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Leia o texto a seguir: Nilma Lino Gomes (2012) ressalta a centralidade da descolonização curricular para a efetiva promoção da educação das relaçõe...

Leia o texto a seguir:

Nilma Lino Gomes (2012) ressalta a centralidade da descolonização curricular para a efetiva promoção da educação das relações etnicorraciais no Brasil, com especial ênfase nos cursos de formação de professores e professoras. [...] não se trata da mera inclusão de conteúdo, mas de uma “mudança estrutural, conceitual, epistemológica e política” (GOMES, p. 106). A inflexão epistemológica sobre a qual temos insistido neste artigo, segundo a autora, se localiza em “um campo de tensões e relações de poder”. Por isso, “a descolonização do currículo implica conflito, confronto, negociações e produz algo novo” (GOMES, p. 106-107). Ademais, uma vez que “O legado da luta do povo negro no Brasil atinge a todos independentemente de sexo, raça, classe social e idade”, tal inflexão possui um inerente caráter civilizatório (GOMES, 2012, p. 103).

[...]

Na linha do que foi dito por Kabengele Munanga (2005) na apresentação ao livro Superando o racismo na escola, que reúne diversos artigos com tal finalidade, salientamos que o racismo não se localiza apenas no nível da razão, mas também na afetividade e na emocionalidade. Por conta disso, a abordagem “da memória coletiva e da história da comunidade negra não interessa apenas aos alunos de ascendência negra”, mas a todos os estudantes, uma vez que também “tiveram suas estruturas psíquicas afetadas” por meio de “uma educação envenenada pelos preconceitos”. Por consequência, tal memória coletiva não pertencente somente à população negra, pois “a cultura da qual nos alimentamos quotidianamente é fruto de todos os segmentos étnicos que, apesar das condições desiguais nas quais se desenvolvem, contribuíram cada um de seu modo na formação da riqueza econômica e social e da identidade nacional” (MUNANGA, 2005, p. 16). O ensino de história aliado às concepções antirracistas e decoloniais viabiliza uma maior aproximação com a realidade dos estudantes, bem como uma transformação do conhecimento, do saber, ainda fortemente arraigado na metodologia epistêmica eurocêntrica ocidental. Por isso concordamos com Júnior e Souza quando abordam sobre a necessidade de rompimento “com as amarras do eurocentrismo que produziram concepções distorcidas e estereotipadas sobre a história e a cultura dos africanos, dos afro-brasileiros e dos indígenas no Brasil”. Aliando o ensino de história com os estudos decoloniais, segundo os autores, é possível “mobilizar os sujeitos (estudantes e professores), além de seus saberes e ações, para a construção de um novo sentido para a história”. Mais uma vez, cabe ao professor “a tarefa de fazer com que os estudantes compreendam o processo histórico de construção das diferenças em relação ao ‘outro’, sua história, sua cultura e sua identidade” (JÚNIOR; SOUSA, 2017. p. 74).

ARAUJO, Fábio; PERUSSATTO, Melina Kleinet; STAUDT, Taíse. Por um ensino de História antirracista: formação de professores/as e descolonização.

Fronteiras: Revista Catarinense de História. Dossiê Ensino de história e relações étnico raciais. N 34, 2019/02 – ISSN 2238-9717 184

 

Analisando o trecho anterior sob a perspectiva das leis 10.639/03 e 11.645/08, é importante que o ensino de História tenha uma orientação antirracista, levando-se em conta as seguintes questões:

I – A educação etnocêntrica que existiu no Brasil provocou a construção de estereótipos sobre as populações indígenas e afro-brasileiras.

II – O ensino de História no Brasil precisa sofrer grandes transformações, começando na formação docente, preparando o profissional para mudar sua forma de tratar as questões étnico-raciais.

III – Os preconceitos e os estereótipos marcam tanto a construção do conhecimento quanto os afetos e as emoções dos que recebem uma educação etnocêntrica.

IV – É fundamental que a educação seja decolonizada, ou seja, parta do ponto de vista dos povos indígenas e afro-brasileiros, o que interessa apenas para esses grupos.

É correto o que se afirma apenas em

 

Grupo de escolhas da pergunta



III e IV.


I e II.


I, II e III.


II, III e IV.


I, II, III e IV.

💡 1 Resposta

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A alternativa correta é a letra II e III.

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