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De fato, o que nos toca do real nos afeta de maneira paralisante ou até mesmo ”sufocante”. Poderia aqui, desfilar inúmeros sintomas de angústia par...

De fato, o que nos toca do real nos afeta de maneira paralisante ou até mesmo ”sufocante”. Poderia aqui, desfilar inúmeros sintomas de angústia para expressar a insuportabilidade do real. No entanto, durante a tormenta, pouco se sabe dos efeitos dela. É preciso passar a fúria do fenômeno, para que então, haja a percepção dos seus efeitos sob o humano, e a natureza. No que se refere ao olhar da reversibilidade, é deste olhar que gostaria de aprofundar-me, o que vemos o que nos olha (título de um livro do autor Georges Didi-Huberman), ao qual inclusive venho me debruçado em dias recentes. Este olhar em que o sujeito se apercebe assujeitado. Nesse momento, o que vemos reflete em nós, e nessa posição de objeto inerte muitas vezes, ouvi relatos de sentimento de impotência, de medo e tensão do porvir, além de um sentimento de desamparo, temos um panorama de incertezas quanto ao futuro. Pensando neste olhar reverso, como ver um cenário pandêmico pode reverberar em nós como sujeitos? Existem posições subjetivas diversas, onde o sujeito se adapta a nova realidade e cria novas formas de se haver com o real, assim como há quem decide se posicionar no lugar da negação. Negando totalmente o real e acionando o mecanismo de defesa mais primitivo do homem, a negação. Há aqueles em que desenvolverão inúmeros sintomas fóbicos dentre outros mais. No entanto, é fato que, as posições subjetivas serão sempre expressadas no que tange ao movimento humano. No discurso dos sujeitos, existem atravessamentos da cultura, como também da sua psique estrutural. No que tange a sociedade, e até mesmo a nível mundial, esta pandemia surte um efeito em massa de isolamento, isto é nítido, assim como o olhar se volta ao escancaramento da fragilidade dos corpos, e da discrepância da desigualdade social. Então volto a mencionar sobre este olhar que nos olha, o que vemos nos olha. Há um retorno para quem é capturado pelo objeto olhado. Assim como, o objeto olhado nos toca de tal modo que, nos tornamos o próprio objeto desnudado. Nesta reflexão, a pandemia para muitos poderá se tornar uma descortinada, em que conceitos se desorganizem para reorganizarem-se noutra coisa. Algo da ordem de uma elaboração pós-trauma, talvez. Há também aqueles que passarão pela pandemia de olhos vendados, em que o olhar não passava de um órgão escópico. Então, um olhar que não vê para além do horizonte da imagem exibida, para além do cenário atribulado, ou melhor, não vê para além do seu umbigo.

Essa pergunta também está no material:

ebook_expressoes aap4
748 pág.

Gestão Hospitalar

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