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Para que a posse seja apta a configurar usucapião, também deve ser exercida sem oposição. Por retirar da posse as características de ser mansa e pa...

Para que a posse seja apta a configurar usucapião, também deve ser exercida sem oposição. Por retirar da posse as características de ser mansa e pacífica, a impugnação deve ser feita por quem tenha legítimo interesse para tanto, como é o caso do proprietário em desfavor do qual se visa usucapir, desde que o mesmo logre êxito em sua pretensão. “Em contrapartida, não será suficiente, para obstar o usucapião, a oposição indevidamente levantada contra a posse do usucapiente, por quem não detém legitimidade jurídica para tanto”. Ademais, a oposição exige medida efetiva na área judicial, que seja procedente, ou seja, que reconheça o direito de quem se opõe. Assim, a mera interpelação judicial cessa a contagem do prazo para usucapião desde que, após o prazo nela fixado, imediatamente for ajuizada a ação adequada, sob pena de perda dos efeitos da mora com aquela obtida. “Respeitando-se esse procedimento, a sentença não retroagirá apenas à data do ajuizamento da ação, e sim à da própria interpelação”. Outrossim, a posse inequívoca é verificada quando inexiste qualquer dúvida ou suspeita sobre sua ocorrência, exteriorizada por atos possessórios pelos quais se consiga verificar presentes todos os requisitos exigidos para a aquisição da propriedade por usucapião. “Afirma-se que a posse é equívoca quando não oferece, com caráter suficiente de certeza, todas as qualidades necessárias para constituir posse útil para o usucapião. Do momento em que ela não é clara e incontestadamente contínua, pacífica e pública, é equívoca”. Por derradeiro, a posse útil para configurar usucapião deve ser atual, ou seja, deve o usucapiente mantê-la consigo, pois, caso venha a perdê-la, deixará de existir um dos requisitos essenciais ao usucapião, na medida em que a perda da posse acarreta a inutilização do tempo anteriormente vencido. Contudo, “se o possuidor perdeu a posse, após ter preenchido todos os requisitos para a prescrição aquisitiva, poderá mover a ação de usucapião, citando também o possuidor atual”. Nesse sentido, é o estabelecido na Súmula nº 263 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião”.