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INTOXICAÇOES POR METAIS PESADOS

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Caren Andressa- 2020.2 
INTOXICAÇOES POR 
METAIS PESADOS 
PROBLEMA 2 
DEFINIR INTOXICAÇAO CRONICA 
A intoxicação crônica pode manifestar-se por meio 
de inúmeras doenças, que atingem vários órgãos e 
sistemas, com destaque para os problemas 
neurológicos, imunológicos, endocrinológicos , 
hematológicos, dermatológicos, hepáticos, renais, 
malformações congênitas, tumores, entre outros. 
Os efeitos danosos sobre a saúde humana 
aparecem no decorrer de repetidas exposições , 
que normalmente ocorrem durante longos 
períodos de tempo. Os quadros clínicos são 
indefinidos, inespecíficos, sutis, gerais , de longa 
evolução e muitas vezes irreversíveis. 
Os diagnósticos são difíceis de se rem 
estabelecidos e há uma maior dificuldade na 
associação causa/efeito, principalmente quando 
há exposição de longo prazo a múltiplos produtos. 
Vale salientar que um indivíduo com intoxicação 
aguda também pode apresentar sinais e/ou 
sintomas de intoxicação crônica. Portanto, sempre 
que alguém sair de um quadro de intoxicação 
aguda deve ser seguido ambulatorialmente para 
investigação de efeitos tardios e, se for o caso, 
monitoramento da exposição de longo prazo e 
investigação de intoxicação crônica. 
Inumeros sao os mecanismos pelos quais uma 
substancia ou elemento quimico agem no nivel 
toxico. Alguns principios basicos subsidiam a 
classificacao de mecanismos toxicos, como, por 
exemplo, a lesao tecidual direta seguida ou nao de 
reparacao. A ingestao crônica de etanol, por 
exemplo, causa perda de hepatocitos que, no 
entanto, sao repostos por meio da mitose de 
celulas restantes. O mesmo mecanismo nao ocorre 
na lesao celular neuronal. Em geral, toxicos que 
produzem processos inflamatorios intensos 
produzem cicatrizes fibroticas ao final do processo. 
Algumas substancias causam dano bioquímico por 
interações mais ou menos reversíveis com 
receptores teciduais. Assim, para fins práticos, 
podemos reduzi-los a algumas deze- nas de 
exemplos que subsidiam as manifestações clinicas 
da maioria das intoxicações crônicas. A seguir ha 
uma lista incompleta desses mecanismos de ação 
toxica que pode auxiliar o clinico na predicao de 
sinais e sintomas frente a uma intoxicacao aguda 
ou cronica: 
 I Inibicoes enzimaticas em diversos passos 
metabolicos: – inibicao da cadeia de formacao da 
hemoglobina pelo chumbo; – inibicao 
deacetilcolinesterase; – inibicao de enzimas 
possuidoras de grupos SH pelo chumbo, mercurio 
e arsenio; – inibindo o complexo 
citocromooxidasenonivel da mitocondria 
bloqueando a respiracao celular pelo cianeto e 
pelo gas sulfidrico. 
I Estimulo de acao enzimática produzindo 
metabolico mais toxico (“sintese letal”): – metanol 
e alcool-desidrogenase produzindo acido formico; 
– paration se transformando em paraoxon. I 
Bloqueios ou facilitacao de passagem em canais de 
iontes (Ca, Na, Cl). Bloqueios de receptores 
celulares. I Inibicao de neurotransmissores. I 
Estimulacao de neurotransmissores. I Morte 
celular. I Desmielinizacao. I Disruptores endócrinos 
(diabetogenicos; antagonistas hormonais) 
Abordagem clinica de caso suspeito de intoxicacao 
cronica A sequencia de raciocinio exposta a seguir 
tenta sistematizar a abordagem minima necessaria 
dentro da logica de exclusao de causas mais 
comuns e verificacao de possibilidade de causa 
toxica em um caso clinico especifico. 
ELUCIDAR O EFEITO TOXICO DO CHUMBO , 
SUAS MANIFESTAÇOES CLINICAS, 
DIAGNOSTICO E TRATAMENTO 
O chumbo é um metal tóxico ubíquo detectável em 
praticamente todas as fases do ambiente inerte e 
em todos os sistemas biológicos. O chumbo (Pb), é 
um elemento de ocorrência natural, pesado, 
Caren Andressa- 2020.2 
macio, maleável e mau condutor de eletricidade, 
abundante na crosta terrestre e geralmente 
encontrado na forma de outros minerais. É um 
cátion divalente, que está amplamente distribuído 
e é encontrado livre ou em associação com outros 
elementos. É um metal tóxico, amplamente 
utilizado no meio industrial, doméstico, 
farmacêutico, em construção civil e em mineração, 
além de ter grande evidência no uso como manta 
protetora para as ondas eletromagnéticas de raio-
X. 
É relativamente resistente aos ácidos sulfúrico e 
clorídrico mas, em ácido nítrico, se dissolve 
lentamente. A intoxicação humana pelo chumbo é 
denominada saturnismo ou plumbismo. 
A eliminação gradual do uso da gasolina aditivada 
com chumbo e sua remoção de tintas, soldas e 
canos de fornecimento de água têm diminuído 
significativamente os níveis do metal no sangue da 
população em geral. A exposição ao chumbo em 
crianças ainda constitui um grave problema de 
saúde. 
Exposição: A tinta contendo chumbo é a principal 
fonte de ex- posição ao metal em crianças. Bebes e 
crianças de ate 5 anos são expostos ao metal 
devido a lascas de tinta em casas antigas caírem no 
chão e essas colocarem na boca. O chumbo ainda 
pode ser encontrado no solo, na poeira, e 
principalmente na agua e alimentos. 
Outras fontes potenciais de exposição ao metal são 
a prática recreativa de tiro, o carregamento 
manual de munição, a solda, a fabricação de joias, 
de cerâmica, de armas, o polimento de vidro, a 
pintura e a fabricação de vidros coloridos. 
Toxicidade 
O chumbo pode induzir series de efeitos adversos 
nos seres humanos dependendo da dose , 
frequência e duração da exposição. Nas crianças eé 
mais comum a aparição de sintomas no sistema 
nervoso central e nos adultos neuropatias 
periféricas,nefropatias crônicas e hipertensão. Os 
efeitos tóxicos do chumbo, podem afetar ainda os 
outros sistemas, e age com a inibição de enzimas 
ou produção de patologias graves e morte. 
Efeitos neurológicos em crianças: os sintomas de 
encefalopatia em crianças tem inicio com letargias 
vômitos, irritabilidade, tonturas , perda de apetite 
, progredindo para uma ataxia e nível rebaixado de 
consciência , o que pode levar ao coma e a morte. 
Em casos graves, pode ocorrer edema cerebral e 
aumento da pressão intracraniana. Pode resultar 
em morte de 1 a 2 dias após o início dos sintomas. 
A encefalopatia crônica pode ser residual ou 
resultante da exposição prolongada ao Pb. Podem 
ser afetadas as funções da memória e do 
aprendizado em todos os ciclos da vida. 
Quadros de intoxicação leve à moderada podem 
cursar com comprometimento cognitivo leve, 
cefaleia, fadiga, perda de memória, perda da 
concentração e atenção, alterações de humor - 
com irritabilidade, depressão, insônia ou 
sonolência excessiva. Em crianças pequenas 
ocorrem deficiências neurocomportamentais e no 
quociente de inteligência. 
 A recuperação geralmente eé acompanhada de 
sequelas, incluindo epilepsia, retardo mental e em 
alguns casos neuropatia ótica e cegueira. 
Efeitos neurológicos em adultos: A neuropatia 
periférica é uma manifestação clássica da 
toxicidade do chumbo em adultos. Pé e pulso 
caídos podem ser observados em trabalhadores 
com ex- posição ocupacional excessiva ao metal. A 
neuropatia periférica é caracterizada pela 
desmielinização segmental e, possivelmente, 
degeneração axonal. 
Efeitos hematológicos : O chumbo apresenta 
inúmeros efeitos hematológicos, há diminuição 
nos níveis de hematócrito e hemoglobina; anemia 
normocítica e normocrônica - mesmo não 
associada à deficiência de ferro, pode ser leve a 
moderada em adultos e possivelmente grave em 
crianças. 
Caren Andressa- 2020.2 
Ainda ocorre, aumento de porfirinas urinárias, 
coproporfirinas, ácido �-aminolevulínico (ALA) e 
zinco-proto- porfirina, até anemia. O efeito mais 
sensível do metal é a inibição do ácido �-
aminolevulínico desidratase (ALAD) e da 
ferroquelatase. O ALAD catalisa a condensação de 
duas unidades de ALA para formar 
porfobilinogênio (PBG). A inibição do ALAD resulta 
no acúmulo de ALA. A ferroquelatase catalisa a 
inserção de ferrono anel da protoporfirina para 
formar o heme. A inibição da ferroquelatase 
resulta no acúmulo da protoporfirina IX, que 
substitui o heme na molécula de hemoglobina, e, 
conforme os eritrócitos contendo protoporfirina IX 
circulam, o zinco é quelado no local geralmente 
ocupado pelo ferro. A anemia ocorre somente em 
casos muito acentuados de toxicidade pelo 
chumbo. 
 
Toxicidade renal: A nefrotoxicidade aguda 
pelo chumbo consiste em disfunção tubular 
proximal e pode ser revertida por tratamento com 
agentes quelantes. Com contínua exposição ao 
chumbo a nefropatia aguda (reversível) pode 
evoluir para uma nefrite crônica. 
 A nefrotoxicidade crônica pelo metal consiste em 
fibrose intersticial e perda progressiva dos néfrons, 
azotemia e falência renal. Nos rins, a 
nefrotoxicidade do chumbo afeta a síntese renal 
das enzimas contendo heme, tais como a 
hidroxilase contendo heme envolvida no 
metabolismo da vitamina D, causando efeitos nos 
ossos. A hiperuricemia com gota ocorre com mais 
frequência na presença de nefropatias pelo 
chumbo. 
Efeitos no sistema cardiovascular: A patogênese da 
hipertensão induzida pelo chumbo é multifatorial, 
compreendendo: 
(1) inativação do óxido nítrico endógeno e 
guanosina monofosfato cíclico (GMPc), 
possivelmente por meio de espécies reativas de 
oxigênio induzidas pelo chumbo; 
 (2) mudanças no sistema renina-angiotensina-
aldosterona e aumento da atividade simpática, que 
são importantes componentes humorais da 
hipertensão; 
(3) alterações nas funções ativadas pelo cálcio das 
células musculares lisas vasculares, incluindo a 
contratilidade ao diminuir a atividade Na�/K�-
ATPase e o estímulo da bomba de troca de 
Na�/Ca2�; 
 (4) um possível aumento na endotelina e no 
tromboxano. 
Efeitos gastrointestinais: A cólica é um efeito inicial 
no quadro de intoxicação por chumbo em 
exposição ocupacional ou aguda em níveis 
elevados, e pode sugerir quadro de abdome agudo. 
Nos quadros agudos e sub-agudos as cólicas 
abdominais não respondem a antiespasmódicos. 
Podem haver náuseas, vômitos, 
constipação/diarreia, dispepsia, gastrite e 
anorexia. Vômitos intermitentes, anorexia e dor 
abdominal também podem ocorrer em quadros 
crônicos, além de queimação epigástrica; 
Efeitos osteomusculares: em adultos, pode afetar 
o metabolismo no período da menopausa, 
contribuindo para o desenvolvimento da 
osteoporose. Em crianças pode ocorrerdeficiência 
no crescimento ósseo e de estatura. 
Quadros de intoxicação leve à moderada podem 
cursar com mialgias e artralgias. Quadros crônicos 
podem evoluir com mialgia generalizada ou 
principalmente em panturrilhas. Em crianças 
cronicamente expostas, o efeito do chumbo no 
metabolismo dos ossos longos pode ser 
Caren Andressa- 2020.2 
identificado como uma banda densa radiopaca na 
parte distal das metáfise, onde há acúmulo de 
cálcio na região, não chumbo. Em adultos, apesar 
do Pb ter grande afinidade óssea e se acumular de 
forma praticamente definitiva nos ossos, a 
quantidade incorporada não é suficiente para 
promover radiopacidade suficiente para ser 
detectada ao exame radiológico; 
Efeito endócrino: hipotireoidismo. 
Outros efeitos tóxicos: Como um agente 
imunossupressor, o metal diminui as 
imunoglobulinas, os linfócitos B periféricos e 
outros componentes do sistema imune. 
A retenção e a mobilização do chumbo nos ossos 
ocorre por meio dos mesmos mecanismos 
envolvidos na regulação da entrada e da saída de 
cálcio. 
O chumbo também compete com o cálcio na 
absorção gastrintestinal. Sabe-se que o metal afeta 
os osteoblastos, osteoclastos e condrócitos, e tem 
sido associado com a osteoporose e a demora no 
reparo de fraturas. 
 A toxicidade do chumbo tem sido relacionada com 
a esterilidade e com mortes neonatais em 
humanos. 
O chumbo, um carcinógeno do grupo 2B, induz 
tumores dos sistemas respiratório e digestório. 
Estudos epidemiológicos sugerem uma relação 
entre exposição ocupacional ao metal e câncer de 
pulmão, cérebro e bexiga entre trabalhadores a ele 
expostos. 
 
Absorção 
 O chumbo não é biotransformado, e sim, 
complexado por biomoléculas, sendo 
diretamente absorvido, distribuído e 
excretado. 
 Os compostos inorgânicos do chumbo são 
bem absorvidos por inalação (50 à 70%, 
dependendo do tamanho das partículas 
inaladas, densidade, forma química, 
solubilidade, ritmo respiratório e duração 
da exposição) 
 Sua absorção é lenta e pode variar de 
acordo com característica etária, condições 
fisiológicas e nutricionais do indivíduo 
exposto; 
 Os compostos orgânicos são lipossolúveis, 
podendo, assim, ser absorvidos por via 
cutânea e respiratória, e prevalecem os 
transtornos nervosos após sua absorção. 
Distribuição 
Uma vez absorvido, o chumbo é distribuído 
para o sangue (com meia-vida de 37 dias, 
90% nos glóbulos vermelhos), nos tecidos 
moles (principalmente no fígado e rins, com 
meia-vida de 40 dias) e nos tecidos 
mineralizados (ossos e dentes, com meia-
vida de 27 anos - o maior depósito corporal 
do metal, que armazena 90 a 95% do 
chumbo presente no corpo). A distribuição 
Caren Andressa- 2020.2 
do metal no organusmo independe da via 
de absorção. 
Excreção 
A excreção do chumbo é extremamente 
lenta, o que favorece a sua acumulação no 
organismo. Depois da ingestão, 
aproximadamente 90% do chumbo que não 
é absorvido pela via gastrintestinal é 
excretado nas fezes. Os rins filtram o 
chumbo inalterado, sendo possível o 
transporte tubular ativo se houverem altos 
níveis do metal absorvido. A taxa de 
excreção depende da taxa de filtração 
glomerular e do fluxo plasmático renal, 
sendo o rim responsável por 
aproximadamente 75% da eliminação do 
metal. Cerca de 25 à 30% do chumbo 
absorvido terá excreção biliar e, 8%, através 
do suor, cabelo e unhas. 
MANIFESTAÇOES CLINICAS 
Como citado anteriormente, as manifestações 
clinicas do chumbo afetam mais o sistema nervoso, 
tendo ação ainda no renal, cardiovascular e ósseo, 
e depende da dose, frequência e exposição, os 
sintomas são inespecíficos e depende se a 
intoxicação eé definida como aguda ou crônica. 
Aguda: Quando o chumbo é ingerido em grandes 
quantidades, pode haver dor abdominal, anemia 
hemolítica, hepatite e encefalopatia. 
Subaguda ou crônica: fadiga, mal-estar, 
irritabilidade, anorexia, insônia, perda de peso, 
redução da libido, artralgias e mialgias; 
DIAGNOSTICO 
Clinico: Considerar intoxicação por chumbo todo 
paciente que apresentar achados multissistemicos 
como dor abdominal, cefaleia, anemia, e algumas 
vezes , neuropatia motora e insuficiência renal. A 
suspeita de encefalopatia pode ser realizada 
quando há delirium ou convulsões na presença de 
anemia. Sempre considerar os dados 
epidemiológicos. 
Laboratorial: 
 Dosagem de chumbo no sangue e na urina; 
 Função renal; 
 Hemograma ; 
 Eletrólitos; 
 Aumento da portipofirina IX; 
 Diminuição da atividade de ALA-d 
 Entre outros. 
 
Diagnostico diferencial 
Eliminar intoxicações por outros metais 
como mercúrio,arsênio. Além de descartar 
outras causas pra dor abdominal, anemia 
,neuropatia periférica e encefalopatia, 
incluindo infecções , aspectos nutricionais, 
pamcitopenia e displasias da medula óssea. 
TRATAMENTO 
Medidas de suporte: 
 Desobstruir vias aéreas e administrar 
oxigênio se necessário; 
 Monitorar sinais vitais; 
 Manter acesso venoso calibroso; 
 Hidrataçao adequada; 
Descontaminação: 
 Em casos de ingestão aguda, 
principalmente em crianças eé indicado a 
irrigação intestinal. 
 Considerar remoção endoscópica ou 
cirúrgica dos corpos contendo chumbo. 
 Em casos de exposição cutânea ou ocular, 
remover roupas e objetos contaminados e 
lavar abundantemente com agua e sabão; 
Antidoto: 
 O tratamento com quelantes reduz as 
concentrações sanguíneasde chumbo e 
aumenta a sua excreção urinária. 
 A sua indicação depende da idade do 
paciente, dos exames laboratoriais e da 
sintomatologia, embora a redução da 
Caren Andressa- 2020.2 
exposição seja a providência mais 
importante. 
 Adultos: □ Com encefalopatia ou 
sintomas sugestivos de encefalopatia 
ou nível sérico de chumbo > 100 
mcg/dL. * Administrar BAL 4 mg/Kg IM 
a cada 4 horas por 5 dias; após a 
segunda dose do BAL administrar EDTA 
cálcico dissódico na dose de: 50 a 75 
mg/Kg/ por dia IV, em infusão contínua 
ou dividido em 2 a 4 doses. 
 □ Com sintomas leves ou nível 
sanguíneo de 70 a 100 mcg/dL: 
administrar DMSA Succimer 10 mg/Kg 
VO 3 X ao dia por 5 dias e após 2 x dia 
por 14 dias; 
Pacientes assintomáticos e com nível 
sanguíneo < que 70 mcg/dL, não 
indicada a quelação de rotina 
 
Crianças: Com encefalopatia ou 
sintomas sugestivos de encefalopatia 
ou nível sérico de chumbo > 69 mcg/dL. 
* administrar BAL 4 mg/Kg IM a cada 4 
horas por 5 dias; após a segunda dose 
do BAL administrar EDTA cálcico 
dissódico na dose de: 50 a 75 mg/Kg/ 
por dia IV, em infusão contínua ou 
dividido em 2 a 4 doses. 
□ Assintomáticos e com nível sanguíneo 
de 45-69 mcg/dL: administrar DMSA 
Succimer 10 mg/Kg VO 3 X ao dia por 5 
dias ou após 2 x dia por 14 dias; 
□ Assintomáticos e nível sanguíneo < 44 
mcg/dL: não indicada a quelação de 
rotina. 
Em caso de reações adversas muito 
graves que impeçam a utilização do BAL 
e do DMSA Sucimer, uma terceira 
opção de quelação é a D- penicilamina, 
na dose de: 
□ Adultos: 250 mg 6/6 horas VO por 3 a 
10 dias; 
□ Crianças: 20 a 40 mg/Kg/dia VO (máximo de 1 
g/dia) por 3 a 10 dias. 
Sintomáticos 
º Tratar convulsões com administração de 
benzodiazepínicos; 
º Tratar hipertensão intracraniana com 
dexametasona e manitol IV; 
ELUCIDAR OS EFEITOS TOXICOS DO MERCURIO, SUAS 
MANIFESTAÇOES CLINICA, DIAGNOSTICO E 
TRATAMENTO: 
O mercúrio (Hg) é um metal pesado de coloração 
prateada. É o único metal líquido em temperatura 
ambiente, sendo altamente volátil, podendo 
permanecer na atmosfera por até um ano. É um 
metal usado para a extração de ouro e prata, em 
manômetros para medida e controle de pressão, 
em termômetros, em computadores eletrônicos, 
em lâmpadas fluorescentes e em restaurações de 
amálgama dental. Compostos químicos de 
mercúrio têm sido usados em baterias e em 
tintas,e também como medicamentos 
antissépticos, como reagentes de laboratório e 
como catalisadores. 
O vapor de mercúrio (Hg0) é muito mais perigoso 
do que sua forma líquida. O metal liga-se a outros 
elementos (tais como o cloro, o enxofre ou o 
oxigênio) para formar sais inorgânicos mercurosos 
(Hg�) ou mercúricos . 
 
Exposição 
A exposição alimentar pelo peixe eé a principal rota 
do metilmercurio. Os compostos inorgânicos do 
mercúrio também são encontrados nos alimentos. 
A fonte dos compostos mercuriais inorgânicos é 
desconhecida, mas as quantidades ingeridas são 
muito menores que os níveis tóxicos conhecidos. O 
mercúrio na atmosfera e na água potável é 
geralmente tão baixo que não constitui uma fonte 
importante de exposição da população em geral. 
Caren Andressa- 2020.2 
Exposiçao ocupacional: A inalação do vapor de 
mercúrio pode ocorrer na exposição do 
trabalhador na indústria cloro-álcali. A exposição 
ocupacional pode ocorrer durante a fabricação de 
uma variedade de instrumentos científicos e 
aparelhos de controle elé- tricos, na odontologia, 
em que amálgamas de mercúrio são usa- dos na 
restauração dentária, e na extração de ouro. 
Exposiçao acidental: A exposição ao mercúrio 
elementar pode ocorrer pela quebra de frascos 
contendo mercúrio, aparelhos médicos, 
barômetros e derretimento de restaurações de 
amálgama dentário para recuperação de prata. A 
inalação de grandes quan- tidades de vapor de 
mercúrio pode ser letal. 
Toxicidade 
O mercúrio leva à inibição enzimática e a 
alterações das membranas celulares através da 
reação com grupos sulfidrila, carboxila, fosforila e 
amida. O principal órgão-alvo do vapor de mercúrio 
é o cérebro, mas também causam danos renais, 
endócrinos, gastrointestinais , musculares e etc. 
A inalação do vapor de mercúrio em concentrações 
extremamente altas pode produzir bronquite 
aguda e corrosiva, pneumonite intersticial e, se não 
letal, pode estar associada a efeitos no sistema 
nervoso central, como tremor ou aumento da 
irritabilidade. Essa condição foi denominada de 
síndrome astênica vegetativa, ou 
micromercurialismo. A identificação da síndrome 
requer sintomas neurastênicos e três ou mais dos 
seguintes achados clínicos: tremor, aumento da 
tireoide, aumento da captação de iodo radioativo 
na tireoide, pulso lábil, taquicardia, 
dermografismo, gengivite, mudanças 
hematológicas ou aumento da secreção de 
mercúrio na urina. 
Mercurio inorgânico: O rim é o principal órgão-alvo 
do mercúrio inorgânico. Embora uma alta dose de 
cloreto de mercúrio seja diretamente tóxica às 
células tubulares renais, a exposição crônica a sais 
de mercúrio, a baixas doses, pode induzir uma 
doença glomerular imunológica. Pessoas expostas 
podem desenvolver proteinúria, que é reversível 
após terem sido removidas da exposição. 
 Metilmercúrio O maior efeito à saúde humana 
decorrente da exposição ao metilmercúrio é a 
neurotoxicidade. As manifestações clínicas de 
neurotoxicidade incluem parestesias (sensação de 
dormência e formigamento ao redor da boca e nos 
lábios) e ataxia, manifestada por dificuldade em 
andar, e dificuldade em engolir e articular palavras. 
Outros sinais incluem neurastenia (sensação 
generalizada de fraqueza), perda de visão e 
audição, espasticidade e tremor. Esses sintomas 
podem progredir para coma e morte. O efeito 
agudo geral é um edema cerebral, mas com a 
destruição prolongada da massa cinzenta e 
subsequente gliose, resultando em atrofia 
cerebral. 
Mecanismo de toxicidade A ligação de alta 
afinidade do mercúrio divalente aos grupos 
sulfidrilas de proteínas nas células é um 
mecanismo importante para a produção de danos 
celulares não específicos ou até mesmo a morte 
celular. Outros mecanismos gerais, como a 
interrupção da formação de microtúbulos, a 
inibição de enzimas, o estresse oxidativo, a 
interrupção da síntese de proteínas e DNA e 
respostas autoimunes, também foram propostos. 
O mercúrio causa a superexpressão dos genes 
relacionados ao sistema glutationa e 
metalotioneína em tecidos de ratos. 
Absorçao 
 Vapor de mercúrio metálico, absorvido 
pelos pulmões; 
 A absorção gastrointestinal eé desprezível e 
considerada não toxica; 
 Os sais de mercúrio inorgânico podem ser 
absorvido cerca de 6 por cento pelo 
intestino e um por cento pele; 
 O metilmercurio é bem absorvido pelo 
instestino, cerca de 90 por cento. 
Distribuição 
Caren Andressa- 2020.2 
 O mercúrio atravessa a barreira 
hematocefalica e placentária. 
 Além do cérebro ele se deposita na 
tireoide,mamas, coração, músculos,rim, 
adrenais , fígado e pâncreas; 
 Ions mercúrio: túbulos renais 
 Metilmercurio: todos os sistemas, incluindo 
placenta e snc 
 
Excreção 
 Mercúrio metálico excretado pela via renal 
e fecal, como mercurico; 
 A meia-vida do mercúrio metálico e do 
mercúrio inorgânico é de 30 a 60 dias. 
 O mercúrio orgânico é excretado 
predominantemente pelas fezes e sua 
meia-vida é de 70 dias. 
MANIFESTACOES CLINICAS 
Intoxicações agudas: a inalação do vapor de 
mercúrio causa: 
 Pneumonite química 
 Edema pulmonar 
A ingestão aguda de sais de mercúrio inorgânico 
causa: 
 Dor abdominal 
 Gastroenterite hemorrágica; 
 Necrose tubular e consequentemente, 
insuficiência renal 
Intoxicações crônicas: 
Vapor: 
 Distúrbiosneuropsiquiátricos; 
 Tremores; 
 Gengivoestomatite; 
Em casos de exposições leves, sintomas 
inespecíficos como fraqueza, fadiga, 
anorexia, perda de peso, estomatite e distúrbios 
gastrointestinais têm sido descritos. 
Os estágios iniciais se caracterizam por tremores 
de extremidades e distúrbios de movimento. As 
manifestações psiquiátricas envolvem fadiga, 
anorexia, perda de memória, insônia e transtornos 
de humor. Pode ocorrer acrodinia, uma reação 
rara, caracterizada por dor em extremidades 
acompanhada por coloração rósea e descamação 
da pele ("doença rosa"), hipertensão, sudorese, 
irritabilidade e/ou apatia, exantema miliar, insônia 
e anorexia. 
Sais de mercúrio: 
 Tóxicos para o SNC; 
 Insuficiência renal; 
Metilmercurio: 
 Afeta SNC, provocando ataxias,disartria, 
parestesia; 
 Comprometimento da audição e campo 
visual; 
 Exposição perinatal, pode levar a retardo e 
síndrome semelhante a paralisia cerebral 
no feto. 
DIAGNOSTICO 
Clinico : 
 Anamnese: informações 
ocupacionais,ambientais, acidentais e 
intencionais + sintomatologia especifica; 
Complementar : 
 A análise de mercúrio por espectrometria ( 
não identifica a forma) 
 Dosagem urinaria do mercúrio, procurando 
nas formas elementar e sais inorgânicos. 
 Eletrólitos. 
 Gasometria 
 Função renal e hepática 
 Rx do tórax; 
 Analise de urina 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
Caren Andressa- 2020.2 
Mercúrio metálico – exposição a irritantes 
respiratórios, como no caso do dióxido de 
nitrogênio; 
Mercúrio inorgânico: ingestão de substancias 
causticas como bases e ácidos,outras causas como 
intoxicação alimentar ou gastroenterites 
infecciosas. 
Mercúrio orgânico: intoxicação por outros metais 
pesados (arsênico, ouro, chumbo e cobre), 
solventes como o tolueno. Causas não tóxicas 
incluem sepse e doenças vasculares. 
TRATAMENTO 
Medidas de suporte: 
 Desobstruçao das vias aéreas e administrar 
oxigênio se necessário. 
 Monitorar sinais vitais. 
 Manter acesso venoso calibroso; 
 Hidratação adequada; 
Descontaminação: 
 Em caso de intoxicação por via inalatória, 
remover o paciente do local de exposição; 
 º Na exposição cutânea, realizar 
descontaminação com água em 
abundância 
 em casos de intoxicação intestinal, carvão 
ativado não eé eficaz. 
Antidoto 
 Pacientes sintomáticos após exposição 
aguda ou crônica são 
candidatos a terapia com quelante. 
Opções de quelante: 
□ BAL (British Anti-Lewisite): 2,5 a 5 
mg/kg IM de 4/4 horas nos dois 
primeiros dias; após, 2,5 mg/Kg a cada 6 
horas por mais dois dias e de 12/12 
horas até o décimo dia 
ou até que seja possível a administração 
de um quelante 
por VO; 
□ DMSA-succímero: 10 mg/Kg VO três 
vezes ao dia por 5 
dias; após, duas vezes ao dia por 14 dias; 
Sintomáticos 
 º Tratar broncoespasmo com beta-2 
adrenérgicos e corticoides se 
necessário; 
 º Os pacientes com intoxicação crônica 
realizam tratamento sintomático 
usando drogas antidepressivas, 
tranquilizantes e analgésicos. 
ELUCIDAR O MECANISMO DE AGRESSÃO , 
EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLINICO , DIAGNOSTICO E 
CONDUTA TERAPÊUTICA DA INTOXICAÇÃO POR 
BENZENO; 
Benzeno é uma substância química do tipo 
hidrocarboneto aromático, de odor característico, 
líquido, volátil, incolor, altamente inflamável, 
explosivo, não polar e lipossolúvel. Seu vapor é 
mais pesado do que o ar. 
Exposiçao: O benzeno pode entrar no nosso corpo 
principalmente através da respiração, pele e em 
alguns casos pela ingestão. 
Absorçao: ocorre também atraves da pele; 
 A maior parte do benzeno que nós 
respiramos é eliminada pela expiração. O 
que é absorvido na corrente sanguínea se 
acumula principalmente em tecidos com 
alto teor de lipídios. 
 A absorção varia entre 10% a 50% 
dependendo da dose, do metabolismo e da 
quantidade de gordura presente no 
organismo. 
 Na sua forma inalterada, o benzeno é 
eliminado através do ar expirado e em 
torno de 0,1% apenas é eliminado na urina. 
 O que continua no organismo é 
transformado, principalmente no fígado e 
medula óssea e eliminado na urina na 
forma de metabólitos (principalmente em 
fenol, catecol, hidroquinona, ácido fenil 
Caren Andressa- 2020.2 
mercaptúrico e ácido trans, trans 
mucônico). 
 A ingestão de alimentos ou água com níveis 
altos de benzeno pode causar vômitos, 
irritação gástrica, tonteira, convulsões, 
taquicardia, coma e morte. 
MANIFESTAÇOES CLINICAS 
Os efeitos podem surgir rapidamente, em geral 
quando há exposição a altas concentrações (efeitos 
agudos) ou mais lentamente (efeitos crônicos). 
O benzeno em altas concentrações é uma 
substância bastante irritante para as mucosas 
(olhos, nariz, boca, etc.), e quando aspirado pode 
provocar edema (inflamação aguda) pulmonar e 
hemorragia nas áreas de contato. Também 
provoca efeitos tóxicos para o sistema nervoso 
central causando, de acordo com a quantidade 
absorvida: períodos de sonolência e excitação, 
tontura, dor de cabeça, enjôo, náusea, taquicardia, 
dificuldade respiratória, tremores, convulsão, 
perda da consciência e morte. 
 A morte por benzeno em intoxicações aguda 
ocorre por arritmia cardíaca. Os casos de 
intoxicação crônica podem variar de simples 
diminuição da quantidade das células do sangue 
até a ocorrência de leucemia ou anemia aplástica, 
condições muito graves. 
Quanto aos efeitos da exposição em longo prazo 
(crônicos) ao benzeno, pode ocorrer: alteração na 
medula óssea, no sangue, nos cromossomos, no 
sistema imunológico e pode causar vários tipos de 
câncer. Também pode ocasionar danos ao sistema 
nervoso central e irritação na pele e nas mucosas. 
Consequencias hematológicas: 
O benzeno pode provocar qualquer uma destas 
alterações, sendo a eosinofilia e a leucopenia as 
alterações precoces da intoxicação benzênica. Esta 
ação é chamada de 
efeito mielotóxico. Há relação causal comprovada 
entre exposição ao benzeno e ocorrência de 
Leucemia. A leucemia mais comum relacionada à 
intoxicação por benzeno é a leucemia mielóide 
aguda, porém as outras leucemias também estão 
associadas ao benzeno. Por vezes a leucemia se 
instala muito tempo após cessar a exposição ao 
benzeno. 
Há também comprovação da relação causal entre 
exposição ao benzeno e aplasia de medula, não 
sendo certo que haja ligação entre esse quadro e a 
Leucemia ou se são eventos separados. De 
qualquer forma, a Aplasia de Medula é o maior 
fator de risco para a ocorrência de Leucemia. 
São referidos 3 mecanismos fundamentais de 
mielotoxicidade do benzeno: 
1-Depressão das células progenitoras primitivas e 
indiferenciadas (Stem cells) 
2-Lesão do tecido de medula óssea. 
3-Formação clonal de células primitivas afetadas 
decorrentes de danos cromossomiais dessas 
células. 
Não existe um limite seguro mínimo para a 
exposição de benzeno não provocar alterações 
graves. 
 
Alterações imunológicas 
As manifestações imunológicas da toxicidade do 
benzeno estão relacionadas diretamente às 
alterações na produção de células de defesa 
(leucócitos) e indiretamente aos efeitos que 
provocam na imunidade que as pessoas podem 
adquirir através da produção de anticorpos. 
Alterações dermatológicas 
Podem ocorrer vermelhidão e irritação crônica por 
contato com o benzeno. 
Alterações neuropsicológicas e neurológicas 
O benzeno, assim como todos os solventes, pode 
causar falha no processo de aquisição do 
Caren Andressa- 2020.2 
conhecimento detectado nas áreas 
correspondentes a: atenção, percepção, memória, 
habilidade motora, viso espacial (percepção do 
espaço - capacidade de observar o movimento de 
um objeto no espaço), viso construtiva (capacidade 
de observar e de construir um objeto a partir de um 
modelo), função executiva (envolve o 
planejamento, organização e a seqüência de como 
realizar uma tarefa), raciocínio lógico, linguagem e 
aprendizagem. Além dessas, surgem outrasalterações como: astenia (cansaço), cefaléia, 
depressão, insônia, agitação e alterações de 
comportamento. São também descritos quadros 
de polineuropatias (afecções que atingem vários 
nervos) periféricas e inflamações da medula 
Alterações auditivas 
No sistema auditivo, assim como ocorre com 
outros solventes orgânicos, podem aparecer 
alterações tanto periféricas como centrais e 
podem ser observadas: perdas auditivas 
neurossensoriais (diminuição gradual da audição), 
zumbidos, vertigens e dificuldades na 
interpretação do que se ouve. 
Aborto espontâneo e problemas menstruais 
 A exposição ao benzeno também está 
associada com câncer do sistema linfático 
(linfoma), câncer de pulmão e de bexiga 
(urotelial). 
 Alguns estudos relacionam com o aumento 
de câncer de mama em mulheres. 
DIAGNOSTICO 
O diagnóstico de benzenismo, de natureza 
ocupacional, é eminentemente clínico e 
epidemiológico, fundamentando-se na história de 
exposição ocupacional e na observação de 
sintomas e sinais clínicos e laboratoriais descritos 
anteriormente. 
 O hemograma eé um exame de extrema 
importância no diagnostico de benzenismo 
e prevenção de complicações graves. 
Deve-se salientar que todos os trabalhadores 
expostos ao benzeno, portadores de 
leucopenia isolada ou associada a outra 
alteração hematológica, são, em princípio, 
suspeito de serem portadores de lesão da 
medula óssea mediada pelo benzeno. A partir 
desse ponto de vista, na ausência de outra 
causa, a leucopenia deve ser atribuída à 
toxicidade por essa substância (5). O benzeno, 
assim como outros solventes, pode causar 
distúrbios de memória de curto prazo, 
raciocínio e resoluções de problemas, 
execução de tarefas visoconstrutivas ou verbais 
e habilidade de planejar 
TRATAMENTO 
Não existe tratamento medicamentoso capaz de 
promover a cura, e uma vez afetada a medula 
óssea, esta lesão é permanente, ainda que o exame 
do sangueperiférico tenha retornado a 
normalidade. Estudos realizados em medula óssea 
de trabalhadores acometidos identificaram o 
tempo médio de 5 anos para que o exame de 
sangue volte ao normal após o afastamento da 
exposição, não significando estado de cura. O ideal 
eé o acompanhamento medico dependendo de 
cada situação e tratamento sintomático para as 
complicações que aparecerem. 
COMPREENDER OS IMPACTOS AMBIENTAIS NO 
DESCARTE INADEQUADO DE METAIS PESADOS; 
A Norma Regulamentadora (NR) 2534 do 
Ministerio do Trabalho e Emprego (MTE) 
regulamenta nacionalmente as questoes 
relacionadas com os resíduos industriais, traz 
definição, uso e destinação final. Conforme essa 
NR, entende-se como resíduos industriais aqueles 
provenientes dos processos industriais, na forma 
solida, liquida ou gasosa ou combinação destas, e 
que por suas características físicas, químicas ou 
microbiológicas não se assemelham aos resíduos 
domésticos, como cinzas, lodos, oleos, materiais 
alcalinos ou acidos, escorias, poeiras, borras, 
substancias lixiviadas e aqueles gerados em 
equipamentos e instalacoes de controle de 
Caren Andressa- 2020.2 
poluição, bem como demais efluentes liquidos e 
emissoes gasosas contaminantes atmosfericas. 
A empresa deve buscar a redução da geração de 
residuos por meio da adoção das melhores práticas 
tecnológicas e organizacionais disponíveis. Os 
residuos industriais devem ter destino adequado, 
sendo proibido o lançamento ou a liberação no 
ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes 
que possam comprometer a segurança e a saúde 
dos trabalhadores. 
Medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos 
de controle do lançamento ou liberacao dos 
contaminantes gasosos, liquidos e solidos devem 
ser submetidos ao exame e a aprovacao dos orgaos 
competentes. Os residuos liquidos e solidos 
produzidos por processos e operacoes industriais 
devem ser adequadamente coletados, 
acondicionados, armazenados, transportados, 
tratados e encaminhados a adequada disposição 
final pela empresa. 
Os residuos solidos e liquidos de alta toxicidade e 
periculosidade devem ser dispostos com o 
conhecimento, a aquiescencia e o auxilio de 
entidades especializadas/publicas e no campo de 
sua competencia. 
Os rejeitos radioativos devem ser dispostos 
conforme legislação especifica da Comissao 
Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os residuos 
de risco biológico devem ser dispostos conforme 
previsto nas legislacoes sanitaria e ambiental. 
As pilhas e baterias, quando descartadas em lixões 
ou aterros sanitários, liberam componentes tóxicos 
que contaminam o solo, os cursos d'água e os 
lençóis freáticos, afetando a flora e a fauna das 
regiões circunvizinhas e o homem, pela cadeia 
alimentar. 
Devido a seus componentes tóxicos, as pilhas 
podem também afetar a qualidade do produto 
obtido na compostagem de lixo orgânico. Além 
disso, sua queima em incineradores também não 
consiste em uma boa prática, pois seus resíduos 
tóxicos permanecem nas cinzas e parte deles pode 
volatilizar, contaminando a atmosfera. 
Os componentes tóxicos encontrados nas pilhas 
(cádmio, chumbo e mercúrio) afetam o sistema 
nervoso central, o fígado, os rins e os pulmões, pois 
são bioacumulativos. O cádmio é cancerígeno, o 
chumbo pode provocar anemia, debilidade e 
paralisia parcial, e o mercúrio pode também 
ocasionar mutações genéticas. 
A resolução 257/99 do CONAMA permite o 
descarte de pilhas em aterros até 0,010% em peso 
de mercúrio, 0,015 em peso de cádmio e 0,200% 
em peso de chumbo, para as pilhas comuns. 
Segundo a resolução, fica proibido lancar estes 
residuos “in natura” a ceu aberto; em corpos 
d’agua, praias, manguezais, terrenos baldios, 
pocos, cavidades subterrâneas, redes de drenagem 
de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou 
telefone, além de queimá-los a céu aberto ou em 
recipientes não adequados (art. 8º). Entretanto, o 
art. 13ºpermite que se joguem as pilhas e baterias 
que atenderem aos limites previstos no art.6ºjunto 
ao lixo doméstico, em aterros sanitários 
licenciados. A preocupação dos ambientalistas é 
que a resolução não considera que 80% dos 
municípios do país não têm aterro sanitário e que 
96% dos resíduos produzidos diariamente vão para 
o meio ambiente sem nenhum cuidado. 
O que fazer com as pilhas e baterias? 
 Evitar jogar pilhas no lixo doméstico; 
 Envie algumas pilhas usadas ao fabricante: 
torne-o consciente de sua preocupação; 
 Prefira pilhas e baterias livres de mercúrio, 
cádmio ou chumbo; 
 Procure as pilhas (ou baterias) de longa 
duração; 
 Reutilize sempre que possível. Evite 
equipamentos movidos à pilha. 
No Brasil há somente uma empresa que recicla 
pilhas e baterias de celulares, instalada em 
Suzano/SP, há 9 anos – Suzaquim Indústrias 
Caren Andressa- 2020.2 
Químicas Ltda. Recicla 250 ton./mês de pilhas 
baterias. Os sais e óxidos dos metais são utilizados 
em indústrias de refratários, em pigmentos, em 
tintas para pisos e vasos, em cerâmicas, além de 
indústrias químicas em geral. Os plásticos da 
carcaça são encaminhados às indústrias 
manufaturadoras de plástico. 
Os processos utilizados são pirometalúrgicos e 
hidrometalúrgicos. Os resíduos industriais 
constituem um problema ambiental e o seu 
gerenciamento deve ser conduzido de forma 
adequada, seja pelo tratamento, disposição final 
ou reciclagem. 
Os resíduos sólidos gerados nas indústrias devem 
ser segregados de acordo com a norma NBR 10.004 
da ABNT e serão tratados e/ou destinados 
adequadamente de acordo com as suas 
características 
O CORRETO GERENCIAMENTO SEGUE AS ETAPAS 
DESCRITAS ABAIXO: 
1º ELABORAÇÃO DE PGRS 
A empresa deverá possuir Plano de Gerenciamento 
de Resíduos – PGRS atualizado e seguir o 
conteúdo mínimo do artigo 21 da Política Nacional 
de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010. 
 
2º ELABORAÇÃO DE FICHA E ENVELOPE DE 
EMERGÊNCIA 
De acordo com o Decreto nº 96.044/1988 e 
Resolução ANTT nº 5232/2016 e suasalterações, 
a ficha de emergência e seu respectivo envelope de 
emergência é um documento de 
responsabilidade do expeditor do resíduo. A norma 
que especifica todos os requisitos desta 
ficha e deste envelope é a ABNT NBR 7503. 
 
3º EMISSÃO DE DTRP 
De acordo com o Decreto Estadual Nº 14.024 de 06 
de junho de 2012, a Declaração de 
Transporte de Resíduos Perigosos – DTRP deverá 
ser emitida pelo gerador de resíduos 
perigosos, no caso de transporte intermunicipal 
totalmente dentro do estado da Bahia, 
devendo constar a quantidade anual estimada de 
resíduos transportada, empresa 
transportadora e tipo e local de 
destinação/disposição. 
 
4º SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS NOS PONTOS DE 
GERAÇÃO 
Os resíduos sólidos industriais devem ser 
segregados de acordo com a periculosidade, 
conforme a Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 
e a norma ABNT NBR 10.004. Outros 
tipos de segregação poderão ser aplicados a 
critério do gerador. 
5º ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS 
Os resíduos sólidos devem ser armazenados 
temporariamente para posterior tratamento 
e/ou destinação/disposição final ambientalmente 
adequada, de acordo com a classificação. 
Para armazenamento de resíduos perigosos, deve-
se considerar a norma ANBT NBR 12.235. 
Para armazenamento de resíduos não perigosos, 
deve-se considerar a norma ANBT NBR 
11174. 
 
6º REGISTROS DE MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS 
Todos os registros relativos ao tipo e quantidade 
dos resíduos produzidos e o 
encaminhamento dado aos mesmos devem ser 
mantidos atualizados. 
7º COLETA DE RESÍDUOS 
O transporte dos resíduos é realizado pela RETEC 
em veículos adequados para cada tipo de 
resíduo e suas embalagens. Os motoristas são 
capacitados com o Curso Movimentação de 
Produtos Perigosos – MOPP. Os motoristas e 
ajudantes são treinados para atendimento a 
Emergências e portam os EPIs conforme Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais – 
PPRA elaborado por Engenheiro de Segurança do 
Trabalho com registro do CREA. 
 
8º TRATAMENTO DE RESÍDUOS 
Caren Andressa- 2020.2 
O tratamento é aplicado aos resíduos perigosos e 
consiste na aplicação de método, técnica 
ou processo que modifique as características dos 
riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou 
eliminando o risco de dano ao meio ambiente, 
tornando-o não perigoso. 
 
9º DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE 
ADEQUADA 
Os resíduos não perigosos coletados podem ser 
enviados para reutilização, reciclagem, 
compostagem, recuperação ou aproveitamento 
energético, quando tecnicamente e 
economicamente viável. 
10º DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE 
ADEQUADA 
Os rejeitos não perigosos são enviados para aterro 
sanitário e os rejeitos perigosos para 
aterro industrial (Classe I), licenciados junto ao 
órgão ambiental competente. 
ENTENDER A FUNÇÃO DE CADA ÓRGÃO 
RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DO USO E 
DESCARTE DOS METAIS PESADOS 
A política ambiental oficial no Brasil é executada 
em nível nacional, desde 1985, na 
Nova República pelo SISNAMA (Sistema Nacional 
do Meio Ambiente), CONAMA (Conselho 
Nacional de Meio Ambiente), como órgão 
consultivo e normativo e, em nível técnico e 
executor das políticas federais, pelo IBAMA 
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e 
Recursos Naturais). 
A Constituição de 5/10/1988, bem como as 
constituições estaduais dedicam capítulos ao tema 
ambiental e remetem a legislação ordinária que 
regulamenta essas disposições constitucionais. 
Além disto, cada estado possui estruturas 
aproximadamente equivalentes coordenada por 
cada secretaria estadual, que se ocupa do 
tema ambiental e dispõe de seu conselho estadual 
de meio ambiente e sua agência estadual 
de controle de poluição, algumas delas 
constituídas como fundações, outras como 
empresas públicas. 
À nível municipal, variando com o porte de cada 
cidade, existem também os órgãos 
que se incubem de dar cumprimento às legislações 
de nível federal e estadual e exercem 
suas funções de controle ambiental, com base nas 
respectivas leis orgânicas municipais. 
Resumidamente a estrutura ambiental brasileira se 
apresenta conforme segue: 
 
 
 
 
 
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio 
Ambiente. 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio 
Ambiente. 
SISEPRA – RS – Sistema Estadual de 
Proteção Ambiental 
CONSEMA – RS – Conselho Estadual do 
Meio Ambiente. 
MUNICÍPIO 
Cada estado e município possui legislações 
ambientais específicas que 
complementam as 518 do Ministério da Saúde, a 
Resolução no 357 do Con-determinações 
de nível federal. 
 De modo geral, no controle do uso e tratamento 
de água, temos: a 
Constituição Federal de 1988, a Portaria no selho 
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, a 
Política Nacional de Recursos Hídricos, o Código 
Florestal Brasileiro, a Política Nacional do 
Meio Ambiente, dentre outros. 
Segundo a Constituição Federal de 1988, é de 
competência do município combater 
a poluição em todas as suas formas. São 
considerados bens da União os rios em terrenos de 
seu domínio ou que banhem mais de um Estado. 
Compete à União instituir o sistema 
nacional de gerenciamento de recursos hídricos e 
definir critérios de outorga de direitos de 
seu uso e diretrizes para o saneamento básico. 
Consideram-se bens do Estado as águas 
superficiais, ressalvadas as decorrentes de obras 
Caren Andressa- 2020.2 
da União. 
O Código Florestal (lei no 4.771/1965) determina 
que em áreas urbanas o município 
deve fiscalizar as áreas de preservação 
permanente e os recursos hídricos. Considera área 
de preservação permanente aquela coberta ou não 
por vegetação nativa, com a função 
ambiental de preservar os recursos hídricos, sendo 
estas ao longo dos rios ou de outro 
qualquer curso d’agua, em faixa margi-nal cuja 
largura mínima seria de 30 metros. Ao redor 
de lagoas, lagos ou reservatorios d’agua natu-rais 
ou artificiais, 50 metros. Nas nascentes, 
qualquer que seja a sua situação topográfica, num 
raio de 50 metros de largura. 
Outro instrumento legal de nível federal é a Política 
Nacional do Meio Ambiente (lei 
no 7.804/ 1989), que tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção 
da dignidade da vida humana, com base 
nos seguintes princípios: racionalização do uso do 
solo e da água; acompanhamento do 
estado da qualidade ambiental; recuperação de 
áreas degradadas; e proteção de áreas 
ameaçadas de degradação. A Política Nacional do 
Meio Ambiente visará: à preservação e 
restauração dos recursos ambientais com vistas à 
sua utilização racional e disponibilidade 
permanente. Cria o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), ao qual compete 
estabelecer normas, critérios e padrões relativos 
ao controle e à manutenção da qualidade 
do meio ambiente com vista ao uso racional dos 
recursos ambientais, principalmente 
hídricos. 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), por meio da Resolução no 
357/2005, estabelece os padrões de qualidade de 
corpos aquáticos e os lançamentos de 
efluentes. Segundo essa resolução, os corpos 
receptores não devem ter sua qualidade 
alterada após o lançamento dos efluentes e as 
águas residuárias, após o tratamento, devem 
atender aos limites mínimos e máximos da 
resolução. 
Também em nível federal temos a Política Nacional 
de Recursos Hídricos (lei no 
9.433/1997), que tem como fundamentos: a 
adoção da bacia hidrográfica como unidade de 
planejamento, os usos múltiplos das águas, o 
reconhecimento da água como um bem finito e 
dotado de valor econômico e a gestão 
descentralizada e participativa. Os instrumentos 
são o 
Plano Nacional de Recursos Hídricos, a outorga de 
direito do uso dos Recursos Hídricos, a 
cobrança pelo uso da água; o enquadra-mento dos 
corpos d’agua em classes de uso e o 
Sistema Nacionalde Informações sobre Recursos 
Hídricos. O arranjo institucional é formado 
pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os 
Comitês de Bacias Hidrográficas, as Agências 
da Água e as Organizações Civis de Recursos 
Hídricos. 
O Ministério da Saúde é responsável por definir as 
normas e os padrões de 
potabilidade das águas para consumo humano. Os 
padrões apresentam o valor máximo 
permitido (VMP) de concen-tração de substâncias 
e componentes presentes na água para 
abastecimento público. Além das substâncias que 
podem causar danos à saúde, os padrões 
também se referem às substâncias que alteram o 
aspecto, o gosto e o odor da água. A norma 
em vigor é a Portaria no 518/2004, que indica os 
padrões epidemiológicos e toxicológicos 
obtidos por meio de estudos de entidades e 
pesquisadores. 
CARACTERIZAR RESÍDUO DE LOGÍSTICA REVERSA 
OBRIGATÓRIA; 
Logística reversa é um conceito relativamente 
recente, que significa basicamente 
que o produto após ter sua vida útil esgotada fará 
o caminho de volta à natureza, ou pelo 
menos o caminho que mais se aproximar disso. A 
implementação de sistemas de logística 
reversa é extremamente complexa, uma vez que 
Caren Andressa- 2020.2 
para distribuir produtos, as empresas os 
transportam de grandes galpões para unidades de 
armazenamento menores até que eles 
cheguem ao consumidor final. Já para fazer o 
processo reverso, as organizações precisam 
planejar formas de obter os resíduos dos produtos 
espalhados geograficamente e concentrá- 
los em grandes locais para fazer seu tratamento. 
Obviamente, os custos logísticos envolvidos 
são bem mais altos quando se trata de logística 
reversa. 
Exemplos de logística reversa são os pontos de 
coleta de pilhas e baterias em 
supermercados. Uma vez recolhidas, as unidades 
serão submetidas a tratamentos que 
neutralizam ou diminuem o impacto ambiental de 
seu descarte, neste caso o ideal é que 
para cada pilha produzida, uma seja recolhida 
fazendo com que seja zerado o saldo 
ambiental da empresa. A logística reversa já vinha 
sendo implementada no Brasil a partir das 
boas práticas ambientais, principalmente por 
empresas que são certificadas na ISO 14001. 
Contudo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS) que foi estabelecida e 
regulamentada pela última vez pela lei 
12.305/2010 estabeleceu que algumas cadeias 
específicas sejam obrigadas a praticar esse tipo de 
logística para seus produtos. As cadeias 
obrigadas por lei a executar logística reversa hoje 
são: 
 
Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; 
É necessário ainda que as empresas pertencentes 
às demais cadeias se atentem quanto à 
publicação de acordos setoriais ou alterações na lei 
que possam obrigá-las a praticar a 
logística reversa. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 
12.305/2010)–apresenta princípios, objetivos e 
instrumentos visando à gestão integrada e 
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, 
considerando ainda o desenvolvimento 
socioeconômico. A PNRS define Logística Reversa 
como instrumento a ser instituído para viabilizar a 
coleta e a devolução de determinados resíduos 
sólidos ao setor produtivo/empresarial 
responsável. 
Dessa forma, resíduos anteriormente descartados 
poderão ser reaproveitados pelo próprio 
fabricante ou 
em outros ciclos produtivos. O instrumento aplica-
se a todos os tipos de resíduos, principalmente aos 
produtos ou embalagens que representam riscos à 
saúde pública e ao meio ambiente. 
Nesse sentido, para que o instrumento seja 
implementado, verifica-se a necessidade de 
participação de diversos atores, estabelecendo-se 
a responsabilidade compartilhada pelos resíduos 
entre geradores, poder público, fabricantes e 
importadores. 
Os resíduos de sistema de logística reversa 
obrigatório são definidos nos termos da 
PNRS em seis grupos principais: pilhas e baterias, 
pneus, lâmpadas fluorescentes de vapor de 
sódio e mercúrio e de luz mista, óleos lubrificantes, 
seus resíduos e embalagens, produtos 
eletroeletrônicos e seus componentes e resíduos 
de embalagens de agrotóxicos. Outros 
tipos de resíduos, como medicamentos e 
embalagens em geral, também podem ser objeto 
da cadeia da logística reversa. Para tal, deve haver 
uma logística de recolhimento, 
independente do oferecimento de serviço público 
de limpeza urbana, de forma a garantir o 
retorno desses resíduos ao fabricante após o uso 
pelo consumidor final. Segundo a PNRS, 
para a implementação da logística reversa é 
necessário acordo setorial ou contrato entre o 
poder público e fabricantes, importadores, 
distribuidores ou comerciantes. Devem ser 
 Pilhas e baterias; 
Pneus; 
Óleos lubrificantes, seus resíduos e 
embalagens; 
Lâmpadas fluorescentes, de vapor de 
sódio e mercúrio e de luz mista; 
Produtos eletroeletrônicos e seus 
componentes; 
Produtos comercializados em 
embalagens plásticas, metálicas ou de 
vidro. 
Caren Andressa- 2020.2 
considerados aspectos de qualidade ambiental e 
de saúde pública, e todo o sistema deve ser 
avaliado sob os aspectos técnico e econômico. 
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico-2008 
revelou que dos 5.564 municípios 
brasileiros, apenas 2.937 (cerca de 53%) exercem 
controle sobre o manejo de resíduos 
especiais realizado por terceiros. Destes, apenas 
11% exercem controle sobre pilhas e 
baterias e 10% sobre lâmpadas fluorescentes. O 
levantamento de informações possibilitou a 
identificação de dados oficiais sobre alguns dos 
resíduos, que se destacam por suas 
características de risco à saúde pública e 
ambiental. Também se verificou a dificuldade de 
estimar a geração dos resíduos, em termos 
quantitativos, em especial para resíduos 
eletroeletrônicos e lâmpadas fluorescentes. 
Atualmente, estão em andamento discussões 
sobre a cadeia de logística reversa para vários 
resíduos de sistema de logística reversa 
obrigatória. Em dezembro de 2011 foi lançado o 
primeiro chamamento para o acordo 
setorial para embalagens usadas de óleos 
lubrificantes. 
A execução dos sistemas de logística reversa 
apresenta, sem dúvida, desafios. Será 
necessário o planejamento de ações e o 
estabelecimento de metas específicas à logística 
reversa, por tipo de resíduo, garantindo sua 
integração aos objetivos gerais da PNRS, em 
articulação com outras políticas relacionadas ao 
tema. As pesquisas sobre resíduos sólidos, 
em especial a PNSB e outras, são importantes 
instrumentos para verificação do cumprimento 
de metas, após a implementação dos planos de 
resíduos, mediante adaptações para tal 
monitoramento. 
 
IDENTIFICAR A CONTAMINAÇÃO POR LENÇOL 
FREÁTICO POR AGENTES QUÍMICOS COMO POSSÍVEL 
CAUSA DE EFEITOS NOCIVOS A SAÚDE DAS PESSOAS; 
Não são apenas os mares e oceanos as vitimas da 
exposição de poluentes em suas reservas hidricas. 
O lançamento de diversos produtos quimicos em 
corregos, rios e lagos e outro exemplo da 
degradação das aguas, que funcionam como 
depósitos de lixo aquático para a disposição de 
residuos industriais e outros rejeitos provenientes 
do descaso humano. 
A DBO (Demanda Bioquimica do Oxigenio) e uma 
tabela que estabelece os valores 
quantitativos de avaliacao para a emissao de 
materiais quimicos e outros nos recursos hidricos 
em seu limite tolerável. A empresa deve executar 
tratamentos específicos para a diminuição dos 
componentes toxicológicos, para que não haja 
impactos ambientais e risco contaminação ao 
homem. A atividade mineradora, com a utilização 
de mercurio em suas bacias de beneficiamento, 
alem de contaminar os rios, causando mortandade 
de peixes e plantas aquaticas, pode contaminar os 
seres humanos no caso de consumo, como e 
comumem regioes de atividades pesqueiras. O 
lançamento de residuos diversos acima da 
capacidade de decomposicao diminui a condicao 
respiratoria de peixes, com mortandade em massa 
de seres vivos e prejuizo a cadeia alimentar dos 
ecossistemas, transbordamento de aguapara os 
centros urbanos e rurais (inundacoes) e, no caso 
dos esgotos, aumento dos tributos publicos para 
custear a limpeza e a recuperacao dos efluentes 
nas estacoes de tratamento, para o retorno da 
agua de forma potavel e propria para o consumo 
Por estarem próximos à superfície, os lençóis 
freáticos estão suscetíveis a contaminações. De 
acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária), os lençóis freáticos 
localizados em uma área com solo arenoso e com 
pouca cobertura vegetal, aspectos somados a 
elevados índices pluviométricos, são mais sensíveis 
ou predispostos à contaminação. 
A preocupação a respeito da poluição das águas 
subterrânea é recente e restrita em nosso país, 
Caren Andressa- 2020.2 
uma vez que o usuário do recurso subterrâneo, 
particular ou governamental, ainda desconhece 
sua importância e ignora as graves conseqüências 
de sua contaminação. 
Uma justificativa para esse fato é que ao contrário 
da contaminação das águas superficiais, 
identificada na maioria das vezes, a contaminação 
das águas subterrâneas não é visível e sua 
exploração é muito distribuída, dificultando assim 
a identificação do problema. A ação protetora ou 
de interrupção é aplicada tardiamente, além de 
que quando a contaminação se torna perceptível, 
geralmente já atingiu uma larga extensão. 
Como a recarga das águas no subsolo ocorre, na 
maioria dos casos, devido à infiltração da água de 
chuva em excesso no solo, atividades realizadas 
neste solo podem ameaçar a qualidade da água 
subterrânea. A poluição de aqüíferos ocorre onde 
o descarte da carga contaminante gerada pela 
atividade antrópica (urbana, industrial, agrícola, 
mineradora) é inadequadamente controlada e 
certos componentes excedem a capacidade de 
atenuação das camadas do solo. 
Para Silva Júnior há muitos tipos de contaminantes 
industriais que podem afetar os aquíferos. Os dois 
tipos principais seriam os contaminantes orgânicos 
e os inorgânicos. Os contaminantes orgânicos têm 
cadeias de átomos de carbono, que podem ter 
átomos adicionais ou grupos de átomos como 
enxofre ou cloreto, ligados a pontos específicos. 
Pesticidas, herbicidas, solventes, produtos de 
petróleo, plásticos e muitos materiais domésticos 
e industriais são exemplos de compostos 
orgânicos. As substâncias inorgânicas são muito 
menos numerosas que as orgânicas. Elas podem, 
contudo, ser fontes importantes de contaminação, 
como, por exemplo, o nitrato ou o cromo, dentre 
muitos outros. Os metais oriundos de processos 
industriais são fonte importante de contaminação 
das águas subterrâneas. 
Alguns contaminantes são distintos por suas 
características especiais. Esse seria o caso dos 
materiais radioativos, por exemplo. As 
propriedades químicas de um elemento radioativo 
podem, inclusive, não causar nenhum problema, 
mas as emissões radioativas podem ser 
contaminantes das águas subterrâneas. Tais 
substâncias estão sujeitas a decaimento radioativo, 
e o contaminante se torna menos problemático, 
porém isso pode demorar muito tempo. Por outro 
lado, substâncias como o urânio metálico são mais 
problemáticas por seu caráter de metal pesado 
extremamente tóxico pelo fato de serem 
radioativas. Há outras substâncias que, embora 
sejam poluidoras e potencialmente perigosas e 
possam afetar, inclusive economicamente os seres 
humanos, ocorrem naturalmente nos aquíferos, 
não apresentando uma contaminação, no sentido 
estrito da palavra. Tal é o caso do gás radônio, 
potencialmente cancerígeno pela radiação que 
libera e cuja presença está diretamente ligada a 
certos minerais de rochas ígneas.

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