forma de contorno deve se limitar à remoção da dentina cariada e determinação de paredes de esmalte hígido, sem necessidade de extensão preventiva. RISCO DE CÁRIE: · Paciente de alto risco (fazer acesso com que consiga visualizar se conseguirá tirar todo tecido cariado); · Paciente de médio risco; · Paciente de baixo risco (neste caso faz a mínima intervenção possível). BAIXO RISCO ALTO E MÉDIO RISCO *FATORES A SEREM CONSIDERADOS – FORMA DE CONTORNO: - SUPERFÍCIES LISAS: Compreende faces V, L, I, D de todos os dentes. 1) Propagação da lesão de cárie; 2) Margens da cavidade (em estrutura dental sadia – local que permita bom acabamento); 3) Prismas de esmalte (remoção do esmalte sem suporte dentinário); 4) Extensão para gengival (idade do paciente); 5) Extensão para V e L. Propagação da lesão da cárie: A cárie neste caso, propaga-se como dois cones superpostos ápice contra base na junção amelodentinária e deve ser totalmente englobada no contorno da cavidade. - No terço cervical a camada de esmalte é aprismática, com prismas de esmalte não ordenados, facilitando o aumento da cárie em extensão. - Base menor; - Extensão maior e profundidade menor. Extensão gengival: - A superfície dentária subgengival tem relativa resistência à cárie; - A extensão preventiva da parede cavitária se localiza na área proximal; - Pode ser determinada aquém, além ou ao nível da gengiva marginal em função de diversos fatores, tais como a idade do paciente; - A margem da parede G deve estar afastada da superfície proximal (ponto de contato) do dente vizinho. Idade do paciente = geralmente nos pacientes jovens ela se localiza subgengivalmente. Nos pacientes adultos, localiza-se ao nível ou ligeiramente abaixo da gengiva marginal. E nos pacientes idosos onde a retração fisiológica gengival é mais pronunciada, a margem gengival localiza-se aquém da gengiva marginal livre. Extensão para v e l: - Além de englobar o processo carioso, as margens do preparo devem ser estendidas às áreas de relativa resistência à cárie e de fácil acabamento; - Quando a cárie for incipiente, após a sua remoção, as paredes vestibular, lingual e gengival da cavidade devem ser estendidas em relação às respectivas faces, até que fiquem livres do contato com o dente vizinho. FORMA DE RESISTÊNCIA: É o Tempo Operatório que consiste em se dar forma à cavidade para que a estrutura dental e material restaurador possam resistir aos: · Esforços mastigatórios; · Variação volumétrica dos materiais restauradores; · Diferenças no coeficiente de expansão térmica do dente e do material restaurador. - A resistência da restauração é diretamente proporcional à espessura do material restaurador; - Material frágil exige maior espessura da restauração, não é permitido bisel no ângulo cavo-superficial; - A forma de resistência do amálgama: - espessura mínima de 1,5mm, pois o amálgama pode fraturar em camadas finas. ATUALMENTE: Paredes circundantes convergentes para a oclusal. Bordas de restauração com maior espessura. Ângulo cavo-superficial das cavidades para amálgama de 90º a 70º, para compensar a baixa resistência de borda desse material. Esmalte apoiado em dentina hígida ou materiais adesivos, ou ainda rebaixado e protegidas com o material restaurador. Evitar contato oclusal na interface dente-restauração. FORMA DE RETENÇÃO: É o Tempo Operatório que consiste em se dar forma à cavidade com a finalidade de reter a restauração e evitar o deslocamento da restauração, sob ação dos esforços mastigatórios, alterações dimensionais térmicas e tração de alimentos pegajosos. - Embricamento mecânico entre o material restaurador e paredes cavitárias. Pode ser: · Atrito do material restaurador às paredes cavitárias; · Macromecânica; · Micromecânica: condicionamento ácido associado à adesivo; · Mecânica adicional: confecção de sulcos, canaletas, orifícios, pinos, causade andorinha. - F = atrito com a restauração e faz com que ela segure dentro da cavidade; Q = resina composta; M = amálgama. ATUALMENTE: · RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA: - Retenção mecânica; - Paredes circundantes convergentes para a oclusal. · RETENÇÕES ADICIONAIS: - Sulcos e canaletas; - Pinos, “amalgampin”; - Condicionamento ácido (amálgama adesivo) · RESTAURAÇÕES DE RESINA COMPOSTA: - Não é necessária retenção mecânica adicional quando destruição coronária é de até 1/3 da coroa; - Condicionamento ácido do esmalte; - Condicionamento ácido da dentina. · CONDICIONAMENTO ÁCIDO DO ESMALTE: - 15 a 30 segundos; - Cria microporosidades no esmalte -> depois entra com adesivo (2ª etapa). · CONDICIONAMENTO ÁCIDO DA DENTINA: - 15 segundos; - Formação da camada híbrida. FORMA DE CONVENIÊNCIA: É o Tempo Operatório que consiste em se dar ao preparo cavitário características a fim de facilitar o acesso, a conformação e a instrumentação da cavidade. - Visa possibilitar a instrumentação da cavidade e a inserção dos materiais. ATUALMENTE: Adaptar os materiais e instrumentos à cavidade ou lesão presente. REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA: É o Tempo Operatório que consiste na remoção de toda dentina que encontra-se desmineralizada e infectada, pela lesão de cárie, de modo irreversível. - Pode ocorrer simultaneamente a determinação da forma de contorno; - Lesões incipientes ou pouco invasivas podem ser removidas durante o preparo cavitário; - Em lesões extensas e profundas, o tecido cariado é removido antes da determinação da forma de contorno. *Remoção executada com: · Instrumentos manuais (Curetas/colheres de dentina afiadas e de tamanho proporcional à lesão); · Instrumentos rotatórios em baixa rotação (Fresas/brocas esféricas, quando a dentina estiver resistente aos instrumentos manuais). *Evidenciação da dentina cariada: Corante orgânico capaz de identificar camadas de Dorfmann, indicando assim, qual dentina deveria ser removida, mantendo na cavidade somente a dentina desmineralizada reversível. Este corante orgânico é aplicado sobre a dentina cariada por período de tempo entre 8 a 10 segundos, lavando-a posteriormente. • O local corado em vermelho indica a dentina desmineralizada e infectado. A aplicação deste corante deve ocorrer tantas vezes quantas forem necessárias durante a remoção da dentina cariada, até que não fique nenhuma porção corada, em vermelho. A dentina apenas desorganizada ou afetada, que não corou, deve permanecer e ser adequadamente tratada, tornando-se um excelente meio de proteção ao órgão pulpar. ACABAMENTO DAS PAREDES DE ESMALTE: É o Tempo Operatório que consiste em alisar as irregularidades das paredes de esmalte e do ângulo cavosuperficial do preparo cavitário. - Objetiva possibilitar melhor vedamento da interface denterestauração; - As paredes de esmalte devem ser alisadas e o ângulo cavosuperficial deve receber tratamento de acordo com o material restaurador. LIMPEZA DA CAVIDADE: É o Tempo Operatório que consiste em remover os resíduos do preparo cavitário antes da inserção do material protetor e/ou restaurador através de diferentes agentes considerados de limpeza dentinária. Essencial e indispensável para um melhor vedamento marginal e redução da infiltração marginal. Influencia diretamente no sucesso da restauração. Agentes não desmineralizantes: - Germicidas : produtos à base de clorexidina, água oxigenada; - Detersivos: produtos detergentes (ex.: Tergensol, Tergentol); - Alcalinizantes: produtos à base de hidróxido de cálcio. · O flúor reage quimicamente com os íons cálcio e fosfato do líquido intratubular proporcionando a precipitação de cristais de fluoreto de cálcio na embocadura dos túbulos dentinários.
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