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1º DIA GABARITOS E RESOLUÇÕES 2020 GABARITOS E RESOLUÇÕES LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 _ To Helen Helen, thy beauty is to me Like those Nicean barks of yore, That gently, o’ver a perfumed sea, The weary, wayworn wanderer bore To his own native shore. Disponível em: <https://www.poetryfoundation.org>. Acesso em: 19 maio 2020. No fragmento do poema de Edgar Allan Poe, o eu lírico A apresenta um herói de guerra em amores por Helen. B canta grandes vitórias em batalhas de outrora. C apresenta a personagem como responsável pela glória da Grécia. D canta sua vitória por desposar uma mulher com tamanha beleza. E enaltece a figura de Helen, comparando-a às belezas da Antiguidade Clássica. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 Na primeira, segunda e terceira linhas, vemos um eu lírico sensível que compara a figura feminina a belas imagens do mar brando e perfumado. Citando termos como “tua beleza”, “viajor exaurido em trajetória”, “Náiade”, remete-se a Helena de Troia, a mais bela entre as belas, conforme cânticos de Homero. Alternativa A: incorreta. O eu lírico apresenta descrições de uma mulher de grande beleza, sem por ela demonstrar afeições. Alternativa B: incorreta. O poema é descritivo da beleza de Helena sem menções a temas de guerra, somente a grandiosidade das cidades de Grécia e Roma. Alternativa C: incorreta. O poema evidencia a beleza de Helena, sem nenhuma fuga para outro tema. Alternativa D: incorreta. Não há descrição de vitória ou guerra no poema. QUESTÃO 02 _ Mark, Todd, and Zola came to law school to change the world, to make it a better place. But now, as third-year students, these close friends realize they have been duped. They all borrowed heavily to attend a third-level, for-profit law school so mediocre that its graduates rarely pass the bar exam, let alone get good jobs. And when they learn that their school is one of a chain owned by a shady New York fund operator who also happens to own a bank specializing in student loans, the three know they have been caught up in The Great Law School Scam. But maybe there’s a way out. Maybe there’s a way to escape their crushing debt, expose the bank and the scam, and make a few bucks in the process. But to do so, they would first have to quit school. And leaving law school a few short months before graduation would be completely crazy, right? Well, yes and no... Disponível em: <https://www.goodreads.com>. Acesso em: 30 abr. 2019. O texto refere-se ao livro Rooster Bar, a obra mais recente de John Grisham. Com a leitura, é possível perceber que as personagens A são estudantes de Direito em uma instituição renomada. B decidiram mudar de curso poucos meses antes da formatura. C deixaram o idealismo de lado a fim de ganhar muito dinheiro. D descobriram-se parte de um esquema de empréstimos estudantis. E passaram no exame da ordem e já têm bons empregos garantidos. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 O trecho que comprova a resposta está no final do 1o parágrafo do texto: “And when they learn that their school is one of a chain owned by a shady New York fund operator who also happens to own a bank specializing in student loans, the three know they have been caught up in The Great Law School Scam.” (E, quando eles descobrem que sua escola é parte de uma cadeia pertencente a um sombrio operador de fundos de Nova York que também é dono de um banco especializado em empréstimos estudantis, os três sabem que foram pegos na Grande Fraude das Escolas de Direito). Alternativa A: incorreta. O texto diz que a instituição é de terceiro nível e medíocre. Alternativa B: incorreta. A pergunta no segundo parágrafo questiona se seria loucura abandonar o curso poucos meses antes de se formar, mas não fala em mudança de curso. Alternativa C: incorreta. O início do texto define os estudantes como idealistas, mas não menciona seu objetivo de ganhar muito dinheiro. Alternativa E: incorreta. O texto diz que os estudantes graduados naquela instituição raramente passam no exame da ordem e conseguem bons empregos. QUESTÃO 03 _ Código Feeling sad or having a depressed mood. Loss of interest or pleasure in activities once enjoyed. Changes in appetite – weight loss or gain unrelated to dieting. Trouble sleeping or sleeping too much. Loss of energy or increased fatigue. Increase in purposeless physical activity (e.g., hand-wringing or pacing) or slowed movements and speech (actions observable by others). Feeling worthless or guilty. Difficulty thinking, concentrating or making decisions. Thoughts of death or suicide. Disponível em: <https://www.psychiatry.org>. Acesso em: 30 dez. 2019. A lista apresentada está relacionada ao tema depressão e corresponde a A possíveis tratamentos para a doença. B fatores que levam uma pessoa a ter a doença. C outras doenças tão graves quanto a depressão. D sintomas apresentados por quem tem a doença. E dicas para quem auxilia no tratamento de pessoas com a doença. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 Desde o primeiro item da lista (sentir-se triste ou depressivo), é possível perceber que ela se refere a sintomas de quem tem depressão. Alternativa A: incorreta. Os itens da lista não são tratamentos para a depressão. Alternativa B: incorreta. Os itens da lista não são causas da depressão. Alternativa C: incorreta. Os itens da lista não são outras doenças. Alternativa E: incorreta. Os itens da lista não são dicas de tratamento. QUESTÃO 04 _ Código The Fox and the Crow A Fox once saw a Crow fly off with a piece of cheese in its beak and settle on a branch of a tree. ‘That’s for me, as I am a Fox,’ said Master Reynard, and he walked up to the foot of the tree. ‘Good day, Mistress Crow,’ he cried. ‘How well you are looking today: how glossy your feathers; how bright your eye. I feel sure your voice must surpass that of other birds, just as your figure does; let me hear but one song from you that I may greet you as the Queen of Birds.’ The Crow lifted up her head and began to caw her best, but the moment she opened her mouth the piece of cheese fell to the ground, only to be snapped up by Master Fox. ‘That will do,’ said he. ‘That was all I wanted. In exchange for your cheese I will give you a piece of advice for the future. Do not trust flatterers.’ BROWN, Keith. Encyclopedia of Language and Linguistics. 2 ed. Elsevier Science, 2005. Na fábula, Esopo apresenta uma lição de moral sobre não se deixar levar por bajuladores. Essa bajulação ocorrida no texto é representada pela frase A ‘That’s for me, as I am a Fox,’ B ‘Good day, Mistress Crow,’ C ‘How well you are looking today’. D ‘let me hear but one song from you’. E ‘That will do’, said he. ‘That was all I wanted.’ GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 Toda fábula apresenta uma moral, neste caso, “Do not trust flatterers.” – Em tradução, “Não confie em bajuladores”. A raposa elogia a aparência do Corvo: “How well you are looking today” – “Como está com boa aparência hoje”. Alternativa A: incorreta. “That’s for me, as I am a fox” – Isso é pra mim, como sou uma raposa. Alternativa B: incorreta. “Good-day, Mistress Crow” – Bom dia, senhorita corvo. Alternativa D: incorreta. “let me hear but one song from you” – Deixe-me ouvir uma canção sua. Alternativa E: incorreta. “‘That will do’ said he. ‘That was all I wanted.’” (“Isso vai servir", disse ele. "Era tudo que eu queria.”). QUESTÃO 05 _ This is a game-based app from one of the fastest growing brands in the world which boasts over 40 million active users from 180 nations. Here, you can share exciting experiences, discover more games, and play in any language you like regardless of your age or device. Its mission is to make learning awesome. Indeed, it engages the heart, the body, and the mind, bringing a wild and powerful experienceright at your fingertips. Its straightforward features appeal to both students and educators because they reach beyond a typical classroom setting. In Kahoot, you’ll find various sporting events, corporate powerhouses and all types of social and educational context. Teachers get to create fun games based on multiple choice questions. Then, students can register in the game rooms using any devices and special codes and compete with peers. The application of a game on real classroom questions is a way of encouraging students to perceive exams with a positive attitude. This also promotes group discussion creating what is called ‘campfire moments’. As such, students get to pursue their educational goals proactively by creating Kahoots. In essence, Kahoot is a wonderful tool for any teacher or student whether used as re-energizing technique or attention grabber. Disponível em: <https://www.greenprophet.com>. Acesso em: 30 abr. 2019. Esse texto apresenta uma ferramenta educacional chamada Kahoot. A relação entre os termos game, users e educational goals no texto refere-se ao ato de A encorajar os alunos a focar mais no jogo do que nos estudos para as provas. B criar uma disputa sobre o conteúdo escolar entre os educadores e os alunos. C motivar os alunos a aprender novos idiomas para participar de jogos diferentes. D aplicar um jogo para promover nos alunos uma atitude positiva em relação às provas. E levar os alunos a formar equipes, inscrever-se e participar de vários tipos de eventos esportivos. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 O trecho do 2o parágrafo que comprova a resposta é: “The application of a game on real classroom questions is a way of encouraging students to perceive exams with a positive attitude.” (A aplicação de um jogo em perguntas reais de sala de aula é uma forma de encorajar os alunos a ver as provas com uma atitude positiva). Alternativa A: incorreta. O texto não afirma que os alunos devem focar menos nos estudos para as provas. Alternativa B: incorreta. O jogo não cria disputa entre educadores e alunos. Alternativa C: incorreta. O texto apenas diz que o jogo está disponível em qualquer língua; não fala em necessidade de aprender idiomas. Alternativa E: incorreta. Segundo o texto, os eventos esportivos são usados como contexto do jogo, mas não há menção a times para competições esportivas de fato. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 El cambio climático en España […] El cambio climático se ha instalado en España y sus efectos se notan ya, principalmente, en las temperaturas. Por ejemplo, el verano dura ahora de media en España casi cinco semanas más que a principios de los años ochenta. Y, además, es más caluroso. La Agencia Estatal de Meteorología (Aemet) y el Ministerio para la Transición Ecológica han presentado este martes un avance de los datos del proyecto Open Data Climático, que recoge algunas evidencias de los impactos del calentamiento global en España en los últimos 40 años. Según los datos aportados por el ministerio, hay más de 32 millones de personas en España directamente afectadas por las consecuencias. […] Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 26 mar. 2020. (Adaptado) Nota-se, pela leitura do texto, que “el cambio climático” é visto como A consequência das ações dos ministérios. B a causa das alterações do clima. C consequência do aquecimento global. D causa do aquecimento global. E causa das ações humanas. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 Pela leitura do texto, é possível perceber que “el cambio climático”, que é a alteração do clima, é consequência do aquecimento global. Alternativa A: incorreta. Os ministérios, por si só, não são os responsáveis pelas alterações do clima. Alternativa B: incorreta. “El cambio climático” é a própria alteração climática, e não a causa disso. Alternativa D: incorreta. A mudança climática é consequência do aquecimento global, e não a causa. Alternativa E: incorreta. A mudança global é consequência das ações humanas que geram o aquecimento global. QUESTÃO 02 Disponível em: <www.mundogaturro.com>. Acesso em: 19 maio 2020. A intenção humorística da tirinha se dá pelo(a) A onomatopeia utilizada no penúltimo quadrinho. B jogo de palavras entre os verbos “sentir” e “sentar”. C falta de vocabulário de Gaturro para convencer Ágatha. D impaciência de Gaturro ao explicar seu sentimento a Ágatha. E equívoco de Gaturro ao conjugar o verbo “sentar” como “siento”, no presente. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 Há um jogo de palavras com os verbos “sentir” e “sentar”, já que, ao serem conjugados no presente, possuem a mesma forma: “siento”. Alternativa A: incorreta. A onomatopeia não gera humor na tirinha. Alternativa C: incorreta. Gaturro apresenta conhecimento vocabular para convencer Ágatha. Alternativa D: incorreta. Gaturro não se mostra impaciente, pelo contrário, demonstra paciência ao sentar e esperar. Alternativa E: incorreta. O verbo “sentar” está corretamente conjugado no presente como “siento”. QUESTÃO 03 _ Mi niña se fue a la mar Mi niña se fue a la mar, a contar olas y chinas, pero se encontró, de pronto, con el río de Sevilla. Entre adelfas y campanas cinco barcos se mecían, con los remos en el agua y las velas en la brisa. ¿Quién mira dentro la torre enjaezada, de Sevilla? Cinco voces contestaban redondas como sortijas. El cielo monta gallardo al río, de orilla a orilla. En el aire sonrosado, cinco anillos se mecían. GARCÍA LORCA, Federico. Disponível em: <http://blogs.utopia.org.br>. Acesso em: 26 mar. 2019. No verso “pero se encontró, de pronto”, o termo em destaque indica algo que A ultrapassou o limite. B aconteceu tardiamente. C passou despercebido. D aconteceu de repente. E aconteceu com dificuldade. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H5 A expressão “de pronto”, como é possível inferir no verso, apresenta significado de “de repente”, algo repentino. Alternativa A: incorreta. Não cabe, no verso, o significado de passar do limite. Alternativa B: incorreta. Não há menção de atraso contida na expressão. Alternativa C: incorreta. Não há intenção de indicar algo despercebido, pelo contrário. Alternativa E: incorreta. Não há significado de dificuldade no verso. QUESTÃO 04 _ Código El pueblo que esconde el secreto contra el alzhéimer Así viven en Yarumal, una de las poblaciones de Colombia con miles de portadores del gen de la demencia precoz Los habitantes de Yarumal creyeron, durante años, que se trataba de un embrujo. Los enfermos pensaban que les había caído una maldición que les condenaba a olvidar y, al fallecer, los sacerdotes registraban la causa de su muerte como "reblandecimiento de cerebro". Por estas regiones de Antioquia, en el noroeste de Colombia, nadie sabía qué era el alzhéimer. Lo que compartían miles de habitantes del pueblo, esa pérdida de la memoria en cuanto cumplían los 40 años, la falta de movilidad y el deterioro mental, la llamaban “una enfermedad puesta”. Para ellos, era un castigo. Fue solo hace treinta años cuando el trabajo de los investigadores colombianos Francisco Lopera y Lucía Madrigal, del Grupo de Neurociencias de la Universidad de Antioquia (GNA), abrió una puerta para entender lo que estaba sucediendo en los pueblos de Yarumal, Ituango, Angostura y Belmira. Allí, miles de personas de 25 familias compartían algo más que un simple parentesco: tenían una mutación en el gen de la presenilina 1, por la cual desarrollan alzhéimer temprano. Con el tiempo, a esta se le llamó “la mutación paisa”. [...] Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 18 nov. 2019. De acordo com o texto, os pesquisadores descobriram que A a religião poderia ser a cura mais adequada para a doença. B o parentesco era o que causava o Alzheimer nos mais idosos. C se desenvolvia o Alzheimer pela precariedade escolardo local. D a localização das cidades ajudava a causar a doença precocemente. E se desenvolvia o Alzheimer precocemente, por causa de uma mutação genética. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H6 De acordo com o texto, “tenían una mutación en el gen de la presenilina 1, por la cual desarrollan alzhéimer temprano”. O trecho comprova que os pesquisadores descobriram que uma mutação genética era a causadora do Alzheimer precoce entre a população. Alternativa A: incorreta. Não há referência à religião como cura da doença. Alternativa B: incorreta. Não há referência ao parentesco como causador da doença, mas, sim, à mutação genética que ocorreu em comum. Alternativa C: incorreta. Não há referência à precariedade escolar do local. Alternativa D: incorreta. Não se fala da influência geográfica na doença. QUESTÃO 05 _ Código Oda al Dos de Mayo Oigo, patria, tu aflicción, y escucho el triste concierto que forman, tocando a muerto, la campana y el cañón; […] GARCÍA, Bernardo López. Disponível em: <https://www.poetasandaluces.com>. Acesso em: 18 nov. 2019. Diante da expressão dos versos, pode-se inferir que eles fazem referência a um(a) A situação de migração. B cenário de pobreza. C cenário de guerra. D surto de doença. E crise política. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C2H7 Ao falar da pátria aflita e “tocando a muerto / la campana y el cañón”, nota-se a referência feita a um cenário de guerra, tendo o sino “da morte” e o canhão “tocando” ao mesmo tempo. Alternativa A: incorreta. Não há referência à situação de migração. Alternativa B: incorreta. Não há vocabulário que comprove referência à pobreza. Alternativa D: incorreta. Não há referência a doenças no texto. Alternativa E: incorreta. Pelas palavras usadas, não há referência política. Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 _ Código Dia seguinte, manhã alteando para os lados do mar, Benedita, já desobrigada que, quando a noite andava a meio, o Chico de Ifigênia, embora muito engrossado nos panos pela imprudência do atraso, rompeu galhardias, embandeirado de todo, para alegria das duas, ela falou para o coronel-padrinho Tuniquinho Marimbondo, aquela hora já de plantão no corredor da fazenda, em atalaia enxerida para saber notícias da doença de Ifigênia: — A moça já tá bem mai mio, nhô, sim, cum a graça de Deus! A fevre já passo, meu sinhô. Mai essa menina percisa é se casá que já tá no tempo... Percisa é de ranjá um marido que essas fevres má, panhada nos banho de água malina, só passa mermo, no que se diz passá de um todo, é cum marido dento de casa. SANTOS, J. C. Benedita Torreão da Sangria Desatada. Rio de Janeiro: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1983 (Adaptado). No fragmento, observa-se que o narrador apresenta a fala da personagem em uma linguagem que a caracteriza. Essa variação linguística tem o intuito de demonstrar um(a) A modo de falar errado, o que denota inferioridade. B problema de comunicação por parte do interlocutor. C linguagem social própria de determinada comunidade. D uso de uma linguagem inadequada ao se dirigir ao patrão. E desconhecimento da língua e da fala de forma desconexa. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H25 No fragmento, o não atendimento à norma-padrão da língua portuguesa é uma forma de tornar visível a situação socioeconômica de Benedita, inferior à do coronel Tuniquinho Marimbondo. Ela fala como aprendeu em sua comunidade, demonstrando que não teve uma educação formal em escolas. Alternativa A: incorreta. Não existe o certo e o errado numa língua, o que existe são maneiras diferentes de falar. Alternativa B: incorreta. O fato de usar uma variedade popular da língua não quer dizer que ela apresenta um problema de comunicação. Alternativa D: incorreta. A fala de Benedita não é inadequada, ela apenas não segue a norma-padrão da língua. Alternativa E: incorreta. Benedita desconhece apenas a norma-padrão da língua e fala de forma perfeitamente compreensível. QUESTÃO 07 _ Código O bullying é um problema social mundial que acontece, na maioria das vezes, com crianças e dentro do ambiente escolar. O que quase ninguém sabe é que as relações familiares podem influenciar diretamente o envolvimento de estudantes com o bullying. Os resultados da pesquisa da Escola de Enfermagem da USP mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nas horas livres. De acordo com a pesquisa, as famílias dos estudantes envolvidos com bullying são consideradas menos funcionais. Isso quer dizer que elas não colaboram com o crescimento dos sentimentos positivos, não realizam boa comunicação entre os moradores da casa, assim como não auxiliam nas tomadas de decisões de forma saudável, ou seja, tendo como base a troca de ideias de forma conjunta ao invés da imposição. [...] Disponível em: <https://jornal.usp.br>. Acesso em: 20 nov. 2019. (Adaptado). Considerando o texto lido, pode-se afirmar que a reportagem A define o bullying como um processo dissociado da relação familiar. B critica a relação estabelecida entre filhos agressivos e pais permissivos. C condena o posicionamento das famílias que não atuam na educação dos jovens. D revela a importância da qualidade da relação entre filhos e pais na prevenção do bullying. E opõe-se ao tratamento que muitos jovens recebem de suas famílias estruturadas e atenciosas. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H3 O texto aponta para o fato de que estudantes que têm bom relacionamento com os pais são pessoas que não praticam bullying na escola, pois sentem-se acolhidos, ouvidos, amados e principalmente orientados. Além disso, os pais desses estudantes estabelecem regras e os supervisionam, sabendo onde eles estão e o que fazem. Alternativa A: incorreta. O texto diz o contrário. O bullying está associado à educação que os pais dão aos filhos, pois a pesquisa revela que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, como comprova o texto: “Os resultados mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nos tempos livres”. Alternativa B: incorreta. O texto não faz uma crítica, mas aponta os dados de uma pesquisa sobre o efeito da qualidade das relações familiares em seus filhos, já que isso impacta na experiência estudantil e do comportamento dos jovens na escola, como comprova o texto: “Os resultados mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nos tempos livres. De acordo com o pesquisador, as famílias dos estudantes envolvidos com bullying são consideradas menos funcionais”. Alternativa C: incorreta. O texto não condena o posicionamento das famílias, mas informa o leitor sobre os efeitos de uma boa relação para a formação e atuação dos jovens na sociedade estudantil, como comprova o texto: “Os resultados mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantesestabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nos tempos livres. De acordo com o pesquisador, as famílias dos estudantes envolvidos com bullying são consideradas menos funcionais”. Alternativa E: incorreta. O texto não se opõe a nenhuma família, apenas informa que filhos de famílias mais bem estruturadas, que acompanham a vida escolar dos filhos, acabam por contribuir com respeito e combate ao bullying nas escolas, já que seus filhos são pessoas que não participam da violência produzida na escola, como comprova o texto: “Os resultados mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nos tempos livres. De acordo com o pesquisador, as famílias dos estudantes envolvidos com bullying são consideradas menos funcionais”. QUESTÃO 08 _ Código ... O José Carlos está melhor. Lhe dei uma lavagem de alho e um chá de hortelã. Eu zombei do remédio da mulher, mas fui obrigada a lhe dar porque atualmente a gente se arranja como pode. Devido ao custo de vida, temos que voltar ao primitivismo. Lavar nas tinas, cozinhar com lenha. ... Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circos. Eles me respondia: — É pena você ser preta. Esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça, ele já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Círculo do Livro, [s.d.]. (Adaptado) Na obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, há uma narradora-personagem que A busca seu desenvolvimento acadêmico, por isso insiste em escrever peças para o circo. B se conforma com a pobreza da favela porque acredita nos desígnios de Deus e do destino. C se sente inferior pelo fato de ser negra, pobre e ter pouca ou nenhuma formação acadêmica. D faz da palavra sua arma para mostrar as dificuldades da vida, embora desprovida de formação acadêmica. E usa um vocabulário rebuscado e inacessível à maior parte dos leitores, mas que não atende à norma-padrão da língua. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H26 Mesmo não dominando a norma-padrão da língua portuguesa (“lhe dei”, “eles me respondia”, “iducado”, “reincarnações”), a narradora-personagem revela a sua história por meio de sua escrita, mostrando suas dificuldades financeiras e o preconceito que enfrenta por ser negra. Alternativa A: incorreta. Não há dados comprobatórios de que a narradora-personagem escreva peças para o circo com o intuito de obter formação acadêmica; aparentemente, ela o faz como resistência e para modificar suas condições de vida para melhor. Alternativa B: incorreta. A narradora-personagem não se conforma com a pobreza, tanto que denuncia as dificuldades por que passa (“Lavar nas tinas, cozinhar com lenha”) e tem, na escrita, a possibilidade de transformar o mundo ao seu redor. Alternativa C: incorreta. O último parágrafo deixa claro o orgulho que a narradora-personagem tem de sua cor. Alternativa E: incorreta. A narradora-personagem não possui formação acadêmica, por isso sua escrita não atende à norma-padrão da língua portuguesa. QUESTÃO 09 _ O legado de Mandela, 30 anos depois [...] Havia 260 jornalistas espremidos no jardim da mansão onde Mandela dormira sua primeira noite em liberdade, depois de quase três décadas na prisão. Logo de início, o ex- -prisioneiro fez questão de exalar descontração. Contou piada e falou do seu café da manhã fora das grades. No cardápio, flocos de cereais, bacon, ovos e chá com leite. Quando um jornalista sul-africano se identificou e disparou a pergunta, Mandela, antes de responder, comentou: “Ah, então é você! Li vários de seus textos na prisão!”. Em sua entrevista coletiva, o ex-prisioneiro enfatizou o caminho da pacificação. Descreveu a luta armada, opção de décadas anteriores, como “resposta à violência do apartheid”. Mandela, o líder da luta contra o regime racista, transformou- -se em Mandela, o conciliador e construtor da nova África do Sul. Desmontou o regime racista e impediu que o país mergulhasse numa guerra civil. Gravou marcas indeléveis na história contemporânea. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020 (Adaptado). Há recursos textuais que aproximam o interlocutor do momento da produção do discurso. Isso pôde ser alcançado na entrevista por meio da frase A “o ex-prisioneiro fez questão de exalar descontração.”. B “Ah, então é você! Li vários de seus textos na prisão!”. C “o ex-prisioneiro enfatizou o caminho da pacificação.”. D “Descreveu a luta armada, opção de décadas anteriores”. E “Desmontou o regime racista e impediu que o país mergulhasse em uma guerra civil.”. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H18 A interjeição “Ah” na frase “Ah, então é você!” atualiza o tempo como se, ao ler, o leitor percebesse uma proximidade com o momento do discurso. Alternativa A: incorreta. A alternativa descreve o comportamento de Mandela. Alternativa C: incorreta. Um de seus relatos o qual Mandela enfatizou. Alternativa D: incorreta. Um dos depoimentos de Mandela na entrevista. Alternativa E: incorreta. Relato de um fato consequente após sua luta. QUESTÃO 10 _ Código Os usuários de ônibus e carros de passeio, devido às longas permanências em pé ou sentados na mesma posição, comumente sentem sintomas típicos de estresse, tais como batimentos cardíacos elevados e respirações curtas. Segundo o médico do esporte João Antonio da Silva Júnior, membro da Sociedade Mineira de Medicina e do Esporte e médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, os moradores de centros urbanos deveriam ser mais ativos, por isso ele recomenda a bicicleta. “A bike é um dos aparelhos mais interessantes já criados – nos faz suar, o que nos leva a gastar calorias e perder peso. Com a bicicleta, nós também liberamos endorfina, que gera a sensação de prazer durante e depois do exercício”, detalha Silva Júnior. O especialista ressalta a importância do exercício físico para o sistema cardiovascular, pois aumenta a respiração, dilata os vasos sanguíneos, melhora a circulação e diminui o estresse. Além disso, durante a pedalada, vários grupos musculares são trabalhados com um desgaste menor do que uma corrida ou um treino na academia. Disponível em: <https://www.otempo.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. (Adaptado). De acordo com o texto, o uso periódico da bicicleta traz benefícios à saúde de quem a utiliza, contribuindo para A melhorar a respiração e reduzir a endorfina. B reduzir a quantidade de endorfina e perder peso. C fortalecer a musculatura e desgastar as articulações. D melhorar a circulação e fortalecer a musculatura. E aumentar a atividade aeróbica e reduzir a capacidade cardiorrespiratória. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C3H10 A utilização de bicicletas como alternativa de mobilidade urbana, além de aumentar a disposição, a queima de calorias e o bem-estar, melhora a condição física dos usuários. Alternativa A: incorreta. O uso da bicicleta possibilita, no corpo humano, o aumento da endorfina. Alternativa B: incorreta. O uso da bicicleta possibilita, no corpo humano, a liberação da endorfina. Alternativa C: incorreta. A bicicleta oferece menor desgaste das articulações. Alternativa E: incorreta. A prática frequente de atividades físicas auxilia na saúde cardiorrespiratória. QUESTÃO 11 _ Código Parece-me gente de tal inocênciaque, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E, portanto, se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. E o fato de Ele nos para aqui trazer creio que não foi sem causa. E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim! CAMINHA, P. V. A carta. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. Nesse trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, está presente a ideia de A idealização da terra. B fundação nacionalista. C catequização dos indígenas. D preocupação com o trabalho. E proximidade com a natureza. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 A ideia de catequização dos indígenas está presente no trecho destacado da carta de Pero Vaz de Caminha, especialmente em “não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. [...] E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles”. Alternativa A: incorreta. No trecho em destaque, não há menção à qualidade da terra, o que ocorre em outras passagens da carta de Caminha. Alternativa B: incorreta. Na época do “descobrimento” do Brasil, o império português se expandia e se consagrava. Alternativa D: incorreta. No trecho destacado, a ênfase não é dada ao trabalho dos indígenas, como comprova a passagem “se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos”. Alternativa E: incorreta. A proximidade com a natureza não constitui a tônica do trecho destacado, como comprova a passagem “se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos”. QUESTÃO 12 _ Código TEXTO I Quando pequena, eu achava natural não ter mãe; por alguns anos, bastou-me saber que fora boa e bonita, adoecera e tivera de nos deixar. Mas na adolescência sofri com essa privação; imaginava que, viva, minha mãe resolveria todos os meus problemas e desmancharia todas as minhas angústias. Minhas amigas tinham mães; para mim sobrara apenas Berta: uma moça de colônia, forte e despachada, mas que nada entendia de minha carência de afeto, e pensava resolver todos os problemas com uma boa risada. LUFT, L. Reunião de família. 13 ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. TEXTO II Absorvendo-me na contemplação da manhã, penetrado de ternura, inclinei a cabeça para o ombro de Ema, como um filho, entrecerrando os cílios, vendo o campo, os tetos vermelhos como coisas sonhadas em afastamento infinito, através de um tecido vibrante de luz e ouro. Desde essa ocasião, fez-se-me desesperada necessidade a companhia da boa senhora. Não! Eu não amara nunca assim a minha mãe. Ela andava agora em viagem por países remotos, como se não vivesse mais para mim. Eu não sentia a falta. Não pensava nela... Escureceu-me as recordações aquele olhar negro, belo, poderoso, como se perdem as linhas, as formas, os perfis, as tintas, de noite, no aniquilamento uniforme da sombra... Bem pouco, um resto desfeito de saudades para aquela inércia intensa, avassalando. POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Moderna, 1983. Com base na leitura dos trechos de Reunião de família, de Lya Luft, e de O Ateneu, de Raul Pompeia, conclui-se que, nas duas obras, há o(a) A abandono familiar por livre escolha materna. B aversão pela mãe e por qualquer pessoa que a representasse. C necessidade de projeção da figura materna em outras mulheres. D satisfação de poder contar com o apoio materno durante a infância. E desinteresse por parte da mãe no período da infância e da adolescência. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C7H22 As personagens de Lya Luft e de Raul Pompeia, respectivamente, em decorrência da orfandade e do abandono, revelam-se carentes e projetam a figura materna em Berta (“uma moça de colônia, forte e despachada”) e em Ema (a esposa do diretor do Ateneu). Alternativa A: incorreta. A personagem de Lya Luft foi privada da companhia da mãe em razão da morte desta. Alternativa B: incorreta. As duas personagens projetam a figura materna em outra mulher. Alternativa D: incorreta. As duas personagens são privadas dos cuidados maternais na infância, uma pela orfandade, outra pelo abandono. Alternativa E: incorreta. A mãe da personagem de Reunião de família, de Lya Luft, faleceu (e não se desinteressou, como no caso da personagem de Raul Pompeia). QUESTÃO 13 _ Código Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa. Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro. BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. Com base no fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, o pensamento latente na personagem é o de A comoção nacionalista, mas não tão profunda quanto a sua gana pelo poder. B projeção no cenário nacional para, posteriormente, engajar-se na política. C exaltação da setorização do Brasil, exaltando o melhor de cada região. D união atrelado à indivisibilidade do território nacional. E proteção dos interesses da sua cidade natal. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H17 No fragmento da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, verifica-se que Policarpo Quaresma tinha convicção de pertencer ao Brasil como um todo, não sendo de seu interesse a regionalização ou setorização do país: “Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país”. Alternativa A: incorreta. Policarpo Quaresma era um brasileiro ufanista, sem interesse pelo engajamento político: “Nada de ambições políticas ou administrativas”. Alternativa B: incorreta. Logo no início do fragmento, é negado qualquer interesse político por parte de Policarpo Quaresma: “Nada de ambições políticas ou administrativas”. Alternativa C: incorreta. Pelo contrário, Policarpo Quaresma prega a união do país, exaltando-o exatamente enquanto unidade: “Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país”. Alternativa E: incorreta. Policarpo Quaresma era um nacionalista convicto e não pregava os interesses deum local específico, mas de todo o país: “Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país”. QUESTÃO 14 _ Código Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. [...] Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. ALENCAR, J. Iracema. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. No trecho da obra de José de Alencar, o indígena é retratado com características idealizadas, expressas pela(s) A exuberância do cenário e da personagem descritos. B linguagem enxuta, se utilizando de poucos adjetivos. C comparações persuasivas dos elementos da natureza. D objetividade do narrador em sua linguagem descritiva. E verossimilhança dos elementos descritos cientificamente. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 A prosa poética se caracteriza pela presença de recursos da poesia num texto em prosa. No fragmento, os elementos poéticos ficam evidentes no ritmo cadenciado que o autor dá ao texto, na exploração dos adjetivos para descrever o cenário e a personagem Iracema, nas comparações, metáforas e prosopopeias presentes. Alternativa B: incorreta. O narrador emprega uma linguagem de adjetivação farta repleta de figuras de linguagem. Alternativa C: incorreta. As comparações são poéticas, exuberantes, com o objetivo de exaltar tanto o elemento humano como a natureza, sem o propósito de convencer o leitor. Alternativa D: incorreta. O narrador é bastante subjetivo, o que se confirma pela linguagem conotativa e emotiva. Alternativa E: incorreta. Não há verossimilhança nas descrições do narrador, tanto os elementos da natureza como Iracema são idealizados. QUESTÃO 15 _ Código O guardinha foi chegando, fez uma cara compenetrada e disse que ia levar meu carro. Levar meu carro? Que é que eu fiz, se estou aqui parado, não é proibido estacionar neste lugar, que diabo de infração eu cometi? Então, com a cara mais séria deste mundo, ele disse que meu selo tinha sido violado [...]. Então ele me explicou: a placa tinha aquele araminho, não tinha? Pois o araminho era preso com um selinho de chumbo e o selinho de chumbo estava violadinho, quem ia preso era eu. SABINO, F. “Infrações”. In: Deixa o Alfredo falar! 15 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. No trecho da crônica “Infrações”, de Fernando Sabino, o uso do diminutivo A provoca aversão ao guarda. B aproxima o narrador e o guarda. C demonstra a simpatia do guarda. D evita que a multa seja lavrada pelo guarda. E ridiculariza o motivo da apreensão do veículo. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H26 O narrador considera abusiva a apreensão do veículo em razão de um arame da placa estar danificado. Assim, usa o diminutivo e a milimétrica descrição para apontar o quanto o fato é ridículo: “a placa tinha aquele araminho, não tinha? Pois o araminho era preso com um selinho de chumbo e o selinho de chumbo estava violadinho, quem ia preso era eu”. Alternativa A: incorreta. A aversão é ao fato de ver o carro apreendido; não diz respeito ao profissional. Alternativa B: incorreta. O narrador ironiza ou ridiculariza a fala do guarda e a razão da apreensão do carro. Alternativa C: incorreta. Há ironia do narrador ao se referir à intervenção do guarda. Alternativa D: incorreta. O uso do diminutivo não impede que a multa seja lavrada e o carro apreendido, mas revela uma crítica a tal fato. QUESTÃO 16 _ Código Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros. Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à-toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. [...] RAMOS, G. Vidas secas. 106 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. Nesse trecho do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, há uma crítica ao(à) A analfabetismo feminino. B desconfiança do sertanejo. C submissão da mulher ao marido. D abuso de poder dos fazendeiros. E regime escravocrata então em vigência. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 No fragmento da obra Vidas secas, de Graciliano Ramos, há uma crítica ao abuso de poder dos fazendeiros, que se valem da pobreza e da pouca instrução dos empregados para lucrar: inventam juros que não existem e, assim, tornam a relação de trabalho praticamente uma escravização. É o que comprova, especialmente, a passagem “Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!”. Alternativa A: incorreta. A crítica, na obra, é contra o analfabetismo de modo geral, sem especificação de gênero. Alternativa B: incorreta. O sertanejo tinha razão para desconfiar do patrão. Alternativa C: incorreta. Sinha Vitória era quem sabia fazer as contas, de modo que não é submissa a Fabiano. Alternativa E: incorreta. O regime escravocrata já havia terminado em 1888, com a promulgação da Lei Áurea. QUESTÃO 17 _ Código TEXTO I A havelaar | D ream stim e.com Marcel Duchamp, Roda de bicicleta, 1913, aço e madeira, 1,3 m × 64 cm × 42 cm, Museu de Arte Moderna de Nova York, Nova York, EUA. TEXTO II A palavra “dada” é de origem francesa e significa “cavalo de pau”. Mas qual a relação entre esse tipo de brinquedo e a arte? Nenhuma. A falta de sentido e de relação obrigatória entre as coisas é justamente uma das principais características do Dadaísmo, por isso o movimento leva tal nome. Não existia uma padronização, uma arte institucionalizada: valorizava-se o absurdo, oirreverente artístico e a crítica social. Disponível em: <https://www.historiadetudo.com/dadaismo>. Acesso em: 28 fev. 2018. Esse movimento utilizava formas despadronizadas, irreverentes e ilógicas com a pretensão de A usar técnicas inovadoras em um estilo menos subjetivo. B escolher cuidadosamente materiais e formas aceitos pela academia. C explorar elementos do cotidiano, elevando-os à condição de obras de arte. D aplicar, de maneira radical, o conceito clássico conforme um ideal do que é belo na arte. E incorporar as transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da arte contemporânea. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C4H12 O ready-made é uma criação de Marcel Duchamp, em que o artista se apropria de objetos comuns de uso cotidiano e os eleva à condição de obra de arte, dando-lhes um novo significado. Alternativa A: incorreta. Os artistas do Expressionismo abstrato, rompem com a tradicional arte dos cavaletes, elegendo como suporte a parede ou o chão e focando nas emoções e expressões humanas. Alternativa B: incorreta. Marcel Duchamp não tinha preocupação com o formato dos objetos nem em determinar o que era ou não fundamental para a arte. Alternativa D: incorreta. Duchamp não se preocupou em trazer um novo conceito de belo; sua proposta era questioná-lo, bem como a própria arte. Alternativa E: incorreta. Estas são características do Futurismo. QUESTÃO 18 _ Código A história da linguagem é um quebra-cabeças tão complexo que, ainda hoje, poucos arriscam dizer que ele já foi completamente resolvido. Segundo Simon Kirby, membro da maior unidade de pesquisas de evolução da linguagem do mundo, mesmo com muito investimento, ainda sabemos bem pouco sobre nossa própria história. “Ainda não sabemos quase nada sobre como chegamos a ter a nossa característica mais marcante. É um pouco embaraçoso pensar o quão pouco entendemos sobre a maior marca de nossa espécie”, diz Kirby. Ao contrário de outros aspectos da evolução humana, nos quais fósseis colaboram de forma gigantesca para a compreensão, é muito difícil ter certeza de como o ser humano começou a falar. Quem definiu muito bem a situação foi Christine Kenneally, autora do livro The First Word (“A Primeira Palavra”, ainda sem tradução para o português): não existem verbos preservados em âmbar que possam esclarecer esses mistérios. Os pesquisadores nem ao menos sabem quando começamos a falar. As pesquisas mais consideradas no meio acadêmico levam em conta datas entre 100 000 e 1,8 milhão de anos. Já se sabe, por exemplo, que todas as espécies do gênero Homo, como os Neandertais, dispunham de meios de fala evoluídos. No entanto, os cientistas ainda não sabem se isso era utilizado ou exercitado de alguma forma. HECKE, C. “Nascidos para falar? Por que somos os únicos animais a dominar a linguagem?” In: Megacurioso, 16 jan. 2017. Disponível em: <https://www.megacurioso.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2019. De acordo com o texto, a origem da linguagem humana A data de 1,8 milhão de anos. B ainda não foi identificada pela Ciência. C foi desvendada pelo pesquisador Simon Kirby. D poderia ser mensurada a partir da análise de fósseis. E será desvendada se houver investimento em pesquisas. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C1H3 Segundo o texto de Caroline Hecke, apesar de inúmeras pesquisas, a origem da linguagem humana ainda não foi identificada pela Ciência, já que “A história da linguagem é um quebra-cabeças tão complexo que, ainda hoje, poucos arriscam dizer que ele já foi completamente resolvido. [...] é muito difícil ter certeza de como o ser humano começou a falar”. Alternativa A: incorreta. Ainda não é possível mensurar quando, de fato, deu-se a origem da linguagem humana, pois o texto afirma que “As pesquisas mais consideradas no meio acadêmico levam em conta datas entre 100 000 e 1,8 milhão de anos”. Alternativa C: incorreta. Simon Kirby é um pesquisador da linguagem humana, mas não descobriu a origem dela, como comprova a seguinte passagem do texto: “Segundo Simon Kirby, membro da maior unidade de pesquisas de evolução da linguagem do mundo, mesmo com muito investimento, ainda sabemos bem pouco sobre nossa própria história. / ‘Ainda não sabemos quase nada sobre como chegamos a ter a nossa característica mais marcante. É um pouco embaraçoso pensar o quão pouco entendemos sobre a maior marca de nossa espécie’, diz Kirby.”. Alternativa D: incorreta. A origem da linguagem humana não pode ser mensurada a partir da análise de fósseis, como comprova o terceiro parágrafo do texto: “Ao contrário de outros aspectos da evolução humana, nos quais fósseis colaboram de forma gigantesca para a compreensão, é muito difícil ter certeza de como o ser humano começou a falar. Quem definiu muito bem a situação foi Christine Kenneally, autora do livro The First Word (“A Primeira Palavra”, ainda sem tradução para o português): não existem verbos preservados em âmbar que possam esclarecer esses mistérios”. Alternativa E: incorreta. De acordo com o pesquisador Simon Kirby, referido no texto, “mesmo com muito investimento, ainda sabemos bem pouco sobre nossa própria história”. Assim, não é possível afirmar que, com mais investimento ainda, os pesquisadores, um dia, desvendarão o mistério da origem da linguagem humana. QUESTÃO 19 _ Código A Unesp, em parceria com o Santander Universidade, elaborou e está distribuindo em suas unidades universitárias o Guia de Prevenção ao Assédio. O material integra o projeto chamado Educando para a Diversidade e tem como propósito divulgar e compartilhar informações, ações de formação, debates e demais conteúdos que possam contribuir para a construção de práticas inclusivas e de garantia aos direitos das pessoas em suas diversidades para seu acesso e permanência, com dignidade e respeito, no contexto universitário. O material orienta quanto à definição e identificação de diferentes formas de assédio, como agir ao presenciar um assédio (como vítima, testemunha ou conhecedor), e quais as normativas da Unesp, as leis e os decretos que tratam do assunto. Disponível em: <https://www.cedem.unesp.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. No que diz respeito ao Guia de Prevenção ao Assédio, o principal propósito contido nele é A instruir sobre as diversas formas de assédio que sofrem as mais variadas pessoas. B reforçar a necessidade da inserção de minorias nos espaços sociais. C apresentar as diferentes visões das pessoas sobre o assédio. D informar casos de violência praticada contra minorias. E propor leis e decretos que tratam do assunto. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C7H21 O guia instrui sobre o real significado do assédio e parte da premissa de que vários grupos podem ser vítimas dele. Alternativa B: incorreta. O alvo do guia é toda a sociedade. Alternativa C: incorreta. Inexiste diversidade de visões no guia. Alternativa D: incorreta. O material não informa casos de violência. Alternativa E: incorreta. O meio tratado é o todo social. Não há proposta de leis ou decretos. QUESTÃO 20 _ Código Há 40 mil anos, na Europa, o Homo sapiens não era a única espécie humana existente – havia pelo menos outras três, entre elas os neandertais. Extraordinariamente parecidos conosco, eles viveram em regiões do continente por mais de 300 mil anos. "Muitos argumentariam que nossa capacidade de fala e linguagem está entre as características mais fundamentais que nos tornam humanos. Se os neandertais também tinham linguagem, também eram verdadeiramente humanos", diz Stephen Wroe, professor na Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália. Se podiam falar, também eram capazes de transmitir informações entre si com eficiência, como, por exemplo, ensinar uns aos outros a fazer ferramentas. Podem até mesmo ter ensinado uma coisa ou duas aos humanos modernos. Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 28 fev. 2020. Na descrição dos neandertais e de sua participaçãona identidade humana, há um breve desvio na modalidade formal escrita, pois se A incorpora um vocabulário técnico, de cunho específico para descrições históricas. B utiliza de empréstimos linguísticos para exemplificar as espécies humanas. C distingue o enunciador do discurso por meio do verbo de elocução “dizer”. D delimita o uso de elementos coesivos entre os exemplos citados. E conclui o texto com um registro próprio da comunicação oral. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C8H26 Em “uma coisa ou duas...”, a palavra “coisa” é de uso informal ou falado da língua. Alternativa A: incorreta. Vocabulários técnicos não estão restritos a textos históricos. Alternativa B: incorreta. As três espécies são a base da especificação de neandertais. Alternativa C: incorreta. O verbo pode ser usado em qualquer modalidade. Alternativa D: incorreta. Os elementos estão sendo corretamente usados. QUESTÃO 21 _ Código TEXTO I [...] O menino gordo desceu do arvoredo e se sentou cuidadosamente, usando a beirada como assento. – Desculpe ter demorado. As frutas... Limpou os óculos e colocou-os no nariz de botão, onde a armação sulcara um "V" profundo e rosado. Olhou criticamente para o corpo dourado de Ralph e, depois, seus olhos voltaram- -se para suas roupas. Levou a mão à ponta de um zíper que cruzava seu peito. GOLDING, W. O senhor das moscas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. TEXTO II [...] Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou- -se no chão. RAMOS, G. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2004. Os dois fragmentos apresentados, com temáticas e em períodos diferentes, relacionam-se por A materializarem as diferenças físicas dos meninos. B figurarem as expectativas diferentes dos personagens. C generalizarem os meninos para que representem um grupo. D rivalizarem a condição privilegiada do primeiro em oposição ao segundo. E exporem criticamente o isolamento social no qual os personagens estão inseridos. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 O adjetivo “gordo” vem no lugar do nome do personagem do Texto I como característica padrão e tipificada que define suas ações; no Texto II, os filhos não têm nomes próprios, pois apenas simbolizam “meninos”, sem uma identidade estabelecida. Alternativa A: incorreta. A condição física dos meninos não é tratada no Texto II. Alternativa B: incorreta. As expectativas não são citadas. Alternativa D: incorreta. Não é possível tal condição de rivalidade. Alternativa E: incorreta. O personagem do Texto I não faz parte de tal isolamento. QUESTÃO 22 _ Código Inspiração São Paulo! Comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original!... Arlequinal!... Trajes de losangos... Cinza e ouro... Luz e bruma... Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfumes de Paris... Arys! Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... São Paulo! Comoção de minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América. ANDRADE, M. “Inspiração”. In: Poesias completas. 6 ed. São Paulo: Martins, 1980. O poema “Inspiração”, de Mário de Andrade, pode ser considerado futurista porque A apresenta versos desconexos, fazendo um paralelo com o caos de São Paulo. B valoriza os modelos europeus e apresenta um sujeito poético apegado ao passado. C volta-se para o bucolismo, sendo o desejo maior do poeta a saída da cidade grande. D considera fracassados os que desistem de viver em Paris e se mudam para São Paulo. E apresenta a metrópole como sinônimo de lugar outrora aprazível, mas transformado pela poluição. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 Os futuristas lutaram pela concepção das “palavras em liberdade”. Queriam destruir a sintaxe habitual, em que ao sujeito segue-se o predicado, substituindo-a por associações em que a lógica não é clara e obtida por meio da repetição do substantivo. No poema “Inspiração”, Mário de Andrade também usou esse recurso futurista, já que ora reúne palavras ao sabor de seu som, ora ao sabor de imagens contrastantes, que se atraem umas às outras, utilizando-se dos dois recursos, o do sonoro e do sentido. Alternativa B: incorreta. Os modelos europeus são renegados pelo Futurismo. Alternativa C: incorreta. O Futurismo prega o progresso, a pressa. Alternativa D: incorreta. Há valorização da cidade de São Paulo. Alternativa E: incorreta. O poema valoriza a cidade de São Paulo. QUESTÃO 23 _ Código Vovô viera da Itália com toda a família, contratado como colono para colher café numa fazenda em Cândido Mota, em São Paulo. Embarcaram em Gênova com destino a Santos, por volta de 1894 [...]. Em Santos, eram aguardados por gente da fazenda, para a qual foram transportados, comprimidos como gado num vagão de carga. Ao chegar à fazenda, Eugênio Da Col deu-se conta, em seguida, de que não existia aquela cuccagna, aquela fartura tão propalada. Tudo que ele idealizara não passava de fantasia; as informações recebidas não correspondiam à realidade: o que havia, isto sim, era trabalho árduo e estafante, começando antes do nascer do sol; homens e crianças cumpriam o mesmo horário de serviço. Colhiam café debaixo de sol ardente, os três filhos mais velhos os acompanhando, sob a vigilância de um capataz odioso. Vivendo em condições precárias, ganhavam o suficiente para não morrer de fome. A escravidão já fora abolida no Brasil, havia tempos, mas nas fazendas de café seu ranço perdurava. GATTAI, Z. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. No trecho de Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai, o período histórico focalizado diz respeito ao(à) A êxodo rural. B imigração italiana. C trabalho escravizado. D independência do país. E abolição da escravatura. GabariTO: b Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 O período histórico focalizado no trecho da obra Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai, corresponde à imigração italiana, como comprova o primeiro parágrafo: “Vovô viera da Itália com toda a família, contratado como colono para colher café numa fazenda em Cândido Mota, em São Paulo. Embarcaram em Gênova com destino a Santos, por volta de 1894 [...]”. Alternativa A: incorreta. Não se trata do êxodo rural, como comprova a passagem “Em Santos, eram aguardados por gente da fazenda, para a qual foram transportados, comprimidos como gado num vagão de carga.”. Alternativa C: incorreta. Não se trata do trabalho escravizado, como comprova a passagem “A escravidão já fora abolida no Brasil, havia tempos, mas nas fazendas de café seu ranço perdurava”. Alternativa D: incorreta. O texto aborda um período posterior ao da proclamação de independência, como comprova a passagem “Vovô viera da Itália com toda a família, contratado como colono para colher café numa fazenda em Cândido Mota, em São Paulo. Embarcaram em Gênova com destino a Santos, por volta de 1894”. Alternativa E: incorreta. O período abordado no texto é posterior à abolição da escravatura, como comprova a passagem “A escravidão já fora abolida no Brasil, havia tempos, mas nas fazendas de café seu ranço perdurava”. QUESTÃO 24 _ Código IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velhoarqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!...” E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... ALVES, C. O navio negreiro. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. Na obra de Castro Alves, destacam-se as condições dos escravizados africanos em navios negreiros, isso é feito a partir do(a) A análise dos fatos, das aparências e dos costumes de modo superficial e pessoal. B tom ufanista e idealista ao denunciar a condição miserável e desumana dos escravizados. C oposição entre choro e dança deixando implícita sua crítica à passividade dos escravizados. D apresentação dos fatos em uma linguagem pouco expressiva e voltada para a objetividade. E descrição das cenas do tombadilho, valorizando os adjetivos para dar vivacidade ao cenário e às personagens. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 Em Navio negreiro, a escravidão negra era vista como uma instituição inadmissível num mundo que caminhava para um futuro melhor, em que o progresso tecnológico daria ao homem condições mais dignas de existência. Os versos descrevem o que se via em um navio negreiro, dando realce aos adjetivos que elevam o leitor a um ambiente sombrio, de sofrimento e morte como “dantesco”, “horrendos”, “magras“, “nuas”, “espantadas”, “vãs”. Alternativa A: incorreta. As análises e as descrições feitas no poema são profundas. Alternativa B: incorreta. O tom ufanista, próprio da primeira fase do Romantismo, não está presente no poema, pois está ligado à busca da nacionalidade, ao patriotismo exagerado, ao orgulho de ser brasileiro, o que não ocorre no poema. Alternativa C: incorreta. O uso do choro e da dança dão uma carga poética à descrição da cena, dando dinâmica a ela. Nos versos, não há crítica à passividade dos escravizados. Alternativa D: incorreta. A expressividade é característica fundamental do poema, que está voltado à subjetividade do seu autor. QUESTÃO 25 _ Código TEXTO I Alexandre de Antioquia, Vênus de Milo, mármore, 202 cm, Museu do Louvre, Paris, França. TEXTO II O poeta, com os pés metidos em chinelas velhas, com a cabeça apoiada na mão esquerda, ia escrevendo a poesia. Tinha acabado a quadra e releu-a: Mimosa flor que dominas Todas as flores do prado, Tu tens as formas divinas De Vênus, modelo amado. Os dous últimos versos não lhe pareceram tão bons como os dous primeiros, nem lhe saíram tão fluentemente. Ricardo deu uma pancadinha seca na borda da mesa, e endireitou o busto. Concertou os bigodes, fitou novamente a Vênus de Milo – uma cópia em gesso – e tratou de ver se os versos lhe saíam melhores. [...] Afinal, tanto repetiu os dous versos condenados, que acabou por achar a quadra excelente e continuou a poesia. Saiu a segunda estrofe, depois a terceira, a quarta e a quinta. A última dizia que o Deus verdadeiro, querendo provar que os falsos não eram tão poderosos como supunham, inventara, contra a bela Vênus, a formosa Marcela. Gostou desta ideia; era uma chave de ouro. Ergueu-se e passeou pelo quarto, recitando os versos; em seguida, parou diante da Vênus de Milo, encantado da comparação. Chegou a dizer-lhe em voz alta: — Os braços que te faltam são os braços dela! ASSIS, M. “Vênus! Divina Vênus!”. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. No trecho do conto “Vênus! Divina Vênus!”, de Machado de Assis, a intertextualidade com a estátua Vênus de Milo, de Alexandre de Antioquia, ocorre com a valorização A do padrão de beleza feminino. B do amor do poeta pela escultura. C da capacidade inventiva do escultor. D da literatura em relação às artes plásticas. E dos braços para os movimentos humanos. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C4H14 O padrão de beleza feminino, correspondente à estátua da “Vênus de Milo”, de Alexandros de Antioquia, é esmiuçado no conto de Machado de Assis: “o Deus verdadeiro, querendo provar que os falsos não eram tão poderosos como supunham, inventara, contra a bela Vênus, a formosa Marcela”; “em seguida, parou diante da Vênus de Milo, encantado da comparação. Chegou a dizer-lhe em voz alta: / Os braços que te faltam são os braços dela!” Alternativa B: incorreta. O amor do poeta não é pela escultura, mas sim pela poesia: “Os dous últimos versos não lhe pareceram tão bons como os dous primeiros, nem lhe saíram tão fluentemente.”. Alternativa C: incorreta. No conto, valoriza-se a capacidade inventiva do poeta, não do escultor: “Os dous últimos versos não lhe pareceram tão bons como os dous primeiros, nem lhe saíram tão fluentemente.”. Alternativa D: incorreta. Não há, no fragmento, valorização da literatura em relação às artes plásticas, já que a personagem se inspira na escultura para escrever o poema. Alternativa E: incorreta. Não há a valorização dos braços para os movimentos humanos, mas sim da mulher que os tem: “parou diante da Vênus de Milo, encantado da comparação. Chegou a dizer-lhe em voz alta: / Os braços que te faltam são os braços dela!”. QUESTÃO 26 _ Código O pior é que, vendo e ouvindo esses passarinhos estrangeiros, eu não podia deixar de sentir que o estrangeiro era eu – o bárbaro, o intruso, o que não sabe o nome das pessoas da terra. Vinguei- -me escrevendo a uma querida amiga: “Aqui há muitos passarinhos e toda manhã cantam, mas é uma pena, cantam em puro árabe...” Com o Guia de Campo de las Aves em punho, descobri que aquela cambaxirrinha que saltitava na moita podia ser chamada de carriça, embora tenha o nome feroz de Troglodytes troglodytes; o pássaro preto de bico amarelo era o melro legítimo, aquele do Guerra Junqueiro, o Turdus merula, ruidoso e jovial, irmão preto do sabiá, primo do nosso vira e da nossa graúna; uns outros cor de canário-da-terra, porém mais cheios de corpo, são verdilhões; aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome, de velhos romances, e tive o maior prazer em lhes ser apresentado: são um casal de toutinegras [...] BRAGA, R. “Olhe ali uma toutinegra!” In: Recado de primavera. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. O pronome “lhes”, em destaque no trecho da crônica de Rubem Braga, refere-se A aos verdilhões. B às pessoas da terra. C aos velhos romances. D ao casal de toutinegras. E aos passarinhos estrangeiros. GabariTO: D Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H18 No fragmento, o pronome oblíquo “lhes” se refere ao casal de toutinegras, como comprova a seguinte passagem: “aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec" ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome, de velhos romances, e tive o maior prazer em lhes [a eles = ao casal de toutinegras] ser apresentado: são um casal de toutinegras”. Alternativa A: incorreta. O pronome oblíquo “lhes” não se refere aos verdilhões, uma vez que esses não são “pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito”, mas sim “cor de canário-da-terra, porém mais cheios de corpo”. Alternativa B: incorreta. O pronome oblíquo “lhes” não se refere às pessoas da terra, posto que o cronista assim afirma: “aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome, de velhos romances”. Alternativa C: incorreta. O pronome oblíquo “lhes” não serefere aos velhos romances, uma vez que estes são o meio pelo qual o cronista afirma conhecer “aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome”. Alternativa E: incorreta. O pronome oblíquo “lhes” não se refere aos “passarinhos estrangeiros”, em geral, mas a alguns em especial, como comprova a seguinte passagem: “aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome”. QUESTÃO 27 _ Código O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça. A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. CAMÕES, L. In: SILVA, M. C. “Os Estudos Camonianos no Brasil de 1971 a 1980”. Coimbra: Revista da Universidade de Coimbra, 1985. p. 451. No soneto de Luís de Camões, a sensação de angústia é externalizada quando o eu lírico A contraria o hábito de gratidão e amor pela própria vida. B emudece qualquer nascimento por meio do desejo de que chova sangue. C estabelece relação de angústia por ter sido posto à prova após sua morte. D lamenta o momento de sua morte como forma de amaldiçoar a própria vida. E projeta na própria vida a necessidade que os outros têm de padecer no eclipse. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 O eu lírico amaldiçoa seu nascimento e lamenta sua existência, trata-se de uma paráfrase do livro de Jó: “Três Lamentações de Jó”. Alternativa B: incorreta. O eu lírico emudece a sua vida pela infelicidade de seu nascimento. Alternativa C: incorreta. A angústia do eu lírico ocorre por ter nascido e estar vivo. Alternativa D: incorreta. O eu lírico lamenta o momento de seu nascimento. Alternativa E: incorreta. O eu lírico deseja que não haja sol, apenas escuridão, metáfora para eclipse, o que remete à infelicidade. QUESTÃO 28 _ Código Pedro ficou fazendo cálculos e o próprio João de Adão interrompeu. — Tu tá com uns quinze anos. Não é, comadre? A negra fez que sim. João de Adão continuou: — No dia que tu quiser tu tem um lugar aqui nas docas. A gente tem um lugar guardado pra tu. AMADO, J. Capitães da areia. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. A expressão “Não é”, presente no trecho de Capitães da areia, de Jorge Amado, tem função A fática, pois visa testar o canal, a fim de prolongar o diálogo. B conativa, pois há intenção de influenciar a opinião do interlocutor. C referencial, pois a intenção é focalizar objetivamente o contexto real. D emotiva, pois a linguagem está centrada nos sentimentos do emissor. E poética, pois apresenta preocupação com o ritmo e a sonoridade das palavras. GabariTO: a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C6H19 A função fática ocorre, entre outras possibilidades, quando o emissor deseja prolongar o contato com seu receptor, caso do “Não é”, presente na fala de João de Adão. Alternativa B: incorreta. A função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva, que tem o intuito de convencer o leitor. Alternativa C: incorreta. A função referencial tem como objetivo principal informar, referenciar algo. Alternativa D: incorreta. A função emotiva tem como objetivo principal transmitir suas emoções, seus sentimentos e suas subjetividades. Alternativa E: incorreta. Na função poética, o emissor se preocupa com a maneira como a mensagem será transmitida, por isso atenta para a escolha das palavras, das expressões e das figuras de linguagem. QUESTÃO 29 _ Código Na rua, ele andava pisando forte, o queixo erguido, os olhos acesos. Tão bom sair de mãos dadas com a mãe. Melhor ainda quando o pai não ia junto porque assim ficava sendo o cavalheiro dela. Quando crescesse haveria de se casar com uma moça igual. Anita não servia que Anita era sardenta. Nem Maria Inês com aqueles dentes saltados. Tinha que ser igualzinha à mãe. — Você acha a Maria Inês bonita, mamãe? — É bonitinha, sim. — Ah! Tem dentão de elefante. E o menino chutou um pedregulho. Não, tinha que ser assim como a mãe, igualzinha à mãe. E com aquele perfume. TELLES, L. F. “O menino”. In: O segredo e outras histórias de descoberta. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. No trecho do conto “O menino”, de Lygia Fagundes Telles, o menino A acha Anita bonita e diferente da mãe, por isso pretende namorá-la. B considera Anita parecida com a mãe, razão por que pretende namorá-la. C tem aversão ao perfume da mãe, por isso pretende namorar Maria Inês. D pede permissão à mãe para namorar Maria Inês, mesmo a julgando feia. E nutre um profundo amor pela mãe e, no futuro, pretende transferi-lo à esposa. GabariTO: E Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H16 O menino pretende transferir o amor que sente pela mãe para sua futura esposa, como comprova a passagem “Quando crescesse haveria de se casar com uma moça igual. [...] Tinha que ser igualzinha à mãe”. Alternativa A: incorreta. Para ser bonita, a menina deveria ser “igualzinha à mãe”. Alternativa B: incorreta. “Anita era sardenta” e, portanto, diferente da mãe. Alternativa C: incorreta. O menino adora o perfume da mãe. Alternativa D: incorreta. Não há elementos que permitam tal afirmação, até porque o menino queria que sua namorada fosse “igualzinha à mãe”. QUESTÃO 30 _ Não obstante, as casinhas do cortiço, à proporção que se atamancavam, enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem. Havia grande avidez em alugá-las; aquele era o melhor ponto do bairro para a gente do trabalho. Os empregados da pedreira preferiam todos morar lá, porque ficavam a dois passos da obrigação. O Miranda rebentava de raiva. — Um cortiço! Exclamava ele, possesso. Um cortiço! Maldito seja aquele vendeiro de todos os diabos! Fazer-me um cortiço debaixo das janelas!... Estragou-me a casa, o malvado! AZEVEDO, A. O cortiço. 3 ed. São Paulo: Ciranda Cultural, 2017. A visão de Miranda, no fragmento de O cortiço, de Aluísio Azevedo, é A progressista, pois torcia para que o cortiço fosse instalado. B reacionária, já que temia a violência dos ocupantes do cortiço. C especulativa, pois se preocupava com a (des)valorização de seu imóvel. D indiferente, uma vez que não se interessava pela construção do cortiço. E coletivista, já que pretendia partilhar o espaço com todos que precisassem. GabariTO: C Linguagens, Códigos e suas Tecnologias C5H15 Especulação é a transação de teor financeiro em que os lucros estão subordinados à variabilidade ou instabilidade do mercado. Esta é a visão de Miranda, como comprova a passagem “Maldito seja aquele vendeiro de todos os diabos! Fazer-me um cortiço debaixo das janelas!... Estragou-me a casa, o malvado!”. Alternativa A: incorreta. Progressistas são aqueles favoráveis a mudanças mesmo com prejuízo da conservação da tradição e das leis. Não é o caso de Miranda, que não desejava a instalação do cortiço naquele local. Alternativa B: incorreta. Não se fala em violência dos moradores do cortiço. Alternativa D: incorreta. Miranda era contra a construção do cortiço. Alternativa E: incorreta. Coletivista é um sistema que vê a solução da questão social na apropriação coletiva dos meios de produção. Não é esta a visão de Miranda. QUESTÃO 31 _ Código José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. ASSIS, M. Dom Casmurro. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. No fragmento de Dom Casmurro, a oração “Cosi-me muito à parede” significa que o narrador A evitava
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