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Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como a pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecido conjuntivo como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. A velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes denomina-se metástases. EXTERNAS: meio ambiente, hábitos ou costumes. INTERNAS: geneticamente pré-determinadas, ligadas à capacidade do organismo se defender das agressões externas. 80 a 90% dos casos de câncer estão associados a fatores ambientais. o Hábitos alimentares: carnes vermelhas, gorduras como bacon, carnes processadas.... o Tabagismo o Radiação ionizante o Hábitos sexuais o Radiação solar o Medicamentos o Fatores ocupacionais o Alcoolismo A carcinogênese , recebe o nome, também de oncogênese . Refere-se ao processo no qual as células normais se transformam em células cancerígenas, ou seja, o processo de formação do câncer. É um processo que acontece lentamente, podendo levar vários anos até que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. A carcinogênese apresenta vários estágios que antecedem ao tumor. ESTÁGIO DE INICIAÇÃO: as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos. Nesta fase as células se encontram geneticamente alteradas, porem ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. ESTÁGIO DE PROMOÇÃO: as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. A suspensão co contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. ESTÁGIO DE PROGRESSÃO: caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) componentes que atuam nos três estágio da carcinogênese. BENIGNO: formado por células bem diferenciadas. Seu crescimento é progressivo e pode inclusive regredir (mitoses normais e raras). Possui massa bem delimitada, expansiva e não invade nem se infiltra em tecidos subjacentes. E por ultimo, não possui capacidade de ocorrer metástase. MALIGNO: formado por células anaplásicas (diferentes das do tecido normal), atípicas. O crescimento é rápido, com mitoses anormais e numerosas. Se infiltra em tecidos adjacentes com massa pouco delimitada e localmente invasivo, possui capacidade de se infiltrar em tecidos subjacentes. Com metástases frequentemente presentes. Nos tumores benignos, acrescenta-se o sufixo “oma” ao termo que designa o tecido que os originou. Exemplos: o Tumor benigno do tecido cartilaginoso: condroma. o Tumor benigno do tecido gorduroso: lipoma. o Tumor benigno do tecido glandular: adenoma. Nos tumores malignos, se considera a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor: Tumores malignos originados dos epitélios de revestimento externo e interno são denominados carcinomas; Quando o epitélio de origem é glandular, passam a ser chamados adenocarcinomas. Tumores malignos originados dos tecidos conjuntivos (mesenquimais) têm o acréscimo de sarcoma ao final do termo que corresponde ao tecido. Além do tipo histológico, acrescenta-se a topografia. Por exemplo: o Adenocarcinoma de pulmão. o Adenocarcinoma de pâncreas. o Osteossarcoma de fêmur. A nomenclatura dos tumores pode ser feita também das seguintes formas: Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Utilizando o nome dos cientistas que os descreveram pela primeira vez. Exemplos: linfoma de Burkitt, sarcoma de Kaposi e tumor de Wilms. PRIMÁRIA: objetiva impedir que o câncer se desenvolva. Inclui: adoção de um modo de vida e evitar a exposição a agentes causadores. SECUNDÁRIA: objetiva identificar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesões causadas pelo vírus HPV, ou pólipos na parede do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais. Interrupção do tabagismo: prevenção de câncer de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Amamentação: até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra obesidade infantil. Promoção da perda de peso e realização de atividade física: associado a alimentação saudável pode evitar 1/3 de todos os tipos de câncer. Não ingestão de bebida alcóolica Manutenção de alimentação saudável Realização de exame preventivo ginecológico: mulheres entre 25 e 64 anos Não exposição solar: entre as 10h e 16h e sempre utilizar proteção como protetor solar, chapéus, etc. Vacinação contra o HPV: meninas de 9-13 anos. A terapêutica para o câncer envolve uma ou várias modalidades combinadas. A principal delas é a cirurgia , que pode ser empregada em associação à radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. A escolha da terapêutica, depende da localização, do tipo do câncer e da extensão da doença. QUIMIOTERAPIA : é um método que utiliza compostos químicos no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Aplicada ao câncer: quimioterapia antineoplásica ou antiblástica. TIPOS E FINALIDADES DA QUIMIO Neoadjuvante ou prévia : redução parcial do tumor “complementação terapêutica com a cirurgia e/ou radioterapia”. Adjuvante : segue a cirurgia curativa “esterilizar célula residuais locais ou circulantes, diminuindo incidência de metástases á distância. Curativa : controle completo do tumor. Paliativa : melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. POLIQUIMIOTERAPIA : emprego de duas ou mais drogas que combinadas agem de forma complementar. Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) # Resolução COFEN 210/1998- dispõe sobre a a atuação do enfermeiro que trabalha com quimioterápicos antineoplásicos. Conferir assinatura do termo de consentimento informado. Receber da farmácia os quimioterápicos (seguir rotinas institucionais). Se intercorrência e não infusão (devolver quimioterápico ao setor de farmácia). Administrar antiemético prescrito antes da quimioterapia e/ou outros medicamentos necessários. Preparar o paciente (acesso venoso, hidratação adequada, balanço hídrico, controle de diurese). Separar materiais necessários (conforme via). Identificar o paciente por pelo menos 2 procedimentos (nome completo, matrícula – prescrição, pulseira e rótulo do quimioterápico. Monitorar durante toda a infusão. Aprazar o plano terapêutico. Utilizar EPI’s. Orientar paciente e família quanto ao tratamento, possíveis efeitos colaterais, importância de comunicar sintomas súbitos. Registro completo. Reações gastrintestinais : náuseas, vômitos, inapetências, diarreia. Administrar medicações antieméticas antes e depois (conforme prescrição médica). Recomendar / auxiliar a realização de higiene oral após episódios de vômito. Orientar a evitar o jejum (ingerir menor quantidade e intercalar mais frequentes) Avaliar a função intestinal (motilidade intestinal). Observar aspecto, frequência e quantidade das eliminações gastresofágicas (registrar). Manter a cabeceira do leito elevada e orientar a respiração profunda em casos de náuseas/vômitos. Promover medidas para aliviar o estresse, a ansiedade e o medo(apoio para psicologia) Avaliar a eficácia do antiemético (registrar) Lateralizar a cabeça do cliente durante episódios de êmese caso restrito ao leito. Manter próximo, recipiente para ser utilizado nos episódios eméticos. Mucosite: principalmente cavidade oral, esôfago, todo trato gastrintestinal até a região retal. Boca seca, espessamento da saliva, disfagia, disfasia, eritema, ulcerações, sialorreia, sangramento, necrose tecidual. Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Higiene oral com cerdas macia, creme dental não abrasivo, fio dental ultrafino, soluções para enxague. Estimular autoavaliação, o autocuidado e comunicação precoce dos sinais e sintomas. Orientar ingestão de alimentos de consistência pastosa ou semilíquida, sabor suave, livre de temperos apimentados e ácidos, temperatura ambiente ou fria. Instituir medidas de contenção do sangramento (pressão com gelo, irrigação com água estéril gelada, tamponamento com gaze). Inspecionar a cavidade oral, avaliar: higiene, sangramento ativo, conservação dos dentes. Uso de manteiga de cacau para lubrificação em lábios. Nutrição parenteral prolongada (NPP, prescrita). Solicitar avaliação médica/odontológica quando necessário. Remover dentaduras. Aplicar escala de dor (analgesia, conforme prescrição). Alopecia: autoimagem/autoestima. Orientação do uso de perucas, lenços, chapéus e boné (respeitar individualidade). Estimular contato com pessoas também em tratamento. Intervenção psicológica. Mielotoxicidade: leucopenia, plquetonia e anemia – sangramentos e infecções. Febre, taquicardia, tremores, calafrios, hipotensão, disúria, oliguria. Antibioticoterapia precoce (sob prescrição). Evitar procedimentos invasivos. Monitorar função renal. Controle da temperatura corpórea (curva térmica). Avaliar sinais e sintomas de sangramento. Avaliar hemograma. Orientar (gênero feminino) aumento do fluxo menstrual. Reações Cardíacas: arritmias, ICC, hipotensão, angina. Monitorização da FC e de pulso. Avaliar sinais clínicos de IC e isquemia. Reações Pulmonares: broncoespasmos, dificuldade de respirar. Manter avaliação do padrão respiratório/ausculta pulmonar. Administração de broncodilatadores / corticóides (sob prescrição). Manutenção de decúbito elevado. Reações Neurológicas: febre, calafrios, cefaleia, tontura. Manter controle da temperatura. Avaliar queixas de cefaleia. Fisiopatologia do Câncer POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) Aplicar compressas frias. Administração de analgesia (sob prescrição) Administração de antipirético (sob prescrição). RADIOTERAPIA: é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré calculada de radiação é aplicada em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível as células normais circunvizinhas, a custa das quais se fará a regeneração da área irradiada. Objetivos: o Destruir as células tumorais da região comprometida, agindo de forma a alterar ou danificar a molécula de DNA. o Não comprometer tecidos normais. o Reduzir ao máximo o risco de complicações.
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