A interpretação da democracia racial brasileira como uma afirmação de que "brasileiro/a não é branco/a e nem negro/a, que todos/as somos brasileiros/a, ou seja, mestiçados/as ou híbridos/as" não é uma forma efetiva de neutralizar o racismo no país. Na verdade, essa afirmação pode ser vista como uma ferramenta de opressão, pois nega a existência do negro e do afrodescendente na formação do povo e da cultura brasileira. Como argumenta Hugo Monteiro em seu texto "Língua, linguagem e poder: opressões na palavra", o uso da palavra e da língua é um meio de opressão racista, pois nega a legitimidade cultural e simbólica do outro. Ao afirmar que todos somos mestiçados ou híbridos, essa interpretação da democracia racial brasileira nega a existência de uma identidade negra e afrodescendente, e assim perpetua a opressão e a marginalização desses grupos. Portanto, é importante reconhecer a diversidade étnica e cultural do povo brasileiro, e não negar a existência de grupos específicos em nome de uma suposta harmonia racial. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
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Língua Portuguesa, Poder e Diversidade Cultural
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