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Após refletir sobre a posição do negro em nossa sociedade atualmente, Pinto e Ferreira (2014) esclarecem que no passado o processo de imigração no ...

Após refletir sobre a posição do negro em nossa sociedade atualmente, Pinto e Ferreira (2014) esclarecem que no passado o processo de imigração no Brasil reforçou a ideia do “branqueamento”, o trabalho negro foi largamente substituído pela força de trabalho europeia. Isso explica-se pelas supostas evidências racistas de que o negro era menos preparado que o trabalhador branco. A partir deste contexto, os autores afirmam que surge a ideologia da mestiçagem, que emerge como uma opção de aprimoramento ou melhoria da descendência étnica do povo brasileiro, culminando na construção de um Brasil pós-abolição, considerada pelos autores como mito da democracia racial. É impossível negar a desigualdade racial, social e econômica, além de sua função discriminatória. A elite dominante "trama" uma ideologia de que no Brasil não haveria discriminação racial, seria dada a todos os habitantes, negros, brancos e mestiços as mesmas oportunidades, sem diferenciação, muito embora a realidade vivida e experienciada era completamente divergente. Esse mito da democracia racial ganhou a simpatia de alguns autores, entre eles o sociólogo Freyre (2006) que destaca em sua obra Casa Grande e Senzala, o processo de miscigenação como fator positivo e passível de reduzir a distância social oriunda do sistema escravocrata. A miscigenação resolveria a questão da não aceitação social, além de representar uma nova configuração do povo brasileiro (PINTO & FERREIRA, 2014). Em sua obra Freyre (2006, p. 27) argumenta que os negros foram os fundadores da civilização brasileira, objetos culturais, sem, entretanto, dar a eles o direito à cidadania. Podemos inferir que foram inseridos socialmente por meio de uma sutileza brutal, que fere os princípios da cidadania, do sujeito, da diversidade, da singularidade. Essa sutileza desarmoniosa promove na sociedade a visão míope de que o negro era aceito, mantendo, porém, os preceitos da hierarquia da escravatura. Seria possível pensar que vivemos em uma sociedade completamente diferente do passado? Ou o mito da democracia racial ainda existe em uma completa sutileza presente nas comunidades, nas escolas e dentro das próprias famílias?


Essa pergunta também está no material:

Livro Políticas Inclusivas [891221]
90 pág.

Politicas Educacionais Inclusivas I Faculdade ÚnicaFaculdade Única

Respostas

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O texto apresenta uma reflexão sobre a posição do negro na sociedade brasileira, destacando que no passado o processo de imigração no Brasil reforçou a ideia do "branqueamento" e que o trabalho negro foi largamente substituído pela força de trabalho europeia. A partir deste contexto, surge a ideologia da mestiçagem, que emerge como uma opção de aprimoramento ou melhoria da descendência étnica do povo brasileiro, culminando na construção de um Brasil pós-abolição, considerada pelos autores como mito da democracia racial. A elite dominante "trama" uma ideologia de que no Brasil não haveria discriminação racial, seria dada a todos os habitantes, negros, brancos e mestiços as mesmas oportunidades, sem diferenciação, muito embora a realidade vivida e experienciada era completamente divergente. O texto questiona se seria possível pensar que vivemos em uma sociedade completamente diferente do passado ou se o mito da democracia racial ainda existe em uma completa sutileza presente nas comunidades, nas escolas e dentro das próprias famílias.

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