A teoria das Inteligências Múltiplas, elaborada por Howard Gardner, nos auxilia a compreender o uso de diferentes materiais didáticos em uma abordagem de ensino-aprendizagem porque:
Para Gardner (1982), o desenvolvimento cognitivo é uma capacidade cada vez maior de entender e expressar o significado em vários sistemas simbólicos, utilizados num contexto cultural. Para esse autor, cada área do conhecimento tem seu sistema simbólico próprio, sendo que cada sociedade desenvolve competências, valorizadas culturalmente para sua realidade. Nesse sentido, as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal, mas sim, verticalmente: por isso, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, existem formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área do conhecimento (GAMA, 1999).
Portanto, as crianças têm mentes muito diferentes umas das outras, elas possuem forças e fraquezas diferentes, e é um erro pensar que existe uma única inteligência em torno da qual todas as crianças podem ser comparadas. Para Gardner, nossa inteligência é complexa demais para que os testes comuns sejam capazes de medi-la. Essa concepção fica ainda mais clara, quando o autor considera sete grandes eixos de inteligência (lógico-matemática, linguística, espacial, físico-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e musical) e pressupõe que, dela, deriva várias manifestações de inteligências que são diferentes no âmbito pessoal e cultural.
Gardner faz referência a outras duas inteligências, a saber, a naturalista e a existencial: a primeira seria a capacidade humana de reconhecer objetos na natureza e a sua relação com a vida humana; a segunda está ligada ao entendimento para além do corpo, o transcendente, o entendimento sobre a vida, a morte e o universo.
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