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Caren Andressa- 2020.2 INTOXICAÇOES POR METAIS PESADOS PROBLEMA 2 DEFINIR INTOXICAÇAO CRONICA A intoxicação crônica pode manifestar-se por meio de inúmeras doenças, que atingem vários órgãos e sistemas, com destaque para os problemas neurológicos, imunológicos, endocrinológicos , hematológicos, dermatológicos, hepáticos, renais, malformações congênitas, tumores, entre outros. Os efeitos danosos sobre a saúde humana aparecem no decorrer de repetidas exposições , que normalmente ocorrem durante longos períodos de tempo. Os quadros clínicos são indefinidos, inespecíficos, sutis, gerais , de longa evolução e muitas vezes irreversíveis. Os diagnósticos são difíceis de se rem estabelecidos e há uma maior dificuldade na associação causa/efeito, principalmente quando há exposição de longo prazo a múltiplos produtos. Vale salientar que um indivíduo com intoxicação aguda também pode apresentar sinais e/ou sintomas de intoxicação crônica. Portanto, sempre que alguém sair de um quadro de intoxicação aguda deve ser seguido ambulatorialmente para investigação de efeitos tardios e, se for o caso, monitoramento da exposição de longo prazo e investigação de intoxicação crônica. Inumeros sao os mecanismos pelos quais uma substancia ou elemento quimico agem no nivel toxico. Alguns principios basicos subsidiam a classificacao de mecanismos toxicos, como, por exemplo, a lesao tecidual direta seguida ou nao de reparacao. A ingestao crônica de etanol, por exemplo, causa perda de hepatocitos que, no entanto, sao repostos por meio da mitose de celulas restantes. O mesmo mecanismo nao ocorre na lesao celular neuronal. Em geral, toxicos que produzem processos inflamatorios intensos produzem cicatrizes fibroticas ao final do processo. Algumas substancias causam dano bioquímico por interações mais ou menos reversíveis com receptores teciduais. Assim, para fins práticos, podemos reduzi-los a algumas deze- nas de exemplos que subsidiam as manifestações clinicas da maioria das intoxicações crônicas. A seguir ha uma lista incompleta desses mecanismos de ação toxica que pode auxiliar o clinico na predicao de sinais e sintomas frente a uma intoxicacao aguda ou cronica: I Inibicoes enzimaticas em diversos passos metabolicos: – inibicao da cadeia de formacao da hemoglobina pelo chumbo; – inibicao deacetilcolinesterase; – inibicao de enzimas possuidoras de grupos SH pelo chumbo, mercurio e arsenio; – inibindo o complexo citocromooxidasenonivel da mitocondria bloqueando a respiracao celular pelo cianeto e pelo gas sulfidrico. I Estimulo de acao enzimática produzindo metabolico mais toxico (“sintese letal”): – metanol e alcool-desidrogenase produzindo acido formico; – paration se transformando em paraoxon. I Bloqueios ou facilitacao de passagem em canais de iontes (Ca, Na, Cl). Bloqueios de receptores celulares. I Inibicao de neurotransmissores. I Estimulacao de neurotransmissores. I Morte celular. I Desmielinizacao. I Disruptores endócrinos (diabetogenicos; antagonistas hormonais) Abordagem clinica de caso suspeito de intoxicacao cronica A sequencia de raciocinio exposta a seguir tenta sistematizar a abordagem minima necessaria dentro da logica de exclusao de causas mais comuns e verificacao de possibilidade de causa toxica em um caso clinico especifico. ELUCIDAR O EFEITO TOXICO DO CHUMBO , SUAS MANIFESTAÇOES CLINICAS, DIAGNOSTICO E TRATAMENTO O chumbo é um metal tóxico ubíquo detectável em praticamente todas as fases do ambiente inerte e em todos os sistemas biológicos. O chumbo (Pb), é um elemento de ocorrência natural, pesado, Caren Andressa- 2020.2 macio, maleável e mau condutor de eletricidade, abundante na crosta terrestre e geralmente encontrado na forma de outros minerais. É um cátion divalente, que está amplamente distribuído e é encontrado livre ou em associação com outros elementos. É um metal tóxico, amplamente utilizado no meio industrial, doméstico, farmacêutico, em construção civil e em mineração, além de ter grande evidência no uso como manta protetora para as ondas eletromagnéticas de raio- X. É relativamente resistente aos ácidos sulfúrico e clorídrico mas, em ácido nítrico, se dissolve lentamente. A intoxicação humana pelo chumbo é denominada saturnismo ou plumbismo. A eliminação gradual do uso da gasolina aditivada com chumbo e sua remoção de tintas, soldas e canos de fornecimento de água têm diminuído significativamente os níveis do metal no sangue da população em geral. A exposição ao chumbo em crianças ainda constitui um grave problema de saúde. Exposição: A tinta contendo chumbo é a principal fonte de ex- posição ao metal em crianças. Bebes e crianças de ate 5 anos são expostos ao metal devido a lascas de tinta em casas antigas caírem no chão e essas colocarem na boca. O chumbo ainda pode ser encontrado no solo, na poeira, e principalmente na agua e alimentos. Outras fontes potenciais de exposição ao metal são a prática recreativa de tiro, o carregamento manual de munição, a solda, a fabricação de joias, de cerâmica, de armas, o polimento de vidro, a pintura e a fabricação de vidros coloridos. Toxicidade O chumbo pode induzir series de efeitos adversos nos seres humanos dependendo da dose , frequência e duração da exposição. Nas crianças eé mais comum a aparição de sintomas no sistema nervoso central e nos adultos neuropatias periféricas,nefropatias crônicas e hipertensão. Os efeitos tóxicos do chumbo, podem afetar ainda os outros sistemas, e age com a inibição de enzimas ou produção de patologias graves e morte. Efeitos neurológicos em crianças: os sintomas de encefalopatia em crianças tem inicio com letargias vômitos, irritabilidade, tonturas , perda de apetite , progredindo para uma ataxia e nível rebaixado de consciência , o que pode levar ao coma e a morte. Em casos graves, pode ocorrer edema cerebral e aumento da pressão intracraniana. Pode resultar em morte de 1 a 2 dias após o início dos sintomas. A encefalopatia crônica pode ser residual ou resultante da exposição prolongada ao Pb. Podem ser afetadas as funções da memória e do aprendizado em todos os ciclos da vida. Quadros de intoxicação leve à moderada podem cursar com comprometimento cognitivo leve, cefaleia, fadiga, perda de memória, perda da concentração e atenção, alterações de humor - com irritabilidade, depressão, insônia ou sonolência excessiva. Em crianças pequenas ocorrem deficiências neurocomportamentais e no quociente de inteligência. A recuperação geralmente eé acompanhada de sequelas, incluindo epilepsia, retardo mental e em alguns casos neuropatia ótica e cegueira. Efeitos neurológicos em adultos: A neuropatia periférica é uma manifestação clássica da toxicidade do chumbo em adultos. Pé e pulso caídos podem ser observados em trabalhadores com ex- posição ocupacional excessiva ao metal. A neuropatia periférica é caracterizada pela desmielinização segmental e, possivelmente, degeneração axonal. Efeitos hematológicos : O chumbo apresenta inúmeros efeitos hematológicos, há diminuição nos níveis de hematócrito e hemoglobina; anemia normocítica e normocrônica - mesmo não associada à deficiência de ferro, pode ser leve a moderada em adultos e possivelmente grave em crianças. Caren Andressa- 2020.2 Ainda ocorre, aumento de porfirinas urinárias, coproporfirinas, ácido �-aminolevulínico (ALA) e zinco-proto- porfirina, até anemia. O efeito mais sensível do metal é a inibição do ácido �- aminolevulínico desidratase (ALAD) e da ferroquelatase. O ALAD catalisa a condensação de duas unidades de ALA para formar porfobilinogênio (PBG). A inibição do ALAD resulta no acúmulo de ALA. A ferroquelatase catalisa a inserção de ferrono anel da protoporfirina para formar o heme. A inibição da ferroquelatase resulta no acúmulo da protoporfirina IX, que substitui o heme na molécula de hemoglobina, e, conforme os eritrócitos contendo protoporfirina IX circulam, o zinco é quelado no local geralmente ocupado pelo ferro. A anemia ocorre somente em casos muito acentuados de toxicidade pelo chumbo. Toxicidade renal: A nefrotoxicidade aguda pelo chumbo consiste em disfunção tubular proximal e pode ser revertida por tratamento com agentes quelantes. Com contínua exposição ao chumbo a nefropatia aguda (reversível) pode evoluir para uma nefrite crônica. A nefrotoxicidade crônica pelo metal consiste em fibrose intersticial e perda progressiva dos néfrons, azotemia e falência renal. Nos rins, a nefrotoxicidade do chumbo afeta a síntese renal das enzimas contendo heme, tais como a hidroxilase contendo heme envolvida no metabolismo da vitamina D, causando efeitos nos ossos. A hiperuricemia com gota ocorre com mais frequência na presença de nefropatias pelo chumbo. Efeitos no sistema cardiovascular: A patogênese da hipertensão induzida pelo chumbo é multifatorial, compreendendo: (1) inativação do óxido nítrico endógeno e guanosina monofosfato cíclico (GMPc), possivelmente por meio de espécies reativas de oxigênio induzidas pelo chumbo; (2) mudanças no sistema renina-angiotensina- aldosterona e aumento da atividade simpática, que são importantes componentes humorais da hipertensão; (3) alterações nas funções ativadas pelo cálcio das células musculares lisas vasculares, incluindo a contratilidade ao diminuir a atividade Na�/K�- ATPase e o estímulo da bomba de troca de Na�/Ca2�; (4) um possível aumento na endotelina e no tromboxano. Efeitos gastrointestinais: A cólica é um efeito inicial no quadro de intoxicação por chumbo em exposição ocupacional ou aguda em níveis elevados, e pode sugerir quadro de abdome agudo. Nos quadros agudos e sub-agudos as cólicas abdominais não respondem a antiespasmódicos. Podem haver náuseas, vômitos, constipação/diarreia, dispepsia, gastrite e anorexia. Vômitos intermitentes, anorexia e dor abdominal também podem ocorrer em quadros crônicos, além de queimação epigástrica; Efeitos osteomusculares: em adultos, pode afetar o metabolismo no período da menopausa, contribuindo para o desenvolvimento da osteoporose. Em crianças pode ocorrerdeficiência no crescimento ósseo e de estatura. Quadros de intoxicação leve à moderada podem cursar com mialgias e artralgias. Quadros crônicos podem evoluir com mialgia generalizada ou principalmente em panturrilhas. Em crianças cronicamente expostas, o efeito do chumbo no metabolismo dos ossos longos pode ser Caren Andressa- 2020.2 identificado como uma banda densa radiopaca na parte distal das metáfise, onde há acúmulo de cálcio na região, não chumbo. Em adultos, apesar do Pb ter grande afinidade óssea e se acumular de forma praticamente definitiva nos ossos, a quantidade incorporada não é suficiente para promover radiopacidade suficiente para ser detectada ao exame radiológico; Efeito endócrino: hipotireoidismo. Outros efeitos tóxicos: Como um agente imunossupressor, o metal diminui as imunoglobulinas, os linfócitos B periféricos e outros componentes do sistema imune. A retenção e a mobilização do chumbo nos ossos ocorre por meio dos mesmos mecanismos envolvidos na regulação da entrada e da saída de cálcio. O chumbo também compete com o cálcio na absorção gastrintestinal. Sabe-se que o metal afeta os osteoblastos, osteoclastos e condrócitos, e tem sido associado com a osteoporose e a demora no reparo de fraturas. A toxicidade do chumbo tem sido relacionada com a esterilidade e com mortes neonatais em humanos. O chumbo, um carcinógeno do grupo 2B, induz tumores dos sistemas respiratório e digestório. Estudos epidemiológicos sugerem uma relação entre exposição ocupacional ao metal e câncer de pulmão, cérebro e bexiga entre trabalhadores a ele expostos. Absorção O chumbo não é biotransformado, e sim, complexado por biomoléculas, sendo diretamente absorvido, distribuído e excretado. Os compostos inorgânicos do chumbo são bem absorvidos por inalação (50 à 70%, dependendo do tamanho das partículas inaladas, densidade, forma química, solubilidade, ritmo respiratório e duração da exposição) Sua absorção é lenta e pode variar de acordo com característica etária, condições fisiológicas e nutricionais do indivíduo exposto; Os compostos orgânicos são lipossolúveis, podendo, assim, ser absorvidos por via cutânea e respiratória, e prevalecem os transtornos nervosos após sua absorção. Distribuição Uma vez absorvido, o chumbo é distribuído para o sangue (com meia-vida de 37 dias, 90% nos glóbulos vermelhos), nos tecidos moles (principalmente no fígado e rins, com meia-vida de 40 dias) e nos tecidos mineralizados (ossos e dentes, com meia- vida de 27 anos - o maior depósito corporal do metal, que armazena 90 a 95% do chumbo presente no corpo). A distribuição Caren Andressa- 2020.2 do metal no organusmo independe da via de absorção. Excreção A excreção do chumbo é extremamente lenta, o que favorece a sua acumulação no organismo. Depois da ingestão, aproximadamente 90% do chumbo que não é absorvido pela via gastrintestinal é excretado nas fezes. Os rins filtram o chumbo inalterado, sendo possível o transporte tubular ativo se houverem altos níveis do metal absorvido. A taxa de excreção depende da taxa de filtração glomerular e do fluxo plasmático renal, sendo o rim responsável por aproximadamente 75% da eliminação do metal. Cerca de 25 à 30% do chumbo absorvido terá excreção biliar e, 8%, através do suor, cabelo e unhas. MANIFESTAÇOES CLINICAS Como citado anteriormente, as manifestações clinicas do chumbo afetam mais o sistema nervoso, tendo ação ainda no renal, cardiovascular e ósseo, e depende da dose, frequência e exposição, os sintomas são inespecíficos e depende se a intoxicação eé definida como aguda ou crônica. Aguda: Quando o chumbo é ingerido em grandes quantidades, pode haver dor abdominal, anemia hemolítica, hepatite e encefalopatia. Subaguda ou crônica: fadiga, mal-estar, irritabilidade, anorexia, insônia, perda de peso, redução da libido, artralgias e mialgias; DIAGNOSTICO Clinico: Considerar intoxicação por chumbo todo paciente que apresentar achados multissistemicos como dor abdominal, cefaleia, anemia, e algumas vezes , neuropatia motora e insuficiência renal. A suspeita de encefalopatia pode ser realizada quando há delirium ou convulsões na presença de anemia. Sempre considerar os dados epidemiológicos. Laboratorial: Dosagem de chumbo no sangue e na urina; Função renal; Hemograma ; Eletrólitos; Aumento da portipofirina IX; Diminuição da atividade de ALA-d Entre outros. Diagnostico diferencial Eliminar intoxicações por outros metais como mercúrio,arsênio. Além de descartar outras causas pra dor abdominal, anemia ,neuropatia periférica e encefalopatia, incluindo infecções , aspectos nutricionais, pamcitopenia e displasias da medula óssea. TRATAMENTO Medidas de suporte: Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio se necessário; Monitorar sinais vitais; Manter acesso venoso calibroso; Hidrataçao adequada; Descontaminação: Em casos de ingestão aguda, principalmente em crianças eé indicado a irrigação intestinal. Considerar remoção endoscópica ou cirúrgica dos corpos contendo chumbo. Em casos de exposição cutânea ou ocular, remover roupas e objetos contaminados e lavar abundantemente com agua e sabão; Antidoto: O tratamento com quelantes reduz as concentrações sanguíneasde chumbo e aumenta a sua excreção urinária. A sua indicação depende da idade do paciente, dos exames laboratoriais e da sintomatologia, embora a redução da Caren Andressa- 2020.2 exposição seja a providência mais importante. Adultos: □ Com encefalopatia ou sintomas sugestivos de encefalopatia ou nível sérico de chumbo > 100 mcg/dL. * Administrar BAL 4 mg/Kg IM a cada 4 horas por 5 dias; após a segunda dose do BAL administrar EDTA cálcico dissódico na dose de: 50 a 75 mg/Kg/ por dia IV, em infusão contínua ou dividido em 2 a 4 doses. □ Com sintomas leves ou nível sanguíneo de 70 a 100 mcg/dL: administrar DMSA Succimer 10 mg/Kg VO 3 X ao dia por 5 dias e após 2 x dia por 14 dias; Pacientes assintomáticos e com nível sanguíneo < que 70 mcg/dL, não indicada a quelação de rotina Crianças: Com encefalopatia ou sintomas sugestivos de encefalopatia ou nível sérico de chumbo > 69 mcg/dL. * administrar BAL 4 mg/Kg IM a cada 4 horas por 5 dias; após a segunda dose do BAL administrar EDTA cálcico dissódico na dose de: 50 a 75 mg/Kg/ por dia IV, em infusão contínua ou dividido em 2 a 4 doses. □ Assintomáticos e com nível sanguíneo de 45-69 mcg/dL: administrar DMSA Succimer 10 mg/Kg VO 3 X ao dia por 5 dias ou após 2 x dia por 14 dias; □ Assintomáticos e nível sanguíneo < 44 mcg/dL: não indicada a quelação de rotina. Em caso de reações adversas muito graves que impeçam a utilização do BAL e do DMSA Sucimer, uma terceira opção de quelação é a D- penicilamina, na dose de: □ Adultos: 250 mg 6/6 horas VO por 3 a 10 dias; □ Crianças: 20 a 40 mg/Kg/dia VO (máximo de 1 g/dia) por 3 a 10 dias. Sintomáticos º Tratar convulsões com administração de benzodiazepínicos; º Tratar hipertensão intracraniana com dexametasona e manitol IV; ELUCIDAR OS EFEITOS TOXICOS DO MERCURIO, SUAS MANIFESTAÇOES CLINICA, DIAGNOSTICO E TRATAMENTO: O mercúrio (Hg) é um metal pesado de coloração prateada. É o único metal líquido em temperatura ambiente, sendo altamente volátil, podendo permanecer na atmosfera por até um ano. É um metal usado para a extração de ouro e prata, em manômetros para medida e controle de pressão, em termômetros, em computadores eletrônicos, em lâmpadas fluorescentes e em restaurações de amálgama dental. Compostos químicos de mercúrio têm sido usados em baterias e em tintas,e também como medicamentos antissépticos, como reagentes de laboratório e como catalisadores. O vapor de mercúrio (Hg0) é muito mais perigoso do que sua forma líquida. O metal liga-se a outros elementos (tais como o cloro, o enxofre ou o oxigênio) para formar sais inorgânicos mercurosos (Hg�) ou mercúricos . Exposição A exposição alimentar pelo peixe eé a principal rota do metilmercurio. Os compostos inorgânicos do mercúrio também são encontrados nos alimentos. A fonte dos compostos mercuriais inorgânicos é desconhecida, mas as quantidades ingeridas são muito menores que os níveis tóxicos conhecidos. O mercúrio na atmosfera e na água potável é geralmente tão baixo que não constitui uma fonte importante de exposição da população em geral. Caren Andressa- 2020.2 Exposiçao ocupacional: A inalação do vapor de mercúrio pode ocorrer na exposição do trabalhador na indústria cloro-álcali. A exposição ocupacional pode ocorrer durante a fabricação de uma variedade de instrumentos científicos e aparelhos de controle elé- tricos, na odontologia, em que amálgamas de mercúrio são usa- dos na restauração dentária, e na extração de ouro. Exposiçao acidental: A exposição ao mercúrio elementar pode ocorrer pela quebra de frascos contendo mercúrio, aparelhos médicos, barômetros e derretimento de restaurações de amálgama dentário para recuperação de prata. A inalação de grandes quan- tidades de vapor de mercúrio pode ser letal. Toxicidade O mercúrio leva à inibição enzimática e a alterações das membranas celulares através da reação com grupos sulfidrila, carboxila, fosforila e amida. O principal órgão-alvo do vapor de mercúrio é o cérebro, mas também causam danos renais, endócrinos, gastrointestinais , musculares e etc. A inalação do vapor de mercúrio em concentrações extremamente altas pode produzir bronquite aguda e corrosiva, pneumonite intersticial e, se não letal, pode estar associada a efeitos no sistema nervoso central, como tremor ou aumento da irritabilidade. Essa condição foi denominada de síndrome astênica vegetativa, ou micromercurialismo. A identificação da síndrome requer sintomas neurastênicos e três ou mais dos seguintes achados clínicos: tremor, aumento da tireoide, aumento da captação de iodo radioativo na tireoide, pulso lábil, taquicardia, dermografismo, gengivite, mudanças hematológicas ou aumento da secreção de mercúrio na urina. Mercurio inorgânico: O rim é o principal órgão-alvo do mercúrio inorgânico. Embora uma alta dose de cloreto de mercúrio seja diretamente tóxica às células tubulares renais, a exposição crônica a sais de mercúrio, a baixas doses, pode induzir uma doença glomerular imunológica. Pessoas expostas podem desenvolver proteinúria, que é reversível após terem sido removidas da exposição. Metilmercúrio O maior efeito à saúde humana decorrente da exposição ao metilmercúrio é a neurotoxicidade. As manifestações clínicas de neurotoxicidade incluem parestesias (sensação de dormência e formigamento ao redor da boca e nos lábios) e ataxia, manifestada por dificuldade em andar, e dificuldade em engolir e articular palavras. Outros sinais incluem neurastenia (sensação generalizada de fraqueza), perda de visão e audição, espasticidade e tremor. Esses sintomas podem progredir para coma e morte. O efeito agudo geral é um edema cerebral, mas com a destruição prolongada da massa cinzenta e subsequente gliose, resultando em atrofia cerebral. Mecanismo de toxicidade A ligação de alta afinidade do mercúrio divalente aos grupos sulfidrilas de proteínas nas células é um mecanismo importante para a produção de danos celulares não específicos ou até mesmo a morte celular. Outros mecanismos gerais, como a interrupção da formação de microtúbulos, a inibição de enzimas, o estresse oxidativo, a interrupção da síntese de proteínas e DNA e respostas autoimunes, também foram propostos. O mercúrio causa a superexpressão dos genes relacionados ao sistema glutationa e metalotioneína em tecidos de ratos. Absorçao Vapor de mercúrio metálico, absorvido pelos pulmões; A absorção gastrointestinal eé desprezível e considerada não toxica; Os sais de mercúrio inorgânico podem ser absorvido cerca de 6 por cento pelo intestino e um por cento pele; O metilmercurio é bem absorvido pelo instestino, cerca de 90 por cento. Distribuição Caren Andressa- 2020.2 O mercúrio atravessa a barreira hematocefalica e placentária. Além do cérebro ele se deposita na tireoide,mamas, coração, músculos,rim, adrenais , fígado e pâncreas; Ions mercúrio: túbulos renais Metilmercurio: todos os sistemas, incluindo placenta e snc Excreção Mercúrio metálico excretado pela via renal e fecal, como mercurico; A meia-vida do mercúrio metálico e do mercúrio inorgânico é de 30 a 60 dias. O mercúrio orgânico é excretado predominantemente pelas fezes e sua meia-vida é de 70 dias. MANIFESTACOES CLINICAS Intoxicações agudas: a inalação do vapor de mercúrio causa: Pneumonite química Edema pulmonar A ingestão aguda de sais de mercúrio inorgânico causa: Dor abdominal Gastroenterite hemorrágica; Necrose tubular e consequentemente, insuficiência renal Intoxicações crônicas: Vapor: Distúrbiosneuropsiquiátricos; Tremores; Gengivoestomatite; Em casos de exposições leves, sintomas inespecíficos como fraqueza, fadiga, anorexia, perda de peso, estomatite e distúrbios gastrointestinais têm sido descritos. Os estágios iniciais se caracterizam por tremores de extremidades e distúrbios de movimento. As manifestações psiquiátricas envolvem fadiga, anorexia, perda de memória, insônia e transtornos de humor. Pode ocorrer acrodinia, uma reação rara, caracterizada por dor em extremidades acompanhada por coloração rósea e descamação da pele ("doença rosa"), hipertensão, sudorese, irritabilidade e/ou apatia, exantema miliar, insônia e anorexia. Sais de mercúrio: Tóxicos para o SNC; Insuficiência renal; Metilmercurio: Afeta SNC, provocando ataxias,disartria, parestesia; Comprometimento da audição e campo visual; Exposição perinatal, pode levar a retardo e síndrome semelhante a paralisia cerebral no feto. DIAGNOSTICO Clinico : Anamnese: informações ocupacionais,ambientais, acidentais e intencionais + sintomatologia especifica; Complementar : A análise de mercúrio por espectrometria ( não identifica a forma) Dosagem urinaria do mercúrio, procurando nas formas elementar e sais inorgânicos. Eletrólitos. Gasometria Função renal e hepática Rx do tórax; Analise de urina DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Caren Andressa- 2020.2 Mercúrio metálico – exposição a irritantes respiratórios, como no caso do dióxido de nitrogênio; Mercúrio inorgânico: ingestão de substancias causticas como bases e ácidos,outras causas como intoxicação alimentar ou gastroenterites infecciosas. Mercúrio orgânico: intoxicação por outros metais pesados (arsênico, ouro, chumbo e cobre), solventes como o tolueno. Causas não tóxicas incluem sepse e doenças vasculares. TRATAMENTO Medidas de suporte: Desobstruçao das vias aéreas e administrar oxigênio se necessário. Monitorar sinais vitais. Manter acesso venoso calibroso; Hidratação adequada; Descontaminação: Em caso de intoxicação por via inalatória, remover o paciente do local de exposição; º Na exposição cutânea, realizar descontaminação com água em abundância em casos de intoxicação intestinal, carvão ativado não eé eficaz. Antidoto Pacientes sintomáticos após exposição aguda ou crônica são candidatos a terapia com quelante. Opções de quelante: □ BAL (British Anti-Lewisite): 2,5 a 5 mg/kg IM de 4/4 horas nos dois primeiros dias; após, 2,5 mg/Kg a cada 6 horas por mais dois dias e de 12/12 horas até o décimo dia ou até que seja possível a administração de um quelante por VO; □ DMSA-succímero: 10 mg/Kg VO três vezes ao dia por 5 dias; após, duas vezes ao dia por 14 dias; Sintomáticos º Tratar broncoespasmo com beta-2 adrenérgicos e corticoides se necessário; º Os pacientes com intoxicação crônica realizam tratamento sintomático usando drogas antidepressivas, tranquilizantes e analgésicos. ELUCIDAR O MECANISMO DE AGRESSÃO , EPIDEMIOLOGIA, QUADRO CLINICO , DIAGNOSTICO E CONDUTA TERAPÊUTICA DA INTOXICAÇÃO POR BENZENO; Benzeno é uma substância química do tipo hidrocarboneto aromático, de odor característico, líquido, volátil, incolor, altamente inflamável, explosivo, não polar e lipossolúvel. Seu vapor é mais pesado do que o ar. Exposiçao: O benzeno pode entrar no nosso corpo principalmente através da respiração, pele e em alguns casos pela ingestão. Absorçao: ocorre também atraves da pele; A maior parte do benzeno que nós respiramos é eliminada pela expiração. O que é absorvido na corrente sanguínea se acumula principalmente em tecidos com alto teor de lipídios. A absorção varia entre 10% a 50% dependendo da dose, do metabolismo e da quantidade de gordura presente no organismo. Na sua forma inalterada, o benzeno é eliminado através do ar expirado e em torno de 0,1% apenas é eliminado na urina. O que continua no organismo é transformado, principalmente no fígado e medula óssea e eliminado na urina na forma de metabólitos (principalmente em fenol, catecol, hidroquinona, ácido fenil Caren Andressa- 2020.2 mercaptúrico e ácido trans, trans mucônico). A ingestão de alimentos ou água com níveis altos de benzeno pode causar vômitos, irritação gástrica, tonteira, convulsões, taquicardia, coma e morte. MANIFESTAÇOES CLINICAS Os efeitos podem surgir rapidamente, em geral quando há exposição a altas concentrações (efeitos agudos) ou mais lentamente (efeitos crônicos). O benzeno em altas concentrações é uma substância bastante irritante para as mucosas (olhos, nariz, boca, etc.), e quando aspirado pode provocar edema (inflamação aguda) pulmonar e hemorragia nas áreas de contato. Também provoca efeitos tóxicos para o sistema nervoso central causando, de acordo com a quantidade absorvida: períodos de sonolência e excitação, tontura, dor de cabeça, enjôo, náusea, taquicardia, dificuldade respiratória, tremores, convulsão, perda da consciência e morte. A morte por benzeno em intoxicações aguda ocorre por arritmia cardíaca. Os casos de intoxicação crônica podem variar de simples diminuição da quantidade das células do sangue até a ocorrência de leucemia ou anemia aplástica, condições muito graves. Quanto aos efeitos da exposição em longo prazo (crônicos) ao benzeno, pode ocorrer: alteração na medula óssea, no sangue, nos cromossomos, no sistema imunológico e pode causar vários tipos de câncer. Também pode ocasionar danos ao sistema nervoso central e irritação na pele e nas mucosas. Consequencias hematológicas: O benzeno pode provocar qualquer uma destas alterações, sendo a eosinofilia e a leucopenia as alterações precoces da intoxicação benzênica. Esta ação é chamada de efeito mielotóxico. Há relação causal comprovada entre exposição ao benzeno e ocorrência de Leucemia. A leucemia mais comum relacionada à intoxicação por benzeno é a leucemia mielóide aguda, porém as outras leucemias também estão associadas ao benzeno. Por vezes a leucemia se instala muito tempo após cessar a exposição ao benzeno. Há também comprovação da relação causal entre exposição ao benzeno e aplasia de medula, não sendo certo que haja ligação entre esse quadro e a Leucemia ou se são eventos separados. De qualquer forma, a Aplasia de Medula é o maior fator de risco para a ocorrência de Leucemia. São referidos 3 mecanismos fundamentais de mielotoxicidade do benzeno: 1-Depressão das células progenitoras primitivas e indiferenciadas (Stem cells) 2-Lesão do tecido de medula óssea. 3-Formação clonal de células primitivas afetadas decorrentes de danos cromossomiais dessas células. Não existe um limite seguro mínimo para a exposição de benzeno não provocar alterações graves. Alterações imunológicas As manifestações imunológicas da toxicidade do benzeno estão relacionadas diretamente às alterações na produção de células de defesa (leucócitos) e indiretamente aos efeitos que provocam na imunidade que as pessoas podem adquirir através da produção de anticorpos. Alterações dermatológicas Podem ocorrer vermelhidão e irritação crônica por contato com o benzeno. Alterações neuropsicológicas e neurológicas O benzeno, assim como todos os solventes, pode causar falha no processo de aquisição do Caren Andressa- 2020.2 conhecimento detectado nas áreas correspondentes a: atenção, percepção, memória, habilidade motora, viso espacial (percepção do espaço - capacidade de observar o movimento de um objeto no espaço), viso construtiva (capacidade de observar e de construir um objeto a partir de um modelo), função executiva (envolve o planejamento, organização e a seqüência de como realizar uma tarefa), raciocínio lógico, linguagem e aprendizagem. Além dessas, surgem outrasalterações como: astenia (cansaço), cefaléia, depressão, insônia, agitação e alterações de comportamento. São também descritos quadros de polineuropatias (afecções que atingem vários nervos) periféricas e inflamações da medula Alterações auditivas No sistema auditivo, assim como ocorre com outros solventes orgânicos, podem aparecer alterações tanto periféricas como centrais e podem ser observadas: perdas auditivas neurossensoriais (diminuição gradual da audição), zumbidos, vertigens e dificuldades na interpretação do que se ouve. Aborto espontâneo e problemas menstruais A exposição ao benzeno também está associada com câncer do sistema linfático (linfoma), câncer de pulmão e de bexiga (urotelial). Alguns estudos relacionam com o aumento de câncer de mama em mulheres. DIAGNOSTICO O diagnóstico de benzenismo, de natureza ocupacional, é eminentemente clínico e epidemiológico, fundamentando-se na história de exposição ocupacional e na observação de sintomas e sinais clínicos e laboratoriais descritos anteriormente. O hemograma eé um exame de extrema importância no diagnostico de benzenismo e prevenção de complicações graves. Deve-se salientar que todos os trabalhadores expostos ao benzeno, portadores de leucopenia isolada ou associada a outra alteração hematológica, são, em princípio, suspeito de serem portadores de lesão da medula óssea mediada pelo benzeno. A partir desse ponto de vista, na ausência de outra causa, a leucopenia deve ser atribuída à toxicidade por essa substância (5). O benzeno, assim como outros solventes, pode causar distúrbios de memória de curto prazo, raciocínio e resoluções de problemas, execução de tarefas visoconstrutivas ou verbais e habilidade de planejar TRATAMENTO Não existe tratamento medicamentoso capaz de promover a cura, e uma vez afetada a medula óssea, esta lesão é permanente, ainda que o exame do sangueperiférico tenha retornado a normalidade. Estudos realizados em medula óssea de trabalhadores acometidos identificaram o tempo médio de 5 anos para que o exame de sangue volte ao normal após o afastamento da exposição, não significando estado de cura. O ideal eé o acompanhamento medico dependendo de cada situação e tratamento sintomático para as complicações que aparecerem. COMPREENDER OS IMPACTOS AMBIENTAIS NO DESCARTE INADEQUADO DE METAIS PESADOS; A Norma Regulamentadora (NR) 2534 do Ministerio do Trabalho e Emprego (MTE) regulamenta nacionalmente as questoes relacionadas com os resíduos industriais, traz definição, uso e destinação final. Conforme essa NR, entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma solida, liquida ou gasosa ou combinação destas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, oleos, materiais alcalinos ou acidos, escorias, poeiras, borras, substancias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalacoes de controle de Caren Andressa- 2020.2 poluição, bem como demais efluentes liquidos e emissoes gasosas contaminantes atmosfericas. A empresa deve buscar a redução da geração de residuos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. Os residuos industriais devem ter destino adequado, sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e a saúde dos trabalhadores. Medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de controle do lançamento ou liberacao dos contaminantes gasosos, liquidos e solidos devem ser submetidos ao exame e a aprovacao dos orgaos competentes. Os residuos liquidos e solidos produzidos por processos e operacoes industriais devem ser adequadamente coletados, acondicionados, armazenados, transportados, tratados e encaminhados a adequada disposição final pela empresa. Os residuos solidos e liquidos de alta toxicidade e periculosidade devem ser dispostos com o conhecimento, a aquiescencia e o auxilio de entidades especializadas/publicas e no campo de sua competencia. Os rejeitos radioativos devem ser dispostos conforme legislação especifica da Comissao Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os residuos de risco biológico devem ser dispostos conforme previsto nas legislacoes sanitaria e ambiental. As pilhas e baterias, quando descartadas em lixões ou aterros sanitários, liberam componentes tóxicos que contaminam o solo, os cursos d'água e os lençóis freáticos, afetando a flora e a fauna das regiões circunvizinhas e o homem, pela cadeia alimentar. Devido a seus componentes tóxicos, as pilhas podem também afetar a qualidade do produto obtido na compostagem de lixo orgânico. Além disso, sua queima em incineradores também não consiste em uma boa prática, pois seus resíduos tóxicos permanecem nas cinzas e parte deles pode volatilizar, contaminando a atmosfera. Os componentes tóxicos encontrados nas pilhas (cádmio, chumbo e mercúrio) afetam o sistema nervoso central, o fígado, os rins e os pulmões, pois são bioacumulativos. O cádmio é cancerígeno, o chumbo pode provocar anemia, debilidade e paralisia parcial, e o mercúrio pode também ocasionar mutações genéticas. A resolução 257/99 do CONAMA permite o descarte de pilhas em aterros até 0,010% em peso de mercúrio, 0,015 em peso de cádmio e 0,200% em peso de chumbo, para as pilhas comuns. Segundo a resolução, fica proibido lancar estes residuos “in natura” a ceu aberto; em corpos d’agua, praias, manguezais, terrenos baldios, pocos, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone, além de queimá-los a céu aberto ou em recipientes não adequados (art. 8º). Entretanto, o art. 13ºpermite que se joguem as pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no art.6ºjunto ao lixo doméstico, em aterros sanitários licenciados. A preocupação dos ambientalistas é que a resolução não considera que 80% dos municípios do país não têm aterro sanitário e que 96% dos resíduos produzidos diariamente vão para o meio ambiente sem nenhum cuidado. O que fazer com as pilhas e baterias? Evitar jogar pilhas no lixo doméstico; Envie algumas pilhas usadas ao fabricante: torne-o consciente de sua preocupação; Prefira pilhas e baterias livres de mercúrio, cádmio ou chumbo; Procure as pilhas (ou baterias) de longa duração; Reutilize sempre que possível. Evite equipamentos movidos à pilha. No Brasil há somente uma empresa que recicla pilhas e baterias de celulares, instalada em Suzano/SP, há 9 anos – Suzaquim Indústrias Caren Andressa- 2020.2 Químicas Ltda. Recicla 250 ton./mês de pilhas baterias. Os sais e óxidos dos metais são utilizados em indústrias de refratários, em pigmentos, em tintas para pisos e vasos, em cerâmicas, além de indústrias químicas em geral. Os plásticos da carcaça são encaminhados às indústrias manufaturadoras de plástico. Os processos utilizados são pirometalúrgicos e hidrometalúrgicos. Os resíduos industriais constituem um problema ambiental e o seu gerenciamento deve ser conduzido de forma adequada, seja pelo tratamento, disposição final ou reciclagem. Os resíduos sólidos gerados nas indústrias devem ser segregados de acordo com a norma NBR 10.004 da ABNT e serão tratados e/ou destinados adequadamente de acordo com as suas características O CORRETO GERENCIAMENTO SEGUE AS ETAPAS DESCRITAS ABAIXO: 1º ELABORAÇÃO DE PGRS A empresa deverá possuir Plano de Gerenciamento de Resíduos – PGRS atualizado e seguir o conteúdo mínimo do artigo 21 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010. 2º ELABORAÇÃO DE FICHA E ENVELOPE DE EMERGÊNCIA De acordo com o Decreto nº 96.044/1988 e Resolução ANTT nº 5232/2016 e suasalterações, a ficha de emergência e seu respectivo envelope de emergência é um documento de responsabilidade do expeditor do resíduo. A norma que especifica todos os requisitos desta ficha e deste envelope é a ABNT NBR 7503. 3º EMISSÃO DE DTRP De acordo com o Decreto Estadual Nº 14.024 de 06 de junho de 2012, a Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos – DTRP deverá ser emitida pelo gerador de resíduos perigosos, no caso de transporte intermunicipal totalmente dentro do estado da Bahia, devendo constar a quantidade anual estimada de resíduos transportada, empresa transportadora e tipo e local de destinação/disposição. 4º SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS NOS PONTOS DE GERAÇÃO Os resíduos sólidos industriais devem ser segregados de acordo com a periculosidade, conforme a Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 e a norma ABNT NBR 10.004. Outros tipos de segregação poderão ser aplicados a critério do gerador. 5º ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS Os resíduos sólidos devem ser armazenados temporariamente para posterior tratamento e/ou destinação/disposição final ambientalmente adequada, de acordo com a classificação. Para armazenamento de resíduos perigosos, deve- se considerar a norma ANBT NBR 12.235. Para armazenamento de resíduos não perigosos, deve-se considerar a norma ANBT NBR 11174. 6º REGISTROS DE MOVIMENTAÇÃO DE RESÍDUOS Todos os registros relativos ao tipo e quantidade dos resíduos produzidos e o encaminhamento dado aos mesmos devem ser mantidos atualizados. 7º COLETA DE RESÍDUOS O transporte dos resíduos é realizado pela RETEC em veículos adequados para cada tipo de resíduo e suas embalagens. Os motoristas são capacitados com o Curso Movimentação de Produtos Perigosos – MOPP. Os motoristas e ajudantes são treinados para atendimento a Emergências e portam os EPIs conforme Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA elaborado por Engenheiro de Segurança do Trabalho com registro do CREA. 8º TRATAMENTO DE RESÍDUOS Caren Andressa- 2020.2 O tratamento é aplicado aos resíduos perigosos e consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de dano ao meio ambiente, tornando-o não perigoso. 9º DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA Os resíduos não perigosos coletados podem ser enviados para reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação ou aproveitamento energético, quando tecnicamente e economicamente viável. 10º DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA Os rejeitos não perigosos são enviados para aterro sanitário e os rejeitos perigosos para aterro industrial (Classe I), licenciados junto ao órgão ambiental competente. ENTENDER A FUNÇÃO DE CADA ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DO USO E DESCARTE DOS METAIS PESADOS A política ambiental oficial no Brasil é executada em nível nacional, desde 1985, na Nova República pelo SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), como órgão consultivo e normativo e, em nível técnico e executor das políticas federais, pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais). A Constituição de 5/10/1988, bem como as constituições estaduais dedicam capítulos ao tema ambiental e remetem a legislação ordinária que regulamenta essas disposições constitucionais. Além disto, cada estado possui estruturas aproximadamente equivalentes coordenada por cada secretaria estadual, que se ocupa do tema ambiental e dispõe de seu conselho estadual de meio ambiente e sua agência estadual de controle de poluição, algumas delas constituídas como fundações, outras como empresas públicas. À nível municipal, variando com o porte de cada cidade, existem também os órgãos que se incubem de dar cumprimento às legislações de nível federal e estadual e exercem suas funções de controle ambiental, com base nas respectivas leis orgânicas municipais. Resumidamente a estrutura ambiental brasileira se apresenta conforme segue: SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. SISEPRA – RS – Sistema Estadual de Proteção Ambiental CONSEMA – RS – Conselho Estadual do Meio Ambiente. MUNICÍPIO Cada estado e município possui legislações ambientais específicas que complementam as 518 do Ministério da Saúde, a Resolução no 357 do Con-determinações de nível federal. De modo geral, no controle do uso e tratamento de água, temos: a Constituição Federal de 1988, a Portaria no selho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, a Política Nacional de Recursos Hídricos, o Código Florestal Brasileiro, a Política Nacional do Meio Ambiente, dentre outros. Segundo a Constituição Federal de 1988, é de competência do município combater a poluição em todas as suas formas. São considerados bens da União os rios em terrenos de seu domínio ou que banhem mais de um Estado. Compete à União instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso e diretrizes para o saneamento básico. Consideram-se bens do Estado as águas superficiais, ressalvadas as decorrentes de obras Caren Andressa- 2020.2 da União. O Código Florestal (lei no 4.771/1965) determina que em áreas urbanas o município deve fiscalizar as áreas de preservação permanente e os recursos hídricos. Considera área de preservação permanente aquela coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, sendo estas ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d’agua, em faixa margi-nal cuja largura mínima seria de 30 metros. Ao redor de lagoas, lagos ou reservatorios d’agua natu-rais ou artificiais, 50 metros. Nas nascentes, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio de 50 metros de largura. Outro instrumento legal de nível federal é a Política Nacional do Meio Ambiente (lei no 7.804/ 1989), que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, com base nos seguintes princípios: racionalização do uso do solo e da água; acompanhamento do estado da qualidade ambiental; recuperação de áreas degradadas; e proteção de áreas ameaçadas de degradação. A Política Nacional do Meio Ambiente visará: à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente. Cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), ao qual compete estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vista ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente hídricos. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução no 357/2005, estabelece os padrões de qualidade de corpos aquáticos e os lançamentos de efluentes. Segundo essa resolução, os corpos receptores não devem ter sua qualidade alterada após o lançamento dos efluentes e as águas residuárias, após o tratamento, devem atender aos limites mínimos e máximos da resolução. Também em nível federal temos a Política Nacional de Recursos Hídricos (lei no 9.433/1997), que tem como fundamentos: a adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento, os usos múltiplos das águas, o reconhecimento da água como um bem finito e dotado de valor econômico e a gestão descentralizada e participativa. Os instrumentos são o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a outorga de direito do uso dos Recursos Hídricos, a cobrança pelo uso da água; o enquadra-mento dos corpos d’agua em classes de uso e o Sistema Nacionalde Informações sobre Recursos Hídricos. O arranjo institucional é formado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os Comitês de Bacias Hidrográficas, as Agências da Água e as Organizações Civis de Recursos Hídricos. O Ministério da Saúde é responsável por definir as normas e os padrões de potabilidade das águas para consumo humano. Os padrões apresentam o valor máximo permitido (VMP) de concen-tração de substâncias e componentes presentes na água para abastecimento público. Além das substâncias que podem causar danos à saúde, os padrões também se referem às substâncias que alteram o aspecto, o gosto e o odor da água. A norma em vigor é a Portaria no 518/2004, que indica os padrões epidemiológicos e toxicológicos obtidos por meio de estudos de entidades e pesquisadores. CARACTERIZAR RESÍDUO DE LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA; Logística reversa é um conceito relativamente recente, que significa basicamente que o produto após ter sua vida útil esgotada fará o caminho de volta à natureza, ou pelo menos o caminho que mais se aproximar disso. A implementação de sistemas de logística reversa é extremamente complexa, uma vez que Caren Andressa- 2020.2 para distribuir produtos, as empresas os transportam de grandes galpões para unidades de armazenamento menores até que eles cheguem ao consumidor final. Já para fazer o processo reverso, as organizações precisam planejar formas de obter os resíduos dos produtos espalhados geograficamente e concentrá- los em grandes locais para fazer seu tratamento. Obviamente, os custos logísticos envolvidos são bem mais altos quando se trata de logística reversa. Exemplos de logística reversa são os pontos de coleta de pilhas e baterias em supermercados. Uma vez recolhidas, as unidades serão submetidas a tratamentos que neutralizam ou diminuem o impacto ambiental de seu descarte, neste caso o ideal é que para cada pilha produzida, uma seja recolhida fazendo com que seja zerado o saldo ambiental da empresa. A logística reversa já vinha sendo implementada no Brasil a partir das boas práticas ambientais, principalmente por empresas que são certificadas na ISO 14001. Contudo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que foi estabelecida e regulamentada pela última vez pela lei 12.305/2010 estabeleceu que algumas cadeias específicas sejam obrigadas a praticar esse tipo de logística para seus produtos. As cadeias obrigadas por lei a executar logística reversa hoje são: Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; É necessário ainda que as empresas pertencentes às demais cadeias se atentem quanto à publicação de acordos setoriais ou alterações na lei que possam obrigá-las a praticar a logística reversa. A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/2010)–apresenta princípios, objetivos e instrumentos visando à gestão integrada e ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, considerando ainda o desenvolvimento socioeconômico. A PNRS define Logística Reversa como instrumento a ser instituído para viabilizar a coleta e a devolução de determinados resíduos sólidos ao setor produtivo/empresarial responsável. Dessa forma, resíduos anteriormente descartados poderão ser reaproveitados pelo próprio fabricante ou em outros ciclos produtivos. O instrumento aplica- se a todos os tipos de resíduos, principalmente aos produtos ou embalagens que representam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Nesse sentido, para que o instrumento seja implementado, verifica-se a necessidade de participação de diversos atores, estabelecendo-se a responsabilidade compartilhada pelos resíduos entre geradores, poder público, fabricantes e importadores. Os resíduos de sistema de logística reversa obrigatório são definidos nos termos da PNRS em seis grupos principais: pilhas e baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, produtos eletroeletrônicos e seus componentes e resíduos de embalagens de agrotóxicos. Outros tipos de resíduos, como medicamentos e embalagens em geral, também podem ser objeto da cadeia da logística reversa. Para tal, deve haver uma logística de recolhimento, independente do oferecimento de serviço público de limpeza urbana, de forma a garantir o retorno desses resíduos ao fabricante após o uso pelo consumidor final. Segundo a PNRS, para a implementação da logística reversa é necessário acordo setorial ou contrato entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes. Devem ser Pilhas e baterias; Pneus; Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; Produtos eletroeletrônicos e seus componentes; Produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro. Caren Andressa- 2020.2 considerados aspectos de qualidade ambiental e de saúde pública, e todo o sistema deve ser avaliado sob os aspectos técnico e econômico. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico-2008 revelou que dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 2.937 (cerca de 53%) exercem controle sobre o manejo de resíduos especiais realizado por terceiros. Destes, apenas 11% exercem controle sobre pilhas e baterias e 10% sobre lâmpadas fluorescentes. O levantamento de informações possibilitou a identificação de dados oficiais sobre alguns dos resíduos, que se destacam por suas características de risco à saúde pública e ambiental. Também se verificou a dificuldade de estimar a geração dos resíduos, em termos quantitativos, em especial para resíduos eletroeletrônicos e lâmpadas fluorescentes. Atualmente, estão em andamento discussões sobre a cadeia de logística reversa para vários resíduos de sistema de logística reversa obrigatória. Em dezembro de 2011 foi lançado o primeiro chamamento para o acordo setorial para embalagens usadas de óleos lubrificantes. A execução dos sistemas de logística reversa apresenta, sem dúvida, desafios. Será necessário o planejamento de ações e o estabelecimento de metas específicas à logística reversa, por tipo de resíduo, garantindo sua integração aos objetivos gerais da PNRS, em articulação com outras políticas relacionadas ao tema. As pesquisas sobre resíduos sólidos, em especial a PNSB e outras, são importantes instrumentos para verificação do cumprimento de metas, após a implementação dos planos de resíduos, mediante adaptações para tal monitoramento. IDENTIFICAR A CONTAMINAÇÃO POR LENÇOL FREÁTICO POR AGENTES QUÍMICOS COMO POSSÍVEL CAUSA DE EFEITOS NOCIVOS A SAÚDE DAS PESSOAS; Não são apenas os mares e oceanos as vitimas da exposição de poluentes em suas reservas hidricas. O lançamento de diversos produtos quimicos em corregos, rios e lagos e outro exemplo da degradação das aguas, que funcionam como depósitos de lixo aquático para a disposição de residuos industriais e outros rejeitos provenientes do descaso humano. A DBO (Demanda Bioquimica do Oxigenio) e uma tabela que estabelece os valores quantitativos de avaliacao para a emissao de materiais quimicos e outros nos recursos hidricos em seu limite tolerável. A empresa deve executar tratamentos específicos para a diminuição dos componentes toxicológicos, para que não haja impactos ambientais e risco contaminação ao homem. A atividade mineradora, com a utilização de mercurio em suas bacias de beneficiamento, alem de contaminar os rios, causando mortandade de peixes e plantas aquaticas, pode contaminar os seres humanos no caso de consumo, como e comumem regioes de atividades pesqueiras. O lançamento de residuos diversos acima da capacidade de decomposicao diminui a condicao respiratoria de peixes, com mortandade em massa de seres vivos e prejuizo a cadeia alimentar dos ecossistemas, transbordamento de aguapara os centros urbanos e rurais (inundacoes) e, no caso dos esgotos, aumento dos tributos publicos para custear a limpeza e a recuperacao dos efluentes nas estacoes de tratamento, para o retorno da agua de forma potavel e propria para o consumo Por estarem próximos à superfície, os lençóis freáticos estão suscetíveis a contaminações. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), os lençóis freáticos localizados em uma área com solo arenoso e com pouca cobertura vegetal, aspectos somados a elevados índices pluviométricos, são mais sensíveis ou predispostos à contaminação. A preocupação a respeito da poluição das águas subterrânea é recente e restrita em nosso país, Caren Andressa- 2020.2 uma vez que o usuário do recurso subterrâneo, particular ou governamental, ainda desconhece sua importância e ignora as graves conseqüências de sua contaminação. Uma justificativa para esse fato é que ao contrário da contaminação das águas superficiais, identificada na maioria das vezes, a contaminação das águas subterrâneas não é visível e sua exploração é muito distribuída, dificultando assim a identificação do problema. A ação protetora ou de interrupção é aplicada tardiamente, além de que quando a contaminação se torna perceptível, geralmente já atingiu uma larga extensão. Como a recarga das águas no subsolo ocorre, na maioria dos casos, devido à infiltração da água de chuva em excesso no solo, atividades realizadas neste solo podem ameaçar a qualidade da água subterrânea. A poluição de aqüíferos ocorre onde o descarte da carga contaminante gerada pela atividade antrópica (urbana, industrial, agrícola, mineradora) é inadequadamente controlada e certos componentes excedem a capacidade de atenuação das camadas do solo. Para Silva Júnior há muitos tipos de contaminantes industriais que podem afetar os aquíferos. Os dois tipos principais seriam os contaminantes orgânicos e os inorgânicos. Os contaminantes orgânicos têm cadeias de átomos de carbono, que podem ter átomos adicionais ou grupos de átomos como enxofre ou cloreto, ligados a pontos específicos. Pesticidas, herbicidas, solventes, produtos de petróleo, plásticos e muitos materiais domésticos e industriais são exemplos de compostos orgânicos. As substâncias inorgânicas são muito menos numerosas que as orgânicas. Elas podem, contudo, ser fontes importantes de contaminação, como, por exemplo, o nitrato ou o cromo, dentre muitos outros. Os metais oriundos de processos industriais são fonte importante de contaminação das águas subterrâneas. Alguns contaminantes são distintos por suas características especiais. Esse seria o caso dos materiais radioativos, por exemplo. As propriedades químicas de um elemento radioativo podem, inclusive, não causar nenhum problema, mas as emissões radioativas podem ser contaminantes das águas subterrâneas. Tais substâncias estão sujeitas a decaimento radioativo, e o contaminante se torna menos problemático, porém isso pode demorar muito tempo. Por outro lado, substâncias como o urânio metálico são mais problemáticas por seu caráter de metal pesado extremamente tóxico pelo fato de serem radioativas. Há outras substâncias que, embora sejam poluidoras e potencialmente perigosas e possam afetar, inclusive economicamente os seres humanos, ocorrem naturalmente nos aquíferos, não apresentando uma contaminação, no sentido estrito da palavra. Tal é o caso do gás radônio, potencialmente cancerígeno pela radiação que libera e cuja presença está diretamente ligada a certos minerais de rochas ígneas.
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