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enso entre os ambientalistas denominar de impacto ambiental as transformações naturais do meio. Nesse caso, seriam considerados somente aqueles de ação antrópica. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 001/86, considera impacto ambiental: [...] qualquer alteração das propriedades físicas químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a qualidade dos recursos ambientais. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 1986, art. 1º). Trata-se, portanto, de um conceito subjetivo, uma vez que não há critérios objetivos ou ponderáveis, sendo fundamental a análise relativa do meio e de suas dinâmicas, no momento de constatar e na medida de mensurar tais impactos. 3.2 Critérios de avaliação Para se identificar dano causado e o tipo de impacto, é preciso definir critérios para a sua avaliação. Uma vez diagnosticado o impacto, é preciso compreendê-lo. Para isso, Santos (2004) sugere a sua classificação como impacto efetivo, aquele que se pode observar e verificar, ou impacto provável, que pode vir a ocorrer “[...] em virtude das atividades ou indícios diagnosticados” (SANTOS, 2004, p. 111). Como exemplo de impacto efetivo podemos citar a piora na qualidade da água de córregos próximos a assentamentos humanos desprovidos de saneamento básico: é possível medir a qualidade da água à jusante e à montante da ocupação humana e comparar os resultados. Já como exemplo de impacto provável é a prevalência de doenças de veiculação hídrica entre a população moradora no entorno. Contudo, em ambos os casos, os impactos devem ser “[...] caracterizados de acordo com um conjunto de outros critérios que estipulam uma ordem de grandeza ao seu valor” (SANTOS, 2004, p. 112). Assim, eles podem ser classificados por seu estado evolutivo; pela fonte (se é local ou difusa); pelo sentido; pela distribuição; pela extensão; pela temporalidade (se temporário ou permanente); pelo seu desencadeamento; pela magnitude; pela acumulação e pela importância. Ou seja, os critérios de avaliação servem para se compreender a natureza do impacto e como ele interage com outros impactos e influencia o meio. Ao classifica-los, é possível compará-los e analisá-los em conjunto, definindo métodos de análise. Somente com a compreensão total do impacto será possível analisar se existe alguma medida para a sua eliminação, mitigação, compensação ou remediação. Considerações finais Como vimos, o processo de planejamento ambiental é, antes de tudo, um processo de compreensão das dinâmicas que influenciam o meio, bem como a capacidade de estabelecer estratégias para as tomadas de decisões, de modo a atuar nos efeitos negativos e potencializar os efeitos positivos, a fim de se alcançar os objetivos pretendidos. Para isso é fundamental que a equipe tenha uma visão global da área de estudo, capaz de analisar as complexidades e as interações dos fenômenos que ali ocorrem. Nesse processo, a metodologia de análise e de projeção dos cenários futuros tem um papel crucial na confiabilidade das informações e na projeção de cenários possíveis. Somente à luz dessa compreensão é possível intervir em processos históricos e alterar dinâmicas culturais. Contudo, isso não será possível sem o envolvimento da comunidade e dos agentes públicos.
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