Mencionamos também algumas vivências do analista: em relação ao tédio-defesa e à apatia-adaptativa, a sensação de que, nesses casos, temos de "tate...
Mencionamos também algumas vivências do analista: em relação ao tédio-defesa e à apatia-adaptativa, a sensação de que, nesses casos, temos de "tatear o silêncio", "ler em Braille" e "caminhar com uma lamparina em punho, vagarosamente, ao lado do analisando"; para que ele venha a religar fragmentos perdidos do eu, fazendo algum tipo de amarração entre os pedaços incomunicáveis do seu psiquismo através da simbolização, da narrativa e da ressignificação de sua história. Se há o incômodo de construir um lego imenso sem o caderno-guia, a ele se liga a necessidade de sermos um meio maleável para nossos pacientes, funcionarmos como joão-teimoso (FERENCZI, 1928) ou um "barco capaz de capotar e descapotar continuamente" (PESSOA, 2016, p. 92) e empatizar com a dor psíquica causada pelo material clivado.
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