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Caso o leitor não tenha descoberto esta terceira atenuante, a dica de sempre: se um dispositivo estiver em sua resposta, MANUAL DE PRÁTICA PENAL 2ª...

Caso o leitor não tenha descoberto esta terceira atenuante, a dica de sempre: se um dispositivo estiver em sua resposta, MANUAL DE PRÁTICA PENAL 2ª fase do Exame de Ordem 1ª EDIÇÃO 102III. PEÇAS PASSADAS RESOLVIDAS faça a sua leitura integral. Se o art. 65 estará em sua peça, leia tudo o que ele diz. Quem assim fez, percebeu a atenuante da coação. O próximo passo é a análise do regime inicial. Na época do XX Exame de Ordem, o STJ entendia que o reconhecimento da causa de diminuição do art. 33, § 4º, não afastava a equiparação a hediondo do tráfico de drogas – havia até súmula nesse sentido, atualmente cancelada. Por isso, a FGV exigiu que fosse sustentada a tese de que a previsão de regime inicialmente fechado para crimes hediondos e equiparados é inconstitucional (Lei n.º 8.072/90, art. 2º, § 1º). Considerando o atual entendimento, devemos fazer a análise com base, tão-somente, no art. 33, § 2º, do CP. Como a pena mínima do tráfico de drogas é de cinco anos, e que pedimos a diminuição do § 4º, o regime inicial será o aberto, conforme art. 33, § 2º, c, do Código Penal. A seguir, a análise da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, do art. 44 do CP. O vade-mécum esclarece, logo abaixo do § 4º, que o art. 1º da Resolução 5/2012 (DOU 16.02.2012), do Senado Federal, suspendeu a execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” do § 4º do art. 33 da Lei n.º 11.343/06, declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. A remissão é importante, pois a FGV exigiu no gabarito a menção à Resolução 5/2012 do Senado Federal. Por fim, a análise do sursis, do art. 77 do CP. Todavia, caso aplicada a diminuição mínima do § 4º, a aplicação do instituto não será possível. Logo, não consta do gabarito. 3. MONTANDO A PEÇA Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Goiânia/GO, Comentário: muitos perderam pontos no endereçamento em razão de ter inventado dados – o que poderia, em caso extremo, causar a anulação da prova por identificação. Em muitas comarcas pelo Brasil, há varas especializadas em delitos de drogas. Isso se dá com base na legislação de organização judiciária de cada Tribunal de Justiça. Em Rio Branco/AC, por exemplo, há uma Vara de Drogas e Acidentes de Trânsito, dois assuntos sem qualquer ligação, mas que, por particularidades do TJAC, foram unidos em uma vara única. No Exame de Ordem, muitos endereçaram à peça ao Juiz de Direito da Vara de Drogas. Entretanto, o enunciado não traz essa informação. Por isso, o gabarito exigiu o endereçamento à Vara Criminal. Ainda que exista em Goiânia uma vara especializada em tráfico de drogas, para o Exame de Ordem, ela não existe, afinal, não está no enunciado. Astolfo, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, apresentar Alegações finais por Memoriais, com fundamento no art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas: Comentário: não sabemos se foi a intenção do examinador, mas ao falar em juntada de laudo pericial após a audiência de instrução e julgamento, o enunciado dá a entender que os memoriais MANUAL DE PRÁTICA PENAL 2ª fase do Exame de Ordem 1ª EDIÇÃO 103III. PEÇAS PASSADAS RESOLVIDAS deveriam ser fundamentados com base no art. 404, parágrafo único, do CPP. Entretanto, como não ficou muito claro, a banca aceitou tanto o art. 403, § 3º, quanto o art. 404, parágrafo único. Também aceitou quem mencionou, em conjunto com o art. 403, § 3º, o art. 394, § 5º, do CPP e o art. 57 da Lei n.º 11.343/06. I. DOS FATOS (...) Comentário: a divisão em dos fatos, do direito e do pedido não é pontuada pela banca. Entretanto, gostamos de utilizá-la. Como a correção da FGV é muito ruim, quanto melhor organizada a sua peça, menor a chance de erros de correção – a banca errará de qualquer forma, mas o prejuízo será menor se a sua peça estiver bem estruturada. Como já dito, a descrição dos fatos não é pontuada pela FGV – na queixa-crime, há uma situação especial, tratada no modelo da peça. Portanto, limite-se a um resumo do enunciado. Não perca muito tempo em sua elaboração. Não é o momento de sustentar teses de defesa. Considerando a irrelevância do tópico dos fatos, em nossos modelos, adotamos apenas as reticências, mas por economia de espaço. Em sua prova, é claro, faça o resumo do enunciado. II. DO DIREITO (a) Da coação moral irresistível Como já relatado, o réu praticou o delito por ter sido coagido por Russo, traficante, que ameaçou expulsá-lo de sua casa se não fizesse o transporte da cocaína. Portanto, deve Astolfo ser absolvido em razão da coação moral irresistível, por exclusão da culpabilidade, conforme art. 22 do Código Penal, deve ser punido somente o autor da coação. Comentário: como já dito, em memoriais, a banca quase sempre pontua em duplicidade o pedido – a absolvição foi pontuada nos quesitos 3 e 11 do gabarito do XX Exame de Ordem. Outro ponto que destacamos é o quesito 3.1, que exigiu que fosse dito que a coação moral irresistível é causa excludente da culpabilidade. O art. 22 do CP não diz nada nesse sentido. Como poderia o examinando chegar a tal conclusão, apenas com pesquisa no vade-mécum? Eis, aí, a importância das remissões feitas pelo vade-mécum. Logo abaixo do art. 22, os organizadores do vade-mécum fizeram remissão ao art. 397, II, do CPP. Embora seja o dispositivo a ser adotado na absolvição sumária, em resposta à acusação, veja o que diz a sua redação: a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade. MANUAL DE PRÁTICA PENAL 2ª fase do Exame de Ordem 1ª EDIÇÃO 104III. PEÇAS PASSADAS RESOLVIDAS (b) Da pena Subsidiariamente, em caso de condenação, é necessária a fixação da pena no mínimo legal, pois é vedada a utilização de inquérito policial para agravar a pena-base, em respeito ao princípio da presunção de inocência, conforme Súmula 444-STJ. Comentário: mais uma vez, a banca exigiu que fosse dito, de forma expressa, a palavra subsidiariamente. Em relação à forma como sustentada a tese, adotamos as palavras da Súmula 444-STJ, para o caso de a banca as exigir. Além disso, veja que, para a FGV, não basta sustentar a tese: é necessário explicá-la. No gabarito, foi exigida a menção ao princípio da presunção de inocência, como fundamento da tese. Para ficar ainda mais completo, poderíamos ter mencionado o art. 5º, LVII, da Constituição. Ademais, deve ser reconhecida a atenuante do art. 65, I, do Código Penal, pois o réu era maior de setenta anos na época da sentença. Também deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, conforme art. 65, III, d, do Código Penal. Por fim, deve ser aplicada a atenuante da coação resistível, do art. 65, III, c, do Código Penal. Comentário: embora a doutrina fale em atenuante da senilidade, expressão claramente discriminatória, a banca não a exigiu. Bastava dizer atenuante do art. 65, I, do CP. Quanto à atenuante da coação resistível, é algo óbvio: pedimos, inicialmente, a coação irresistível. Caso o juiz não a acate, entendeu que a coação foi resistível, como dispõe o art. 65, III, c. Há, ainda, causa de diminuição de pena em favor de Astolfo, com fundamento no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/06, devendo a pena ser reduzida de um sexto a um terço,

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