Cenários para Investigação Humanidades e Matemática em Contexto (66)

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Diferentemente do que ocorre em um regime de partido único, em uma oligarquia com competição, as 
instituições garantem a livre competição política da oposição, mas não a dos cidadãos. Isso significa que 
as elites políticas disputam entre si as eleições, nas quais, porém, apenas alguns poucos cidadãos podem 
exercer o direito de voto.
Em uma democracia, por sua vez, as instituições políticas não garantem apenas o direito de livre com-
petição à oposição nas eleições como também o direito de participação aos cidadãos (de todos ou de 
quase todos eles, dependendo da Constituição de cada país).
A China contemporânea é um exemplo de regime de 
partido único, em que apenas os representantes do 
Partido Comunista Chinês participam das eleições. 
Desfile em comemoração ao 70º aniversário da fundação 
da República Popular da China, em Beijing (China), 2019. 
No canto esquerdo da imagem, carro alegórico exibe um 
retrato do presidente Xi Jinping.
Jovens participam da Semana do Jovem Eleitor, 
promovida pelo TSE, em São José do Belmonte (PE), 
2018. Essa campanha tem como objetivo estimular os 
jovens a solicitar o seu título de eleitor e a votar de modo 
consciente.
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O direito ao voto na Constituição de 1988
A Constituição de 1988 garantiu o direito ao voto universal, 
direto, secreto e obrigatório à população brasileira. Por “direto”, 
entende-se que o voto é uma manifestação direta dos cidadãos, 
sem intermediação; “secreto” significa que o voto pode ser exer-
cido com a garantia de sigilo nas votações; “universal” refere-se 
ao fato de que todo cidadão adulto pode votar, nenhum pode 
ser excluído do processo. 
O voto no Brasil é obrigatório para todo cidadão entre 18 e 
70 anos de idade. A parcela da população entre 16 e 17 anos e a 
parcela com mais de 70 anos estão dispensadas dessa obriga-
toriedade. Os eleitores são obrigados a comparecer ao local de 
votação, podendo optar por não conceder seu voto a nenhum 
candidato ou partido. 
A obrigatoriedade do voto é um dilema para os países de-
mocráticos; afinal, deve-se deixar a cargo dos cidadãos escolher 
participar das eleições ou não? 
 Com os colegas da turma, reflita sobre o texto e faça o que se 
pede. 
a) Pesquisem argumentos a favor e contra o voto obrigatório 
e os comparem com argumentos a favor e contra o voto 
facultativo.
b) Agora, discutam: A obrigatoriedade do voto deveria ser mantida? Você comparece-
ria às urnas se pudesse escolher não votar?
IDEIAS
+REPERTÓRIO+REPERTÓRIO
1984
George Orwell. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2009.
Apresenta a história de 
Winston, um personagem 
que vive em uma sociedade 
completamente dominada e 
sob a vigilância de um Estado 
totalitário: um regime que não 
tolera nenhum tipo de diferença 
política. A obra é uma ficção 
sobre os excessos que regimes 
não democráticos podem 
cometer contra seus cidadãos.
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NÃO ESCREVA 
NESTE LIVRO
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A Primeira República (1889-1930) foi o período da história do Brasil iniciado com o fim do regime 
monárquico e a Proclamação da República. Nesse período, os governantes eram eleitos pelo voto; no 
entanto, uma grande parcela da população era excluída desse processo: estima-se que apenas cerca de 
2% a 5% da população chegou a ser apta a votar nas eleições, segundo os historiadores mineiros Hebe 
Mattos e José Murilo de Carvalho. Além disso, como o voto não era secreto, os eleitores eram frequente-
mente coagidos a votar nos candidatos apoiados pelas elites locais – era o chamado voto de cabresto.
Os chefes dessas elites locais eram chamados de coronéis e disputavam a hegemonia política entre si. 
Nesse contexto, o voto e as eleições eram comumente fraudados e a oposição política era perseguida.
ATIVIDADES
NÃO ESCREVA 
NESTE LIVRO
 Cabresto:  
arreio de 
corda ou 
couro 
utilizado 
para 
prender ou 
controlar a 
marcha de 
animais.
Observe com atenção a charge a 
seguir. Interprete-a justificando de 
que modo ela evidencia a dinâmica 
das eleições na Primeira República.
Leia o trecho abaixo, do jurista mi-
neiro Victor Nunes Leal, que abor-
da aspectos da competição política 
local durante a Primeira República.
A outra face do �lhotismo é o 
mandonismo, que se manifesta na 
perseguição aos adversários: “para 
os amigos pão, para os inimigos 
pau”. As relações do chefe local 
com seu adversário raramente são 
cordiais. O normal é a hostilidade. 
Além disso, como é óbvio, sistemá-
tica recusa de favores, que os ad-
versários, em regra geral, se senti-
riam humilhados de pedir.
[...]
Nos períodos que precedem às eleições é que o ambiente de opressão 
atinge o ponto agudo. [...].
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, 
enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega, 1986. p. 39-40.
a) Com base na interpretação do texto, converse com os colegas sobre 
qual seria o significado do termo mandonismo.
b) Interprete o significado da expressão para os amigos pão, para os ini-
migos pau relacionando-o ao contexto histórico apresentado.
c) Agora reflita: Você considera correto que, em uma democracia, as pes-
soas aliadas aos que detêm o poder sejam beneficiadas em detrimen-
to dos adversários por meio do uso da força? Por quê?
Com o fim da Primeira República, no início da década de 1930, a competi-
ção política marcada por esses aspectos ligados ao coronelismo não dei-
xou de existir, mas, de lá para cá, passou a apresentar outras características. 
Que tal pesquisar um pouco mais a dinâmica política e eleitoral em dois 
períodos políticos brasileiros, a Primeira República e o Brasil atual, desde 
a redemocratização de 1988? Apesar de serem momentos com realidades 
econômicas e sociais distintas, você poderá identificar e comparar carac-
terísticas desses diferentes períodos democráticos no país. Organizem-se 
em duplas para essa atividade e façam o que é pedido em cada item. A 
professora ou o professor orientará o percurso das pesquisas.
a) Pesquisem competição política.
b) Pesquisem violência nas eleições.
c) Pesquisem iniciativas populares democráticas.
1.
2.
3.
As próximas eleições... “de cabresto”, charge de 
Alfredo Storni publicada na revista Careta, 1927. 
Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (RJ).
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