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Um ato de salvação pode constituir crime? E se for para evitar outro crime? O direito penal, por vezes, pode proteger bens jurídicos conflitantes, ...

Um ato de salvação pode constituir crime? E se for para evitar outro crime? O direito penal, por vezes, pode proteger bens jurídicos conflitantes, cabendo ao intérprete legal direcionar a solução adequada quando há conflito entre as normas. A partir desse conceito, analise o caso abaixo: João é ambientalista e, ao saber de sacrifícios de animais em rituais de candomblé próximos à sua residência, denunciou a prática à ONG GrünSpass. A ONG, por sua vez, criou uma intervenção para impedir a prática dos sacrifícios de animais do grupo religioso, haja vista constituir crime contra o meio ambiente previsto no art. 33 da Lei 9605/98. José, sacerdote do grupo religioso em questão, prestou queixa contra a ONG em relação à incidência do crime de impedimento a ritual religioso previsto no art. 208 do Código Penal Brasileiro. À luz da jurisprudência brasileira e no papel de promotor do Ministério Público responsável pelo caso, responda: a) Incorre a prática de sacrifícios de animais em ritos africanos no crime previsto no art. 33 da Lei 9605/98? b) É correto afirmar que a ONG incorreu no crime previsto no art. 208 CP? c) Você resolveria o conflito de direitos da mesma forma que o STF em sua posição atual? Justifique.

💡 1 Resposta

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Esdras Oliveira

Padrão de resposta esperado

a) Não há incorrência de crime previsto no art. 33, uma vez que não encontra-se prevista de forma específica na norma o uso de animais em ritos religiosos — estes protegidos pela Constituição Federal.

b) Incorreu a ONG no crime de impedimento ao rito religioso, eis que a prática de sacrifício de animais hoje é considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

c) O posicionamento deve considerar a legislação atual e os bens constitucionais afetados. Por exemplo: discordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal, por entender que o direito dos animais à vida e à integridade física, tal como se depreende da legislação Penal Ambiental (Lei 6.905) e art. 225 da Constituição Federal que inclui "todos" ao direito a um meio ambiente equilibrado. Não excluindo animais do vocábulo, deveria prevalecer sobre a liberdade de exercício religioso, uma vez que a mesma não pode ser tomada de forma absoluta; pois, igualmente, não se admite sacrifício humano em rituais religiosos por afrontar o direito à vida, previsto no art. 5 da Constituição Federal.


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