Richard II é mau rei, mas, como poeta, é interessante; os dois papéis são antitéticos, de modo que a realeza o diminui, à medida que a poesia se desenvolve. No final da ação, Richard é um rei morto, tendo sido forçado a abdicar e, em seguida, assassinado, mas o que permanece em nossos ouvidos é seu arremedo de lirismo. Rei tolo e despreparado, vítima tanto da própria psique, e da linguagem extraordinária da mesma, quanto de Bolingbroke, Richard não cativa nossa simpatia, mas nossa admiração, ainda que relutante, pelo declínio e morte de sua música. Como político, é totalmente incompetente; como poeta, domina totalmente a metáfora. A peça versa sobre o declínio e a queda de um poeta notável, que deixa a desejar como ser humano e que, como rei, é inútil. Vale mais a pena pensar no próprio Richard como vítima, e não como herói ou vilão; vítima, em primeiro lugar, de seus próprios caprichos, mas, também, da força da sua imaginação.
(BLOOM, H. Shakespeare: a invenção do humano. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1998. Adaptado)
O personagem criado por Shakespeare, Richard II, é um monarca incompetente e durante a peça ele comete vários erros que tanto mostram essa incompetência quanto resultam, no final, na perda de sua coroa e sua vida. Das 5 ações listadas abaixo, quais delas foram erros cometidos por Richard II no drama histórico de Shakespeare?
I – Matar Polonius, o pai de Ofélia.
II – Confiscar as posses e as terras de John de Gaunt.
III – Ser inconsistente e arbitrário ao julgar a disputa entre Bolingbroke e Mowbray.
IV – Aceitar o duelo contra Laertes.
V – Não permitir o casamento entre Hérmia e Lysander
Escolha uma opção:
a.
Apenas I e II
b.
Apenas II, III e IV
c.
Apenas II e III
d.
Apenas I e IV
e.
I, II, III, IV e V
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