A prospecção e pesquisa mineral tem como um dos objetivos a redução de áreas a serem investigadas em detalhes, selecionando áreas de maior probabi...

A prospecção e pesquisa mineral têm como um dos objetivos a redução de áreas a serem investigadas em detalhes, selecionando áreas de maior probabilidade da ocorrência do mineral de interesse e maximizando a eficiência dos gastos financeiros. Isso é feito por meio do entendimento da gênese da ocorrência pesquisada e da procura de padrões ou comportamentos esperados.

Ø Critérios a serem considerados:

Contexto Geológico: Primeiramente, entender a geologia regional é crucial. Identificar se a área possui rochas-mãe de diamantes, como kimberlitos ou lamproitos, é importante, pois os diamantes secundários geralmente se originam deles. Se a área não estiver associada a essas rochas-mãe, pode ser descartada.

Morfologia: O fato de você observar um horizonte de material inconsolidado com sedimentos como seixos e areia que indicam paleocanais fluviais é um bom sinal. Diamantes secundários frequentemente são transportados por rios e se acumulam em sedimentos aluviais. Essas áreas devem ser investigadas em detalhes.

Histórico de Diamantes: Investigar o histórico de descobertas de diamantes na região é importante. Áreas onde diamantes foram encontrados no passado são promissoras e devem ser investigadas em detalhes.

 Mineralogia das Amostras: Coletar e analisar amostras de sedimentos em busca de indicadores minerais associados a diamantes, como granadas ricas em cálcio, cromita e ilmenita. Esses indicadores podem fornecer pistas sobre a presença de diamantes.

Critérios a serem descartados:

Áreas com Geologia Inadequada: Se não houver evidências geológicas de rochas-mãe de diamantes na área, ela pode ser descartada, já que diamantes secundários provavelmente não estão presentes.

 Critérios a serem investigados em detalhes:

Áreas com Sedimentos Aluviais: As áreas com paleocanais fluviais e depósitos de sedimentos aluviais devem ser investigadas com mais detalhes, incluindo sondagem sistemática. Diamantes secundários frequentemente se acumulam nesses depósitos.

Histórico de Descobertas: Áreas onde diamantes foram encontrados no passado devem ser investigadas com mais profundidade para determinar a extensão e a qualidade dos depósitos.

A prospecção mineral é um processo complexo que requer experiência em geologia, análises laboratoriais e planejamento estratégico. Trabalhar com geólogos e especialistas em mineração é essencial para uma avaliação precisa e eficaz das áreas de prospecção.

Os diamantes estão associados a paleocanais de locais onde os sedimentos carreados pelos rios eram depositados. Entre esses sedimentos, provavelmente estarão diamantes e outros materiais provenientes de suas rochas mães (kimberlitos e lamproitos).

Sabe-se que a presença de diamantes em pláceres aluvionares está relacionada a depósitos clásticos grosseiros. Minerais economicamente interessantes desses depósitos são sempre mais resistentes que o quartzo e o feldspato, como é o caso do diamante. Essas características fazem com que se acumulem na base das cascalheiras, junto a outros minerais densos, como a ilmenita e a magnetita.

A presença de diamantes entre seixos e areia grossa é um critério indicativo de que se trata de um plácer aluvionar.

Tais depósitos se formam quando o transporte pela água de minerais e fragmentos de rochas é interrompido. A água tem grande capacidade erosiva e transportadora. A formação de um depósito aluvionar depende da existência de uma área fonte, nesse caso, kimberlitos com diamantes, da qual o diamante é liberado por intemperismo e deslocado por erosão, sendo, então, carreado pela água até a diminuição de energia do agente transportador, causada pela existência de meandros.

A geomorfologia indicada confirma a hipótese de pláceres aluvionares.

Nesses locais os minerais se depositam, formando depósitos. Por serem mais densos, geralmente os diamantes se concentram nas cascalheiras, junto a grãos de minerais, conforme a Lei de Stokes. Expostas fora d’água, essas cascalheiras são percoladas por águas meteóricas que carreiam para baixo os grãos mais densos e de diâmetros menores, concentrando-os na base, junto a outros minerais densos, como a ilmenita, a magnetita e óxidos de ferro e manganês.

A presença desses óxidos de Fe e Ti dá cores cinza-escuras às cascalheiras nos locais em que estão mineralizadas, o que é usado como guia para indicar os locais com possibilidade de maior concentração.

Deve-se considerar, então, que o local com maior probabilidade de ocorrerem diamantes são os depósitos de pláceres, identificáveis por sua sequência sedimentar característica, com sedimentos grosseiros na base, gradando para sedimentos de granulometria mais fina no topo, sendo os diamantes encontrados na base das cascalheiras, associados a minerais como ilmenita, magnetita, óxidos de ferro e manganês. Tais óxidos dão uma cor cinza-escura às cascalheiras, sendo esse critério importante para definir os locais de sondagem. Horizontes de sedimentos de granulometria fina, ou não associados a pláceres aluvionares, podem, em um primeiro momento, ser descartados como não prováveis de apresentarem depósitos de diamantes.