Homem de 27 anos, refere dor no ombro direito durante a abdução de 45 graus. Testes clínicos para diagnosticar tendinite de ombro deram positivos, ...

A eletroestimulação transcutânea (TENS) é uma técnica utilizada na fisioterapia para aliviar a dor. Ela funciona através da estimulação elétrica de baixa intensidade aplicada na pele, que ativa as fibras nervosas periféricas. Essa estimulação tem o objetivo de modular a transmissão do estímulo doloroso ao longo das vias nervosas. Existem diferentes tipos de fibras nervosas envolvidas na transmissão da dor. As fibras A-delta são responsáveis pela transmissão rápida e aguda da dor, enquanto as fibras C são responsáveis pela transmissão lenta e crônica da dor. O TENS atua estimulando as fibras A-beta, que são fibras de maior diâmetro e têm a capacidade de inibir a transmissão do estímulo doloroso. A localização dos neurônios também é importante para entender como o TENS atua no alívio da dor. Existem neurônios na medula espinhal que recebem os estímulos dolorosos e os transmitem para o cérebro. O TENS estimula a atividade desses neurônios, o que pode levar à liberação de substâncias analgésicas naturais, como as endorfinas, que ajudam a reduzir a sensação de dor. Além disso, o TENS também atua por meio de mecanismos de inibição lateral e interneurônios inibitórios. A inibição lateral ocorre quando os estímulos elétricos do TENS ativam neurônios que inibem a transmissão do estímulo doloroso. Já os interneurônios inibitórios são responsáveis por modular a atividade dos neurônios envolvidos na transmissão da dor, reduzindo a sensação dolorosa. A teoria da comporta também está relacionada ao mecanismo de ação do TENS. Segundo essa teoria, a estimulação das fibras A-beta pelo TENS ativa os interneurônios inibitórios, que "fecham a comporta" para a transmissão do estímulo doloroso. Isso significa que a estimulação elétrica do TENS pode bloquear ou diminuir a transmissão do estímulo doloroso ao longo das vias nervosas, resultando em analgesia. Portanto, o TENS atua na modulação periférica da dor através da estimulação das fibras A-beta, ativação de neurônios inibitórios, inibição lateral, liberação de substâncias analgésicas e fechamento da comporta para a transmissão do estímulo doloroso. Esses mecanismos contribuem para o alívio da dor no paciente com tendinite de ombro.