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35ª QUESTÃO Resposta comentada: A doxiciclina é um tratamento recomendado para a sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penici...

35ª QUESTÃO
Resposta comentada:
A doxiciclina é um tratamento recomendado para a sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. No entanto, a administração de doxiciclina oral em mulheres grávidas é contraindicada porque a ingestão de tetraciclina pode causar danos ósseos e depósitos nos dentes (amarelecimento dos dentes decíduos) na prole.
O resultado positivo de um teste treponêmico (FTA Abs) e de um não treponêmico (RPR) já confirma o diagnóstico nesta gestante e deve-se iniciar o tratamento, sem a necessidade de realizar outro teste treponêmico para confirmação. A paciente não tem história de tratamento anterior documentado com queda da titulação em pelo menos duas diluições e, portanto, não é um caso de cicatriz sorológica.
A penicilina G é o único agente comprovadamente seguro e eficaz no tratamento da sífilis em gestantes. Contudo, a paciente relata ter tido reação alérgica à penicilina no passado. Portanto, antes de iniciar a terapia, deve-se primeiro determinar se a paciente pode tolerar o tratamento com penicilina. Não existem alternativas comprovadas à penicilina para o tratamento seguro e eficaz da sífilis em mulheres grávidas. Portanto, a dessensibilização à penicilina deve ser realizada em todos os pacientes com alergia à penicilina que sejam diagnosticados com sífilis durante a gravidez. O processo de dessensibilização pode ser realizado com segurança durante a gravidez e não afeta negativamente o resultado da gravidez. Em condições para as quais não existem medicamentos alternativos aceitáveis ​​(como sífilis na gravidez), a dessensibilização permite utilizar o medicamento de escolha e evitar complicações associadas à infecção não tratada (neste caso, infecção transplacentária do feto).
A azitromicina pode ser usada como medicamento de segunda linha no tratamento da sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. Contudo, o antibiótico não atravessa livremente a barreira placentária, por isso o feto não será tratado eficazmente. Portanto, não é recomendado para o tratamento da sífilis durante a gravidez.
Apenas observação é inadequado neste paciente com sífilis confirmada (ou seja, teste de triagem positivo e teste confirmatório). A infecção por sífilis não tratada coloca tanto a mãe como a criança em risco de complicações graves, incluindo sífilis congênita, sífilis cardiovascular e neurossífilis.
REFERÊNCIA:
Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para Prevenção de transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites virais – Ministério da Saúde 2022.
FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023.