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09 Nocoes de Direito Processual Civil

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Defensoria Pública da União (DPU) 
Cargo 1: Analista Técnico-Administrativo 
 
 
1 Princípios de Direito Processual Civil ................................................................................................ 1 
2 Processo de conhecimento: Jurisdição e ação ................................................................................. 8 
3 Defensoria Pública no processo civil ............................................................................................... 34 
4 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) ................................................................................ 38 
5 Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/1985) ........................................................................................... 48 
6 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/1980) .............................................................................................. 54 
7 Juizados Especiais Cíveis (Lei nº 9.099/1995) ............................................................................... 66 
8 Juizados Especiais Federais (Lei nº 10.259/2001) ......................................................................... 79 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 1 
 
 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello “Princípio é, por definição, mandamento nuclear de 
um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que irradia sobre diferentes normas 
compondo lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente 
por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido 
harmônico”1. 
Os princípios são a coluna vertebral do Direito, tudo inicia-se deles e tudo neles se encerra. Os 
princípios processuais são a estrutura básica de todo o processo. 
Assim, no plano da teoria geral do processo podemos classificar os princípios como sendo os princípios 
processuais gerais ou princípios fundamentais que se divide em constitucional e infraconstitucional e nos 
princípios informativos. 
 
Princípios Processuais Gerais ou Princípios Fundamentais2 
 
Os princípios constitucionais são aqueles que podemos localizar na Constituição enquanto que os 
princípios processuais infraconstitucionais podem ser localizados nas normas infraconstitucionais. 
Cumpre ressaltar que os princípios ora apresentados não devem ser vistos como os únicos já que a 
evolução do ser humano e a evolução do direito nos permite que essa apresentação, com o passar dos 
tempos, sofra modificações. 
 
Princípios Constitucionais Processuais 
 
Baseada na democracia, a Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, utiliza 
diversos instrumentos que visam proteger a liberdade e o direito de todos. Dentre esses instrumentos 
podemos ressaltar aqueles que visam tutelar os direitos fundamentais do homem tratam-se de 
instrumentos processuais. 
 
1. Princípio do Devido Processo Legal 
O Princípio do Devido Processo Legal, uma vez inserido em nosso texto constitucional condiciona a 
atuação dos três Poderes, seja em matéria criminal e civil quanto no âmbito administrativo. 
Tal Princípio estaria inserido em um contexto mais amplo, qual seja: das garantias constitucionais do 
processo, apresentando dois sentidos, significando “o conjunto de garantias de ordem constitucional, que 
de um lado asseguram às partes o exercício de suas faculdades poderes de natureza processual e, de 
outro, legitimam a própria função jurisdicional”. 
No sentido formal, o princípio do devido processo legal, versa acerca da efetiva possibilidade da parte 
ter acesso à justiça, em sentido material ou substantivo que visam garantir o direito material em si. 
 
2. Princípio da Igualdade 
O Princípio da Igualdade encontra-se inserido na nossa Constituição Federal no Artigo 5º, e é 
considerado pelos doutrinadores como um dos princípios fundamentais da democracia. 
Trazendo esse princípio para o âmbito do Direito Processual entendemos que o juiz deverá dar o 
mesmo tratamento para os litigantes, conforme prevê o art. 125, I do Código de Processo Civil, que 
dispõe: 
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 
Importante esclarecer que essa igualdade de tratamento não se refere somente à igualdade formal, 
mas principalmente à igualdade material. 
Enalteça-se porém que apesar de algumas normas jurídicas que podem parecer estarem afrontando 
o princípio, na realidade estariam utilizando a ideia de igualdade material, tais como algumas 
prerrogativas encontradas no Direito Processual Civil. A exemplo do tema, podemos citar o artigo 188 do 
Código de Processo Civil, o qual determina: 
 
1
 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1991, p. 230. 
2
 Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10180&revista_caderno=21, Acesso em: 
18/06/2015. 
1 Princípios de Direito Processual Civil 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 2 
 “Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a 
parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.” 
 
Ilustre-se que essa diferenciação existe em razão da dificuldade que tais partes específicas encontram 
para apresentar suas contestações e os seus recursos, sendo assim, busca-se estabelecer o equilíbrio e 
a igualdade determinando um prazo maior do que o normal. 
 
3. Princípio do Contraditório e o Princípio da Ampla Defesa 
O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, na realidade, trata-se de uma das facetas do Princípio 
do Devido Processo Legal que também se encontram consolidados em nossa Carta Magna em seu artigo 
5º: 
 
“LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados 
o contraditório e a ampla defesa, com os meios e os recursos a eles inerentes;” 
 
É importante destacar que apesar desses princípios, encontrarem-se juntos, no mesmo inciso 
constitucional, existe uma grande distinção entre eles. 
Podemos fundamentar o Princípio do Contraditório na expressão audiatur et altera pars (ouça-se a 
parte contrária), expressão a qual visa garantir a ciência bilateral de todos os atos e termos processuais 
e que tem como objetivo garantir a efetivação do binômio informação e reação. 
O Juiz coloca-se entre as partes de forma equidistantes, em razão de sua imparcialidade. Assim, a 
ambas as partes serão ouvidas e apresentarão suas teses, e somente deste modo o magistrado poderá 
fazer sua síntese, decidir. 
Assim, o direito ao contraditório é a oportunidade que os sujeitos de direito tem de se manifestarem 
acerca do fato e/ou do direito que está sendo questionado, em igualdade de condições, seja no âmbito 
judicial ou no âmbito administrativo, em um determinado momento com o objetivo de assegurar-lhes o 
trinômio vida-liberdade-propriedade.O Princípio do Contraditório não admite nenhuma exceção. 
 
Por sua vez o Princípio da Ampla Defesa tem como fundamento o direito de alegar fatos relevantes 
juridicamente e a possibilidade de comprová-los por quaisquer meios de prova em direito permitido. 
Podemos assim concluir que, para que a parte possa usufruir desses dois princípios em tela é 
necessário que se tenha ciência dos atos praticados pela outra parte e ainda pelo juiz da causa. 
 
4 Princípio da Publicidade dos Atos Processuais 
A nossa Carta Magna traz ainda uma garantia processual que é a publicidade dos atos processuais 
inserida no artigo 5º, LX e art. 93, IX, conforme podemos observar: 
“LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) 
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes;” 
 
Esse princípio apresenta duas nuances: a primeira e dar conhecimento dos atos processuais aos 
litigantes. O segundo aspecto refere-se a dar o conhecimento à sociedade da atuação do Judiciário e 
aqueles que, por ventura, tenham interesse na causa em litígio possam se manifestar. 
O nosso ordenamento jurídico adota o princípio da publicidade dos atos processual restrita, tendo em 
vista que, apesar da possibilidade de acesso público ao processo, existem alguns casos em que o 
interesse público, exige que sejam resguardadas as partes e os atos processuais naquele processo 
específico. 
 
Senão vejamos: 
“Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos: 
I - em que o exigir o interesse público; 
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, 
alimentos e guarda de menores. 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 3 
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes 
e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do 
dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.” 
 
O princípio da publicidade é uma forma de controle externo do Poder Judiciário de tal sorte que toda a 
sociedade pode participar. Anteriormente, a dificuldade ao acesso aos processos era grande, ficando 
restrito aos advogados. Porém, com a informatização dos Tribunais, as informações passaram a ser 
acessadas da casa de qualquer indivíduo da sociedade de tal sorte que a informatização veio auxiliar na 
divulgação dos atos processuais e num controle externo mais eficaz. 
 
5. Princípio da Inafastabilidade do Judiciário ou do Direito de Ação 
Conforme o art. 5º, XXXV, temos que: 
“XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;” 
 
Por esse comando constitucional não temos como impedir que o jurisdicionado vá ao juízo pleitear o 
que entende como sendo o que lhe é devido. A análise detalhada desse inciso, com base no Princípio da 
Inafastabilidade do Judiciário, percebemos a existência de duas hipóteses em que são se pode afastar o 
Judiciário do pleito dos litigantes. Em primeiro lugar, não se pode criar normas jurídicas que visam 
dificultar ou impedir o acesso dos litigantes; e em segundo lugar, não se pode impedir que o próprio 
litigante venha a deixar de ingressar em juízo pleiteando o que entende por certo. 
 
Deste modo, em decorrência do princípio aqui tratado, o juiz não poderá deixar de julgar nenhum 
processo alegando obscuridade ou lacuna na norma jurídica. Assim, dita o artigo 126 do Código 
Processual Civil: 
 
“Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No 
julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos 
costumes e aos princípios gerais de direito. 
 
6 Princípio da Inadmissão da Prova Ilícita ou Princípio da Proibição da Prova Ilícita 
O art. 5º, LVI da Constituição Federal, determina que: 
 “LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;” 
 
A matéria do princípio aqui tratado é bastante controvertida, todavia, adotados a Teoria dos Frutos da 
Árvore Envenenada inspirada na teoria norte-americana “fruits of the poisonous tree" que determina que 
a prova obtida mediante violação de norma jurídica irá contaminar todas as demais provas obtidas a partir 
daquela. Essas provas chamamos de provas consideradas ilícitas por derivação. A teoria contraria o 
pensamento de que os fins justificam os meios, aqui o que se entende é que não podemos utilizar uma 
prova obtida de forma ilícita, senão estaríamos sendo coniventes com a forma de aquisição dessa prova, 
contrariando assim os direitos individuais e às vezes, até resguardados constitucionalmente. Frise-se que 
as provas ilícitas não são aceitas, tanto as originárias, quanto as derivadas, pois caso essas provas 
fossem aceitas, estaríamos promovendo e incentivando condutas ilícitas o que na faz sentido. 
 
7 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição ou Princípio da Recorribilidade 
Apesar do Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, não vir de forma expressa na Constituição a sua 
previsão encontra-se de forma implícita através de diversos artigos, dentre eles: 
 
“Art. 5º. (...) 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados 
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” 
 
Com o advento da Súmula Vinculante autorizada constitucionalmente por nossa Carta Magna por meio 
da Emenda Constitucional no. 45 entendemos que esse princípio foi mitigado, contudo para os demais 
processos ele continua nos trazendo essa segurança jurídica. Dessa maneira, o nosso ordenamento 
jurídico passou a utilizar o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição Restrito, entendendo o Supremo Tribunal 
Federal que se trata de um princípio implícito à Constituição Federal. 
O Princípio do Duplo Grau de Jurisdição nos traz a possibilidade de revisão, mediante o recurso 
cabível, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau (ou primeira instância). Dessa forma, esse 
princípio nos garante a possibilidade de revisão por uma instância superior. 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 4 
8 Princípio do Juiz Natural 
 O princípio encontra-se presente na Constituição Federal, nos seguintes artigos: 
 
“Art. 5º (...) 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (...) 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;” 
 
Além da vedação da criação de tribunais de exceção temos a garantia de que somente poderemos ser 
julgados por órgão preexistente e pelos membros desse órgão devidamente investido de jurisdição. 
 
O Princípio do Juiz Natural acaba se desdobrando em três conceitos distintos, vejamos: 
- Órgãos Competentes: Somente são órgãos jurisdicionais aqueles que foram instituídos pela 
Constituição Federal; 
- Órgãos Pré-Constituídos: Ninguém pode ser julgado por órgão que tenha sido criado ou constituído 
após a ocorrência do fato; 
- Juízes Competentes: Entre os juízes pré-constituídos temos uma ordem de competência específica 
de tal sorte que além de ser já um juiz é preciso que tenha competência específica para analisar aquele 
caso concreto. 
O Juiz é considerado competente quando, no âmbito de suas atribuições, tem poderes jurisdicionais 
sobre a causa. 
 
9 Princípio da Motivação dasDecisões Judiciais ou Princípio da Fundamentação das Decisões 
Judiciais 
Esse princípio está expressamente previsto em nossa Constituição Federal: 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) 
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes; 
 
Tal Princípio dispõe que o juiz tem liberdade de escolher como irá interpretar, quais das técnicas de 
interpretação é a mais cabível naquele caso. Todavia, a liberdade dada ao juiz fica limitada no sentido 
que é necessário informar no processo qual foi o raciocínio utilizado. 
Esse princípio nos resguarda dos arbítrios e desmandos que poderiam vir a ocorrer nas decisões 
judiciais, caso não houvesse essa garantia da necessidade da motivação das decisões judiciais e ainda 
já determinando que caso esse princípio seja ferido essa decisão será considerada nula. 
 
10 Princípio da Segurança Jurídica 
O princípio aqui tratado se encontra expresso em nossa Carta Magna, inserido no art. 5º e é 
considerado uma cláusula pétrea. 
No âmbito processual a ideia de segurança jurídica encontra-se firme na coisa julgada. Essa 
exteriorização da segurança jurídica como a coisa julgada merece ressalva posto que conforme a 
situação, apesar da decisão final ter ocorrido não queremos manter uma mentira e sim a verdade. Dessa 
forma se ficar comprovado que a coisa julgada formada refere-se a uma situação falsa, essa pode ser 
revista, dentro dos critérios existentes para que isso ocorra, como por exemplo, a possibilidade da 
utilização da Ação Rescisória. 
 
11 Princípio da Celeridade ou Princípio da Brevidade ou Princípio da Tempestividade ou 
Garantia à tutela jurisdicional sem dilações indevidas 
Tal princípio encontrava-se assegurado nas normas infraconstitucionais, sendo previsto inclusive 
punições processuais no caso de apresentarem recursos meramente protelatórios, dentre outras 
possibilidades. 
Com a Emenda Constitucional no. 45 o art. 5º., LXXVIII passou também a referir-se a essa garantia, 
sendo assim: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Em decorrência desse princípio o Poder Judiciário, pelos seus diversos órgãos e em específico pelo 
Conselho Nacional de Justiça, tem buscado soluções para acelerar a realização do processo, como a 
informatização de todos os tribunais para poder implementar o processo eletrônico. 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 5 
12 Princípio da Efetividade do Processo 
Efetividade significa a capacidade de se produzir efeitos. De tal forma, ao analisarmos sob o ângulo 
processual, podemos afirmar que a efetividade processual é a capacidade que o processo tem de 
assegurar o objetivo a que se propõem. É necessário contudo, que o processo disponha de instrumentos 
adequados para a realização do objetivo a que se propõem. 
Para Bedaque há necessidade de observarem-se as normas processuais, mas essa precisa estar em 
conformidade com a técnica processual, vejamos: 
A técnica processual tem dois grandes objetivos: a) conferir segurança ao instrumento, no sentido de 
proporcionar absoluta igualdade de tratamento aos sujeitos parciais do processo; b) garantir seja a tutela 
jurisdicional, na medida do possível, resposta idêntica à atuação espontânea da regra de direito material, 
quer o ponto de vista da justiça da decisão, quer pelo ângulo da tempestividade. 
 
Princípios Informativos do Direito Processual3 
 
Princípio Inquisitivo e Princípio Dispositivo 
O princípio inquisitivo é aquele que confere ao juiz a liberdade da iniciativa tanto da instauração 
processual como no seu impulsionamento. Independentemente da iniciativa das partes o juiz busca a 
verdade real. Já o princípio dispositivo atribui às partes litigantes tanto a sua instauração como o seu 
impulso. 
O Direito processual moderno não consagra nenhum princípio, seja ele inquisitivo ou dispositivo, o que 
se faz é buscar um temperamento, não se consagra uma pureza clássica. Os Códigos atuais são mistos 
e apresentam dispositivos tanto de ordem inquisitiva como dispositiva. 
Como exemplo de preceitos no Código Processual, uma vez instaurado um processo, que é de 
iniciativa das partes (Princípio Dispositivo), o Estado não pode-se esquivar em apreciá-lo, e o interesse 
passa a ser de natureza pública (Princípio Inquisitivo). 
Deve-se ater que em matéria de provas, a regra é que seja apenas de iniciativa das partes, pois são 
eles os sujeitos processuais aptos a colacionar provas para fundamentar suas alegações. Além do mais 
o juiz deve ser um sujeito processual imparcial, equidistante das partes processuais, não se 
transformando em um investigador processual. Só excepcionalmente, cabe ao juiz determinar realização 
de provas ex officio (art. 130, CPC). 
 
Princípio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdição 
Os processos são julgados por seres humanos, seres estes passíveis de erros e de falhas. Como meio 
de evitar a fabilidade humana se consagra o princípio da recorribilidade e do duplo grau de jurisdição. A 
parte tem direito de ter dois julgamentos distintos, mediante recursos, caso não se concorde com a 
primeira decisão. 
Desse princípio decorre a competência hierárquica diferente que são: os de primeiro grau (juízes da 
causa) e as de segundo grau (juízes dos recursos). Há apenas uma exceção a este princípio que são os 
processos de competência originária dos Tribunais. 
 
Princípio da boa-fé e da lealdade processual 
As leis processuais se assentam em procedimentos em que vigoram a boa fé e a lealdade das partes e do 
juiz. A lei não tolera a má fé e confere ao juiz agir de ofício para indeferir as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias (art. 130, CPC). 
 
Princípio da verdade real 
Segundo o art. 131 do CPC, "O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes 
nos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença os motivos que formaram o seu 
convencimento." 
Portanto, a justa composição do litígio só é alcançada quando se baseia na verdade real, e não na presumida 
por padrões de avaliação dos elementos probatórios, pois, em nosso ordenamento não há hierarquia entre as provas. 
 
 
 
 
3
 Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1731733/direito_processual_civil/4. Acesso em Julho/2015. 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 6 
Para maior solução as demandas, alguns processos são analisados do 
ponto de vista coletivo e não de maneira individual, ou seja, inter partes. 
 
a. Princípio do devido processo legal coletivo 
O Princípio do Devido Processo Legal, uma vez inserido em nosso texto constitucional condiciona a 
atuação dos três Poderes, seja em matéria criminal e civil quanto no âmbito administrativo. 
Tal Princípio estaria inserido em um contexto mais amplo, qual seja: das garantias constitucionais do 
processo, apresentando dois sentidos, significando “o conjunto de garantias de ordem constitucional, que 
de um lado asseguram às partes o exercício de suas faculdades poderes de natureza processual e, de 
outro, legitimam a própria função jurisdicional”. 
No sentido formal, o princípio do devido processo legal, versa acerca da efetiva possibilidade da parte 
ter acesso à justiça, em sentido material ou substantivo que visam garantir o direito material em si. 
Assim que no processo legal individual,o processo coletivo também deverá respeitar o devido 
processo legal, com a diferença de que deve ser aplicado em relação a coletividade 
 
b. Princípio do acesso à justiça 
Visa garantir o acesso de diversas pessoas ao Judiciário, pois tutela-se os interesses transindividuais. 
O objetivo é que as soluções abarquem a coletividade e reflita diretamente ou indiretamente nos cidadãos 
que se sintam desrespeitados. 
 
c. Princípio da universalidade da jurisdição 
A oferta da jurisdição deve se dar ao maior número de pessoas, permitindo o acesso à justiça. Busca-
se a satisfação dos demandantes, que vem aumentando com o número de demandas. Não se fala em 
acesso individualizado, mas sim em oportunidade do grande número de cidadãos terem acesso ao 
Judiciário. 
 
d Princípio de participação 
A participação no processo é permitida através da garantia do princípio do contraditório. Visa a 
democracia participativa no processo, podendo ser chamado de processo coletivo. 
No processo coletivo a participação será exercida pelos legitimados, que são representados pelos 
sujeitos de direito. É permitido o acesso das massas à justiça, que ocorrerá através dos legitimados 
processuais. 
 
e. Princípio da ação 
Para que o processo seja iniciado a parte poderá dar impulso a demanda, de modo que o Poder 
Judiciário tenha conhecimento da pretensão, passando a dar início as atividades jurisdicionais. 
O Judiciário poderá incentivar as partes a demandarem suas causas. Essa prerrogativa não se estende 
apenas a uma das partes, podendo se dar aos representantes habilitados no processo coletivo. 
 
f. Princípio da economia 
No processo do trabalho coletivo, a economia é traduzida com a reunião de vários processos, quando 
houver conexão ou continência, ou caso seja permitido encerrar o processo em caso de litispendência e 
coisa julgada. 
Isso permite que as partes que fossem praticar atos judiciais e processuais evite a prática de atos 
desnecessários, evitando o tempo gasto e os recursos que sequer deveriam ser apresentados diante de 
litispendência ou coisa julgada, por exemplo. 
 
g. Princípio da primazia do conhecimento do mérito do processo coletivo 
As demandas oriundas de ações coletivas devem ter seguimento, sem que deixe de ser analisado por 
excesso de formalismo, ainda que falte um dos requisitos para análise do processo. 
Para as demandas coletivas, milhares de consumidores e cidadãos poderão ser salvos de incorretas 
cobranças, como por exemplo com infrações ambientais. Devido a isto é que este princípio apregoa a 
superação das formalidades desprestigiadoras, com o intuito de levar ao poder público o conhecimento 
das diversas lesões que acabam ocorrendo em um meio social fragilizado. 
 
h. Princípio da indisponibilidade da demanda coletiva 
A demanda coletiva não depende da vontade das partes, mas sim do interesse e necessidade social. 
O que deve prevalecer é o interesse público, observados os critérios de conveniência e oportunidade. 
1095740 E-book gerado especialmente para RUA MIGUEL VIANA
 
. 7 
Essa indisponibilidade não é total, pois irá mesclar com a atuação do Ministério Público para 
ajuizamento da ação coletiva. O Ministério Público pode atuar como fiscal da lei, permanecendo na 
demanda ou abandonar a ação, em caso de conveniência e oportunidade. 
 
i. Princípio do microssistema: aplicação integrada das leis para a tutela coletiva 
Antes de recorrermos ao Código de Processo Civil, devemos recorrer a legislação e todo o 
microssistema que se formou com as demandas coletivas. 
O Código do Consumidor é um dos grandes percussores para alteração do artigo 21 da lei de Ação 
Civil Pública, criando um microssistema auto referencial para tutela coletiva. 
 
j. Princípio da reparação integral do dano 
A reparação do dano deve abranger toda uma coletividade, determinada ou indeterminada. A 
reparação do dano deve ser feita de maneira integral e não de forma parcial. 
Podemos citar o caso da ação popular que obriga o condenado a reparar os danos causados à 
coletividade, esse valor pode ser buscado integralmente do servidor que praticou o ato lesivo de maneira 
culposa, desde que reste comprovado. 
 
Questões 
 
01. (TJ/BA - Técnico Judiciário - Escrevente - Área Judiciária – FGV/2015) Estabelece o Art. 398 
do Código de Processo Civil que sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, 
o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra. Tal regra encontra fundamento constitucional no princípio: 
(A) da efetividade; 
(B) da economia processual; 
(C) do contraditório; 
(D) dispositivo; 
(E) da prevenção. 
 
02. (MANAUSPREV – Procurador Autárquico – FCC/2015) São princípios gerais do processo civil: 
(A) economia processual, publicidade dos atos processuais, eventualidade. 
(B) individualização da pena, duração razoável do processo, livre investigação das provas. 
(C) presunção de inocência, direito ao juiz natural, inércia. 
(D) domínio do fato, vedação à prova ilícita, contraditório e ampla defesa. 
(E) anualidade, motivação das decisões judiciais, isonomia processual. 
 
03. (TJ/DFT – Juiz de Direito Substituto – CESPE/2015) Assinale a opção correta com relação a 
princípios do direito processual. 
(A) Com base no princípio da estabilidade subjetiva da lide, as partes do processo de execução devem 
ser as mesmas que atuaram no processo de conhecimento. 
(B) O princípio da identidade física do juiz é de natureza infraconstitucional e pode ser suprimido do 
ordenamento jurídico em eventual reforma realizada pelo legislador ordinário. 
(C) Com base no princípio da territorialidade da jurisdição, é vedada ao oficial de justiça a realização 
de diligências em foro diverso daquele em que atua. 
(D) O princípio dispositivo aplica-se às tutelas específicas de adimplemento das obrigações de fazer e 
não fazer, o que, segundo o STJ, impede o juiz de arbitrar astreintes de ofício nesses casos. 
(E) De acordo com a doutrina dominante, o princípio da boa-fé objetiva não se aplica ao processo civil, 
haja vista a ausência de previsão legal. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: C. 
Ao princípio da efetividade, significa a real efetivação de um direito materialmente adquirido, haja vista 
que, se um direito é reconhecido, porém não é colocado em prática, não há a efetividade desse direito. 
Podemos Também sobre ele podemos dizer que é um decorrência do devido processo legal, 
fundamentado no inciso LIV, artigo 5⁰, de nossa Carta Magna. 
Quanto ao princípio da economia processual, denomina-se aquele em que se deve obter o maior 
resultado com o mínimo de esforço financeiro possível. 
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. 8 
Já o princípio do contraditório, consagrado no inciso LV, artigo 5⁰, da Constituição Federal de 1988, 
descreve que todos terão o direito de contestar qualquer declaração feita pela parte contrária, tão logo 
esta seja feita, a fim de que o juiz possa julgar a lide de forma imparcial e com fundamentação dos fatos 
proferidos por ambas as partes. 
Atinente ao princípio do dispositivo, também denominado como o princípio da inércia da jurisdição, se 
tem que o juiz não poderá reconhecer de matéria não as partes não tenham impetrado, ou seja, só poderá 
se manifestar após requerimento de quem de direito. 
No entanto, quanto ao princípio da prevenção, descrito no artigo 106 do Código de Processo Civil, se 
entende por aquele em que mais de um juiz tem competência para julgar a lide, porém entende-se 
prevento aquele que nela se manifestar primeiro. 
Portanto, de acordo com o que nos foi proposto na questão, devemos entender como alternativa 
correta, a de letra “c”, uma vez que o artigo 398 do CPC, nos leva ao entendimento de que haverá sempre 
o contraditório quando da manifestação de uma das partes. 
 
02. Resposta: A. 
O princípioda economia significa a obtenção do máximo resultado na atuação do direito com o mínimo 
possível de dispêndio. É a conjugação do binômio: custo-benefício. A aplicação típica desse princípio 
encontra-se em institutos como a reunião de processos por conexão ou continência, reconvenção, ação 
declaratória incidente, litisconsórcio etc. 
Princípio da publicidade constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício da 
jurisdição. A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos por qualquer 
pessoa representam o mais seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, 
promotores públicos e advogados. 
O princípio da eventualidade ou da concentração, que consiste na preclusão do direito de invocar em 
fases posteriores do processo matéria de defesa não manifestada na contestação. Então incumbe ao réu 
formular de uma só vez, na contestação todas as defesas que dispõe, salvo apenas aquelas que se 
destinam objeto especifico de outras respostas ou incidentes. 
 
03. Resposta: B. 
O CPC/73 prevê esse princípio do art. 132, que ensejou, inclusive, a alteração do CPP (art. 399, §2º). 
Todavia, tanto é possível a sua supressão que foi exatamente o que ocorre com o CPC/15, que não prevê 
mais referido princípio. 
 
 
 
Código de Processo Civil Atual 
 
O Estado é detentor de um único poder qual seja a pacificação da ordem social e o exerce de diversas 
maneiras, as quais levam o nome de funções do estado. Entre elas, temos a JURISDIÇÃO que é a 
função do Estado de solucionar conflitos de interesses (lide ou litígio) aplicando as leis aos casos 
concretos, os quais lhe são submetidos. 
Com o passar dos tempos, o conceito de jurisdição passou por diversas modificações sendo que 
podemos abstrair seu conceito precípuo do latim: juris, "direito", e dicere, "dizer", que significa dizer o 
direito através dos membros do poder judiciário. 
De acordo com Fredie Didier Jr. “a jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial de realizar o 
Direito de modo imperativo e criativo, reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas 
concretamente deduzidas, em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para tornar-se 
indiscutível”4 
Jurisdição é um poder do Estado, que impõe de forma imperativa suas regras e suas decisões. O 
poder jurisdicional compõe o tríplice aspecto estatal, isto é, executivo, administrativo e judiciário. 
A jurisdição também tem um aspecto criativo, visto que permite a aplicação concreta da lei, que não 
consegue trazer em seu bojo todas as situações fáticas existentes, necessitando de análise do caso 
concreto. 
 
4
 DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil introdução ao direito processual civil e processo de conhecimento, volume 1, 15ª edição, 
Juspodium, 2014, p. 103. 
2 Processo de conhecimento: Jurisdição e ação 
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. 9 
Jurisdição é o que permite a aplicação técnica da lei e a garantia de que todos os conflitos poderão 
ser analisados e resguardados pelo direito. 
Atualmente temos jurisdição como poder-dever do Estado de solucionar conflitos de interesses e 
o faz mediante uma atividade substitutiva – o Estado substitui a vontade das partes, caso elas não 
consigam alcançar a autocomposição. 
 
 
Importante se faz destacar, que a função jurisdicional do Estado (jurisdição) 
só pode ser exercida mediante provocação, isto é; os conflitos de interesses só 
serão solucionados pelo Estado quando forem levados, pelos conflitantes, à sua 
apreciação. 
 
Desta forma, estabelece o Código de Processo Civil 
 
LIVRO I 
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
CAPÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO 
 
Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, 
nos casos e forma legais. 
 
Consequentemente, temos que a jurisdição é exercida por um terceiro são estranho a relação 
conflituosa, o qual garante imparcialidade à solução do litígio, vez que, o que impera é o que está previsto 
na lei e não a vontade de um ou de outro conflitante. Esse terceiro estranho à relação conflituosa, 
conforme prescreve o dispositivo legal acima é o Juiz, membro do Poder Judiciário, investido dessa 
condição através de todos os requisitos presentes no Art. 93, I, da Constituição. 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: 
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas 
e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do 
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem 
de classificação; 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
A jurisdição é revestida de diversas características que lhe são próprias e são justamente essas 
características próprias que a diferencia das demais funções do Estado. São elas: 
a) Definitividade: as decisões judiciais após certo tempo alcançam o caráter definitivo. Isso quer dizer 
que não poderão ser modificadas ou discutidas; 
b) Substitutividade: as decisões judiciais substituem a vontade das partes conflitantes consentindo 
ao conflito uma solução imparcial; 
c) Imperatividade: as decisões judiciais por substituírem a vontade das partes, obrigam os 
conflitantes. 
d) Inafastabilidade: um conflito levado a apreciação jurisdicional não pode deixar de ser solucionado, 
mesmo que o magistrado, porventura, alegue que não exista legislação que possa ser a ele aplicada. 
Essa característica está garantida no Art. 5º, XXXV da Constituição Federal: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
e) Indelegabilidade: a jurisdição só pode ser exercida pelo Poder Judiciário, sob pena incorrer ofensa 
ao princípio constitucional do juiz natural; 
f) Inércia: o Estado só solucionará o conflito de interesse quando provocado. Esta característica está 
prevista no Art. 262 do Código de Processo Civil. 
Art. 262 O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial; 
 
 
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. 10 
CLASSIFICAÇÕES DA JURISDIÇÃO 
 
A Jurisdição como uma função do Estado é una e indivisível, mas pode assumir determinadas 
classificações de acordo com o teor do litígio ao qual será aplicada: 
a) Quanto ao objeto - jurisdição civil ou jurisdição penal: Temos essa classificação de acordo com 
o direito material que envolva a lide. Em casos de litígios que tenham a natureza civil - que é exercida 
pelas justiças estadual, federal, eleitoral e trabalhista - temos a jurisdição civil; já nos casos de litígios que 
envolvam pretensões punitivas e que tenham natureza penal temos a jurisdição penal. 
b) Quanto ao tipo de órgão que a exerce - jurisdição especial ou comum: Temos essa 
classificação de acordo com os critérios de competência estabelecidos pela Constituição Federal. É 
também uma divisão doutrinária a qual estabelece as competências das “Justiças”: eleitoral, militar, cível, 
trabalhista, penal e federal. 
c) Quanto à hierarquia: jurisdição superior e inferior: Temos essa classificação de acordo com a 
hierarquia dos órgãos jurisdicionais, os quais estabelecem o duplo grau de jurisdição. A jurisdição superior 
é exercida pelos órgãos aos quais são opostos os recursos contra as decisões proferidas por juízes 
inferiores e a jurisdição comum é exercida pelos órgãos que têm competência originária para conhecerem 
as lides. 
d) Jurisdição de direito ou de equidade: Jurisdição de direito é aquela em que o juiz decide o conflito 
com base no ordenamento jurídico.Porém, nem sempre, temos a solução no direito posto. Isso quer dizer 
que pode ocorrer de o magistrado não conseguir basear sua decisão pela falta de legislação específica 
para um conflito específico e neste caso, como nenhuma lide pode ser deixada de ser apreciada, ele o 
fará por equidade, fora dos limites impostos pelo ordenamento jurídico. Essa é a jurisdição por equidade. 
e) Jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária: O Código de Processo Civil traz essa divisão 
mas não existe um consenso entre os autores. É a parte da jurisdição que vai tratar da lide que é o conflito 
de interesse qualificado por uma pretensão resistida. A jurisdição que cuida de solucionar os conflitos de 
interesses propriamente ditos é a jurisdição contenciosa. Em contrapartida, há outra jurisdição que não 
tem o escopo de solucionar lides, mas sim administrá-las, a qual chamamos de jurisdição voluntária O 
que diferencia essas duas espécies de jurisdição é justamente a existência de lide ou não. 
 
Art. 1º A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, 
conforme as disposições que este Código estabelece. 
 
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA é aquela que tem a função específica de promover a paz social 
justamente porque o Estado intervém na relação conflituosa (quando provocado) promovendo melhor 
solução ao litígio de acordo com a legislação mais pertinente ao caso. Está disciplinada no Código de 
Processo Civil dos artigos 1º ao 1.102c. Nesta espécie de jurisdição temos a substituição da vontade dos 
litigantes por uma decisão judicial, processo, lide ou litígio, partes e coisa. 
 
 
Pela jurisdição contenciosa, qualquer tipo de sentença pode ser prolatada, 
inclusive uma sentença homologatória. 
 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA, também conhecida como jurisdição graciosa ou jurisdição de 
administração pública de interesses privados é aquela em que o Estado não promove a solução do 
litígio substituindo a vontade das partes pela lei, mas sim promove uma prestação para que o direito de 
um ou de ambos os interessados, seja resguardado. Em outras palavras, a jurisdição voluntária “é 
atividade resultante de negócio jurídico que se exige um ato do Estado, para que o negócio se realize ou 
complete”. Nesta espécie de jurisdição temos procedimento, controvérsia e interessados. 
Existem situações que mesmo que não haja conflito de interesse, o Estado participa para garantir que 
o que se pretende, atinja os seus regulares efeitos. É a chamada atividade integrativa do Estado que 
integraliza um acordo de vontades formalizado por duas pessoas ou mais interessadas. 
 
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. 11 
 
Nos casos submetidos à jurisdição voluntária a decisão proferida sempre 
será uma sentença homologatória porque o Estado sempre vai homologar um 
acordo. 
 
PROBLEMÁTICA DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
 
Muito se questiona sobre o que é e qual a importância da jurisdição voluntária exercida pelo Estado. 
De acordo com o que foi visto anteriormente temos que a jurisdição voluntária é a administração pública 
de interesses privados pelo Estado. A problemática da jurisdição voluntária está no próprio conceito de 
jurisdição que tem em si a necessidade da existência de um litígio. Se nela não há um conflito e sim, 
apenas uma controvérsia, como o Estado poderá intervir para promover a pacificação social? 
Esta questão começa a ser esclarecida com no Novo Código de Processo Civil – em vacatio legis. 
Nele teremos a modificação da denominação de jurisdição voluntária para jurisdição não contenciosa que 
poderá ser entendida como a “ratificação de atos entre as partes de forma voluntária e harmoniosa, que 
são trazidas ao mundo jurídico para que ganhem força de exigibilidade”. 
 
PRINCÍPIOS; 
São os princípios da jurisdição: 
 
a) Inércia: existe a necessidade de provocação do poder Judiciário para que ele exerça jurisdição – 
Art. 262, Código de Processo Civil. 
 
Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. 
b) Investidura regular: não é exclusivo do processo. Emana do direito administrativo porque para que 
o juiz se torne um juiz natural é necessário primeiramente que ele seja investido da condição de juiz 
através de todos os requisitos presentes no Art. 93, I, da Constituição Federal. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: 
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas 
e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do 
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem 
de classificação. 
 
c) Aderência ao território: o magistrado vai estar aderido ao território, à sua área de atuação, naquela 
limitação territorial que ele tem; 
 
d) Princípio da Improrrogabilidade: não há prorrogação de competência: o juiz não pode aumentar 
sua área de atuação. Está diretamente ligado ao princípio da aderência ao território; 
 
e) Inamovibilidade: o juiz não pode ser removido de sua base territorial por forças políticas. Está 
consagrado no Art. 95, II da Constituição Federal. 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII. 
 
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
Substituição da vontade das partes por uma 
decisão judicial 
NÃO substituição da vontade das partes 
por uma decisão judicial 
Processo Procedimento 
Lide ou Litígio (conflito) Controvérsia/ausência de lide 
Partes Interessados 
Sentenças: declaratória, constitutiva, condenatória, 
mandamental, executiva ou homologatória. 
SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA 
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. 12 
f) Indeclinabilidade: o magistrado não pode declinar processos. Uma vez sendo o juiz competente, 
sem estar em impedimento e suspeição não pode declinar o processo recebido- Constituição Federal, art. 
5º, XXXV 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
 
g) Indelegabilidade: uma vez investido de jurisdição, o juiz não pode delegar sua função para outra 
pessoa; 
 
h) Adstrição entre a sentença e a demanda: uma vez feita a petição inicial, o juiz fica adstrito a ela, 
ou seja, o juiz só pode julgar de acordo com o que foi pedido sob pena de se cometer um julgamento 
extra, cita ou ultra petita; 
 
j) Juiz natural: Ligado ao princípio da indeclinabilidade, diz respeito ao direito que qualquer um do 
povo tem a uma apreciação independente e imparcial. Está consagrado no Art. 5º, inciso XXXVII da 
Constituição Federal. 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção 
 
EQUIVALENTES JURISDICIONAIS (AUTOTUTELA, AUTOCOMPOSIÇÃO, MEDIAÇÃO E 
ARBITRAGEM) 
 
Já vimos que o Estado é detentor de um único poder qual seja a pacificação da ordem social. Porém, 
esta pacificação social nem sempre foi proclamada por ele. Houve tempos em que se fazer justiça com 
as próprias mãos era permitido e a lei do “Olho por Olho e Dente por Dente” deveria ser respeitada. 
Com a evolução dos povos e do Direito, o conceito de que não existe convívio social sem regras foi 
ganhando força até que se chegou justamente ao paradigma de que o Estado é o responsável em 
promover a paz social. 
 
Autotutela 
 
A autotutela é considerada a forma mais primitiva de uma espécie primária à composição de conflitos, 
pois sua prática é comum na ausência de um Estado soberano e organizado. Consiste na solução dos 
conflitos entre as partes, por meio de ação direta de uma delas, geralmente com a imposição de vontade, 
prevalecendoàquela do mais forte, constituindo assim uma defesa, por meios próprios dos direitos os 
quais se presume ter. 
Frise-se, contudo, que a autotutela é um instituto repelido pelo direito moderno, pois contraria a figura 
monopolista do Estado, qual seja a de exercer com exclusividade a jurisdição. Todavia, existem hipóteses 
nas quais este instituto subsiste quando da aplicabilidade do direito. São as hipóteses em que o ofendido 
careça agir de imediato para afastar uma injusta agressão que esteja ocorrendo ou ainda que esteja na 
iminência de ocorrer, devendo, todavia, estarem presentes a proporcionalidade e o imediatismo. Podemos 
citar como exemplo o estado de necessidade e a legítima defesa (artigo 23 do Código Penal, incisos I e 
II). Portanto, em regra, a autotutela é vedada pelo ordenamento pátrio, salvo as hipóteses em que o 
ofendido necessite agir imediatamente para repelir uma injusta agressão que esteja ocorrendo, ou ainda 
que esteja na iminência de ocorrer. 
 
Autocomposição 
 
A autocomposição é o ajuste de vontades, no qual uma das partes abre mão de seus interesses ou de 
parte deles, estabelecendo uma solução adequada ao caso, contudo sem a participação do Estado. 
Considerada uma evolução da autotutela, em tal modalidade de composição de litígio, as partes 
envolvidas não se sujeitam ao cumprimento de uma decisão de maneira coercitiva com o uso da força. 
É preciso esclarecer que apesar de instituto pouco primitivo, atualmente ainda existe previsão em 
nosso ordenamento jurídico, para esse formato de composição de litígios que se apresenta sob três 
formas de acordo com o artigo 269 do Código Processual Civil: 
- A renúncia: a parte cujo direito material foi violado renuncia sua pretensão ao bem da vida por mero 
desinteresse. (Inciso V) 
- O reconhecimento jurídico do pedido: pode ser analisado como o inverso da renúncia em razão de 
que em tal hipótese a pretensão alegada pelo Autor é confirmada pelo Réu que se submete aos ditames 
legais para fazer valer a entrega do bem da vida ao seu titular. (Inciso II) 
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. 13 
- A transação: também conhecida como acordo entre as partes. Nesta forma de acordo, o Autor 
renuncia parte de sua pretensão material enquanto o Réu reconhece a procedência, em parte, do que foi 
pleiteado. (Inciso III) 
 
Mediação 
 
Na mediação, denominada como meio consensual e voluntário na solução do conflito de interesses, 
existe a intervenção de um terceiro (denominado mediador), que se põe no conflito para auxiliar as partes 
a chegarem à autocomposição. 
A figura do mediador se apresenta revestida de independência e imparcialidade, com formação técnica 
ou ainda experiência adequada à natureza do conflito. A função do mediador é facilitar a comunicação 
das partes, para que haja a solução das divergências e também a composição de acordos com base no 
interesse das partes. Importante, todavia que o poder decisório cabe unicamente às partes e não ao 
mediador 
 
Arbitragem 
 
A arbitragem é regulamentada pela Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. É um equivalente 
jurisdicional polêmico pouco explorado no Brasil. No Direito Brasileiro, a decisão arbitral, em regra, não 
pode ser discutida no Poder Judiciário, nem precisa de homologação para ser exigida, tendo assim como 
maior vantagem, a celeridade. Pode, porém a sentença ter força de decisão judicial como se fosse uma 
sentença de mérito se homologada pelo judiciário, caso contrário, a decisão proferida só terá eficácia se 
for aceita entre as partes envolvidas. 
 
Órgãos da Jurisdição 
 
ESTRUTURA CONSTITUCIONAL (PODER JUDICIÁRIO, ORGANIZAÇÃO JUDICIARIA, 
ATIVIDADE JURISDICIONAL, ATIVIDADES ESSENCIAIS À JUSTIÇA) 
 
Como vimos, o Estado é detentor de um único poder qual seja a pacificação da ordem social e o exerce 
de diversas maneiras, as quais levam o nome de funções do estado. Entre elas, temos a JURISDIÇÃO 
que é a função do Estado de solucionar conflitos de interesses (lide ou litígio), aplicando as leis aos casos 
concretos que lhe são submetidos. 
Para exercer jurisdição, o Estado lança mão de um de seus poderes, e, no caso o Poder Judiciário, 
conforme estabelece a Constituição Federal: 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Exerce sua função jurisdicional, o Poder Judiciário, por intermédio de seus órgãos, os quais são 
chamados de jurisdicionais, judiciais ou judicantes que estão determinados na Constituição Federal 
e pelas Constituições Estaduais. 
 
O Artigo 92 da Constituição Federal dita quais são os órgãos que formam a estrutura do Poder 
Judiciário. 
 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
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. 14 
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede 
na Capital Federal. 
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. 
 
Desta forma, podemos vislumbrar que o Poder Judiciário está dividido por diversos órgãos que têm a 
função de garantir que a função jurisdicional seja emanada a todos. 
Como órgão máximo do judiciário, temos o Supremo Tribunal Federal, localizado em Brasília – DF e 
criado pelo Decreto n. 848/1890. É composto por onze ministros com idade entre trinta e cinco e sessenta 
e cinco anos de idade, dotados de notável saber jurídico e reputação ilibada conforme dispõe o Art. 101 
da Constituição Federal. 
 
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com 
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da 
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
 
Exerce jurisdição sobre todo o território nacional tanto com competência recursal quanto com 
competência originária de acordo com o previsto no Art. 102, I a III da mesma legislação. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação 
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros 
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado 
de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e 
do próprio Supremo Tribunal Federal; 
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismointernacional e a União, o Estado, o Distrito Federal 
ou o Território; 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e 
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; 
h) (Revogado) 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for 
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal 
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância) a revisão criminal e a 
ação rescisória de seus julgados; 
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; 
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais; 
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e 
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta 
ou indiretamente interessados; 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre 
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do 
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das 
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais 
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; 
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. 15 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em 
única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; 
b) o crime político; 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando 
a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Além, temos o Conselho Nacional de Justiça, instituído pela Lei Nº 11.364, de 26 de outubro de 
2006. É composto por quinze membros quais sejam o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministros 
do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Superior do Trabalho, desembargador do Tribunal de Justiça 
e juiz estadual; juízes do Tribunal Regional Federal e do Tribunal Regional do Trabalho, membros do 
Ministério Público da União e do Estado e ainda dois advogados e dois cidadãos que possuam notório 
saber jurídico e reputação ilibada. Todos os integrantes do Conselho Nacional de Justiça são nomeados 
pelo Presidente da República, depois dessa nomeação ser aprovada pelo Senado Federal. Tem como 
finalidade exercer controle sobre as atividades administrativa e financeira do próprio Poder Judiciário, 
bem como os deveres previstos pelo Estatuto da Magistratura (Lei Complementar n. 35/1979) e pelo 
artigo 103-B, §4º I a VII da Constituição Federal. 
 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo 
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal 
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal 
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal 
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre 
os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; 
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos 
Deputados e outro pelo Senado Federal. 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências 
e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo 
Tribunal Federal 
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do 
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem 
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo 
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos 
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, 
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, 
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; 
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive 
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que 
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e 
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a 
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disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e 
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; 
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de 
autoridade; 
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais 
julgados há menos de um ano; 
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade 
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; 
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do 
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do 
Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão 
legislativa. 
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará 
excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem 
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos 
serviços judiciários; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições,e requisitar servidores de juízos ou 
tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes 
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder 
Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de 
Justiça. 
Também integra o rol dos órgãos do Poder Judiciário o Superior Tribunal de Justiça, o segundo 
órgão do judiciário no quesito hierarquia. Assim como o Supremo Tribunal Federal, está sediado em 
Brasílio – DF. É composto por no mínimo trinta e três ministros nomeados pelo Presidente da República 
com idade entre trinta e cinco e sessenta e cinco anos, todos de notável saber jurídico e reputação ilibada 
conforme dispõe o Art. 104, parágrafo único da Constituição Federal. 
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da 
República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável 
saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal, sendo 
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos 
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, 
do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
 
Exerce jurisdição sobre todo o território nacional tanto com competência recursal e originária de acordo 
com o previsto no Art. 105, I a III da mesma legislação. 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de 
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os 
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, 
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea 
"a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem 
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
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f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre 
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste 
e da União; 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, 
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência 
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho 
e da Justiça Federal; 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do 
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras 
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e 
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com 
poderes correcionais, cujas decisões terão caráter vinculante. 
 
 
É importante ressaltar que dentre os seus membros, temos o chamado 
quinto constitucional que são os membros escolhidos a partir dos tribunais 
estaduais e regionais, advogados e Ministério Público. 
 
Temos ainda os Tribunais Regionais Federais que são órgãos de segunda instância da Justiça 
Federal e que são compostos por no mínimo sete juízes federais, nomeados pelo Presidente da 
República, com mais de cinco anos de carreira. Na composição destes tribunais também temos o quinto 
constitucional. Atualmente o Poder Judiciário conta com cinco Tribunais Regionais Federais com sede 
em Brasília – DF, São Paulo – SP, Porto Alegre – RS, Recife – PE e Rio de Janeiro – RJ. Exercem 
jurisdição de acordo com suas respectivas regiões e possuem competência tanto recursal como originária 
conforme prevê o Art. 108 I e II da Constituição Federal. 
 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, 
nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no 
exercício da competência federal da área de sua jurisdição. 
 
Integra cada região dos Tribunais Regionais Federais os Juízes Federais de cada Estado-Membro e 
Distrito Federal. Cada Justiça Federal é constituída por uma Seção Judiciária que tem sede na capital do 
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Estado-Membro a que pertence além de diversas comarcas conforme estabelece o Art. 110 da 
Constituição Federal. 
 
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede 
a respectiva Capital,e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. 
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais 
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. 
 
Suas competências estão estabelecidas no Art. 109 do mesmo diploma legal. 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e 
as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada 
ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, 
o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema 
financeiro e a ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier 
de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após 
o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, 
inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a 
outra parte. 
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for 
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde 
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou 
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a 
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que 
outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. 
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional 
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça 
Federal. 
 
Além das Justiças Federais, fazem parte dos Tribunais Regionais Federais os Juizados Especiais 
Federais e Turmas Recursais disciplinados pela Lei n. 10.259/01 além dos tribunais do júri. 
Outros órgãos que compõem o Poder Judiciário são os Tribunais e Juízes do Trabalho que são 
divididos entre órgãos de primeiro Grau (Varas do Trabalho); de segundo grau (Tribunais Regionais do 
Trabalho) e de terceiro grau (Tribunal Superior do Trabalho) – Art. 111, Constituição Federal. Sua 
jurisdição e competência estão disciplinadas pelos Arts. 111-A a 116 do mesmo diploma legal. 
 
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Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juízes do Trabalho. 
 
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre 
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da 
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 
94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, 
indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre 
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão 
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, 
como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
 
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua 
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
 
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições 
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores; 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de 
fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos 
legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, na forma da lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, 
de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir 
o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o 
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir 
o conflito. 
 
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,

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