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Apostila Pedagogia dos Esp.Coletivos I

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0
PEDAGOGIA DOS ESPORTES COLETIVOS I –
BASQUETE/VOLEIBOL
PROF. ALEXANDRE CHAVES
Especialista em Metodologia do Treinamento desportivo para Crianças, Jovens e Adultos.
/UFAM ; Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia - Universidade Federal do Amazonas/
UFAM; Técnico Nível 2 da Confederação Brasileira de Voleibol/ CBV
PROF. LILIAN VALENTE
Mestra em Gestão do Desporto pela UTL – Lisboa – PT;
Especialista em Metodologia do Ensino – CELES – Canoas – RS
Graduada em Educação Fisica – UFAM
Técnica nível 2 Internacional de Voleibol – FIBV
Técnica nível 3 Nacional - CBV
1
Sumário
1. Introdução ......................................................................................................................4 2.
HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DO VOLEIBOL ............................................................................................. 7
2.1 O inicio.................................................................................................................................................
7 2. 2 Voleibol na América do Sul e no
Brasil............................................................................................... 9 3 – O VOLEIBOL – ESTRUTURA
FUNCIONAL ............................................................................................ 10 3.1 - O voleibol como
esporte ................................................................................................................. 10 3.2 - Características
do jogo .................................................................................................................... 10 3.3 - O campo de
jogo ............................................................................................................................. 11 3.4 - A bola –
instrumento do jogo.......................................................................................................... 15 3.5 - O
Objetivo do jogo .......................................................................................................................... 15 3.6 -
Os procedimentos de jogo .............................................................................................................. 17 3.7
- O Sistema de Pontuação ................................................................................................................. 18 4
- TÉCNICA E TÁTICA INDIVIDUAL .......................................................................................................... 19
4.1 – Definições.......................................................................................................................................
19 4.2 - O ato
tático...................................................................................................................................... 20 5 - O
MINI-VOLEIBOL ............................................................................................................................... 21 5.1
– Consideração inicial........................................................................................................................ 21
5.2 – Histórico..........................................................................................................................................
21 5.3 – Concepção do jogo
......................................................................................................................... 22 5.4 – A idéia do
Mini-voleibol.................................................................................................................. 22 5.5 –
Definição de Mini-voleibol. ............................................................................................................ 23 5.6
– Objetivos de se ensinar o Mini-voleibol ......................................................................................... 23
5.7 – Metodologia para ensino do Mini-voleibol (Etapas)......................................................................
24 5.8 – Técnicas (habilidades e fundamentos) utilizados no Mini-voleibol.
.............................................. 25 6 - TEORIA DOS GESTOS
FUNDAMENTAIS............................................................................................... 25 6.1 - Classificação geral
........................................................................................................................... 25 6.2 – Posturas
básicas. ............................................................................................................................ 26 6.2.1 –
Postura alta: ................................................................................................................................ 27 6.2.2
– Postura Média: ............................................................................................................................ 27
6.2.3 – Postura Baixa:..............................................................................................................................
28 6.3 - As
Movimentações.......................................................................................................................... 29 6.3.1
– Passo Simples: ............................................................................................................................. 29
6.3.2 – Os deslocamentos: ......................................................................................................................
29 6.3.3 – Passo
Cruzado.............................................................................................................................. 29
2
6.3.4 - O Salto. .........................................................................................................................................
29 6.3.5 - A
Corrida:...................................................................................................................................... 29 7 –
Técnicas dos fundamentos básicos – O processo de aprendizagem................................................. 30
7.1 – O TOQUE POR CIMA .......................................................................................................................
30 7.1.1 – Características
............................................................................................................................. 30 7.1.2 – As fases do
toque por cima ......................................................................................................... 31 7.2 – A
MANCHETE.................................................................................................................................. 33 7.2.1
– Características ............................................................................................................................. 33
7.2.2 – As fases da Manchete..................................................................................................................
33 7.3 – SAQUE POR
BAIXO.......................................................................................................................... 35 8 - O PROCESSO
DE APRENDIZAGEM DOS FUNDAMENTOS ................................................................... 38 8.1 - SAQUE
POR CIMA (TIPO TÊNIS)....................................................................................................... 38 8.2 - O
SAQUE FLUTUANTE...................................................................................................................... 40 9 -
RECEPÇÃO .......................................................................................................................................... 42
10- LEVANTAMENTO...............................................................................................................................
45 11 - A
CORTADA....................................................................................................................................... 51 12 -
BLOQUEIO ........................................................................................................................................54 13
- A DEFESA .......................................................................................................................................... 58
14 – Histórico do Basquetebol ................................................................................................................
62 15 – Características do Basquetebol
....................................................................................................... 65 16 – Fundamentos Básicos do
Basquetebol............................................................................................ 66 17-
Arremessos........................................................................................................................................ 70
18- Rebotes .............................................................................................................................................
72 19 -
Posições............................................................................................................................................ 73
20- Pedagogia da iniciação no basquetebol.............................................................................................
75 21- Fases de iniciação no
basquetebol..................................................................................................... 78 22 - O papel do
professor ........................................................................................................................ 83 23 –
Principais Regras do Basquetebol ................................................................................................... 85
23.1 Dimensões da quadra
.....................................................................................................85 23.2 Número de
jogadores .....................................................................................................85 23.4 Duração
da partida .........................................................................................................85 23.5 Início
da partida..............................................................................................................86 23.5
Pontuação .......................................................................................................................86
23.6 Falta................................................................................................................................86
23.7 Punições
.........................................................................................................................86 23.8 Lance
livre................................................................................................................87 23.9
Reposição de bola...........................................................................................................87
3
23.10Passos............................................................................................................................87
23.11 Regra dos segundos..................................................................................................87
23.12 Empate..........................................................................................................................87
4
1. Introdução
O ensino dos esportes no Brasil sofre forte influência do modelo de alto rendimento
desde a década de 1970. As conquistas internacionais impulsionaram o aumento do número de
praticantes no país. O modelo de ensino, pautado sobretudo na valorização do gesto técnico e na
fragmentação do jogo, decorre desse período. Tendências atuais para o ensino dos esportes, por
outro lado, apontam para a importância da compreensão da dinâmica dos mesmos, antes da
especialização dos gestos técnicos. Surgiram ainda propostas de classificação dos esportes que
apresentam uma organização das diferentes modalidades de acordo com a lógica interna, ou seja,
as características comuns, que exigem dos jogadores uma atuação de modo específico durante sua
prática.
Atualmente, o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) indica para a
disciplina de Educação Física o ensino dos esportes à partir de uma classificação elaborada com
base na lógica interna, ou seja: marca, precisão, técnico combinatório, rede/quadra dividida ou
parede de rebote, campo e taco, invasão ou territorial e combate. Partindo de reflexões sobre as
tendências atuais da Pedagogia do Esporte para o processo de ensino-aprendizagem esta apostila
tem por objetivo apresentar alguns apontamentos iniciais sobre as possibilidades de ensino dos
saberes procedimentais dos esportes de rede/parede, especificamente o Voleibol e o sobre os
esportes de invasão nas aulas de Educação Física escolar. Entende-se que, procedendo das
classificações dos esportes que propõem a organização desses a partir da lógica interna, é
possível destacar elementos comuns para o ensino dessas modalidades na fase de iniciação, por
meio de jogos que proporcionem aos alunos a compreensão da lógica tática e favoreçam a
transferência de aprendizagem de uma modalidade para outra, no momento oportuno.
A Pedagogia do Esporte é uma das disciplinas da Ciência do Esporte que, enquanto área
de pesquisa, vem crescendo nos últimos tempos, sobretudo em relação às investigações sobre os
denominados Jogos Esportivos Coletivos. Na revisão das publicações internacionais sobre a
implementação das abordagens centradas nos jogos, os esportes coletivos também dominam
grande parte das publicações, em especial os esportes de invasão, do qual o Basquetebol faz
parte.
Os esportes podem ser classificados, a partir da lógica interna, em duas grandes
categorias: esportes em que não há interação com o adversário e esportes em que há interação. A
primeira subdivide-se em quatro subcategorias com base no critério de comparação de
desempenho: esportes de marca (atletismo, natação etc.), técnico-combinatórios (ginástica
rítmica, ginástica artística, saltos ornamentais etc.) e de precisão (tiro esportivo, arco e flecha
5
etc.). A segunda subdivide-se a partir do critério de objetivos táticos da ação: esporte de combate
ou luta (judô, caratê, taekwondo etc.), campo e taco (beisebol), rede/parede (voleibol, tênis de
campo, badminton, squash etc.) e de invasão (futebol, handebol, basquetebol etc.). Outros autores
utilizam uma classificação muito parecida, com referencial nas intenções táticas dos jogos:
invasão, rede e parede, campo e taco, além dos com alvo. Nota-se que alguns critérios de
classificação, embora relevantes, não ajudam no processo de sistematização. Por exemplo, ao se
utilizar o critério que considera a quantidade de participantes, o voleibol faria parte do mesmo
grupo que o futebol, ou seja, dos esportes coletivos. No entanto, a lógica interna não é similar, no
voleibol deve-se buscar no saque e no ataque enviar a bola num espaço vazio da quadra
adversária ou ao menos dificultar a recepção e devolução da mesma pelo adversário, enquanto na
defesa os espaços vazios da quadra devem ser preenchidos. No Basquetebol a lógica relaciona-se
a invadir a quadra/campo adversário e atingir a cesta para marcar pontos, enquanto na defesa a
equipe se organiza para impedir as ações da equipe adversária. Além disso, a iniciação aos
elementos táticos de um não necessariamente contribuirá para a aprendizagem do outro.
O ensino dos esportes tradicionalmente, o ensino dos esportes nas aulas de Educação
Física escolar, tem sido embasado por uma abordagem denominada tecnicista ou tradicional, que
se caracteriza pela fragmentação dos aspectos necessários para a prática esportiva, de forma que o
aluno é conduzido no processo de ensino-aprendizagem a ter “fluência” em determinadas partes
para depois “juntá-las” para jogar. Uma dessas partes, a mais importante na abordagem
tradicional, é a técnica, que possui um papel central no processo de ensino. Dessa forma, o aluno
primeiramente aprende a “como fazer” (técnica) antes de “o que fazer” (tática), o que dificulta a
compreensãodo jogo. Diante desse panorama, muitos pesquisadores começaram a repensar o
processo de ensino dos esportes e a indicar propostas que consideram aspectos como a
compreensão da lógica tática do jogo formal, a utilização de jogos em espaços reduzidos e o jogo
coletivo como uma situação-problema apresentada ao aluno. A maior parte desses estudos não
tem como foco as aulas de Educação Física escolar, mas os problemas de ensino tanto dentro,
quanto fora desse contexto são basicamente os mesmos. Por isso entende-se que as abordagens
atuais da Pedagogia do Esporte apresentam elementos que podem ser utilizados no processo de
ensino. Nesse sentido, o ensino dos esportes em relação aos saberes corporais, não deve centrar se
na transmissão de um grande repertório de habilidades técnicas ou no desenvolvimento de
capacidades motoras. É necessário desenvolver nos alunos uma disponibilidade física e mental
que supere a simples automatização de gestos e se centre na assimilação de regras de ação e
princípios de gestão do espaço de jogo, bem como de formas de comunicação e contra
6
comunicação entre os jogadores. Com isso, busca-se formar praticantes com uma inteligência de
jogo que promova conquistas significativas relativas à tomada de decisões, à reação, à atenção e a
outros aspectos relevantes para a obtenção de uma prática significativa nos jogos esportivos.
Greco e Brenda apresentam uma metodologia para a iniciação esportiva, que leva em
consideração a compreensão do jogo coletivo como uma situação-problema apresentada ao aluno.
A compreensão do jogo é operacionalizada por meio de suas “estruturas funcionais”, com
situações derivadas de jogos modificados com relação ao espaço, número de jogadores, dentre
outras alterações na dinâmica básica dos jogos tradicionais. Na mesma linha, verificam-se outras
abordagens centradas no jogo, como o Teaching Games for Understanding - TGfU13, originário
da Inglaterra por conta das inquietações de Rod Thorpe em relação à forma de se ensinar o tênis
de campo. A proposta, que não se limitou ao tênis de campo, originou diversas outras variações,
como Play Practice (PP), Tactical Games Model (TGM) e Game Sense (GS).
A referida abordagem do propõe que as aulas de iniciação esportiva tenham como base os
jogos “reduzidos”. Tais jogos podem ter espaço, número de jogadores e tempo reduzidos, além de
equipamentos adaptados. É importante, no entanto, que a estrutura tática dessas práticas seja
semelhante à do jogo formal. Assim, o aluno compreende a lógica do jogo, sendo capaz de
responder de maneira inteligente às situações que surgirem. A finalidade é fazer com que ele
compreenda a tática antes de preocupar-se com a aprendizagem dos gestos técnicos. Cabe
ressaltar que não é necessário negar ou abandonar o ensino/treinamento dos fundamentos
esportivos. Os gestos técnicos podem ser um meio privilegiado para alcançar outras finalidades
educativas e não a única aprendizagem necessária nas aulas de esportes. Considera-se
imprescindível, no entanto, que a aprendizagem dos fundamentos técnicos seja utilizada de forma
contextualizada e significativa em função do jogo, no intuito de favorecer a compreensão tática e
despertar a inteligência e a criatividade dos alunos para a resolução dos problemas que decorrem
de sua própria prática.
É importante ressaltar que a escolha da abordagem e da metodologia de ensino dos
esportes coletivos, e especificamente do Voleibol e do Basquetebol que é o tema da Disciplina
Pedagogia dos Esportes Coletivos I, não deve ser feita de forma aleatória ou sem
intencionalidade, mas deve ter sempre um embasamento teórico levando em consideração o local
onde será adotado.
7
2. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DO VOLEIBOL
2.1 O inicio
O Desporto Voleibol foi inventado em 1895, por um americano chamado William George
Morgan, diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) da cidade de
Holyoke, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos da América (EUA).
No final do século XIX, os americanos dedicavam-se a esportes específicos em cada
estação do ano. O Beisebol era praticado na primavera, no outono era a vez do Futebol
Americano e, durante o inverno, as pessoas se recolhiam aos ginásios fechados, onde as sessões
de ginástica dominavam os programas de Educação Física das instituições da época. Era preciso
entreter os esportistas quando a neve impedia atividades recreativas ao ar livre. Assim, em
dezembro de 1891 surgiu o Basquetebol. Este teve aceitação imediata, popularizou-se e, em
pouco tempo já era praticado em todo o território americano. O Basquetebol dispunha de grande
popularidade entre os mais jovens, no entanto, devido aos contatos físicos intensos, não era o
esporte ideal para os homens com idade entre 40 e 50 anos. Dessa maneira, Morgan começou a
elaborar um novo jogo para os associados de meia-idade que fosse menos vigoroso que o
Basquetebol e mais atrativo que a calistenia (exercícios ginásticos para moldar e fortalecer o
corpo).
Enquanto estava tentando desenvolver um jogo apropriado para os “homens de negócios”
Morgan considerou o Tênis, mas este requeria raquetes, bolas, rede e outros equipamentos.
Embora tenha deixado de lado esse jogo, a idéia de usar a rede parecia boa, então ele elevou a
rede de Tênis até a altura aproximada de 1,98 m do solo, o que correspondia justamente um
pouco mais que a média masculina de altura.
8
Neste ponto, Morgan recrutou alguns homens e uma câmara de bola de basquete, eles
tentaram rebater a bola por cima da rede, mas a câmara era muito leve e lenta. Mais tarde eles
tentaram uma bola de basquete a qual provou ser muito grande e pesada. Finalmente eles
decidiram que precisariam de uma bola semelhante a que é usada atualmente. Morgan
encomendou à firma A. G. Spalding Brothers a fabricação desse tipo de bola. Com o
desenvolvimento do jogo, mudanças foram feitas, de tempos em tempos, para o seu
aprimoramento, mas a idéia original da rede separando os oponentes foi mantida.
A mistura de Morgan com elementos do basquetebol, beisebol, tênis e handebol criou o
jogo para suas classes de homens de negócios que desejavam um novo jogo com menos contato
físico que o basquetebol.
Em junho de 1896, durante a conferência de diretores de Educação Física realizada na
Faculdade da ACM em Springfield Massachusetts, Morgan foi convidado pelo Dr. Luther Halsey
Gulick, Decano de Educação Física desta Escola de Treinamento da ACM para fazer uma
demonstração de sua invenção a qual originalmente batizara de “Minonette” ou, como citam
algumas fontes, “Mintonette” por derivar do badminton.
Morgan então organizou dois times com cinco jogadores os quais eram membros de suas
aulas, a demonstração teve como capitães o chefe do corpo de bombeiros de Holyoke John Lynch
e o prefeito J.J. Curran. Aqui o Professor Alfred T. Halsted propôs o novo nome de “Volley Ball”
devido a natureza da atividade ser de voleio. Morgan concordou em mudar o nome já que a
característica do jogo era volear a bola por cima da rede. Atualmente, usa-se o termo “Volleyball”
escrito com uma só palavra (o nome foi registrado em 1950 pela United States Volleyball
Association pela conveniência).
Dia 7 de julho de 1896, a primeira partida de Voleibol foi realizada na Faculdade de
Springfield. Morgan não tinha idéia de que sua invenção se transformaria em um esporte
olímpico de grande apelo comercial como é atualmente. Quais foram então as pretensões de
Morgan ao idealizar o Voleibol?
Para a compreensão de como o campo de origem do Voleibol começou a ser demarcado,
precisamos entender que essa prática não apresentou um processo de desportivização, nem
evoluiu de outra manifestação cultural de jogo, passatempo ou qualquer outra atividade esportiva.
Ele foi inventado. Nasceu como um esporte pronto, com suas regras e características próprias,
uma delas, por exemplo, é o fato de ser uma criação totalmente americana e não uma atividade
desportivizada européia. O Voleibol foi criado exclusivamentecom o objetivo de atender as
necessidades de uma elite em ascensão.
9
Pela origem do Voleibol e palavras de Morgan referentes aos objetivos e ao público a ser
atingido pela modalidade, percebemos fundamentalmente que o esporte nasceu respeitando as
necessidades de uma elite, qual seja, a elite clubística cristã. Em momento algum encontramos
nos escritos de Morgan alguma menção à popularização do esporte ou que o Voleibol fosse uma
prática desenvolvida além-clubes. Esse processo ocorreu posteriormente, não se sabe se em
concordância com os preceitos iniciais de seu criador. O que vale registrar é que a burguesia
emergente americana necessitava de uma atividade que poupasse os “homens de negócios” dos
contatos mais ríspidos e das oscilações climáticas do inverno americano. [...] na determinação do
campo esportivo, um conjunto de disposições eram exigidas pela estrutura que se formava para a
modalidade, ou seja, para estar inserido nesse campo, das pessoas envolvidas eram cobradas
determinadas representações sociais. Era uma modalidade para os sócios da Associação Cristã de
Moços, preferencialmente profissionais liberais com aproximação aos dogmas presbiterianos.
Foi dentro de um perfil com características elitistas que o Voleibol se propagou,
primeiramente, dentro dos EUA, depois para outros países e continentes. O primeiro país a
recebê-lo foi o Canadá em 1900. Depois, introduzido em Cuba em 1906 por Augusto York, um
oficial das forças armadas dos EUA. Hyozo Omori introduziu o Voleibol no Japão, em 1908,
depois de frequentar o “Springfield College”, nos EUA, Omori foi para a ACM de Tókio e
começou este esporte em seu país nativo. Em 1918 o Japão organizou seu primeiro campeonato
escolar. Na China, começou em 1911 com Max Exner e Howard Crokner, eles jogavam até 21
pontos com 16 jogadores de cada lado. No mesmo ano, Elwood Brown (diretor nacional de
Educação Física da ACM) foi convidado pela Divisão de Trabalho Estrangeiro para ir para as
Filipinas a fim de promover o Voleibol além mar, em apenas dois anos ele organizou os primeiros
Jogos do Extremo Oriente, em Manila, com times representativos da China, Japão e Filipinas.
2. 2 Voleibol na América do Sul e no Brasil
Na América do Sul, a modalidade foi inaugurada oficialmente em 1910 no Peru. Depois,
em 1914, o Uruguai realizou uma campanha intensiva por duas semanas com o intuito de fazer do
Voleibol seu esporte nacional, esforços foram feitos em sua promoção por todo o país, jogos
demonstrativos foram realizados como preliminar de algumas partidas de futebol as quais eram
assistidas por dezenas de milhares de espectadores. O relatório cita ainda o fato de algumas
10
demonstrações terem ocorrido nas praias. Esta descrição seria a mais antiga de um jogo de
Voleibol sendo praticado na praia, embora as fontes não confirmem seu registro oficial. No Brasil,
há indícios de que a modalidade foi praticada pela primeira vez no ano de 1915, no Colégio
Marista de Recife-Pernambuco, mas fontes oficiais indicam que o Voleibol foi introduzido no
Brasil em torno de 1916/1917 na Associação Cristão de Moços de São Paulo. Chegando em
território nacional, após mais de vinte anos da sua criação, o Voleibol não foi de imediato um
esporte que teve grande difusão. Registros evidenciam o Fluminense F.C. como uma das poucas
instituições esportivas que buscaram ofertar aos seus associados oportunidades de vivenciarem a
modalidade em torneios para os clubes filiados à então Liga Metropolitana de Desportos
Terrestres. No Rio de Janeiro, em 1924, ocorreram os primeiros torneios oficiais de Voleibol por
iniciativa e criação do Departamento de Voleibol da Associação Metropolitana de Esportes
Atléticos.
3 – O VOLEIBOL – ESTRUTURA FUNCIONAL
3.1 - O voleibol como esporte
O Voleibol pertence ao grupo dos jogos esportivos coletivos e, como tal, é condicionado
por leis específicas do jogo. Este código de conduta apresenta-se, na sua essência, como um
conjunto de prescrições que, aliadas às noções de equipe e adversário, dão corpo àquilo que se
pode designar por lógica do jogo.
A análise do comportamento específico do jogador dentro do jogo pode contribuir para
uma melhor compreensão e estudo da estrutura funcional do jogo de voleibol.
3.2 - Características do jogo
O voleibol é praticado num campo dividido em duas metades, sendo que a separação das
metades é feita por uma rede, que impede o contato direto entre os jogadores das equipes
disputantes. No jogo oficial, doze jogadores disputam a partida, sendo seis de cada lado (nunca
mais que seis em quadra), sendo destinada uma área muito reduzida para cada jogador –
aproximadamente três metros quadrados do campo para cada um. Nos jogos adaptados para
iniciantes, exemplo do mini-vôlei, o voleibol mantém sua estrutura básica utilizando a rede que
separa os campos e demais equipamentos de suporte.
Os jogadores devem saber jogar em todas as posições, cada uma das quais requer distintas
capacidades físicas e técnicas.
11
O tempo regulamentar do contato com a bola é muito limitado tanto pelo que se refere ao
tempo como a distância, fazendo com que os movimentos previstos no toque da bola sejam
extremamente importantes.
O jogo se caracteriza por deslocamentos curtos e rápidos, com forte atividade dos
jogadores das duas equipes e com períodos de intervalo entre uma disputa e outra na quadra. O
cenário do jogo de vôlei troca rápido e constantemente devido ao movimento dos jogadores, a
velocidade da bola, a variedade das ações e movimentos das duas equipes e a relação da bola com
os jogadores de ambos os lados. Os movimentos exigidos a cada jogada trocam a uma velocidade
muito alta, e a grande variedade de manobras ofensivas e defensivas (de indivíduos ou de toda
uma equipe) faz o cenário trocar ainda com maior rapidez. O voleibol exige também grande
quantidade de estratégias planejadas por parte das equipes altamente treinadas. Dessa forma, os
jogadores de voleibol devem reunir grande leque de habilidades e o correspondente treinamento
deve ter ampla base.
3.3 - O campo de jogo
O voleibol é jogado num campo (ou quadra) de dezoito metros de comprimento por nove
de largura. O campo se encontra definido por várias linhas, assim distribuídas: linhas de saque,
linhas de fundo, linhas de ataque, linha central e linhas laterais.
As linhas de saque são duas de cada lado do campo e se encontram demarcadas em cada
extremidade, no prolongamento das linhas laterais. Cada uma mede quinze centímetros de
comprimento e cinco centímetros de largura e distam vinte centímetros atrás e
perpendicularmente das linhas de fundo. Essas linhas de saque demarcam a área chamada de zona
de saque, onde o jogador da equipe que detém o serviço deverá executar o saque. A distância
correspondente à zona do saque (vai de uma a outra linha de saque) é de nove metros. As linhas
de fundo e lateral servem para delimitar o campo em suas extremidades (lateral e fundo). As
linhas de ataque são utilizadas como orientação para os atacantes e desde ali se inicia a
aproximação final do jogador para a bola (para o ataque). Essas linhas se encontram a três metros
da linha de centro e paralelamente a cada lado da mesma. A linha central se encontra justamente
embaixo da rede e divide a área de jogo em duas partes iguais.
A totalidade do campo se encontra rodeada por linhas de jogo de cinco centímetros de
largura e a uma distância de pelo menos dois metros de qualquer obstáculo. A altura da rede
12
medida desde o centro do campo é de 2,43 metros para os homens e 2,24 metros para as
mulheres, variando essas alturas nas categorias de iniciantes. (FIG. 1, 2 e 3).
FIG. 1 –
Diagrama com as medidas e zonas do campo de vôlei. (Regras do voleibol - Fonte CBV).
13
FIGURA 2 – Diagrama da área de jogo (Regras do voleibol – Fonte CBV)
14
FIGURA 3 – Desenho da rede. (Regras do voleibol – Fonte: CBV)
15
3.4 - A bola – instrumento do jogo
A bola de voleibol tem uma circunferência de 65 a 67centímetros e pesa de 260 a 280
gramas (FIG. 4). Ela é confeccionada através de partes que chamamos de gomos, sendo que
atualmente, esses gomos são pintados de várias cores (três cores são utilizadas para a pintura dos
gomos), dando um aspecto colorido à bola de jogo.
FIGURA 4 – Bola de voleibol
A bola deverá estar inflada a uma pressão estabelecida para a mesma, no qual devemos
respeitar a sua forma arredondada a fim de assegurar o tato e a própria vida útil da bola. A
pressão deve oscilar entre 0.45 a 0.50 kg por centímetro. O árbitro deve examinar a bola antes e
durante uma partida para assegurar-se de que a mesma mantém suas características arredondadas
e a calibragem correta.
3.5 - O Objetivo do jogo
O objetivo do jogo consiste em fazer com que a bola toque o chão da quadra adversária,
procurando evitar que a mesma toque o chão da quadra em prontidão. Para isto, são apresentadas
duas situações básicas do jogo: atacar e defender. (FIVB, Manual do treinador, 1979).
Para cumprir essas situações de atacar e defender, as equipes utilizam maneiras de jogar,
observando características específicas de seus jogadores e do adversário. Essas maneiras de jogar
são chamadas de tática.
A tática está determinada, essencialmente através de regras, sobre a forma e o terreno de
jogo, número de jogadores, número possível de ações e o número de formas (técnicas).
16
17
3.6 - Os procedimentos de jogo
Para atingir o objetivo do jogo, os jogadores executam ações individuais. Constam de
procedimentos técnicos com uma estrutura específica, subordinados, ao denominado pensamento
tático. A técnica são atos motores integrados, típicos do jogo de voleibol, que permitem ao
jogador manobrar a bola, deslocar-se e executar os movimentos necessários para a ação de jogo
pretendida.
No jogo de voleibol, podem-se distinguir como procedimentos técnico-táticos: o saque, a
recepção do saque, o levantamento, o ataque, o bloqueio e a defesa. As formas de execução de
tais procedimentos podem ocorrer em caráter individual ou coletivo, seguindo princípios de tática
individual e de tática coletiva.
O jogo segue uma seqüência, que, em determinado momento, se pode constituir em
circular e repetitiva. (FIG 5).
FIGURA 5 – Seqüência cíclica do Voleibol
Fonte: FIVB,Coaches Manual(1989)
Para a execução técnica dos procedimentos do jogo, identificam-se no voleibol os
seguintes gestos técnicos: as posições fundamentais, os deslocamentos, o saque, a recepção, o
levantamento, a cortada e suas variações, o bloqueio e a defesa.
18
3.7 - O Sistema de Pontuação
Decorrente dos aspectos regulamentares, outro fator determinante na estrutura interna do
jogo é o sistema de pontuação.
No voleibol não há empates, as estratégias traçadas pelas equipes terão obrigatoriamente
que buscar a vitória, caso contrário à derrota.
O jogo é disputado através de “sets”. O “set” é o tempo e espaço de jogo necessário para
que uma equipe alcance vinte e cinco pontos, ou em caso de empate em vinte quatro pontos, o
“set” só terminará quando uma equipe colocar dois pontos de vantagem sobre o adversário. O
número de “set’s” disputados em uma partida varia conforme a faixa etária dos praticantes e a
natureza das disputas. Nas competições oficiais, tanto nacionais quanto internacionais, os jogos
são disputados objetivando que uma equipe para se tornar vitoriosa alcance três “set’s”
vencedores, ou seja, o jogo pode ter um mínimo de três “set’s” e um máximo de cinco “set’s”
disputados. Cabe ainda ressaltar que qualquer que seja a quantidade de “set’s” definidos para a
disputa de uma partida, em caso de empate entre as equipes em “set’s”, o jogo será decidido em
um “set” especial, chamado de “tie-break”. No “tie-break”, se torna vencedora a equipe que
primeiro completar quinze pontos, ou em caso de empate em quatorze pontos, vencerá a equipe
que colocar dois pontos de vantagem sobre a outra.
A pontuação de cada “set” é continua, ou seja, cometendo um erro ou uma falta, a equipe
adversária conquista um ponto. Chama-se este tipo de contagem de pontos contínuos. Este tipo de
pontuação torna o jogo de voleibol emocionante tanto por quem pratica quanto para quem o
assiste, criando uma atmosfera de disputa não hostil e plasticidade técnica. Essa visão de jogo é
assim observada por TEODORESCU (1984): “o jogo desportivo coletivo representa uma forma
de atividade social organizada (...) com caráter lúdico e processual (...) na qual os praticantes
(jogadores) estão agrupados em duas equipes numa relação de adversidade típica não hostil
(rivalidade esportiva) – relação determinada pela disputa através da luta com vista à obtenção da
vitória esportiva, com a ajuda da bola (...) manobrada de acordo com regras pré-estabelecidas”.
19
4 - TÉCNICA E TÁTICA INDIVIDUAL
4.1 – Definições
Segundo GRECO (1998), a técnica pode ser definida como sendo “a interpretação, no
tempo, espaço e situação, do meio instrumental operativo inerente à concretização da resposta
para a solução de tarefas ou problemas motores”.
No esporte se entende por técnica geralmente, “um procedimento racional, ou seja, eficaz
e econômico para alcançar grandes resultados”. FIDLER (1976).
A técnica individual de determinado esporte representa todo um repertório de gestos
próprios da especialidade esportiva, fruto da história e da evolução de cada jogo esportivo
coletivo. Por conseguinte, a técnica é a forma de realizar um movimento, seu curso, na qual tem
que considerar as regras especiais de cada tipo de esporte. Essas regras têm uma grande
influência e em especial na técnica do voleibol.
Os gestos técnicos são “ferramentas” que o atleta possui para resolver tarefas e problemas
em esportes. As habilidades básicas inerentes às capacidades coordenativas dão base e sustento à
técnica. Toda técnica passa a ser uma habilidade básica, no momento que o indivíduo possui um
ótimo nível de domínio e controle da mesma.
Mas quando colocamos que a técnica se apresenta como uma ferramenta, devemos
analisar que o atleta utiliza o gesto técnico no desenvolvimento do jogo e, naturalmente, em
observação a uma ação do adversário. A utilização perceptiva da técnica no calculo das reações
do adversário, nós chamamos de tática individual. (LERBACH, 2002)
Em geral é muito difícil diferenciar, onde termina a técnica e onde começa a tática, isto
corresponde em grande medida a inter-relação da técnica com a totalidade na tática individual.
20
FIGURA 1 – Técnica e tática individual (LERBACH, 1995).
4.2 - O ato tático
A resposta motora a uma determinada situação de jogo passa antes por um processo que
inclui a percepção da situação, a capacidade do atleta de analisar e interpretar a situação
percebida e, imediatamente, executar a resposta motora específica com o máximo de precisão. Ao
descrevermos esta situação estamos na realidade retratando a realização de um movimento
voluntário ao qual chamamos de “ato tático”.
Segundo Mahlo (1969), “o ato tático em jogo partilha com todas as ações esportivas o
fato de ser um ato consciente e orientado”. Ao seguirmos uma formação adequada, podemos
constituir vias para se atingir rendimentos cada vez mais elevados.
Mahlo define um modelo (FIG.1), que permite compreender as fases da ação tática. Trata
se de um processo que se inicia com a coleta das informações por parte do jogador, necessárias
para identificar a situação problema (percepção e análise da situação); em seguida, elaborar a
solução que ele pensa ser a mais adequada para resolver o problema (solução mental do
problema); imediatamente, executar eficazmente, do ponto de vista motor, essa solução (solução
motora do problema).
FIGURA 2 – Modelação das fases da ação tática. MAHLO (1969)
Seguindo a perspectiva apresentada por Mahlo, verifica-se que as três fases não estão
isoladas do “ato tático”. Quando um jogador resolve mentalmente uma situação, as relações
próximas que se desenrolam entre as três fases devem-se às percepções advindas da situaçãoexterior e da sua própria conduta motora, proporcionando toda a dinâmica da situação.
21
O desenvolvimento desse processo exige elevado potencial intelectual por parte do atleta,
pois representa a síntese das capacidades perceptivas, intelectuais e psicomotoras que tem
influência na realização da ação ou do ato tático. Para desenvolver todo esse processo é
necessário que o atleta adquira o que se chama de capacidade tática. Greco (1995), citando Thiess
e Schnabel (1986:61), observa que a capacidade tática é “pré-requisito do rendimento naquelas
atividades esportivas que oferecem ao atleta o espaço de tomada de decisão para escolher os
gestos motores, os meios e ações, caracterizados por um elevado potencial intelectual”.
5 - O MINI-VOLEIBOL
5.1 – Consideração inicial
A aprendizagem esportiva trata-se de adequar várias condições corporais básicas do aluno
às características de uma modalidade esportiva. O voleibol é modalidade esportiva coletiva que
desperta e contribui efetivamente para a conscientização de um espírito de equipe e convívio em
grupo.
Na aprendizagem do voleibol os conteúdos são empregados durante a prática do jogo,
entre eles o equilíbrio, o ritmo, coordenação, percepção espaço-tempo, dentro de uma
programação técnica, tática e física.
Nas fases inicias de aprendizagem do voleibol é utilizada uma metodologia moderna
denominada de mini-voleibol. O mini-voleibol utiliza-se de jogos adaptados que dão
oportunidades a todos os alunos participarem igualmente de todas as etapas de aprendizagem. A
isto chamamos de esporte participativo e não competitivo.
5.2 – Histórico
O mini-voleibol foi criado no início dos anos 60 como nova proposta de ensino do
voleibol para iniciante. MAHLO, ex RDA, apontava importantes deficiências no ensino
esportivo, tais como: insuficiência de motricidade esportiva, subestimação dos esforços
suportáveis por crianças; aparecimento de graves lacunas por ocasião da passagem para o ensino
esportivo; falta de unidade de ensino e insuficiência de formação de professores, por não serem
especialistas esportivo.
22
5.3 – Concepção do jogo
O Mini-voleibol é simplesmente um jogo coletivo - EDUCATIVO - que procura estimular
o interesse pela prática esportiva em geral, e do voleibol em particular, dirigido e adaptado às
capacidades reais dos seus praticantes.
5.4 – A idéia do Mini-voleibol
O voleibol tornou-se um dos esportes mais populares em todo o mundo. Para manter esse
crescimento é importante que um número cada vez maior de pessoas possam praticá-lo. Desta
forma, se pode garantir no futuro elevada quantidade de praticantes e, com isso, mobilizar o
interesse do público para este esporte.
Daí, a importância de se criar formas pedagógicas simplificadas, com o objetivo de
ensinar as técnicas (ou fundamentos) do esporte, visando o aprimoramento e domínio do jogo.
Além do ensino destas técnicas, se torna fundamental que seja desenvolvido nos jovens atletas o
gosto pelo jogo. Assim, ele jogará com mais prazer e maior performance. O voleibol é um jogo
simples, mas de difícil aprendizagem. Para que o jogo seja ensinado para crianças, se devem
utilizar métodos adaptados que facilitem o aprendizado delas. Desta forma, o Mini-voleibol
aparece como uma forma de jogo adaptada para essas necessidades e capacidades de crianças de
8 a 14 anos de idade.
Para alcançar o desenvolvimento técnico é preciso que as crianças aprendam os
movimentos técnicos e os pratiquem constantemente. Num jogo normal, ou seja, seis contra seis,
o número de vezes que cada criança toca na bola durante o jogo não é suficiente para um
desenvolvimento técnico rápido. O nível de conhecimento e de habilidades físicas desses jovens
não permite que eles tenham domínio do jogo 6X6. Desta forma, se eles jogam o voleibol como
ele se apresenta estruturado (6x6), as crianças não conseguirão jogar, pois eles não conseguem
dar continuidade ao jogo e, naturalmente, as jogadas terminarão rapidamente e os jogadores
acabarão desestimulados e aborrecidos com a pratica do vôlei.
O Mini-voleibol é a melhor maneira de introduzir o jogo e de aprender os fundamentos.
Nele, por ter menor número de participantes, o praticante toca a bola muitas vezes, e as distâncias
que ele terá de cobrir são menores, logicamente, mais adequadas ao seu grau de conhecimento.
Todas as crianças menores de quatorze anos poderão participar do jogo. Além de seu
valor pedagógico, o jogo dá oportunidade de desenvolver interesse pelo esporte e leva as crianças
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a descobrir e apreciar este tipo de jogo, o qual passará a acompanhar por toda a vida, seja como
jogador ou como espectador.
Ao praticar o Mini-voleibol na fase de iniciação, as crianças estarão aptas a participar,
depois de alguns anos, do voleibol 6x6. Elas irão adquirir bons fundamentos e dominarão
habilidades essenciais a este esporte: técnicas do jogo, táticas e estratégias, e desenvolverão
habilidades físicas diversas. Tudo isso, elas irão adquirir através do jogo.
A Federação Internacional de Volleyball produziu esquema de regras para o Mini voleibol,
baseadas em importantes investigações científicas e publicações de vários países. As regras do
Mini-voleibol são as mesmas do voleibol comum, adaptadas as necessidades e habilidades dos
jovens iniciantes. As regras são simplificadas para facilitar esta aprendizagem.
Segundo regras apresentadas por este estudo da FIVB, o Mini-voleibol deve ser praticado
por duas equipes de três jogadores cada uma, e dois substitutos. O jogo deve ser praticado numa
quadra de 4,5 m de largura e 12 m de comprimento. A altura da rede deve ser de 2,10 m para
ambas as categorias (Masculino e feminina). A bola deve ser menor e mais leve, adaptadas ao
tamanho das mãos das crianças.
O Mini-voleibol não é usado apenas para ensinar jovens principiantes; ele pode ser
praticado por pessoas adultas, acontecendo algumas modificações, tal como, a altura da rede.
5.5 – Definição de Mini-voleibol.
O Mini-voleibol consiste em um método simplificado e adaptado as capacidades e
necessidades das crianças de 8 a 14 anos, para aprendizagem do voleibol.
5.6 – Objetivos de se ensinar o Mini-voleibol
O objetivo deste método é familiarizar as crianças e fazer com que elas gostem do
voleibol, pois a dedicação ao esporte na infância, normalmente, se mantém pelo resto da vida;
aumentar o número de praticantes neste esporte; criar técnicas básicas e táticas de acordo com a
idade. Atletas jovens aprendem habilidades motoras e de jogo mais fácil e rapidamente do que
adultos; reconhecer o talento precoce para futuro aproveitamento nas equipes de alto nível; atrair
crianças para o voleibol.
24
5.7 – Metodologia para ensino do Mini-voleibol (Etapas).
1ª. Etapa (Base para o Mini-voleibol):
Nesta etapa, a criança deve familiarizar com a bola, a quadra e a rede. Devem ser
ensinadas as posturas básicas e movimentação na quadra. Os exercícios devem priorizar o
desenvolvimento de habilidades básicas tais como: segurar, arremessar e rolar diferentes tipos de
bolas (vôlei, basquete, futebol, plástico etc), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para
desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação.
2ª. Etapa (Preparação para o Mini-voleibol):
Nesta etapa introduzimos o que chamamos fundamentos básicos do voleibol. Esses
fundamentos são o toque e a manchete e, eles devem ser desenvolvidos em situações de ataque e
defesa, criando assim, situações que as crianças irão desenvolver tipos de movimentações
diversas. Também deve ser ensinado o saque por baixo, permitindo que os iniciantes possam
praticar um jogo de voleibol simples: Mini-voleibol 2x2.
A partir desta etapa começa a ser ensinado o princípio tático do jogo, com as crianças
vivenciando situações variadas de jogo, desenvolvendo a cooperação com o colega, observação
com o oponente e posicionamento em quadra. Também nesta etapa acontece o desenvolvimento
físico básico, alcançado pelos constantes e diferentestipos de movimentações que as crianças tem
de executar, tais como: movimentos rápidos em direção a bola, rolamentos, saltos de diferentes
formas etc.
3ª. Etapa (Introdução e aperfeiçoamento do Mini-voleibol):
Esta etapa pode ser dividida em duas fases:
Fase “A”:
Nesta fase serão introduzidos o saque tipo tênis e o ataque, objetivando este segundo, a
melhoria do sistema ofensivo. A manchete deverá ser desenvolvida com o objetivo de executar a
recepção dos saques que ficarão mais fortes e, também, para a execução da defesa, que se tornará
mais difícil com a introdução do ataque. Na preparação física teremos a introdução do mergulho
(ou peixinho) e dos saltos com corrida. Aqui também será introduzida a forma regulamentada do
Mini-voleibol (o Mini voleibol 3x3). Este tipo de jogo (3x3) é a prática mais frequente do Mini
voleibol, que utiliza regras apropriadas, sistemas básicos, e táticas de ataque e defesa
simples. Fase “B”:
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Nesta fase devemos introduzir o bloqueio e promover a melhora dos fundamentos e
habilidades técnicas e táticas. Também nesta fase, devemos promover o ensino de diferentes
variações de ataque, melhora do levantamento e das habilidades de defesa, tais como: a queda,
rolamento e mergulho. A preparação física deve ser continua e, tem como objetivo, desenvolver a
resistência. O trabalho tático tem como meta a formação da equipe através da aplicação de
sistemas básicos de ataque e defesa, que serão introduzidos com a transição do Mini-voleibol
4x4.
Nesta fase acontecerá a transição para o voleibol normal (6x6). Todos os elementos
básicos do voleibol estão disponíveis depois de aprendidas as três etapas iniciais do Mini voleibol.
O voleibol 6x6, agora, pode ser jogado.
5.8 – Técnicas (habilidades e fundamentos) utilizados no
Mini-voleibol. a) Habilidades: Segurar, arremessar e rolar, deslocamentos etc.
b) Fundamentos: Saque por baixo e tipo tênis; Recepção de toque ou manchete; Levantamento
de toque ou manchete; Ataque de toque, cortada forte ou fraca e largada; Bloqueio simples
ofensivo ou defensivo.
5.9 – Tática coletiva
No ensino do Mini-voleibol, os sistemas de jogo são introduzidos na sua 3ª. etapa (1ª.
Fase). A introdução desses sistemas implica na necessidade de haver definições táticas coletivas a
serem usadas nas diversas fases do jogo.
6 - TEORIA DOS GESTOS FUNDAMENTAIS
6.1 - Classificação geral
São variadas as classificações utilizadas pelos autores sobre os gestos fundamentais
básicos. Alguns retratam na forma bem geral, outros, especificam subdivisões ordenando como se
fossem ações básicas.
Baseado na análise das situações de jogo e ações individuais a FIVB fornece a seguinte
classificação geral: Os saques; As recepções; Os Levantamentos; Os ataques; Os Bloqueios; As
Defesas.
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Esses gestos básicos são realizados seguindo formas corporais e condutas de movimento,
que serão motivo deste estudo, são elas: As Posturas; E as Movimentações Na realidade os gestos
fundamentais fazem parte da cultura do voleibol. Esses gestos foram sendo construídos a partir da
criação do vôlei e, constituem hoje, os gestos necessários para que um jogador ou grupo de
jogadores possa jogar o voleibol.
Os gestos fundamentais ou fundamentos ajudam os praticantes a desenvolver atitudes
técnicas em busca de cumprir o objetivo do jogo, que é evitar que a bola caia na sua quadra e, ao
contrário, fazer com que ela caia na quadra da equipe adversária.
Para cumprir com o objetivo do jogo as equipes organizam situações de ataque e defesa.
A essas organizações nós chamamos de Princípios. Eles são dois no voleibol: Princípio de
ataque; Princípio de defesa
O Princípio de ataque nada mais é que a utilização dos fundamentos e estratégias de
ataque com o objetivo de fazer com que a bola caia na quadra do adversário. Já o Princípio de
defesa é a utilização dos fundamentos e estratégias defensivas com o objetivo de se evitar que a
bola toque o solo da quadra que se defende.
Os fundamentos que se caracterizam como Princípios de Ataque, são: Os Saques; Os
Levantamentos; As cortadas;
Os fundamentos que se caracterizam como Princípios de Defesa, são: As recepções; Os
bloqueios; As Defesas.
Em cada uma destas ações individuais se faz necessário uma prévia e adequada postura e
movimentação.
O jogador deve ser versátil e dominar todos os gestos fundamentais. A especialização só
em alguns fundamentos deve ser excluída, porque o adversário aproveitará de suas fraquezas
técnicas.
Na iniciação é importante ordenar a aprendizagem dos gestos básicos, de maneira que os
jogadores possam jogar o mais rápido possível, com o mínimo de erro. Isto dependerá, sem
dúvida, da aptidão do jogador e da metodologia empregada.
6.2 – Posturas básicas.
As posturas básicas, também denominadas de Posições Fundamentais, se diferem de
acordo com a posição das pernas e dos braços, em relação com a trajetória da bola. Tipos de
posturas:
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Alta- Prevendo uma possível utilização do bloqueio. É também utilizada antes dos saques e
cortadas.
Média- Emprega-se antes da recepção do saque, nos levantamentos e nos passes de toque e
manchete durante o jogo.
Baixa- Utiliza-se antes das defesas.
6.2.1 – Postura alta:
A postura alta é utilizada na maior parte das vezes no bloqueio. Daí a descrição dessa
postura na realização deste fundamento.
Postura alta no bloqueio: Pés afastados na distância aproximada da largura dos ombros;
pernas em mínima flexão para possibilitar partidas rápidas; braços à frente do corpo e levemente
acima da altura do peito, semiflexionados. Deve ser tomada para as ocasiões em que o jogador se
encontra mais próximo da rede, antes de efetuar o bloqueio.(FIG. 1)
FIGURA 1 – Postura Alta.
6.2.2 – Postura Média:
Pés afastados na distância correspondente à largura dos ombros, um ligeiramente à frente
do outro; pernas flexionadas levemente, quadris próximos à altura dos joelhos, braços
semiflexionados na altura da cintura e à frente do corpo; corpo descontraído e bem equilibrado.
(FIG. 2)
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FIGURA 2 – Postura Média
6.2.3 – Postura Baixa:
Pés mais separados que nas posturas anteriores, tronco inclinado para frente, braços
semiflexionados e a frente do corpo. As pernas tomam uma flexão mais profunda. É uma postura
sem muitas possibilidades para um deslocamento rápido.
FIGURA 3 – Postura Baixa
Existe semelhança entre os tipos de posturas média e baixa, mas o desconhecimento ou a
pouca capacidade em executá-las distintamente, implica em incorreções quando da utilização das
ações individuais. Devem ser aprendidas e treinadas em conjunto com as movimentações.
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6.3 - As Movimentações.
As movimentações no terreno de jogo são classificadas em função do trabalho dos pés.
Elas podem ser utilizadas como deslocamento do jogador, tanto para a bola, como para uma
posição na quadra. São reconhecidas as seguintes movimentações: Passo simples; Deslocamentos;
Passo cruzado; Salto; Corrida.
6.3.1 – Passo Simples:
É utilizado normalmente no andar. Ele é usado para as curtas distâncias; em todas as
direções (frente, atrás e lateral) quando a bola não está em jogo.
6.3.2 – Os deslocamentos:
Servem para as trocas de posições na quadra, sem mudar a postura do jogador, alta e
média. No voleibol aparece nas seguintes formas:
• em todas as direções (frente, atrás, lateral e oblíqua);
• na postura média e alta.
6.3.3 – Passo Cruzado
É usado para percorrer distâncias maiores. Podemos utilizá-lo em vários sentidos, mas,
em alguns deles, devido muitas vezes a pouca adaptação do jogador, ele se mostra de difícil
execução, necessitando a constante prática por parte do jogador.
6.3.4 - O Salto.
Pode ser executado sem um deslocamento prévio, ou com a utilização deste, para alcançar
bolas altas ou muito distantes.
6.3.5 - A Corrida:
Deve ser usada com passos pequenos e rápidos com a finalidade de cobrir distâncias
maiores.
Em todos os tipos de movimentação sempre se começa e se termina na postura básica. As
paradas bruscas ou não, devemser tomadas na forma mais equilibrada possível.
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As posturas e as movimentações devem ser ensinadas o mais cedo possível, a princípio
sem bola, depois, seguindo o processo evolutivo com bola.
Antes de entrarmos no estudo das técnicas fundamentais, vale salientar que as mesmas são
classificadas de acordo com os padrões do movimento físico do voleibol, como a seguir: 1. Golpe
(batida) da bola - (cortadas e saques).
2. Passe da bola - (passe por cima, levantamento).
3. Recepção da bola - (defesas recepções dos saques, bloqueio).
7 – Técnicas dos fundamentos básicos – O processo de aprendizagem Trata-se dos
gestos técnicos (motores) utilizados na prática do voleibol. Portanto, o fundamento na mais é que
a técnica aplicada no jogo.
No esporte se entende por técnica, geralmente, "um procedimento racional, ou seja, eficaz
e econômico para alcançar grandes rendimentos esportivos" (FIVB, 1979). Por isso a técnica é a
forma de realizar um movimento, seu gesto, no qual tem que considerar as regras especiais de
cada esporte. Como sabemos, as regras influem significativamente na técnica do voleibol.
7.1 – O TOQUE POR CIMA
7.1.1 – Características
O toque de bola por cima é o fundamento mais característico do jogo de voleibol. Ele é
responsável pelos passes por cima, os levantamentos, em alguns casos, antecedendo ao
levantamento, as recepções são executadas de toque. A aprendizagem correta deste fundamento
se torna fundamental para a prática do jogo, caso contrário, o jogador nunca será considerado
com boa técnica ou completo para este esporte.
Quando iniciamos o ensino das habilidades motoras do voleibol (fundamentos), devemos
ensiná-las da melhor maneira possível, ou seja, o desenvolvimento da prática do voleibol é que
determinará as aptidões para esta ou aquela função tática no futuro.
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7.1.2 – As fases do toque por cima
Entrada sob a bola - Esta é a fase inicial. Posição fundamental média, as pernas e braços
devem estar semiflexionados, com a bola acima da cabeça. As pernas além de semiflexionadas
devem estar com afastamento lateral da largura aproximadamente dos ombros e um pé
ligeiramente à frente do outro. O tronco deve estar ligeiramente inclinado para frente. Os braços
estarão semiflexionados, de modo a posicionar os cotovelos, um pouco acima da altura dos
ombros, lateralmente em relação ao tronco (FIG. 1).
Os dedos polegares e indicadores formarão a figura aproximadamente de um triangulo
(Figura 2).
FIGURAS 1 – Posição fundamental
b) Execução
FIGURAS 2 – Posição dos dedos
polegares e indicadores.
No instante do toque na bola, todo o corpo participa. O contato será realizado com a parte
interna dos dedos (Figura 3), com pequena flexão dos punhos. Os braços e as pernas deverão se
estender (Figura 4), para provocar a transferência do peso do corpo sobre a perna de trás para
frente.
FIGURA 3 e 4 – Posição das mãos no toque.
c) Término do movimento
O toque tem lugar mediante uma extensão para adiante e para cima das articulações de
pés, joelhos, quadris e cotovelos (as munhecas e os dedos devem manter-se elásticos); o impulso
principal procede das pernas e continua através do estiramento do corpo até transmiti-lo a bola.
(FIG. 5).
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FIGURA 5 – Movimento do corpo durante o toque.
7.1.3 Exercícios para aprendizagem
7.1.3.1 Exercícios preparatórios
Fortalecer a musculatura de braços, dedos, tronco e pernas mediante exercícios físicos
gerais; lançar a bola para o alto, correr e agarrar a bola agachando; lançar a bola para o alto
imitando o gesto do toque por cima; imitar o gesto do toque e (ou) o movimento do toque na
parada, depois de andar e depois de uma corrida rápida até a frente, de lado e para trás.
7.1.3.2 – Exercícios para aprender
Executar os movimentos de agachamento e extensão, com a bola acima da cabeça, tendo
um companheiro firmando a bola levemente a sua frente.
Tocar e correr para segurar a bola, em posição de toque, antes que ela caia no chão.
Mesmo exercício anterior, só que desta vez por cima da rede (ou outro obstáculo qualquer –
corda, elástico etc).
Deslocar tocando a bola em posição média de toque por cima.
Lançar por baixo a bola para o companheiro, que lhe devolve de toque.
O mesmo exercício anterior, lançando a bola sobre a rede. O companheiro vai devolvê-la
de toque para você.
Toque contra a parede.
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Toque para o companheiro e devolução (sem parar).
Quando os alunos já conseguirem dominar um pouco do fundamento, iniciar com o Mini
voleibol (Jogo 1x1 e 2x2).
7.2 – A MANCHETE
7.2.1 – Características
A manchete é o fundamento que utiliza os dois braços unidos para sua realização.
Normalmente, é utilizado para as recepções dos saques e para defesa de bolas cortadas. O
praticante no jogo executa o movimento de juntar os braços e numa ação de ataque a bola, toca-a
através de seu antebraço.
7.2.2 – As fases da Manchete
Entrada sob a bola:
As pernas devem estar como no toque, semiflexionadas, afastadas lateralmente em um
distanciamento semelhante à largura dos ombros e um pé ligeiramente à frente do outro. Os
braços estarão estendidos e unidos à frente do corpo (FIG. 6 e 7). Os dedos unidos de uma mão
devem estar sobrepostos aos da outra, de forma que os polegares estendidos possam se tocar
paralelamente. (FIG. 8).
Ataque à bola:
No movimento de ataque a bola, as pernas se estenderão, o peso do corpo é transferido
para a perna da frente e os braços permanecem sem movimento, com a musculatura enrijecida. O
impacto com a bola se dá no antebraço e isso será facilitado se os punhos estiverem bem
estendidos, em direção ao solo (FIG. 9, 10 e 11).
FIGURAS – 9, 10 e 11– Ataque à bola.
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Término do movimento
Os braços devem permanecer estendidos até o impacto da bola e as pernas estarão
estendidas (FIG. 12).
FIGURA 12 – Término do movimento
Observação: Aos poucos a manchete lateral deverá ser introduzida, de forma que o atleta
possa cobrir grandes áreas da quadra, utilizando-se da manchete (FIG. 13).
FIGURA 13 – Manchete lateral
7.2.3 – Exercícios para aprendizagem
7.2.3.1 – Exercícios preparatórios
Fortalecer a musculatura de braços, tronco e pernas mediante exercícios físicos gerais.
Lançamento da bola com as duas mãos e braços esticados, de forma semelhante ao toque da
manchete.
Lançar a bola contra a parede e pegá-la executando movimento semelhante ao da
manchete (primeiro parado, depois com deslocamento para frente, para o lado e para trás).
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Jogos de trocas (cambio) de lugares, com os jogadores pegando a bola imitando o gesto da
manchete.
7.2.3.2 – Exercícios para aprender
Em posição fundamental média, o companheiro pressiona a bola contra a superfície de
contato da manchete com os antebraços.
Colocar a bola sobre os braços largá-la no chão, deixá-la picar e, novamente tocá-la
executando o movimento de manchete.
Em posição fundamental média: o companheiro lança bolas imitando o movimento de
manchete, com ambas as mãos, de forma precisa até o outro companheiro. Ele deverá devolver de
manchete.
O companheiro lança a bola ligeiramente a frente do outro jogador, que a devolve
mediante a manchete depois de deslocar-se para frente.
O companheiro lança a bola ora a esquerda, ora a direita do jogador, que a devolverá
mediante a execução da manchete depois de deslocar-se para o lado.
Os jogadores executam a manchete um para o outro sem parar.
Os jogadores passam a bola um para o outro de manchete, sobre uma corda ou mesmo a
rede, sem parar.
Toques de manchete com troca de direção.
7.3 – SAQUE POR BAIXO
7.3.1 – Características
O jogo de voleibol inicia-se através do saque, dando-se um golpe na bola solta no ar, pelo
jogador que ocupa a posição 1, que estará atrás da linha de fundo, em qualquer lugar na zona de
saque.
7.3.2 – As fases do saque por baixo
a) Fase preparatória:
O jogador de frente para a rede, pés afastados na forma de passo, pernas ligeiramente
flexionadas, corpo equilibrado. O braço que segura a bola deve estar à frente do corpo e umpouco ao lado, na direção do movimento do braço batedor. A mão de impacto fica atrás do
quadril e tomando a forma de concha (Figura. 13).
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FIGURA 14 – Fase preparatória.
b) Fase da batida:
É realizada pelo movimento de pêndulo do braço batedor, que deve alcançar a bola por baixo
e pela parte dura da mão. (FIG. 15)
FIGURA 15 – Fase da batida.
c) Fase final:
É o término do movimento, o pé de trás segue à frente e o jogador deve entrar na quadra o mais
rápido possível (FIG.16).
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FIGURA 16 – Fase final – o jogador saca e entra na quadra.
Observações:
Para uma boa realização deste saque devemos observar:
▪ O pé de trás deve ser o mesmo, correspondente, do braço batedor; ▪ A bola deverá
ser arremessada, antes do impacto, não mais de 20 ou 30 cm; ▪ A batida acontecerá na
altura do quadril;
▪ O movimento deve ser contínuo, sem pausas entre as fases.
7.3.3 – Exercícios para aprendizagem
7.3.3.1 – Exercícios preparatórios
▪ Fortalecer a musculatura de braços, tronco e pernas mediante exercícios físicos gerais. ▪ Lançar
bolas de tênis de baixo para cima, imitando o movimento do saque por baixo. ▪ Jogos de lançamento
de bola com um braço, por cima de uma corda ou da rede. ▪ Imitar o gesto do saque sem bola.
7.3.3.2 – Exercícios para aprender
▪ Efetuar saques contra uma parede a diferentes distancias.
▪ Efetuar saques em direção a um companheiro a diferentes distâncias. ▪ Efetuar
saques por cima da rede utilizando distancias cada vez maiores.
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▪ Sacar até um objetivo no campo contrário.
8 - O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS FUNDAMENTOS
8.1 - SAQUE POR CIMA (TIPO TÊNIS)
8.1.1 Apresentação
O saque por cima, também conhecido como saque tipo tênis, recebe esse nome por
apresentar semelhança em seu movimento com o “smach” do tênis.
Esse tipo de saque é mais potente que o saque por baixo, devido a velocidade que o braço
pode atingir, tornando o impacto na bola mais potente
Esse tipo de saque se apresenta de duas formas diferentes: o saque com rotação e o saque
flutuante.
8.1.2 - O Saque com rotação
Possui este nome em função da rotação dada à bola, pela flexão do punho que é realizada
no instante do golpe.
Conhecido também, como saque por cima à frente. É utilizado tanto para realizar saques
dirigidos, como saques fortes, segundo a velocidade que o jogador imprima na bola.
8.1.3 – As fases do saque tipo tênis
a) Fase preparatória
O jogador em posição equilibrada, apoio antero-posterior, ombros paralelos à rede. Bola
segura em uma das mãos, ou em ambas, à frente do corpo. No momento em que o jogador lança a
bola, arma o braço batedor, cotovelo alto mão em concha atrás da cabeça, ombros oblíquos em
relação à rede, ligeira projeção do quadril à frente. (FIG. 1).
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FIGURA 1 – Fase preparatória
b) Fase da batida:
No momento do contato mão bola, acima da cabeça, há a transferência do peso do corpo
para o pé da frente. O braço batedor fica totalmente estendido e a mão faz contato com a bola,
desde atrás e abaixo (da bola), até acima e adiante, transmitindo assim o efeito na bola. (FIG. 2)
FIGURA 2 – Fase da batida
c) Fase final:
Depois da batida na bola, a perna livre, a de trás, avança, o que permite ao jogador estar
em movimento e tomar seu lugar na quadra, desde que o saque já tenha sido efetuado.
8.1.4 - Erros a evitar
▪ Arremessar a bola muito alta ou muito baixa, à frente, ou muito atrás da cabeça;
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▪ Não ajudar o arqueamento do tronco com o braço de equilíbrio, o movimento se toma muito rígido;
▪ Batida muito em cima, ou muito em baixo da bola;
▪ Afastamento exagerado dos pés, ou muito perto um do outro. Falta equilíbrio; ▪ Evitar
olhar a bola;
▪ Pressa na execução;
▪ Batida com braço flexionado;
▪ Relaxamento excessivo da mão de impacto;
▪ Batida na bola com a mão fechada;
▪ Força da batida - fraca ou muito forte.
▪
8.2 - O SAQUE FLUTUANTE
8.2.1 Apresentação
Recebe este nome porque a bola percorre sua trajetória sem rotação (parada), devido ao
tipo de batida que não flexiona o punho. Com este tipo de golpe, a bola executa uma trajetória
flutuante e irregular, sofrendo ação das camadas de ar que ela encontrar pela frente, o que causa
maior dificuldade em recepcionar esses tipos de saque.
Este saque encontra preferência entre os jogadores iniciantes, por causa do seu efeito
sobre o adversário e a facilidade na sua execução. É semelhante ao saque tênis, diferenciando em
pequenos detalhes.
8.2.2 – As fases do saque flutuante
a) Fase preparatória:
O arremesso deverá ser realizado com uma mão, apesar de no início do movimento a bola
ser segura com as duas mãos, uma sob e a outra sobre a bola. O corpo deve ficar mais de frente
para a rede e o arremesso da bola será um pouco ao lado do corpo e mais baixo (FIG. 3)
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FIGURA 3 – Fase preparatória
b) Fase da batida:
O braço batedor deverá estar estendido, descrever um movimento o mais rápido possível
para a bola, executando um movimento de baixo para cima, até a batida na bola. Na batida da
bola articulações de cotovelo e punho travam -se, evitando imprimir qualquer movimento de
rotação à bola. (FIG. 4)
FIGURA 4 – Fase da batida
c) Fase final
Diretamente depois da batida, o jogador freia o movimento do braço antes que este
termine.
8.2.3 – Exercícios para aprendizagem de ambos os tipos de saques
8.2.3.1 – Exercícios preparatórios
▪ Fortalecer a musculatura de braços, tronco e pernas mediante exercícios físicos gerais. ▪ Lançar
bolas de tênis fazendo o movimento de braço desde baixo até a armação do braço ao lado da cabeça.
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▪ Jogos de lançamento de bola com um braço, por cima de uma corda ou da rede. ▪ Imitar o
gesto sem a bola.
8.2.3.2 – Exercícios para aprender
▪ Efetuar saques contra uma parede
▪ Efetuar saques para o companheiro a diferentes distâncias.
▪ Efetuar saques sobre a rede e aumentar a distância a cada cinco saques. ▪ Sacar até
um objetivo na quadra.
8.2.4 – Procedimentos na iniciação
Quando estivermos no processo de iniciação do voleibol, devemos levar em
consideração: ▪ Ensinar primeiramente os saques por baixo e o tênis;
▪ A progressividade de execução, exigindo regularidade, precisão e potência. ▪ Aumento
gradativo da dificuldade;
▪ O correto arremesso da bola, responsável direto pelo êxito dos saques, regularidade; ▪ Tomar as
práticas de aprendizagem e treinamento atrativas através de jogos adaptados;
▪ O controle do número de repetições por atividade;
▪ Associar os objetivos técnicos e táticos.
9 - RECEPÇÃO
9.1 – Apresentação:
É a técnica utilizada para receber o saque do adversário, antecedendo a preparação para o
ataque, através de um passe para o levantador. Cada falta na recepção do saque ocasiona
diretamente a obtenção de um ponto pelo adversário. A qualidade da recepção influi na maneira
da construção do ataque. As equipes reconheceram o significado decisivo desse elemento no
jogo. A recepção se tornou um fundamento ao qual se dedica grande atenção dentro do
treinamento, visando segurança e precisão.
Na realização do segmento de gestos deste fundamento, devemos
considerar: ▪ Movimentação rápida e baixa para se posicionar atrás da bola;
▪ Total descontração dos movimentos;
▪ Elevação do centro de gravidade com ritmo e balanceio;
▪ A direção do corpo.
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Basicamente se distinguem as seguintes execuções:
▪ Recepção de manchete frontal – o corpo se posiciona por debaixo da bola; ▪ Recepção de
manchete lateral, o corpo se encontra à esquerda ou à direita da bola; ▪ Recepção de
manchete frontal ou lateral com queda;
▪ Com uma das mãos (com ou sem quedas)
▪ Recepção frontal de toque.
As execuções anteriormente citadas serão utilizadas de acordo com a posição do corpo do
jogador em relação à bola, altura e distância. A velocidade da bola é outro fator preponderante na
escolha de manchete ou do toque a ser empregado.
9.2 - Análise do movimento
Movimento antes do contato com a bola:
Desde sua posição inicial alerta e relaxada o jogador se concentra no sacador e depois na
trajetória da bola.
Posição inicial - posiçãodas pernas em forma de passo e separadas, pernas e braços
ligeiramente flexionados (diante do corpo), tronco levemente inclinado a frente, mãos flexionadas
para baixo, ou no prolongamento normal dos antebraços. Centro de gravidade e cintura baixa
(FIG. 1).
FIGURA 1 – Posição inicial.
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b) Movimento no momento do contato com a bola:
Extensão completa do corpo suave e continuada, ao fazer contato com a bola, utilizando a
parte interna dos antebraços (lados internos) e acima dos punhos. Ação dos ombros à frente
determinando a direção da bola (passe) (FIG. 2)
FIGURA 2 – Movimento no momento do contato com a bola.
Movimento depois do contato com a bola:
Estender o corpo em direção da bola (passe). É importante que os jogadores procurem
receber a bola antecipando-se a sua trajetória, analisando a que distância se encontra da ação
ofensiva, a velocidade e a altura da bola. Da precisão na recepção é que dependerá o êxito do
ataque.
9.2.1 – Exercícios de aprendizagem
9.2.2.1 – Exercícios preparatórios
▪ Fortalecer a musculatura de braços, tronco e pernas mediante exercícios físicos gerais. ▪
Lançamento da bola com as duas mãos e braços esticados, de forma semelhante ao toque da
manchete.
▪ Lançar a bola contra a parede e pegá-la executando movimento semelhante ao da manchete
(primeiro parado, depois com deslocamento para frente, para o lado e para trás). ▪ Jogos de trocas
(cambio) de lugares, com os jogadores pegando a bola imitando o gesto da manchete.
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9.2.2.2 – Exercícios para aprender
▪ Colocar a bola sobre os braços largá-la no chão, deixá-la picar e, novamente tocá-la executando o
movimento de manchete.
▪ Em posição fundamental média: o companheiro lança bolas imitando o movimento de manchete,
com ambas as mãos, de forma precisa até o outro companheiro. Ele deverá devolver de
manchete.
▪ O companheiro lança a bola ligeiramente à frente do outro jogador, que a devolve mediante a
manchete depois de deslocar-se para frente.
▪ O companheiro lança a bola ora a esquerda, ora a direita do jogador, que a devolverá mediante a
execução da manchete depois de deslocar-se para o lado.
▪ Os jogadores executam a manchete um para o outro sem parar. ▪ Os jogadores passam a bola um
para o outro de manchete, sobre uma corda ou mesmo a rede, sem parar.
▪ Toques de manchete com troca de direção.
▪ Recepcionar bolas sacadas da outra quadra.
9.3 - Defeitos mais comuns na recepção (uso da manchete)
▪ Tocar a bola com muita violência, aumentando sua força em vez de amortecê-la; ▪ Tocar a
bola pelas mãos ou punhos;
▪ Não flexionar os joelhos;
▪ Flexionar os cotovelos;
▪ Antebraços sem formar uma superfície plana;
▪ Movimento incompleto ou com pausas;
▪ Dar à bola uma trajetória muito baixa.
10- LEVANTAMENTO
10.1 – Apresentação
O levantamento se caracteriza como a construção do ataque, isto é, enquanto o passe, a
recepção, tem a finalidade de preparar a tarefa ofensiva, a levantada define qual o jogador que irá
finalizar a jogada, sua forma e em muitos casos, a qualidade da mesma (finalização). Portanto,
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pode-se concluir que o levantamento é a forma intermediária e decisiva na construção dos
ataques.
Na maioria das vezes os levantamentos são efetuados utilizando os toques (por cima), em
alguns casos, quando bolas são passadas baixas ou na recuperação de bolas má recepcionadas se
utiliza à manchete.
O toque de bola se constitui no fundamento de base do jogo. Tem muita importância no
treinamento dos iniciantes, como também, no aperfeiçoamento do gesto com jogadores já
formados.
Pontos a considerar na realização dos movimentos para o levantamento (FIG.
1): ▪ Posicionamento sob a bola;
▪ Direção do corpo;
▪ Tocar a bola, levemente à frente e acima da cabeça.
FIGURA 1 – Posicionamento sob a bola.
Estes fatores podem ser observados quando na análise dos movimentos. Ele tem validade
na maioria dos aspectos, para os vários tipos de levantada.
Os diversos tipos de levantamento podem ser executados em qualquer das posturas básicas: alta,
média ou baixa. Estes tipos são:
1. Para frente
2. para trás
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3. lateral
4. com rolamento
5. em suspensão - com 1 ou 2 mãos
Na aprendizagem e no aperfeiçoamento do toque, o técnico deve observar os
comportamentos abaixo enumerados, na realização do gesto pelo jogador:
1. Tocar a bola com a superfície interior dos dedos;
2. Parar a caída da bola com os dedos polegares e indicadores - para amortecer a velocidade da
bola;
3. Ao receber a bola com esses dedos, as munhecas (punhos), são dobradas para trás e os
cotovelos flexionados;
4. Empurrar a bola para cima com ação de todo o corpo (dedos, punhos, cotovelos, cintura,
joelhos e tornozelo).
10.2 - Análise dos movimentos nos vários tipos de levantamento
10.2.1 - Levantamento para frente (FIG. 2):
a) Movimento antes do contato com a bola
Preparado para iniciar um movimento rápido, o jogador acompanha a trajetória da bola. O
deslizamento (antes) até a posição do levantamento, assim como também o giro necessário na
direção do levantamento, deve haver terminado antes de começar a extensão do corpo. Posição
inicial:
Pernas em posição de passo e separadas, pernas e braços ligeiramente flexionados (à
frente do corpo), troncos levemente inclinados para adiante. Os cotovelos para baixo e para fora,
projetando os antebraços para frente e para cima, mãos ligeiramente flexionadas para dentro. Os
braços e pernas se estendem, simultaneamente, dirigindo o corpo de maneira contínua em direção
a trajetória da bola.
b) Movimento no momento do contato com a bola
Extensão completa do corpo suave e continuada. Mãos em forma de concha e
ligeiramente separadas cobrem toda parte inferior da bola; elas devem se encontrar na mesma
altura em relação à bola; dedos normalmente abertos e ligeiramente flexionados, maior distância
entre os dedos indicadores e polegares; contato na bola pelas primeiras falanges com ampla e
elástica amortização da bola, sem, contudo, retê-la em seu movimento regressivo. Os braços e as
pernas ainda apresentam um certo grau de flexão na transmissão dirigida do movimento.
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c) Movimento depois do contato com a bola:
Estender o corpo em direção da bola, rapidamente preparar-se para a próxima
ação.
FIGURA 2 – Levantamento para frente
10.2.2 - Levantamento para trás
O posicionamento sob a bola é a mesma que no levantamento à frente. No momento do
levantamento o jogador empurra ligeiramente o quadril para frente e leva a cabeça suavemente
para trás. Um movimento dos braços dirigidos acentuadamente para trás, define a trajetória da
bola. Nos levantamentos de nível técnico acentuado, observamos que os movimentos de braços e
mãos (munhecas) se retardam até o momento final do levantamento, criando confusão no
adversário sobre o tipo de levantamento que será executado.
O levantamento para trás exige uma sensação de movimento acentuada, já que o jogador
não pode fixar o objetivo no momento de tocar. (FIG. 3)
FIGURA 3 – Levantamento para trás.
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10.2.3 - Levantamento lateral (FIG. 4).
O jogador se encontra lateral à direção do toque, isto dificulta a precisão do levantamento.
Os braços e os cotovelos suportam a carga principal do levantamento.
FIGURA 4 – Levantamento lateral.
10.2.4 - Levantamento com rolamento
O deslocamento oportuno e rápido até a bola, assim como o trabalho das mãos e dedos, é
igual que no levantamento para frente. Para converter o toque baixo da bola em um toque alto
para o atacante, se necessita uma extensão forte e completa do jogador que se encontra debaixo
da bola. A caída, como movimento conseqüente dessa extensão, se procede, na maioria das vezes,
muito depois de terminado o toque.
Geralmente se rola sobre os glúteos e as costas. Os braços permanecem numa completa
extensão final, em direção ao toque, quase até o final do movimento.
10.2.5 - Levantamento em suspensão (com 1 ou 2 mãos) (FIG.5).
É um levantamento bastante difícil, pois não participam as pernas, se apóia
principalmente no trabalho ativo

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