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Unidade III - Novas Tendências Objetuais

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Objeto e Construção
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Claudemir Nunes Ferreira
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Novas Tendências Objetuais
5
• Pintura Combinada
• Assemblage
• A Apropriação da Realidade na Pop Art
 · Nesta unidade, compreenderemos as manifestações artísticas que retomaram o 
objeto nas décadas de 50 e 60 sob novos enfoques e as duas linguagens objetuais 
que surgiram nesse período – a Pintura Combinada e a Assemblage. 
 · Analisaremos, também, as características estilísticas e as abordagens temáticas 
das obras objetuais realizadas pelos artistas neodadaístas, funks, pops e pelos 
Novos Realistas. 
Iniciaremos nossos estudos abordando a Pintura Combinada, linguagem criada na década 
de 50 pelo artista neodadaísta Robert Rauschenberg. Apresentaremos a Assemblage, uma 
linguagem essencialmente objetual na qual a obra é constituída pelo aglomeramento de objetos 
ou fragmentos reais apropriados pelo artista. Estudaremos, ainda, as novas abordagens do 
objeto realizadas pelas correntes artísticas das décadas de 50 e 60: as cenas de crítica social 
criadas pelos artistas funks, a apropriação da cultura urbana pelos artistas pops britânicos, a 
incorporação dos ícones do consumo e comunicação de massa pelos artistas pops americanos 
e a busca pela realidade sociocultural dos Novos Realistas.
Após ler o Conteúdo Teórico, não deixe de realizar as Atividades de Sistematização e de 
Aprofundamento; explore também o Material Complementar para ampliar seus conhecimentos.
Novas Tendências Objetuais
6
Unidade: Novas Tendências Objetuais
Contextualização
“Esse Neodadá, a que eles chamam Neorrealismo, Arte Pop, 
Assemblage etc., é uma saída fácil e sustenta-se do que o Dadá 
fez. Quando descobri os ready-mades pensei estar desencorajando 
a estética. No Neodadá, eles tomaram os meus ready-mades e 
recuperaram a beleza estética neles. Joguei-lhes o porta-garrafas 
e o mictório na cara como um desafio… e agora eles o admiram 
por sua beleza estética.” 
Trecho de uma carta de Marcel Duchamp, endereçada a Hans Richert
Fonte: STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: Com 123 Ilustrações. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p.198. 
Esse comentário de Duchamp sintetiza a retomada do objeto pelas manifestações artísticas 
dos anos 50 e 60. O novo enfoque dado ao objeto não mais questionava ou opunha-se à arte 
tradicional, mas sim buscava uma realidade imediata banal e cotidiana. Propondo a ruptura 
com a tendência abstracionista/minimalista e dialogando com a cultura de massa, transformou 
a vida cotidiana em tema e material artístico. 
O foco psicológico dado ao objeto pelos surrealistas, agora, era social e a concepção dadaísta 
de arte como modo de vida foi invertida, a própria vida converteu-se em arte. Sob essa nova 
perspectiva do objeto, o ready-made e seus derivados reapareceram com uma abordagem 
bem fundamentada de busca pela realidade e imediatismo, originando, também, duas novas 
linguagens essencialmente objetuais: a Pintura Combinada e a Assemblage.
A nova geração de artistas trabalhou desde com objetos encontrados em lojas e supermercados 
até com os desprezados em aterros e caçambas de lixo, tudo que pudesse representar a 
sociedade urbana moderna, seu consumismo e seu desperdício. 
Diferente dos ready-mades de Duchamp, isentos de significações sociológicas ou psicológicas 
e de preocupações estéticas, agora os objetos apropriados apresentavam um grande potencial 
expressivo, narrativo e representativo, sem desconsiderar as questões estéticas. 
7
Pintura Combinada
A Pintura Combinada, conceito criado pelo artista neodadaísta Robert Rauschenberg, em 
1953, corresponde a uma modalidade de pintura na qual, além da tinta, objetos são incluídos 
na constituição da obra, rompendo os limites entre pintura e escultura em composições formais 
na qual cada um dos objetos traz um leque de interpretações iconográficas e políticas.
 Saiba Mais
O termo Neodadaísmo foi utilizado para caracterizar as manifestações artísticas que 
retomaram alguns aspectos formais ou intelectuais do Movimento Dadaísta, a partir da 
década de 50. Os artistas considerados neodadaístas procuravam, além de contrariar as 
formas mais correntes de produção artística, questionar a noção de arte e sua função social.
Embora, muitas vezes, esses artistas sejam considerados integrantes da Pop Art 
ou, ainda, para alguns autores, a Pop Art e o Neodadaísmo classifiquem o mesmo 
movimento artístico, os neodadaístas buscavam temas mais universais e apresentavam 
uma atitude mais radical do que a assumida pelos artistas pops, assimilando a atitude 
crítica e sarcástica do Dadá, dissociada de sua filosofia de negação, e acrescentaram um 
propósito consciente e uma postura positiva a partir dos quais fosse possível construir 
uma reflexão sobre a existência contemporânea.
Rauschenberg foi o primeiro artista a retratar a sociedade consumista americana, 
combinando uma pintura gestual expressiva com embalagens de produtos industrializados, 
fotos de revistas, animais empalhados, mobiliário abandonado, placas de sinalização e muitos 
outros objetos encontrados pelas ruas do centro de Manhattan, em busca do que declarou ser 
“a brecha entre arte e vida”, ou seja, o ponto em que elas se encontram ou se fundem. Em 
suas obras, a combinação de objetos retirados de diferentes contextos permite uma profusão 
de complexas associações. 
Monograma (Fig.1) traz um pneu usado ao redor do corpo de uma cabra empalhada 
colocada sobre uma placa de madeira. Tanto a cabra como a madeira foram grosseiramente 
pintados. Odalisca (Fig.2) é formada pela junção de materiais diversos, como madeira, tecido, 
arame, erva, papel, fotografia, galo empalhado e lâmpadas.
Figura 1 – Monograma (1955-59) - Robert Rauschenberg
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Figura 2 – Odalisca (1955-59) - Robert Rauschenberg
Jasper Johns, “amigo íntimo” de Rauschenberg, era um pintor genuíno, porém suas poucas 
incursões em trabalhos tridimensionais causaram um grande impacto na arte ao demonstrar 
que as pinturas podem ser objetos e objetos podem ser pinturas.
Em Flag (Fig.3), a bandeira norte-americana é representada em uma composição formal 
de linhas, formas geométricas e cores, pintada sobre camadas de jornal e tela. Montada em 
compensado sem nenhuma margem ou moldura, a obra defronta o espectador a ver algo 
exatamente como é na realidade; a tinta converte-se em algo real em vez de representar algo. 
O contraponto entre o artifício e o realismo da tela questiona por que o objeto bandeira (tecido 
e pigmento) seria mais real do que esta pintura do objeto (tela e tinta).
Figura 3 – Bandeira (1954) – Jasper Johns
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Assemblage
A Assemblage é a versão escultural da colagem. Do francês assember, significa reunir, 
juntar, acumular. Uma linguagem artística na qual a obra é constituída pelo aglomeramento 
de objetos ou fragmentos reais, iguais ou diferentes, apropriados pelo artista. Todo e qualquer 
material pode ser incorporado à obra. O termo foi usado, pela primeira vez, pelo pintor francês 
Jean Dubuffet, na década de 50, para nomear suas colagens feitas a partir da aglomeramento 
de asas de borboleta. Segundo Dubufett, essas obras iam além da colagem.
Figura 4 – Appolo pap’s nose (1953) – Jean Dubufett
Mas foi apenas em 1961 que o curador William C.Seitz, ao realizar pesquisas para a 
montagem de uma exposição sobre a história da colagem, estabeleceu o termo Assemblage 
para classificar as obras que não se encaixavam nas categorias tradicionais de arte – pintura 
e escultura. Estabeleceu, assim, um gênero para obras contemporâneas e clássicas que 
apresentavam as seguintes características: mais do que pintadas, desenhadas ou esculpidas, 
as obras eram, predominantemente, formadas por materiais reunidos (assembled); eram, 
em partes ou inteiramente, constituídas de materiais, objetos ou fragmentos naturais pré-
formatados ou manufaturados, não concebidos originalmente comomateriais de arte.
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Assim eram as obras da artista russa Jean Louise Nevelson, que percorria as ruas de Nova 
Iorque em busca de madeiras de demolição ou de refugos das carpintarias e residências, reunindo-
as em assemblages que eram uma mescla de construção, composição, ornamento e acaso.
Figura 5 – Sky Cathedral (1958) – Jean Louise Nevelson
Muitos artistas das décadas de 50 e 60 - independentes ou grupos como os Novos Realistas, 
os rotulados de Funk e Pop - exploraram a linguagem, compartilhando o uso de objetos do 
cotidiano e o envolvimento com o meio ambiente.
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Assemblage e as Cenas Funk
Art Funk foi o rótulo dado à produção de um grupo de artistas californianos, no final 
da década de 50, cujas obras procuravam reinstaurar a responsabilidade social no cenário 
artístico, empregando uma tática de choque para retratar temas como violência, aborto, 
doença, envelhecimento, pena de morte, temor à guerra, insanidade mental, erros judiciais e 
a vitimização da mulher, entre outros, e utilizando materiais como trapos, restos de mobília, 
bugigangas, velharias, objetos quebrados, todo o lixo e sobras da sociedade moderna.
“Eu, na verdade, começo a compreender uma sociedade quando 
passeio pelas suas feiras de antiguidades e lojas de velharias. Para 
mim, é um modo de aprendizagem e de orientação histórica. Ali 
posso ver o resultado de ideias que foram deitadas fora por uma 
cultura.” (Edward Kienholz)
Assim Edward Kienholz encontrou seus objetos, ou, como ele os descreveu, “as sobras da 
experiência humana”, para representar toda uma cultura, reunindo fragmentos de mobília, 
utensílios e desperdícios para construir cenas sarcásticas de crítica social em montagens 
que prenunciariam as instalações. Os materiais baratos, os improvisos e a espontaneidade 
emocional de seus trabalhos são característicos da arte funk. 
The Wait (Fig.6) retrata o isolamento e abandono vivenciado por muitos idosos durante a 
velhice. Nessa obra de Kienholz, uma idosa, com os membros representados por ossos de 
vaca, o rosto, por um frasco de vidro com uma fotografia da juventude, adornada com relíquias 
de sua infância, casamento, nascimentos e mortes presentes em sua história e com um gato 
empalhado no colo, espera sentada e posando para uma foto a morte chegar, acompanhada 
pela melodia de um periquito vivo presente numa gaiola em um cenário construído com 
exatidão a partir de inutilidades e velharias. 
Figura 6 – The Wait (1964-1965) - Edward Kienholz
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Depois de ter trabalhado um curto período de tempo em uma instituição mental e presenciado 
o tratamento desumano dado a seus pacientes, Kienholz produziu The State Hospital (Fig.7), 
uma impactante crítica ao estabelecimento e à sociedade moderna que exclui e negligencia 
suas minorias. A obra apresenta duas figuras humanas em um beliche de hospital, combinando 
madeira, estruturas de aço, moldes de fibra de vidro, tubo de neon iluminado em forma de 
balão de HQ, aquário com peixes vivos, mesa, camas, comadre, amarras e outros materiais 
hospitalares; o cheiro de cigarro também faz parte da obra.
Figura 7 – The State Hospital (1966) – Edward Kienholz
Bruce Conner também evitou o uso de materiais artísticos convencionais em favor de 
objetos descartados e tornou-se outro grande representante da arte funk e da assemblage. 
Dália Negra (Fig.8), composta por fotos, lantejoulas, penas, renda e meias de nylon, entre 
outros objetos fetichistas, remete à exposição pública e faz um comentário sobre o sensacional 
caso de assassinato ocorrido na época. Child (Fig.9), elaborada com trapos e sujeira sobre uma 
cadeira, denuncia a negligência social.
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Figura 8 – Dália Negra (1960) – Bruce Conner
Figura 9 – A Child (1959-1960) – Bruce Conner
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Em Couch (Fig.10), Conner conecta o espectador ao horror e às doenças sociais de seu 
tempo ao apresentar um cadáver em decomposição, aparentemente assassinado e mutilado, 
deitado em um divã vitoriano. Bombas atômicas, guerra, patologia sexual e assassinato estão, 
frequentemente, presentes em sua obra.
Figura 10 – Couch (1963) – Bruce Conner
As assemblages de Paul Thek são paisagens simbólicas chocantes de crítica social. As obras 
da série “carne”, produzidas na década de 60, retratam sua repulsa ao envolvimento dos EUA na 
Guerra do Vietnã e sugerem a frágil posse da vida que é a nossa condição humana compartilhada. 
As peças de carne, muito realistas, eram geralmente produzidas com cera de abelha e apresentadas 
em vitrines que assemelhavam-se tanto a incubadoras como a caixões de vidro.
Figura 11 – Untitled (Peça de carne com moscas) (1965) – Paul Thek
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Figura 12 – Untitled (Cadeira com corvo e carne) (1968)
Lucas Samaras produziu uma série de assemblages reunindo objetos de uso pessoal e 
cobrindo-os com pregos.
Figura 13 – Shoes Box (1965) – Lucas Samara Figura 14 – Book 4 (1962) – Lucas Samara
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
A Apropriação da Realidade na Pop Art
A Pop Arte está intimamente relacionada com a cultura urbana da Inglaterra e, especialmente, 
dos EUA no período pós-guerra. Depois de seu sucesso inicial, passou a influenciar produções 
artísticas de várias outras partes do mundo, inclusive do Brasil.
O movimento surgiu na Inglaterra, no início dos nos 50, com o Independent Group, formado, 
essencialmente, por jovens artistas, arquitetos e teóricos interessados pela cultura urbana que 
se manifestava pela comunicação de massa, ficção científica, design, tecnologia da informação 
e da mecanização. A primeira geração de artistas pops britânicos foi, essencialmente, formada 
por jovens pintores fascinados pelo consumismo americano.
O pintor inglês Richard Hamilton descreveu a cultura urbana e, consequentemente, as 
características desejáveis na arte pop como transitória, popular, de baixo custo, produzida em 
massa, jovem, espirituosa, sexy, esperta, glamorosa e um grande negócio. Sua colagem O 
que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? (Fig.15) foi considerada 
a primeira obra pop. Uma imagem de uma sala de estar do futuro, formada por diversos 
recortes de revistas, apresenta um fisiculturista desnudo, segurando um enorme pirulito com 
a inscrição POP, e sua esposa “pin up”, sentada com pose sensual em um sofá, que traz 
lantejoulas sobre os seios e uma cúpula de abajur sobre a cabeça, como se fosse um chapéu. 
O casal está cercado pelas recentes utilidades domésticas: televisão, aspirador de pó, gravador 
e um presunto enlatado. Um retrato da visão otimista da sociedade de consumo.
Figura 15 – O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? (1965) – Richard Hamilton. 
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Os pintores Peter Blake e Joe Tilson também produziram colagens. A Loja de Brinquedo 
(Fig.16), de Blake, reflete a nostalgia com a cultura de sua própria infância. Medindo 194 x 
158 x 34 cm, a colagem reúne a coleção de brinquedos do próprio artista. Tilson combinou 
objetos e palavras em colagens que apresentavam repetições como mantras.
Figura 16 – Loja de Brinquedo (1962) – Peter Blake
Figura 17 – Pool Mantra (1976) – Joe Tilson
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Allen Jones colocou manequins usando perucas, lingerie, botas e acessórios de couro, 
combinados com outros objetos, em posições que sugeriam itens de mobília, nas obras Chair 
(Fig.18), Table e Hatstand, de 1969.
Figura 18 – Chair (1969) – Allen Jones.
Na década de 60, o escultor escocês Eduardo Paolozzi começou a criar assemblages a partir 
do agrupamento de objetos industriais, como eixos de manivela e turbinas e peças de alumínio 
fundido, feitas sob encomenda para suas obras, que eram soldadas e pintadas com cores vivas.
Figura 19 – The City of the Circle and the Square (1963-1966) – Eduardo Poalozzi
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Foi nos Estados Unidos, a partir do início da década de 60, que a Pop Art ganhou grande projeção 
com a adesão de artistas como Andy Warhol,Roy Liechtenstein, Jim Dine, James Rosenquist e 
Claes Oldenburg. Apesar da resistência da crítica de arte, adepta do Expressionismo Abstrato que 
havia nascido nos Estados Unidos e se projetado internacionalmente, a Pop Art foi bem sucedida ao 
buscar a tática do design comercial e sua estratégia de venda, ganhando grande aceitação de público. 
A Pop Art apropria-se das imagens já absorvidas pela cultura urbana – produtos industrializados, 
fast-foods, logomarcas, embalagens, bens de consumo, histórias em quadrinhos, personalidades, 
celebridades, entre outros ícones, previamente criados pela comunicação e consumo massificados. 
Tom Wesslmann produziu colagens, que eram imitações caricatas da nova cultura gráfica 
publicitária, apropriando-se de imagens de bens de consumo encontradas em anúncios publicitários. 
Algumas de suas obras incluem, ainda, reproduções de objetos feitas de plástico, como o vazo de 
flores, a geladeira e as garrafas inseridas na colagem Still Life #30 (Fig.20).
Figura 20 – Still Life #30 (1963) – Tom Wesslmann
Figura 21 – Still Life #34 (1963) – Tom Wesslmann
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Jim Dine adotou, como tema, as variedades da realidade, incorporando, em suas obras 
mais características, pinturas combinadas, objetos prontos, como itens de vestuário, pias, 
chuveiros e ferramentas, sobre telas livremente pinceladas. 
Figura 22 – Summer Tolls (1962) – Jim Dine
Figura 23 – Five Feet of Colorfull Tools (1962) – Jim Dine
Duane Hanson e Georges Segal combinavam produções escultóricas e objetos reais em 
seus trabalhos. Supermarket Lady (Fig.24), de Hanson, combina a moldagem em fibra de 
vidro hiper-realista de uma mulher com vestuário, carrinho de compras e embalagens de 
produtos reais. Rock and Roll Combo (Fig.24), de Segal, combina figuras feitas com moldes 
de gaze mergulhada em gesso líquido com um banco, bateria e guitarra elétrica reais. 
21
Figura 24 – Supermarket Lady (1970) – Duane Hanson
Figura 25 – Rock and Roll Combo (1964) – Georges Segal
Claes Oldenberg não se apropriou de objetos reais. Ele reproduziu ícones da cultura de massa 
- em obras que oscilam entre escultura e construção objetual - que vão de utensílios domésticos 
a hambúrgueres e outros produtos alimentícios, muitos deles gigantescos, geralmente feitos 
com lona embebida em gesso ou, em suas esculturas moles, com vinil recheado com paina. 
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Figura 26 – Two Cheeseburgers, with Everything (Dual 
Hamburgers)
Figura 27 – Floor Cake (1962) – Claes Oldenberg
(1962) – Claes Oldenberg
Assemblage dos Novos Realistas
“Os novos realistas se conscientizaram de sua singularidade 
coletiva. Novo Realismo = novas abordagens perceptivas do 
real. Assinado: Arman, Dufrêne, Hains, Klein, Raysse, Restany, 
Spoerri, Tinguely e Villeglé”.
O pequeno manifesto do crítico francês Pierre Restany oficializou o grupo dos Novos 
Realistas, reunindo artistas franceses e suíços de diferentes estilos e meios, que, a partir de 
1960, assumiram uma identidade coletiva para a atividade artística apresentada em seus 
trabalhos independentes anteriores. Posteriormente, o grupo expandiu-se com a adesão 
dos franceses César Baldaccini e Gérard Deschamps, do italiano Mimmo Rotella, da franco-
americana Nik de Saint-Phalle e do simpatizante búlgaro Chisto Javacheff.
Os Novos Realistas denominaram a sua busca pela realidade sociocultural como “a aventura 
do objeto/real”, assimilando elementos da cidade, dos meios de comunicação, da cultura de 
massa, da indústria, do avanço tecnológico e do consumismo. 
Em 1958, Yves Klein, um dos grandes representantes do grupo que preconizava a 
“imaterialidade da realidade”, organizou, em Paris, a exposição Vazio, ou seja, abriu ao 
público uma galeria pintada de branco, sem nenhuma obra ou mobília, apenas com um Guarda 
Republicano à porta. Dois anos mais tarde, Pierre Fernandez Arman expôs, no mesmo local, 
O Cheio (Fig.28), enchendo a Galerie Iris Clert até o teto com objetos encontrados.
23
Figura 28 – O Cheio (exterior da Galerie Iris Clert durante a exposição) (1960) - Arman
Muitos trabalhos de Arman retratam a sociedade pela condensação do seu consumo em 
acumulações aleatórias de objetos do mesmo tipo, como válvulas de rádio, jarros, pentes, 
bonecas, relógios, rodas dentadas e notas de dólares, entre outros, em recipientes de acrílico 
com o formato de painéis ou como obras tridimensionais.
Figura 29 – Acumulação de Jarras (1961) - Arman
Na série Poubelles, Arman reuniu os resíduos descartados (lixo) por amigos e de lares 
burgueses em recipientes de acrílico.
24
Unidade: Novas Tendências Objetuais
Figura 30 – Homenagem a France Raysse (1960) - Arman
E na série Colères, instrumentos musicais, utensílios domésticos e automóveis foram 
esmagados, serrados, queimados ou explodidos por Arman, e seus fragmentos apresentados 
como relíquias da destruição.
Figura 31 – Choppin’s Waterloo (1962) - Arman
25
Daniel Spoerri ficou conhecido por suas assemblages que reúnem objetos retirados de uma 
situação cotidiana, como as sobras de uma refeição partilhada (pratos, talheres, embalagens, 
alimentos e cigarros), encontrados ao acaso.
Figura 32 – Kichka’s Breakfast I (1960) - Daniel Spoerri
Figura 33 – Sevilla-Serie no. 29 (1991) - Daniel Spoerri
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
O artista César elegeu a indústria automobilística como sua referência direta à iconografia 
urbana. A série Compressions, cujas obras são o resultado da compressão de automóveis sem 
qualquer intervenção formal, tornou-se sua produção mais característica.
Figura 34 – Compression “Richard” (1962) - César
Christo ficou famoso por suas “obras pacotes”. Como crítica ao consumo de massa, embrulhou 
garrafas, sapatos, mobiliário, carrinho de bebê, motocicleta, entre outros objetos, e até mesmo 
paisagens e prédios em sacos plásticos ou de tecido, escondendo ou enfatizando a estética do 
objeto através das linhas e relevos formados pela corda tensionada sobre o embrulho.
Figura 35 – Pacote no Carrinho de Mão (1963) - Christo
27
Jean Tingely retirou a máquina de seu contexto funcional original e deu-lhe uma utilidade 
lúdica. Suas obras cinéticas, constituídas por peças encontradas em ferro-velho ou lojas de 
velharias, são um veículo de emoções, seja de entusiasmo ou de pavor. Na série Meta-matic, 
que parodiava o automatismo gestual do Expressionismo Abstrato, obras-máquinas produzem 
pinturas abstratas. Homenagem a Nova Iorque (Fig.37) foi uma obra-máquina que não 
apresentava nenhuma funcionalidade a não ser a de autodestruir-se. Segundo Tingely, esse 
era o caminho para o qual andava a humanidade.
Figura 36 – Meta-matic no.6 (1959) – Jean Tingely
Figura 37 – Homenagem a Nova Iorque (1960) – Jean Tingely
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Material Complementar
Há vários materiais disponíveis na internet que você pode acessar para ampliar seu 
conhecimento sobre as novas tendências objetuais das décadas de 50 e 60. Indicamos, aqui, 
o seguinte: 
Vídeos:
Para conhecer mais obras de Robert Rauschenberg e as técnicas empregadas na 
Pintura Combinada, assista ao vídeo Elegy for Robert Rauschenberg, no qual são 
apresentadas, em detalhes, diversas obras do artista.
http://blip.tv/art21-exclusive/elegy-for-robert-rauschenberg-937227
Acesso em: 18 mai. 2015
Para assimilar seus conhecimentos sobre Assemblage, assista ao breve vídeo 
Assemblage o Ensamblaje Artístico – Glosario e visite o site de Arman, o grande 
artista da acumulação. São centenas de obras para explorar: 
www.youtube.com/watch?v=5o9s0ChFwf0;
www.armanstudio.com
Acesso em: 18 mai. 2015
Veja diversas obras cinéticas em funcionamento e a reação do público a elas no vídeo Jean 
Tingely Museum, Basel, Switzerland. Assista à autodestruição da obra Homenagem 
a Nova York, em 1960, e presencie uma Meta-matic produzindo uma pintura abstrata.
Jean Tingely Museum, Basel, Switzerland: 
www.youtube.com/watch?v=b4iXF-LIYi0
Acesso em: 18 mai. 2015
Jean Tinguely“Homage to New York” 1960: 
www.youtube.com/watch?v=0MqsWqBX4wQ&index=4&list= RDGOo5uq2fH6g
Acesso em: 18 mai. 2015
Tinguely Museum Basel: 
www.youtube.com/watch?v=GOo5uq2fH6g
Acesso em: 18 mai. 2015
29
Referências
ARCHER, M. Arte Contemporânea - Uma História Concisa: São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
BIRD, Michael. 100 ideias que mudaram a arte. São Paulo: Rosari, 2012.
DEMPSEY, A. Estilos, Escolas e Movimentos. São Paulo: Cosac & Naif, 2005.
GOMPERTZ, Will. Isso é Arte? Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
KRAUSS, R. E. Caminhos da Escultura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MARZONA, Daniel. Arte conceptual. Lisboa: Taschen, 2007.
RUHRBERG, K; HONNEF, F. Arte do século XX, v. 2. China: Taschen, 2010.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna: com 123 Ilustrações. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Editor, 2000. 
TUCKER, W. A Linguagem da Escultura. São Paulo: Cosac & Naify, 1999.
WITTKOWER, R. Escultura. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
WOOD, P. Arte Conceitual. São Paulo: Cosac Naify, 2002.
www.modernamuseet.se
www.museum-ludwing.de
www.moma.org
www.collection.whitney.org
www.museoreinasofia.es
www.tate.org.uk
http://www.modernamuseet.se
http://www.museum-ludwing.de
http://www.moma.org
http://www.collection.whitney.org
http://www.museoreinasofia.es
http://www.tate.org.uk
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Unidade: Novas Tendências Objetuais
Fonte das Imagens
Fig 01 = imgkid.com
Fig 02 = museum-ludwig.de
Fig 03 = jasper-johns.org
Fig 04 = alinariarchives.it
Fig 05 = moma.org
Fig 06 = orwellwasright.co.uk
Fig 07 = studyblue.com
Fig 08 = studyblue.com
Fig 09 = studyblue.com
Fig 10 = nortonsimon.org
Fig 11 = pictify.com
Fig 12 = carnegiemuseums.org
Fig 13 = berardocollection.com
Fig 14 = moma.org
Fig 15 = wikiart.org
Fig 16 = wikiart.org
Fig 17 = tate.org.uk
Fig 18 = wikiart.org
Fig 19 = tate.org.uk
Fig 20 = surlatoile.org
Fig 21 = acquavellagalleries.com
Fig 22 = studyblue.com
Fig 23 = artmeteo.com
Fig 24 = studyblue.com
Fig 25 = mmk-frankfurt.de
Fig 26 = wikiart.org
Fig 27 = wikiart.org
Fig 28 = wikimedia commons
Fig 29 = museum-ludwig.de
Fig 30 = artvalue.com
Fig 31 = studyblue.com
Fig 32 = studyblue.com
Fig 33 = henze-ketterer.ch
Fig 34 = centrepompidou.fr
Fig 35 = moma.org
Fig 36 = wikiart.org
Fig 37 = wikiart.org
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