Leia o trecho a seguir:

"No Brasil, ao final da década de 1970, os assistentes sociais já se posicionavam fortemente em relação à "formulação das políticas sociais enquanto intervenção estatal". [...] Por outro lado, há o reconhecimento de que a política social reveste-se de um caráter contraditório, pois, ao mesmo tempo em que atende aos interesses do capital, atende também às necessidades da classe trabalhadora. Portanto, a sua expansão é marcada pela luta dos trabalhadores na perspectiva da conquista e da consolidação dos direitos sociais (IAMAMOTO, 2003; YAZBEK, 2000; PEREIRA, 2008)."

O trecho apresenta algumas características do Serviço Social após o enfrentamento de uma crise ideológica na década de 60 do século XX. A partir dessas informações e do conteúdo estudado no livro-texto sobre o processo de desenvolvimento e a polarização dentro do Serviço Social, sabe-se que:

o Serviço Social apresentou-se até a década de 1960 como uma profissão desvencilhada do governo, podendo desenvolver o seu trabalho livremente sem prestação de contas para o governo vigente.

a possibilidade de renovação do Serviço Social pode ser relacionada com a crise ideológica vivenciada pela profissão na década de 1960 e com o golpe militar de 1964.

as mudanças socioeconômicas estruturais defendidas em uma perspectiva macrossocietária visavam pôr fim ao ordenamento capitalista.

o contexto desenvolvimentista do Serviço Social no Brasil defendia que a assistência dos indivíduos deve ocorrer na ausência de estudos e diagnósticos do indivíduo assistido.

os movimentos sociais, ocorrendo em meio a um cenário de debates políticos na década de 1960, garantiram o fim da polarização de interesses dentro da categoria profissional dos assistentes sociais.