Essa pergunta também está no material:
Respostas
A partir da década de 80, a alfabetização no Brasil passou por uma mudança de paradigmas, inspirada nos estudos de Piaget sobre psicologia e epistemologia genética, e nas pesquisas de Ferreiro e Teberosky sobre alfabetização. Essa mudança teve como foco central a compreensão de como as crianças pensam e organizam seus conceitos sobre a escrita. Antigamente, acreditava-se que era fundamental ter um "ambiente alfabetizador" efetivo para a aprendizagem da leitura e escrita. Isso incluía ter paredes de salas de aula repletas de cartazes com textos e palavras escritas. No entanto, essa exposição só faz sentido se puder informar sobre a escrita e seus usos sociais efetivos, como o interesse pela leitura. É importante que as crianças tenham contato com diferentes formas de informações escritas fora da escola e também dentro da sala de aula. Um ambiente alfabetizador contribui para a instauração de novas práticas de alfabetização na escola. Em cada classe de alfabetização, é recomendado ter um "canto ou área de leitura" com livros bem editados e ilustrados, além de qualquer material que contenha escrita. Isso estimula a pré-leitura e pré-escrita, permitindo que as crianças tenham contato com o material escrito e percebam as coisas com as quais convivem no mundo, facilitando o processo de alfabetização. No entanto, apenas dispor desses materiais em um canto da sala não é suficiente para transformá-la em um ambiente alfabetizador. É necessário que o professor promova atividades que incentivem a leitura e escrita, respeitando o contexto social em que a criança vive e valorizando o conhecimento que elas trazem para a escola. A prática alfabetizadora comprometida envolve organizar o ensino de forma a criar condições para que as crianças se apropriem da linguagem escrita como um instrumento de compreensão e intervenção na realidade. Isso implica oferecer experiências relevantes e significativas para a vida da criança, tornando a leitura e escrita uma necessidade para ela. Não se trata de propor um novo método de alfabetização ou seguir uma metodologia específica, mas enfatizar a importância da reflexão coletiva e do constante aprimoramento como condições básicas para fortalecer uma prática alfabetizadora comprometida com as crianças de todas as classes sociais.
Responda
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta