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A incorporação imobiliária pode ser definida como a atividade econômica voltada à realização de empreendimentos em edificações, para a sua comercia...

A incorporação imobiliária pode ser definida como a atividade econômica voltada à realização de empreendimentos em edificações, para a sua comercialização total ou parcial, podendo ser realizada por meio de patrimônio de afetação. Nesse tipo de afetação, o incorporador (em geral, uma grande pessoa jurídica, podendo sê-lo, no entanto, qualquer pessoa) é aquele responsável pela administração ou pela empreitada que culminará na entrega das obras, incluindo o projeto, o plano de vendas, os prazos etc. 

Numa situação hipotética, em que você defende um credor de um determinado empreendimento - que forneceu, no caso, cimento para a sua construção -, constituído de uma incorporadora, sob a forma de Sociedade de Propósito Específico e com Patrimônio de Afetação (PA). A incorporadora, contudo, está com diversas dívidas, as quais, por conta de crise econômica, não podem ser quitadas sem comprometer a operacionalidade.  

Com isso, a incorporadora ingressa em juízo com pedido de recuperação judicial, no intuito de renegociar as suas dívidas, incluindo todas as suas SPEs (Sociedade de Propósito Específico) e as dívidas de todas as empresas do grupo, no bojo da recuperação judicial - inclusive a dívida do credor específico do empreendimento em questão. 

A proposta de renegociação envolve um Plano de Recuperação Judicial único para todas as empresas do grupo da incorporadora, por meio de um parcelamento da dívida em 10 (dez) anos - e parcelas anuais -, com desconto no pagamento, no percentual de 40% (quarenta por cento) do total devido e atualização pela TR. 

Isso significa dizer que o credor em questão, contratado apenas para aquele determinado empreendimento pelo Plano de Recuperação apresentado, receberá apenas 60% (sessenta por cento) do que lhe é devido, em parcelas anuais, ao longo de 10 (dez) anos. 

A SPE, constituída para o empreendimento que tem como credor aquele de que se busca defender os interesses, ao contrário da sua controladora (a própria incorporadora holding de todas as empresas do grupo), não se encontra em situação de dívida. Pelo contrário, as suas despesas têm sido quitadas regularmente, havendo valores em caixa para quitação, quase que plena, de todos os seus credores. 

  

A situação, portanto, é a seguinte: a controladora do empreendimento (no caso, a incorporadora) não tem recursos suficientes para saldar as suas dívidas. A SPE do empreendimento, todavia, tem fluxo de valores suficientes para saldar as dívidas do próprio empreendimento. 

Assim, com base na situação hipotética, coloca-se a questão: considerando o quadro em que se instala o credor, este deve se sujeitar às condições do Plano de Recuperação Judicial? Há outra estratégia cabível, que lhe possibilite receber o que é integralmente devido?

💡 3 Respostas

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Ed Verified user icon

Na situação hipotética apresentada, o credor deve se sujeitar às condições do Plano de Recuperação Judicial, pois ele é um plano único para todas as empresas do grupo da incorporadora, incluindo a SPE do empreendimento em questão. O Plano de Recuperação Judicial foi apresentado pela incorporadora e aprovado pelo juízo competente, e o credor não tem poder de alterá-lo. No entanto, o credor pode buscar negociar com a SPE do empreendimento para receber o valor integral da dívida, caso a SPE tenha recursos suficientes para quitá-la.

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Eder Rego

No caso apresentado, o credor não deve se sujeitar às condições do Plano de Recuperação Judicial uma vez que o fornecimento de cimento foi direto à SPE com Patrimônio de Afetação, e como tal, não está sujeita à recuperação judicial, por ser independente do patrimônio da incorporadora.

Como se sabe, o patrimônio de afetação é um instituto criado pela Lei 10.931/04 que consiste na separação do terreno, direitos e deveres a ele vinculados, do patrimônio particular do incorporador, possuindo o instituto natureza jurídica de direito real com finalidade específica para a realização da obra.

Sendo assim, independente do Plano de Recuperação Judicial da Incorporadora, o credor deve buscar receber integralmente seu crédito junto à SPE do empreendimento para o qual forneceu o cimento.



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Fernanda Costa

isso ai

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