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A constipação intestinal em crianças pode ser considerada pela presença de movimentos intestinais dolorosos, acompanhados de desconforto e manobras para eliminar as fezes. A eliminação de fezes endurecidas, em forma de cíbalos (forma de bolinhas), mesmo com frequência normal para a idade da criança, é também considerada como constipação. Em lactentes amamentados ao seio, a eliminação de fezes, sem dor, mas com intervalos que se prolongam até 7 dias, não é considerada constipação. Hábitos alimentares intestinais regulares no início da vida, defecando, em geral pela manhã, após o desjejum, quando os reflexos gastrocólicos e duodenocólicos causam movimentos de massa no intestino grosso, previne o aparecimento da constipação. Classificação Os distúrbios de evacuação podem ter origem orgânica (relacionada a doenças) ou funcional (relacionada à dieta, educação intestinal, atividade física). A constipação intestinal pode ser:  Aguda: covalescência de uma doença aguda, frequentemente associada a diminuição da ingestão alimentar, ou tratamento com drogas constipantes (fenitoína, imipramina, fenotiazinas, preparações contendo ferro, codeina e vincrastina). Pode ocorrer também por mudança da alimentação, redução da atividade física e/ou mudanças de ambiente. É uma situação transitória, a função intestinal volta a normalidade tão logo cesse a causa.  Crônica: divide-se em funcional e psicogência  Funcional: está relacioanado ao hábito alimentar com pouco resíduo ou não atendimento do reflexo de defecação  Psicogência: tem origem comportamental, e é de dificil manuseio pois decorre da época do treinamento dos esfíncters. A criança passa a ter medo de evacuar pelo desconforto e dor que tal ato acarreta. Constipação e Regime Alimentar Uma das causas mais freqüentes de constipação na infância é a mudança de práticas alimentares, que variam desde a simples troca de leite materno por fórmula ou uma fórmula por outra até a introdução de um novo alimento. A prática do aleitamento materno nos primeiros meses de vida e a ingestão de fibra alimentar em quantidades suficientes depois dos 2 anos previnem a constipação crônica funcional. A uma tendência histórica de ingestão reduzida de fibras nas dietas infantis. No entanto, uma dieta rica em fibras é eficaz no tratamento da cosntipação, porque aumenta o volume fecal, produz evacuações mais amolecidas e frequentes, bem como diminui o tempo de trânsito intestinal. No entanto, há controvérsias quanto à utilização de dietas ricas em fibras para crianças, pois estes alimentos aumentam a saciedade e apresentam menor densidade energética, podendo ocasionar baixa ingestão diária de energia. E como a capacidade gástrica da criança é pequena, estas podem não atingir as recomendações dietéticas diárias. Além disso, pode levar à formação de gases e causar desconforto (por isso a mudança deve ser gradativa); e também reduzem absorção de minerais essenciais como Fe, Ca, Cu, Mg, Zn e P. Quadro clínico A constipação não é uma doença e sim um sintoma, mas pode ter consequencias desagradáveis, como: dor, distensão abdominal, flatulência, enurese noturna e náuseas. É comum a criança apresentar anorexia, provavelmente pela dor e distensão abdominal, febre, nervosismo, déficit de crescimento e baixo rendimento escolar. Algumas crianças podem apresentar escape fecal, chamado soiling, o qual é um escape involuntário de fezes. Em geral, é uma conseqüência de constipação grave, quando há presença de massa fecal endurecida (fecaloma) no cólon. A parte externa do bolo fecal que fica em contato com a mucosa intestinal perde água, ocorrendo liberação de fezes moles pelas laterais. Essa situação pode ser confundida com diarréia ou que a criança não está controlando o esfícter e é mais percebida a partir dos 4 anos de idade, pois já há o controle esficteriano anal. Em crianças compactadas não é recomendada a intervenção dietética no primeiro momento, pois o aumento do consumo de fibras provocará estímulo nas partes superiores do intestino, sem a liberação da mais parte mais distal, o que provocará gases e dor abdominal. Primeiramente, o intestino deve ser desbloqueado, e só depois iniciar o tto dietético Tratamento dietético As recoemndações para crianças incluem uma ingestão regular de refeições, ampla variedade de alimentos que contenham fibras e liquidos em quantidade adequada. Os erros aliemntares são identificados como os maiores responsáveis pela constipação intestinal, e portanto a educação nutricional envolvendo a criança e a família é muito importante. Algumas recomendações:  Elevado consumo de líquidos. Deve ser cerca de 1,5ml/kcal. É desejável que cerca de 50% da ingestão diária de líquidos seja de água, com exceção dos lactentes em AM, já que o LH contém cerca de 80% de água. Em geral, a criança perde cerca de 800 ml de água/dia, sendo cerca de 200 ml nas fezes. Portanto recomenda-se a ingestão de 4 a 6 copos de água/dia.  Organizar os horários da refeições para garantir volume alimentar suficiente e, assim, estimular o reflexo gastrocólico do peristaltismo intestinal (Guia < 2 anos).  Substituir a mamadeira pr cop e a farinha utilizada (Guia < 2 anos).  Estimular o consumo de alimentos com grande [ ] de fibras (leguminosas, cereais integrais, legumes, verduras, frutas e vegetais folhosos).  Recomendação de fibras:  O consumo de legumes e vegetais folhosos devem ser oferecidos preferencialmente crus (Accioly) x Introduzir legumes e verduras cozidos gradativamente, misturando aos outros alimentos, para que a criança possa tolerar o aumento de fibras na alimentação (Guia < 2 anos)  As frutas deve-se dar preferência às laxativas (mamão, ameixa fresca e desidaratada, laranja com bagaço, abacate, abacaxi, tangerina, melancia, fruta de conde); inteiras ou em pedaçõs e sempre que possível com casca, pois fornecem mais fibras do que na forma de sucos e de polpa amassada. Frutas desidaratadas mantidas em remolho (ex: ameixa) podem ser mais fáceis de consumir. Segundo Guia < 2 anos, deve-se oferecer 2 frutas/dia.  O uso de cereal e pães integrais deve ser incentivado, oferecidos de forma palatável à criança.  Em situações em que a criança não aceita legumes e vegetais folhosos misturar esses alimentos no arroz, em massas de bolo salgado, tortas e bolinhos. Pode-se tb substituir parte da farinha de trigo no preparo de bolos e outras preparações, por aveia em flocos ou farelo de aveia ou de arroz.  Alimentos que estimula pouco o peristaltismo (maçã, banana, pães, arroz, batata, farinha de mandioca, maisena), não precisam ser excluídos do plano alimentar, porém devem ser utilizados em combinação com alimentos que estimulem o trânsito intestinal. Ex: banana com aveia ou farelo; arroz cozido com folhosos; farofa com ameixa ou talos de vegetais x Evitar maçã, banana, limão e goiaba (Guia < 2 anos).  Recomenda-se o uso de lactobacilos: O Lactobacillus acidophilus ou Lactobacillus bifidus ajudam a criar uma flora intestinal favorável, produtora de ácidos orgânicos, o que é útil para aliviar a constipação.  Evitar ou usar moderadamente alimentos flatulentos, os quais podem trazer desconforto intestinal, como: couve-flor, repolho, pepino, goiaba, jaca, batata doce, pimentão, ervilha, nabo.  Os farelos de cereais (farelo de aveia tem mais solúveis e farelo de trigo mais insolúveis) são os que possuem maior concentração de fonte de fibras

Essa pergunta também está no material:

Avaliação em Pediatria   Avaliação Nutricional, Anemia, Diarreia e Alergia
36 pág.

Dietoterapia Universidade Nove de JulhoUniversidade Nove de Julho

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A constipação intestinal em crianças pode ser considerada pela presença de movimentos intestinais dolorosos, acompanhados de desconforto e manobras para eliminar as fezes. A eliminação de fezes endurecidas, em forma de cíbalos (forma de bolinhas), mesmo com frequência normal para a idade da criança, é também considerada como constipação. Em lactentes amamentados ao seio, a eliminação de fezes, sem dor, mas com intervalos que se prolongam até 7 dias, não é considerada constipação. Hábitos alimentares intestinais regulares no início da vida, defecando, em geral pela manhã, após o desjejum, quando os reflexos gastrocólicos e duodenocólicos causam movimentos de massa no intestino grosso, previne o aparecimento da constipação. Os distúrbios de evacuação podem ter origem orgânica (relacionada a doenças) ou funcional (relacionada à dieta, educação intestinal, atividade física). A constipação intestinal pode ser aguda, crônica funcional ou psicogênica. A constipação em crianças pode ser prevenida com a prática do aleitamento materno nos primeiros meses de vida e a ingestão de fibra alimentar em quantidades suficientes depois dos 2 anos. A constipação não é uma doença, mas um sintoma, e pode ter consequências desagradáveis, como dor, distensão abdominal, flatulência, enurese noturna e náuseas. O tratamento dietético inclui uma ingestão regular de refeições, ampla variedade de alimentos que contenham fibras e líquidos em quantidade adequada. Recomenda-se também o uso de lactobacilos para criar uma flora intestinal favorável. Evitar ou usar moderadamente alimentos flatulentos também é recomendado.

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