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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU DIREITO CRIMES EM ESPÉCIES II CASOS FICTÍCIOS ARACAJU 2024 Crime contra a incolumidade pública Neste caso, temos um grupo de indivíduos que, sem obedecer às normas de segurança, decide soltar fogos de artifício em um ambiente público onde há muitas pessoas reunidas. O uso inadequado de fogos de artifício pode representar um sério perigo de incêndio ou explosão, especialmente em locais com grande concentração de pessoas. Ao soltar os fogos sem considerar a segurança das pessoas ao redor, o grupo coloca em risco direto e iminente a vida e a integridade física dos frequentadores do parque. Isso configura um crime contra a incolumidade pública, de acordo com o artigo 250 do Código Penal brasileiro. O artigo 250 estabelece que causar perigo de incêndio ou explosão é passível de detenção, de seis meses a dois anos, além de multa. No caso dos fogos de artifício, o perigo de incêndio é evidente, especialmente se forem utilizados em um ambiente com vegetação, estruturas inflamáveis ou pessoas próximas. A pena a ser aplicada dependerá de diversos fatores, incluindo a quantidade de fogos utilizados, a proximidade das pessoas do local onde os fogos foram soltos e a gravidade dos ferimentos causados. Além disso, o histórico dos infratores e sua intenção ao cometer o ato também podem influenciar na determinação da pena. O objetivo da pena, neste caso, é não apenas punir os responsáveis pelo ato irresponsável, mas também desencorajar esse tipo de comportamento perigoso que coloca em risco a segurança e o bem-estar da comunidade. A aplicação da lei busca proteger a incolumidade pública e garantir a segurança dos cidadãos em locais de convívio comum. Crime contra o estado de filiação Ana, uma jovem de 20 anos, descobriu que estava grávida de seu namorado, Pedro, aos 22 anos. Apesar do relacionamento estável, ambos não se sentiam preparados para assumir a responsabilidade de cuidar de um filho naquele momento de suas vidas. Após longas conversas e muita angústia, decidiram que o melhor para o bebê e para eles seria buscar uma solução alternativa. Com medo do estigma social e da pressão familiar, Ana e Pedro optaram por uma rota ilegal: vender o bebê para um casal que não podia ter filhos. Conheceram um intermediário, que prometeu organizar tudo de forma discreta e segura. Ana e Pedro foram instruídos a simular um parto falso em um hospital distante, enquanto o bebê seria entregue ao casal comprador. No entanto, o intermediário acabou sendo preso em uma operação policial contra o tráfico de crianças. Ana e Pedro foram descobertos durante as investigações. Eles foram acusados de praticar o crime de “Entregar filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”, conforme o Artigo 242 do Código Penal brasileiro, que prevê pena de reclusão de dois a seis anos, além de multa. Durante o julgamento, ficou evidente que Ana e Pedro estavam agindo por desespero, motivados pelo medo e pela falta de recursos para criar o filho. O casal demonstrou profundo arrependimento e reconheceu o erro de sua decisão. O juiz, sensibilizado pela situação, decidiu levar em consideração as circunstâncias atenuantes e aplicou uma pena mais branda. Conclusão: Ana e Pedro foram considerados culpados pelo crime de entregar filho a terceiro mediante paga ou recompensa, conforme o Artigo 242 do Código Penal brasileiro. No entanto, devido às circunstâncias excepcionais e ao arrependimento demonstrado, o juiz decidiu reduzir a pena para um ano de reclusão, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de multa. O casal foi orientado a buscar apoio psicológico e assistência social para lidar com as consequências emocionais de suas ações e a reconstruir suas vidas de maneira mais ética e responsável.